Ir para conteúdo
  • Cadastre-se

Governo Jair Bolsonaro (2019-2022)


Aleef

Posts Recomendados

O governo do Bolsonaro não é nenhuma maravilha (longe disso), mas acho que a Eliane Brum não é a melhor pessoa para opinar, considerando com quem ela est[a historicamente alinhada (o fato do site abaixo citar ela, por exemplo).

https://www.marxismo.org.br/content/author/lucia-rodrigues-eliane-brum/

 

Editado por PMLF
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

3 horas atrás, Rico Orestes disse:

E PAU NO CU DO MEIO AMBIENTE

Claro, porque os anteriores faziam isto:

 

PF prende ex-superintendente do Ibama em operação contra exploração da Amazônia

 

A Polícia Federal no Amazonas deflagrou, na manhã desta quinta-feira (25), uma operação para desarticular um esquema de corrupção que deu aval à extração ilegal de madeira na floresta Amazônica.

Os policiais federais buscam cumprir 23 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e mais 109 de busca e apreensão nos estados de Amazonas, Acre, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Rondônia, Roraima, São Paulo, além do Distrito Federal.

Entre os presos, segundo a PF, está um ex-superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). A Folha procurou e aguarda um posicionamento do Ibama sobre a prisão de seu ex-dirigente regional.

Outro desdobramento da operação, segundo a PF, foi o bloqueio de R$ 50 milhões nas empresas investigadas no esquema criminoso.

A operação, batizada de Arquimedes, abriu dois inquéritos. O primeiro investiga a extração e o comércio ilegal de madeira. Já o segundo busca responsabilizar servidores de órgãos ambientais que fizeram vistas grossas na concessão de autorizações para os desmates.

Todos os investigados vão responder na Justiça pelos crimes de falsidade ideológica nos processos de concessão e fiscalização de planos de manejo florestal, extração e comércio ilegal de madeira, lavagem de bens, direitos e valores, corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa.

Fonte: Folha de São Paulo

 

 

 

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

19 horas atrás, PMLF disse:

O governo do Bolsonaro não é nenhuma maravilha (longe disso), mas acho que a Eliane Brum não é a melhor pessoa para opinar, considerando com quem ela est[a historicamente alinhada (o fato do site abaixo citar ela, por exemplo).

https://www.marxismo.org.br/content/author/lucia-rodrigues-eliane-brum/

 

 

Você pode argumentar que ela tem posição definida (embora o link esteja retornando erro), mas isso nao desqualifica a opinião. É uma coluna de opinião, afinal.

 

2 horas atrás, Aleef disse:

Claro, porque os anteriores faziam isto:

 

 

mAs E O...

 

O pior é que além disso você equaciona políticas de governo com gente mal intencionada.

A próxima é, o quê, defender qualquer política de segurança porque existem milícias?

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

5 horas atrás, Douglas. disse:

O pior é que além disso você equaciona políticas de governo com gente mal intencionada. 

Opa, não é este o papo da esquerda referente ao Bolsonaro? A esquerda como sempre preferindo o vosso reino ao invés do nosso reino. Nada de novo no fronte.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Sobre o ensino superior, Abraham comentou que é preciso melhorar a "performance" dos alunos para gerar mais empregabilidade e empreendedorismo no Brasil. "Nossos alunos no Brasil não têm o mesmo conhecimento técnico, de sair da faculdade, ter ideias, sacadas e montar pequenos negócios. A gente está trabalhando com uma série de ideias, planos, mas vocês vão ter que esperar um pouquinho", concluiu.

Abraham ainda disse que o Brasil precisa focar no desenvolvimento técnico, e criticou o que chamou de "dogmas" em torno do debate sobre a educação no País. "Por que a gente não pode discutir as coisas aqui? É dogma?", questionou. Quando perguntado sobre que "coisas" não são debatidas, o ministro apontou para um mural com o rosto do educador Paulo Freire que fica em frente ao Ministério da Educação. "Aquele cara ali, o Paulo Freire, no mural... eu acho que é dogma, a gente não pode discutir, tudo que ele falou é certo?", questionou.

 

fonte: Estadão

Sobre o ensino superior, é a mais pura verdade. A faculdade forma peão.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Grande projetão

 

Agora tem até controle de propaganda de estatais no governo. Nada autoritario, nada centralizador e super liberal.

 

Não vou nem falar sobre a fala do turismo sexual por que não acredito que alguem com mais de 1/3 de neuronios na cabeça vai se prestar a passar pano pra um negocio desses.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Bolsonaro retira sigilo bancário de operações com recursos públicos

 

A medida foi definida em um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) ratificado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (25) durante live em sua página no Facebook.

Ao lado do advogado-geral da União, André Luiz Mendonça:

“Todos os órgãos de controle, Polícia Federal, tribunais de Conta, eles vão ter acesso livre ao dinheiro público, ou seja, tem um dinheiro da União que foi repassado ao BNDES , lá para o município ou para o estado, esses órgãos de controle vão ter acesso livre. Não vai poder ser defendido que não pode ter acesso por causa do sigilo bancário. Não tem sigilo bancário, a partir dessa assinatura, em relação ao dinheiro público federal.”

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

13 horas atrás, Aleef disse:

Sobre o ensino superior, Abraham comentou que é preciso melhorar a "performance" dos alunos para gerar mais empregabilidade e empreendedorismo no Brasil. "Nossos alunos no Brasil não têm o mesmo conhecimento técnico, de sair da faculdade, ter ideias, sacadas e montar pequenos negócios. A gente está trabalhando com uma série de ideias, planos, mas vocês vão ter que esperar um pouquinho", concluiu.

Abraham ainda disse que o Brasil precisa focar no desenvolvimento técnico, e criticou o que chamou de "dogmas" em torno do debate sobre a educação no País. "Por que a gente não pode discutir as coisas aqui? É dogma?", questionou. Quando perguntado sobre que "coisas" não são debatidas, o ministro apontou para um mural com o rosto do educador Paulo Freire que fica em frente ao Ministério da Educação. "Aquele cara ali, o Paulo Freire, no mural... eu acho que é dogma, a gente não pode discutir, tudo que ele falou é certo?", questionou.

 

fonte: Estadão

Sobre o ensino superior, é a mais pura verdade. A faculdade forma peão.

A faculdade forma peão e a solução é curso tecnico que serve pra formar peão. Desculpa ae, cara. Não faz o menor sentido o que vc escreveu.

É lógico que as críticas a faculdade são voltadas a esse viés. É muito melhor pra quem está agora no poder realmente formar peão, do que pessoas que tenham algum discernimento e consigam refletir.

Editado por Mantrax
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

1 minuto atrás, Mantrax disse:

A faculdade forma peão e a solução é curso tecnico que serve pra formar peão. Desculpa ae, cara. Não faz o menor sentido o que vc escreveu.

Vc não entendeu a colocação dele e consequentemente a minha.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

9 minutos atrás, Aleef disse:

Vc não entendeu a colocação dele e consequentemente a minha.

Vamos lá, então.

O ensino brasileiro foi mudado a pouco tempo. O crescente de universidades e cursos de graduação tem aproximadamente 20 anos. Tudo é um processo. Você não consegue mudar uma realidade social em 20 anos. Mudar um paradigma da educação de um país em 20 anos é algo impossível.

O que tínhamos antes dessa mudança na educação em sua grande maioria? Cursos técnicos. Cursos preparatórios para o mercado de trabalho. Num primeiro momento de transformação na educação, é lógico que a faculdade irá tomar algumas medidas que se assemelham com a condição antiga da qual estávamos acostumados. Repito: não são 20 anos que transformam isso cara.

Uma mudança cultural e social no papel da graduação demora muito mais tempo. Mas não pode ser abandonada e novamente voltar a um modelo técnico. Modelo que busca a falta de crítica e a falta de reflexão a respeito das suas condições e que simplesmente quer focar no mercado de trabalho. Acredito que você abordou um ponto MUITO errado nisso.

Precisamos incentivar a universidade. Incentivar que tenhamos mais pesquisa, incentivar a produção de conteúdo em instituições privadas, o que ocorre em poucos lugares privilegiados.

 

Editado por Mantrax
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Não vou discutir com o menino @Aleef, é visto que ele tem uma visão deturpada das coisas além de ser filho do Silveira, ou seja, teimoso igual o pai.

Você priorizar investimento do ensino público SOMENTE em cursos como as engenharias é uma medida bizarra. Os cursos de engenharia em universidades públicas são frequentados, na maioria das vezes, por gente com boa condição financeira e não deveriam ser prioridade. Na bem da verdade, o que deveria se buscar é a formação de professores, todas as licenciaturas, mas né, o filho do cidadão de bem tem que ser engenheiro pra ele poder se gabar no culto.

Editado por Léo R.
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

1 hora atrás, Mantrax disse:

É lógico que as críticas a faculdade são voltadas a esse viés. É muito melhor pra quem está agora no poder realmente formar peão, do que pessoas que tenham algum discernimento e consigam refletir.

Em uma aula, na semana passada, fui inquirido por um aluno: “Professor, o senhor sabe que há um projeto que pretende eliminar vários cursos nas universidades públicas, inclusive o curso de filosofia?”.

Imaginei que em algum momento, inevitavelmente, essa questão surgiria em alguma de minhas aulas. Ela expressa uma preocupação legítima, especialmente motivada por dúvidas sobre o futuro campo de trabalho desses estudantes que estamos formando.

Há outras razões também, mas essa me parece uma das mais presentes nas conversas entre os estudantes. O interessante é que essa questão me foi colocada no exato momento em que aqui na UFPEL uma professora do curso de história foi às redes sociais para conclamar seus simpatizantes a hostilizar, agredir e, inclusive, matar todos os que não se alinham à sua ideologia (de esquerda: aquela que sustenta o suposto “golpe de 2016” e a “prisão política” de sua deidade, o hoje justamente encarcerado Lula).

Aos olhos dela e dos seus pares, todo aquele que não concorde com eles é “fascista”. Esse é um termo geral que eles usam para ‘liberais’, ‘conservadores’, ‘estudantes que realmente se dedicam aos estudos e se preocupam com o futuro’, ‘professores que preparam suas aulas com diligência’, ‘trabalhadores preocupados em pagar suas contas no final mês’, ‘empreendedores’, etc.

Quando não usam o termo ‘fascista’ eles usam um termo mais edulcorado: ‘coxinha’. A escolha do termo, penso, reflete seu grau de ódio em um dado momento. Mas mesmo no uso que eles fazem do termo há uma imprecisão. Não creio que eles próprios tenham clareza sobre o que exatamente pretendem denotar com esse conceito de ‘fascista’. A motivação deles é apenas agredir o adversário. Portanto, demandar alguma coerência deles, mesmo que conceitual, é perda de tempo. E cabe notar que o próprio termo é historicamente “vago”, como deixa claro um dos mais eruditos estudiosos desse conceito, Stanley George Payne.

Mas para a referida “professora” e seus pares o termo serve, em qualquer ocasião, para atacar aquele que não concorde com o que eles sustentam, algo que em lógica é conhecido como falácia ad hominem: se não posso atacar o argumento do oponente, então o ofendo atacando sua pessoa. E o uso que ela e seus pares fazem desse termo visa causar um efeito emotivo. Afinal, não parece bom algo (nesse caso, alguém) que possa ser chamado de “fascista”, não é mesmo?

Logo, esse é um termo que eles “tiram da manga” como um trunfo, dado não terem algo mais adequado para oferecer, como argumentos, por exemplo. Mas prosseguindo na descrição da manifestação da referida professora, ela segue sua incitação ao ódio (à agressão, ao assassinato) declarando:

“quero arrebentar um fascista a pau” ... “recomendo em fascistas só avoadora na cara, nos peitos, nas bolas, na alma... fascistas tem de morrer um a um... e me inscrevo para essa missão... tô de saco cheio de pacifismo e bom comportamento... morte aos fascistas”.

Essas são algumas das “pérolas” da referida professora. Não parece ser algo escrito por alguém que leciona em uma universidade. Mas é uma professora de história. Ou seja, estamos nas humanidades. E esse é precisamente o ponto.

LEIA MAIS: Em defesa das Ciências Humanas

Tendo isso em mente, respondi ao aluno que minha posição sobre o fim do curso de filosofia (e dos demais cursos referidos) era paradoxal. Em primeiro lugar, e mais importante, considero que as ‘Humanidades’ são parte fundamental, o principal pilar, das universidades. Mas estou falando, aqui, dos fundamentos da universidade.

Em uma breve incursão histórica identificamos os princípios que estimularam o surgimento e desenvolvimento das universidades na Europa Medieval. Vemos como as escolas, associações, corporações de ofícios, se transformaram nesse patrimônio de valor incomensurável para a humanidade, a saber na Universitas Magistrorum et Scholarium.

E vemos, também, que ela surge ligada às Ciências Humanas, que à época eram, de fato, Humanidades, diferentemente das “desumanidades” de hoje. Nesse sentido, elas estavam preocupadas (as universidades e Humanidades) com a formação humana. Entendia-se que a nossa plena realização humana envolvia formação. Por essa razão algumas “artes” surgiram, foram sistematizadas e desenvolvidas, como as “artes liberais” (Trivium e Quadrivium), descendentes da anterior ideia de Paideia, a qual remonta a autores gregos antigos como Pitágoras e Platão.

Não apenas isso, a universidade surge preocupada com a ‘Verdade’ (bem como com o ‘Bem’, com a Moral’, com a ‘Sabedoria’, etc), algo presente em muitos lemas de universidades centenárias, por exemplo na Europa e nos EUA. Lemas como “Veritas - Iustitia – Libertas”, “Die Wahrheit wird euch frei machen”, “Wissen schafft Brücken”, “In publica commoda”, “Treveris ex urbe Deus complet dona sophiae”, “Pour la Patrie, les Sciences et la Gloire”, “Amica veritas”, “Veritas et Justita”, “Sapientia Et Scientia”, “Veritas”, “Lux et veritas”, nos mostram precisamente os pilares sobre os quais foram erigidas as universidades, as quais brotaram da preocupação com tais valores expressos em seus mottos.

LEIA MAIS: Ciências Humanas, quem precisa delas?

Não apenas isso, elas assoalharam o caminho para a civilização. Assim, o desenvolvimento das “artes liberais” no medievo foi uma forma de resgatar a ideia Greco-romana de Paideia, de ‘formação’.

Por essa razão são fomentadas aquelas “artes” que, segundo autores como Agostinho, aperfeiçoam a civilização (primeiramente aprimorando o indivíduo). Não apenas isso, as sete “artes liberais” (gramática, lógica e retórica, no Trivium, aritmética, geometria, música e astronomia no Quadrivium) tornariam o indivíduo livre. Dessa forma, não se trata de apenas um uso instrumental dessas “artes”. O propósito é, em certo sentido, mais abstrato: tornar-nos livres e mais humanos (o que nos conduz à felicidade, entendida aqui em um sentido aristotélico/tomista, isto é, como “plena realização humana”). Essa formação seria essencial à formação universitária.

Portanto, a formação nas “artes liberais” envolve, em grande medida, o desenvolvimento de nossas habilidades cognitivas e morais. Somente após desenvolvermos essas habilidades estamos prontos para a formação universitária.

Todavia, desafortunadamente, “Verdade” (como os demais conceitos que outrora inspiraram o surgimento das Universidades) passou a ser um termo assignificativo, vazio, e, mesmo, “politicamente incorreto”, especialmente em uma cultura acadêmica que fomenta o relativismo (sobretudo, e ironicamente, nas humanidades). Tais conceitos hoje repousam quase exclusivamente em seus lemas, não servindo mais como inspiração para o que se faz no interior dessas “universidades” (especialmente nas “humanidades”).

Isso faz parte da degenerescência das humanidades e, hoje, também da universidade de maneira geral, embora algumas áreas estejam, apesar de tudo, avançando no progresso de suas pesquisas. Aqui na UFPEL destaca-se a pesquisa na área da Epidemiologia, por exemplo, a qual é referência internacional, dada sua seriedade e preocupação com a Verdade.

Com efeito, a exortação ao ódio, à agressão e ao homicídio, no caso da tal professora de história, só é possível (com a leniência institucional da própria UFPEL, sob o título de “liberdade de cátedra” ou “liberdade acadêmica”) porque estamos em um processo de decadência intelectual e moral há décadas.

É somente porque a própria instituição está decaída que algo assim ocorre nela e é aceito, inclusive, pela administração superior (embora certamente a maioria dos estudantes e professores repudie tal ato: o senso moral é, afinal, parte do senso comum). Há muito tempo a universidade e as humanidades estão distantes de seus fundamentos, especialmente essas últimas.

E isso me leva ao outro aspecto de minha resposta ao aluno. Se por um lado eu defendo a importância das Humanidades na universidade, por outro compreendo as iniciativas para se eliminar tais cursos.

Embora esteja em um curso que seria afetado diretamente por tal medida, me sinto impelido pelo bom senso a conceder aos nossos algozes que eles estão certos em considerar que há desperdício de recursos públicos e tempo nas humanidades. E isso não apenas pelas universidades, mas, mesmo, por agências de fomento. Exemplos?

Em 2014 houve alguma repercussão nacional do desfecho de um evento realizado, com recursos públicos, na Universidade Federal Fluminense (UFF), intitulado “Corpo e resistência — 2º seminário de investigação & criação”.

O “evento” foi encerrado com a festa “Xereca Satânik”, na qual, dentre as diversas bizarrices ocorridas, uma militante feminista costurou a vagina após enfiar em seu interior uma bandeira do Brasil.

Além disso, temos teses e dissertações (muitas com fomento estatal) que vão desde a trajetória intelectual de Mano Brown (Unicamp), passando pela discussão das “interações homoeróticas em banheiros públicos” (UFBA), até a “grande pensadora contemporânea Valesca Popozuda” (UFF).

Basta uma breve visita a repositórios de dissertações e teses na área das humanidades, e isso nas diversas universidades (especialmente nas públicas), para que tenhamos uma ideia do atual estado de coisas. O princípio adotado nesse tipo de dissertação e tese é claro: quanto mais agressivo à inteligência e ao senso moral (e, mesmo, estético), tanto melhor. Não surpreende que isso tenha efeito na avaliação de nossas pós-graduações. Na avaliação realizada pela CAPES referente ao quadriênio 2013-2017 todas as áreas tiveram um crescimento em programas de pós-graduação de excelência, exceto as humanidades (na área de ciências humanas).

A área das “ciências” (termo que muitas vezes lhe é atribuído meramente por mera cortesia) humanas o crescimento foi “zero”. Enquanto as ciências exatas, a física, a biologia, crescem, decrescem as humanidades. Trata-se da mais abjeta estultificação dos estudantes, que são diuturnamente colocados sob discursos que vão contra seu bom senso e sua bússola moral. E tudo isso em nome de algumas ideologias e posições político-partidárias. Por essa razão abundam atualmente eventos, disciplinas, etc, sobre ‘ideologia de gênero’, ‘construção do saber” (como se não houvesse Verdade), e, é claro, sobre o suposto “golpe de 2016”, um tema mais na moda no atual momento.

LEIA TAMBÉM: Onda de cursos sobre “golpe” expõe domínio “acachapante” da esquerda nas universidades

Sem entrar no mérito do tema, o que demandaria profundo conhecimento não apenas de filosofia política, mas de direito constitucional e de outras questões atinentes ao caso e seu desdobramento na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (muito desse processo, aliás, está descrito em Impeachment - O julgamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado Federal, editado em 2016 pelo Senado Federal e disponível em seu site) eis um exemplo de como “construir uma narrativa” sem qualquer preocupação com os fatos, sem qualquer honestidade intelectual.

Aqui na UFPEL, tal como está ocorrendo em outras IES, haverá um seminário sobre o tema. E ele foi intitulado justamente “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil”. Trata-se um típico evento panfletário. Aliás, curiosamente a referida professora “natural Born killer” vai participar do evento. Pergunto-me o que ocorreria se alguém decidisse participar e questionar a tese/ “narrativa” (infundada: se ela possui algum fundamento eles ainda não o apresentaram) do “golpe”.

Receberia uma “voadora” “na alma”, “nas bolas”? Seria morto? Aliás, basta vermos a programação para percebermos que o tal seminário reproduzirá o tradicional discurso sobre os males do capitalismo, da malignidade do pensamento liberal, da ardilosa conspiração das “elites”, bem como, não poderia faltar, vão discutir também questões de gênero, direitos dos povos indígenas, imperialismo estadunidense e roubo de nossas riquezas naturais, etc.

Não tenho dúvidas de que vão também defender e enaltecer a “democracia”, o “pluralismo”, a “inclusão”, os quais, aliás, não se aplicam àqueles que não comungam de suas posições. Quase todos os temas clássicos, e já nauseantes, do universo das (des)humanidades estarão lá. E tudo sob a ideia geral de um “golpe”, o qual já está assumido como dado sem necessidade de qualquer justificação. Trata-se de um dogma já assimilado. Afinal, justificar tal tese demandaria estudo, pesquisa. Logo, é mais cômodo assumir a tese que se quer, independentemente de se ela se fundamenta ou não, e, então, “construí-la”.

E tal evento foi justificado, inclusive, pela administração da UFPEL, em nome, novamente, da “liberdade de expressão”, o que aponta para um total desconhecimento do que seja “liberdade de expressão”.

Aliás, essa ideia (“liberdade de expressão”) tem sido usada como um mantra que não denota coisa alguma (sendo, aqui, um pseudoconceito - assignificativo) especialmente quando são defendidas ideias de Esquerda (notem que tal direito não vale, por exemplo, para os estudantes da tal professora, os quais teriam causado tanto ódio nela em virtude de simpatizarem com ideias liberais e não considerarem que houve “golpe” em 2016. Eles cometeram aquele “crime” descrito no livro “1984”: um Thoughtcrime).

Mas em sua longa história, a qual podemos remontar à antiguidade grega, a ideia mesma de liberdade de expressão sempre esteve ligada a outras ideias fundamentais: “busca pela verdade” e “responsabilidade”. Noutros termos, temos, sim, liberdade de expressão. Mas temos esse direito em nossa “busca pela verdade” (a qual não é simplesmente o que gostaríamos que fosse o caso: muitas vezes a verdade conflita com o que queremos), e a ela está conectada a “responsabilidade” pelo que dizemos. Isso exclui, obviamente, discursos de ódio, como o da citada professora.

Há, pois, uma diferença entre um discurso de ódio e o uso da liberdade de expressão. Uma coisa é usarmos nossa liberdade de expressão para argumentarmos contra o sistema de cotas raciais, por exemplo. Outra coisa bem diferente é discursarmos em defesa da escravidão, do racismo. Apenas um psicopata não vê a diferença, tal ocorre quando é demandada a morte daqueles cujas ideias não se aceita (repudiando o “pacifismo”, nos termos da própria professora).

Nesse caso, da psicopatologia, não se pretende combater ideias, mas causar a morte daqueles que as possuem e defendem. Isso é psicopatologia pura e simples, o que aponta não apenas para a corrupção de algumas mentes, mas também das instituições que sustentam essas mentalidades.

Tais indivíduos e, eventualmente, instituições, seguem rigorosamente alguns princípios que encontramos em “1984”, de George Orwell: “He who controls the past controls the future. He who controls the present controls the past.” “War is peace. Freedom is slavery. Ignorance is strength.”

Trata-se de simplesmente criar uma narrativa e torná-la aceitável .. assentá-la no imaginário popular, especialmente do acadêmico (que acabará influenciando o senso comum em algum momento. Trata-se, como podemos depreender das palavras da tal professora, de incitar ao ódio e à violência como forma de gerar a paz ou algum outro bem (nos termos de Orwell esse é o “duplipensar”: “Doublethink means the power of holding two contradictory beliefs in one’s mind simultaneously, and accepting both of them”).

Notem que boa parte desses cursos - licenciaturas - forma professores. Qualquer ideia que se oponha a certas teses configura um “Thoughtcrime”: um crime de pensamento. Esse é o “delito” do suposto “fascista” (ou “coxinha”). Ele comete um Thoughtcrime. E logo será objeto de perseguição pela Thinkpol (Thought Police), a “polícia do pensamento”. Nesse momento parece, pelas palavras da dita professora e seus seguidores, que tal crime deve ser passível de pena capital (a qual, curiosamente, eles consideram – e nisso estamos em acordo – não se aplicar a criminosos homicidas).

Assim, as Humanidades, que pavimentaram o caminho para o avanço civilizatório, são, hoje, ironicamente, a causa de retrocesso nesse processo civilizatório. Em verdade, hoje elas colocam em risco os pilares da civilização ocidental, tendo já causado diversas rachaduras em seus pilares.

Assim, os acontecimentos nessas áreas nas últimas décadas deveriam servir para que resgatássemos, e reafirmássemos, os seus fundamentos. Voltemos aos clássicos, ao que é perene, às “artes liberais”, voltemos aos pilares da civilização. Ou fazemos isso ou nos aprofundaremos na barbárie vigente.

Tal aprofundamento na barbárie me faz considerar que o fim das “humanidades” pode ser a salvação da Humanidade. Ou o adiamento de seu fim. Dito de outra maneira, ou esses acontecimentos nos conduzem a uma reflexão imparcial ou as humanidades se tornam indefensáveis. Eis em que consiste o caráter paradoxal de minha opinião.

* Carlos Adriano Ferraz é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sendo também coordenador adjunto do Programa de Pós-Graduação em Filosofia na mesma Instituição. Doutor em Filosofia pela PUC-RS, fez estágio doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da State University Of New York (SUNY).

 

A fonte é Gazeta do Povo.

Sobre a crítica, eu acho que está acontecendo há algum tempo.

 

Sobre a segunda postagem:

Ainda não entendeu.  A crítica não é referente a formação da profissional na parte técnica, mas sim sobre como usar esta parte técnica para gerar mais riqueza ao otrabalhador e a sociedade. Isto só é possível se os tentáculos do estado saírem das mãos do cidadão com aprovação das ditas reformas e o que o Abraham propôs que é a mudança de mentalidade. Só que ae já abre outros procedentes que só serão esclarecidos em maio. Porém,   já temos que nos adiantar para a quarta revolução industrial que está batendo na porta e as consequências que isto irá gerar na nossa sociedade. Eu também sou contra a diminuição de investimentos nas áreas de filosofia e sociologia. E no fundo este problema irá permear por outros ministérios e também nem dá para montar uma crítica ou debater referente a isto sem sabermos o projeto que será debatido no dia 7 de maio no congresso.  Acho que debater sobre isto sem sabermos as leis é bater em fumaça como disse a Tabata Amaral naquele debate do CCJ contra o Velez.

 

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

40 minutos atrás, Léo R. disse:

Você priorizar investimento do ensino público SOMENTE em cursos como as engenharias é uma medida bizarra.

Quem disse que eu priorizo?

 

 

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

2 horas atrás, Aleef disse:

Em uma aula, na semana passada, fui inquirido por um aluno: “Professor, o senhor sabe que há um projeto que pretende eliminar vários cursos nas universidades públicas, inclusive o curso de filosofia?”.

Imaginei que em algum momento, inevitavelmente, essa questão surgiria em alguma de minhas aulas. Ela expressa uma preocupação legítima, especialmente motivada por dúvidas sobre o futuro campo de trabalho desses estudantes que estamos formando.

Há outras razões também, mas essa me parece uma das mais presentes nas conversas entre os estudantes. O interessante é que essa questão me foi colocada no exato momento em que aqui na UFPEL uma professora do curso de história foi às redes sociais para conclamar seus simpatizantes a hostilizar, agredir e, inclusive, matar todos os que não se alinham à sua ideologia (de esquerda: aquela que sustenta o suposto “golpe de 2016” e a “prisão política” de sua deidade, o hoje justamente encarcerado Lula).

Aos olhos dela e dos seus pares, todo aquele que não concorde com eles é “fascista”. Esse é um termo geral que eles usam para ‘liberais’, ‘conservadores’, ‘estudantes que realmente se dedicam aos estudos e se preocupam com o futuro’, ‘professores que preparam suas aulas com diligência’, ‘trabalhadores preocupados em pagar suas contas no final mês’, ‘empreendedores’, etc.

Quando não usam o termo ‘fascista’ eles usam um termo mais edulcorado: ‘coxinha’. A escolha do termo, penso, reflete seu grau de ódio em um dado momento. Mas mesmo no uso que eles fazem do termo há uma imprecisão. Não creio que eles próprios tenham clareza sobre o que exatamente pretendem denotar com esse conceito de ‘fascista’. A motivação deles é apenas agredir o adversário. Portanto, demandar alguma coerência deles, mesmo que conceitual, é perda de tempo. E cabe notar que o próprio termo é historicamente “vago”, como deixa claro um dos mais eruditos estudiosos desse conceito, Stanley George Payne.

Mas para a referida “professora” e seus pares o termo serve, em qualquer ocasião, para atacar aquele que não concorde com o que eles sustentam, algo que em lógica é conhecido como falácia ad hominem: se não posso atacar o argumento do oponente, então o ofendo atacando sua pessoa. E o uso que ela e seus pares fazem desse termo visa causar um efeito emotivo. Afinal, não parece bom algo (nesse caso, alguém) que possa ser chamado de “fascista”, não é mesmo?

Logo, esse é um termo que eles “tiram da manga” como um trunfo, dado não terem algo mais adequado para oferecer, como argumentos, por exemplo. Mas prosseguindo na descrição da manifestação da referida professora, ela segue sua incitação ao ódio (à agressão, ao assassinato) declarando:

“quero arrebentar um fascista a pau” ... “recomendo em fascistas só avoadora na cara, nos peitos, nas bolas, na alma... fascistas tem de morrer um a um... e me inscrevo para essa missão... tô de saco cheio de pacifismo e bom comportamento... morte aos fascistas”.

Essas são algumas das “pérolas” da referida professora. Não parece ser algo escrito por alguém que leciona em uma universidade. Mas é uma professora de história. Ou seja, estamos nas humanidades. E esse é precisamente o ponto.

LEIA MAIS: Em defesa das Ciências Humanas

Tendo isso em mente, respondi ao aluno que minha posição sobre o fim do curso de filosofia (e dos demais cursos referidos) era paradoxal. Em primeiro lugar, e mais importante, considero que as ‘Humanidades’ são parte fundamental, o principal pilar, das universidades. Mas estou falando, aqui, dos fundamentos da universidade.

Em uma breve incursão histórica identificamos os princípios que estimularam o surgimento e desenvolvimento das universidades na Europa Medieval. Vemos como as escolas, associações, corporações de ofícios, se transformaram nesse patrimônio de valor incomensurável para a humanidade, a saber na Universitas Magistrorum et Scholarium.

E vemos, também, que ela surge ligada às Ciências Humanas, que à época eram, de fato, Humanidades, diferentemente das “desumanidades” de hoje. Nesse sentido, elas estavam preocupadas (as universidades e Humanidades) com a formação humana. Entendia-se que a nossa plena realização humana envolvia formação. Por essa razão algumas “artes” surgiram, foram sistematizadas e desenvolvidas, como as “artes liberais” (Trivium e Quadrivium), descendentes da anterior ideia de Paideia, a qual remonta a autores gregos antigos como Pitágoras e Platão.

Não apenas isso, a universidade surge preocupada com a ‘Verdade’ (bem como com o ‘Bem’, com a Moral’, com a ‘Sabedoria’, etc), algo presente em muitos lemas de universidades centenárias, por exemplo na Europa e nos EUA. Lemas como “Veritas - Iustitia – Libertas”, “Die Wahrheit wird euch frei machen”, “Wissen schafft Brücken”, “In publica commoda”, “Treveris ex urbe Deus complet dona sophiae”, “Pour la Patrie, les Sciences et la Gloire”, “Amica veritas”, “Veritas et Justita”, “Sapientia Et Scientia”, “Veritas”, “Lux et veritas”, nos mostram precisamente os pilares sobre os quais foram erigidas as universidades, as quais brotaram da preocupação com tais valores expressos em seus mottos.

LEIA MAIS: Ciências Humanas, quem precisa delas?

Não apenas isso, elas assoalharam o caminho para a civilização. Assim, o desenvolvimento das “artes liberais” no medievo foi uma forma de resgatar a ideia Greco-romana de Paideia, de ‘formação’.

Por essa razão são fomentadas aquelas “artes” que, segundo autores como Agostinho, aperfeiçoam a civilização (primeiramente aprimorando o indivíduo). Não apenas isso, as sete “artes liberais” (gramática, lógica e retórica, no Trivium, aritmética, geometria, música e astronomia no Quadrivium) tornariam o indivíduo livre. Dessa forma, não se trata de apenas um uso instrumental dessas “artes”. O propósito é, em certo sentido, mais abstrato: tornar-nos livres e mais humanos (o que nos conduz à felicidade, entendida aqui em um sentido aristotélico/tomista, isto é, como “plena realização humana”). Essa formação seria essencial à formação universitária.

Portanto, a formação nas “artes liberais” envolve, em grande medida, o desenvolvimento de nossas habilidades cognitivas e morais. Somente após desenvolvermos essas habilidades estamos prontos para a formação universitária.

Todavia, desafortunadamente, “Verdade” (como os demais conceitos que outrora inspiraram o surgimento das Universidades) passou a ser um termo assignificativo, vazio, e, mesmo, “politicamente incorreto”, especialmente em uma cultura acadêmica que fomenta o relativismo (sobretudo, e ironicamente, nas humanidades). Tais conceitos hoje repousam quase exclusivamente em seus lemas, não servindo mais como inspiração para o que se faz no interior dessas “universidades” (especialmente nas “humanidades”).

Isso faz parte da degenerescência das humanidades e, hoje, também da universidade de maneira geral, embora algumas áreas estejam, apesar de tudo, avançando no progresso de suas pesquisas. Aqui na UFPEL destaca-se a pesquisa na área da Epidemiologia, por exemplo, a qual é referência internacional, dada sua seriedade e preocupação com a Verdade.

Com efeito, a exortação ao ódio, à agressão e ao homicídio, no caso da tal professora de história, só é possível (com a leniência institucional da própria UFPEL, sob o título de “liberdade de cátedra” ou “liberdade acadêmica”) porque estamos em um processo de decadência intelectual e moral há décadas.

É somente porque a própria instituição está decaída que algo assim ocorre nela e é aceito, inclusive, pela administração superior (embora certamente a maioria dos estudantes e professores repudie tal ato: o senso moral é, afinal, parte do senso comum). Há muito tempo a universidade e as humanidades estão distantes de seus fundamentos, especialmente essas últimas.

E isso me leva ao outro aspecto de minha resposta ao aluno. Se por um lado eu defendo a importância das Humanidades na universidade, por outro compreendo as iniciativas para se eliminar tais cursos.

Embora esteja em um curso que seria afetado diretamente por tal medida, me sinto impelido pelo bom senso a conceder aos nossos algozes que eles estão certos em considerar que há desperdício de recursos públicos e tempo nas humanidades. E isso não apenas pelas universidades, mas, mesmo, por agências de fomento. Exemplos?

Em 2014 houve alguma repercussão nacional do desfecho de um evento realizado, com recursos públicos, na Universidade Federal Fluminense (UFF), intitulado “Corpo e resistência — 2º seminário de investigação & criação”.

O “evento” foi encerrado com a festa “Xereca Satânik”, na qual, dentre as diversas bizarrices ocorridas, uma militante feminista costurou a vagina após enfiar em seu interior uma bandeira do Brasil.

Além disso, temos teses e dissertações (muitas com fomento estatal) que vão desde a trajetória intelectual de Mano Brown (Unicamp), passando pela discussão das “interações homoeróticas em banheiros públicos” (UFBA), até a “grande pensadora contemporânea Valesca Popozuda” (UFF).

Basta uma breve visita a repositórios de dissertações e teses na área das humanidades, e isso nas diversas universidades (especialmente nas públicas), para que tenhamos uma ideia do atual estado de coisas. O princípio adotado nesse tipo de dissertação e tese é claro: quanto mais agressivo à inteligência e ao senso moral (e, mesmo, estético), tanto melhor. Não surpreende que isso tenha efeito na avaliação de nossas pós-graduações. Na avaliação realizada pela CAPES referente ao quadriênio 2013-2017 todas as áreas tiveram um crescimento em programas de pós-graduação de excelência, exceto as humanidades (na área de ciências humanas).

A área das “ciências” (termo que muitas vezes lhe é atribuído meramente por mera cortesia) humanas o crescimento foi “zero”. Enquanto as ciências exatas, a física, a biologia, crescem, decrescem as humanidades. Trata-se da mais abjeta estultificação dos estudantes, que são diuturnamente colocados sob discursos que vão contra seu bom senso e sua bússola moral. E tudo isso em nome de algumas ideologias e posições político-partidárias. Por essa razão abundam atualmente eventos, disciplinas, etc, sobre ‘ideologia de gênero’, ‘construção do saber” (como se não houvesse Verdade), e, é claro, sobre o suposto “golpe de 2016”, um tema mais na moda no atual momento.

LEIA TAMBÉM: Onda de cursos sobre “golpe” expõe domínio “acachapante” da esquerda nas universidades

Sem entrar no mérito do tema, o que demandaria profundo conhecimento não apenas de filosofia política, mas de direito constitucional e de outras questões atinentes ao caso e seu desdobramento na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (muito desse processo, aliás, está descrito em Impeachment - O julgamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado Federal, editado em 2016 pelo Senado Federal e disponível em seu site) eis um exemplo de como “construir uma narrativa” sem qualquer preocupação com os fatos, sem qualquer honestidade intelectual.

Aqui na UFPEL, tal como está ocorrendo em outras IES, haverá um seminário sobre o tema. E ele foi intitulado justamente “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil”. Trata-se um típico evento panfletário. Aliás, curiosamente a referida professora “natural Born killer” vai participar do evento. Pergunto-me o que ocorreria se alguém decidisse participar e questionar a tese/ “narrativa” (infundada: se ela possui algum fundamento eles ainda não o apresentaram) do “golpe”.

Receberia uma “voadora” “na alma”, “nas bolas”? Seria morto? Aliás, basta vermos a programação para percebermos que o tal seminário reproduzirá o tradicional discurso sobre os males do capitalismo, da malignidade do pensamento liberal, da ardilosa conspiração das “elites”, bem como, não poderia faltar, vão discutir também questões de gênero, direitos dos povos indígenas, imperialismo estadunidense e roubo de nossas riquezas naturais, etc.

Não tenho dúvidas de que vão também defender e enaltecer a “democracia”, o “pluralismo”, a “inclusão”, os quais, aliás, não se aplicam àqueles que não comungam de suas posições. Quase todos os temas clássicos, e já nauseantes, do universo das (des)humanidades estarão lá. E tudo sob a ideia geral de um “golpe”, o qual já está assumido como dado sem necessidade de qualquer justificação. Trata-se de um dogma já assimilado. Afinal, justificar tal tese demandaria estudo, pesquisa. Logo, é mais cômodo assumir a tese que se quer, independentemente de se ela se fundamenta ou não, e, então, “construí-la”.

E tal evento foi justificado, inclusive, pela administração da UFPEL, em nome, novamente, da “liberdade de expressão”, o que aponta para um total desconhecimento do que seja “liberdade de expressão”.

Aliás, essa ideia (“liberdade de expressão”) tem sido usada como um mantra que não denota coisa alguma (sendo, aqui, um pseudoconceito - assignificativo) especialmente quando são defendidas ideias de Esquerda (notem que tal direito não vale, por exemplo, para os estudantes da tal professora, os quais teriam causado tanto ódio nela em virtude de simpatizarem com ideias liberais e não considerarem que houve “golpe” em 2016. Eles cometeram aquele “crime” descrito no livro “1984”: um Thoughtcrime).

Mas em sua longa história, a qual podemos remontar à antiguidade grega, a ideia mesma de liberdade de expressão sempre esteve ligada a outras ideias fundamentais: “busca pela verdade” e “responsabilidade”. Noutros termos, temos, sim, liberdade de expressão. Mas temos esse direito em nossa “busca pela verdade” (a qual não é simplesmente o que gostaríamos que fosse o caso: muitas vezes a verdade conflita com o que queremos), e a ela está conectada a “responsabilidade” pelo que dizemos. Isso exclui, obviamente, discursos de ódio, como o da citada professora.

Há, pois, uma diferença entre um discurso de ódio e o uso da liberdade de expressão. Uma coisa é usarmos nossa liberdade de expressão para argumentarmos contra o sistema de cotas raciais, por exemplo. Outra coisa bem diferente é discursarmos em defesa da escravidão, do racismo. Apenas um psicopata não vê a diferença, tal ocorre quando é demandada a morte daqueles cujas ideias não se aceita (repudiando o “pacifismo”, nos termos da própria professora).

Nesse caso, da psicopatologia, não se pretende combater ideias, mas causar a morte daqueles que as possuem e defendem. Isso é psicopatologia pura e simples, o que aponta não apenas para a corrupção de algumas mentes, mas também das instituições que sustentam essas mentalidades.

Tais indivíduos e, eventualmente, instituições, seguem rigorosamente alguns princípios que encontramos em “1984”, de George Orwell: “He who controls the past controls the future. He who controls the present controls the past.” “War is peace. Freedom is slavery. Ignorance is strength.”

Trata-se de simplesmente criar uma narrativa e torná-la aceitável .. assentá-la no imaginário popular, especialmente do acadêmico (que acabará influenciando o senso comum em algum momento. Trata-se, como podemos depreender das palavras da tal professora, de incitar ao ódio e à violência como forma de gerar a paz ou algum outro bem (nos termos de Orwell esse é o “duplipensar”: “Doublethink means the power of holding two contradictory beliefs in one’s mind simultaneously, and accepting both of them”).

Notem que boa parte desses cursos - licenciaturas - forma professores. Qualquer ideia que se oponha a certas teses configura um “Thoughtcrime”: um crime de pensamento. Esse é o “delito” do suposto “fascista” (ou “coxinha”). Ele comete um Thoughtcrime. E logo será objeto de perseguição pela Thinkpol (Thought Police), a “polícia do pensamento”. Nesse momento parece, pelas palavras da dita professora e seus seguidores, que tal crime deve ser passível de pena capital (a qual, curiosamente, eles consideram – e nisso estamos em acordo – não se aplicar a criminosos homicidas).

Assim, as Humanidades, que pavimentaram o caminho para o avanço civilizatório, são, hoje, ironicamente, a causa de retrocesso nesse processo civilizatório. Em verdade, hoje elas colocam em risco os pilares da civilização ocidental, tendo já causado diversas rachaduras em seus pilares.

Assim, os acontecimentos nessas áreas nas últimas décadas deveriam servir para que resgatássemos, e reafirmássemos, os seus fundamentos. Voltemos aos clássicos, ao que é perene, às “artes liberais”, voltemos aos pilares da civilização. Ou fazemos isso ou nos aprofundaremos na barbárie vigente.

Tal aprofundamento na barbárie me faz considerar que o fim das “humanidades” pode ser a salvação da Humanidade. Ou o adiamento de seu fim. Dito de outra maneira, ou esses acontecimentos nos conduzem a uma reflexão imparcial ou as humanidades se tornam indefensáveis. Eis em que consiste o caráter paradoxal de minha opinião.

* Carlos Adriano Ferraz é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sendo também coordenador adjunto do Programa de Pós-Graduação em Filosofia na mesma Instituição. Doutor em Filosofia pela PUC-RS, fez estágio doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da State University Of New York (SUNY).

 

A fonte é Gazeta do Povo.

Sobre a crítica, eu acho que está acontecendo há algum tempo.

Obrigado pela boa leitura.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Citar

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro criou um órgão regulatório com o poder de perdoar ou revisar multas ambientais, em uma medida para combater o que ele tem descrito como uma “indústria das multas” que ameaça a subsistência de agricultores e pecuaristas.

Ambientalistas alertam que a medida pode prejudicar o cumprimento de leis contra o desmatamento em biomas sensíveis, como a floresta amazônica.

Em decreto publicado no Diário Oficial na quinta-feira, Bolsonaro criou um “núcleo de conciliação ambiental” em seu governo com poderes para resolver disputas ambientais. O decreto entra em vigor em 180 dias.

No mês passado, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o governo estava considerando criar o órgão para acelerar o processo de julgamento de multas e aprimorar um sistema no qual poucas multas são realmente coletadas.

Mas, o sistema também pode acabar prejudicando o Ibama, atual órgão de fiscalização ambiental, que usa multas como uma de suas principais ferramentas para garantir o cumprimento da lei.

“O decreto das multas cria uma espécie de balcão da impunidade”, disse Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace.

“Quem foi flagrado cometendo crime ambiental ganha a possibilidade de recorrer eternamente e nunca ser efetivamente julgado”, acrescentou.

Durante a campanha eleitoral no ano passado, Bolsonaro criticou multas ambientais enfrentadas por agricultores, uma importante base de apoio que o ajudou a obter uma vitória decisiva na votação de outubro.

O órgão de conciliação será responsável por validar infrações ambientais, realizar audiências com os réus, nas quais pode apresentar possíveis soluções legais para encerrar a disputa, e tomar decisões sobre o caso.

https://exame.abril.com.br/brasil/bolsonaro-cria-orgao-para-perdoar-multas-ambientais/

 

Citar

O Ministério do Meio Ambiente retirou de seu site diversas páginas que contêm mapas das áreas prioritárias de conservação brasileiras. Estão indisponíveis informações sobre as "Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade".

Procurado, o ministério afirma que o conteúdo foi retirado do ar porque foi verificada a necessidade de ajustes no mapa pois havia um "sombreamento entre biomas". O ministério não divulgou prazo para que o conteúdo seja novamente colocado para consulta.

A página areasprioritarias.mma.gov.br concentrava a maior parte das informações oficiais sobre o tema. Além dela, outras páginas que continham informações sobre o programa também foram excluídas, incluindo notícias sobre o tema feitas pela área de comunicação do ministério e resultados dos processos de atualização dos mapas.

(...)

Sobreposição de biomas já era conhecida

Em nota, o ministério afirmou que o site foi retirado do ar pois foi verificada a necessidade de ajustes no mapa.

"Os ajustes se fizeram necessários pois havia um sombreamento entre biomas. A decisão de retirar do ar ocorreu para evitar a disseminação de uma informação equivocada", afirmou a pasta em nota.

"Informamos que os ajustes já estão sendo realizados e encontram-se em fase final. Tão logo seja finalizado, as informações serão republicadas."

No site já existiam mapas que abordavam justamente o sombreamento entre biomas, ou seja, a existência de áreas onde um bioma se sobrepõe a outro.

(...)

https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/04/26/ministerio-do-meio-ambiente-tira-do-ar-site-especial-com-mapas-de-areas-prioritarias-para-conservacao.ghtml?utm_source=push&utm_medium=app&utm_campaign=pushg1

 

 

?

 

Citar

O “mártir” governa

Quem aponta “paralisia” na antipresidência de Bolsonaro está cego – ou se faz de cego – para a velocidade assombrosa da implantação do projeto autoritário

 

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Em 26/04/2019 at 13:50, Aleef disse:

Em uma aula, na semana passada, fui inquirido por um aluno: “Professor, o senhor sabe que há um projeto que pretende eliminar vários cursos nas universidades públicas, inclusive o curso de filosofia?”.

Imaginei que em algum momento, inevitavelmente, essa questão surgiria em alguma de minhas aulas. Ela expressa uma preocupação legítima, especialmente motivada por dúvidas sobre o futuro campo de trabalho desses estudantes que estamos formando.

Há outras razões também, mas essa me parece uma das mais presentes nas conversas entre os estudantes. O interessante é que essa questão me foi colocada no exato momento em que aqui na UFPEL uma professora do curso de história foi às redes sociais para conclamar seus simpatizantes a hostilizar, agredir e, inclusive, matar todos os que não se alinham à sua ideologia (de esquerda: aquela que sustenta o suposto “golpe de 2016” e a “prisão política” de sua deidade, o hoje justamente encarcerado Lula).

Aos olhos dela e dos seus pares, todo aquele que não concorde com eles é “fascista”. Esse é um termo geral que eles usam para ‘liberais’, ‘conservadores’, ‘estudantes que realmente se dedicam aos estudos e se preocupam com o futuro’, ‘professores que preparam suas aulas com diligência’, ‘trabalhadores preocupados em pagar suas contas no final mês’, ‘empreendedores’, etc.

Quando não usam o termo ‘fascista’ eles usam um termo mais edulcorado: ‘coxinha’. A escolha do termo, penso, reflete seu grau de ódio em um dado momento. Mas mesmo no uso que eles fazem do termo há uma imprecisão. Não creio que eles próprios tenham clareza sobre o que exatamente pretendem denotar com esse conceito de ‘fascista’. A motivação deles é apenas agredir o adversário. Portanto, demandar alguma coerência deles, mesmo que conceitual, é perda de tempo. E cabe notar que o próprio termo é historicamente “vago”, como deixa claro um dos mais eruditos estudiosos desse conceito, Stanley George Payne.

Mas para a referida “professora” e seus pares o termo serve, em qualquer ocasião, para atacar aquele que não concorde com o que eles sustentam, algo que em lógica é conhecido como falácia ad hominem: se não posso atacar o argumento do oponente, então o ofendo atacando sua pessoa. E o uso que ela e seus pares fazem desse termo visa causar um efeito emotivo. Afinal, não parece bom algo (nesse caso, alguém) que possa ser chamado de “fascista”, não é mesmo?

Logo, esse é um termo que eles “tiram da manga” como um trunfo, dado não terem algo mais adequado para oferecer, como argumentos, por exemplo. Mas prosseguindo na descrição da manifestação da referida professora, ela segue sua incitação ao ódio (à agressão, ao assassinato) declarando:

“quero arrebentar um fascista a pau” ... “recomendo em fascistas só avoadora na cara, nos peitos, nas bolas, na alma... fascistas tem de morrer um a um... e me inscrevo para essa missão... tô de saco cheio de pacifismo e bom comportamento... morte aos fascistas”.

Essas são algumas das “pérolas” da referida professora. Não parece ser algo escrito por alguém que leciona em uma universidade. Mas é uma professora de história. Ou seja, estamos nas humanidades. E esse é precisamente o ponto.

LEIA MAIS: Em defesa das Ciências Humanas

Tendo isso em mente, respondi ao aluno que minha posição sobre o fim do curso de filosofia (e dos demais cursos referidos) era paradoxal. Em primeiro lugar, e mais importante, considero que as ‘Humanidades’ são parte fundamental, o principal pilar, das universidades. Mas estou falando, aqui, dos fundamentos da universidade.

Em uma breve incursão histórica identificamos os princípios que estimularam o surgimento e desenvolvimento das universidades na Europa Medieval. Vemos como as escolas, associações, corporações de ofícios, se transformaram nesse patrimônio de valor incomensurável para a humanidade, a saber na Universitas Magistrorum et Scholarium.

E vemos, também, que ela surge ligada às Ciências Humanas, que à época eram, de fato, Humanidades, diferentemente das “desumanidades” de hoje. Nesse sentido, elas estavam preocupadas (as universidades e Humanidades) com a formação humana. Entendia-se que a nossa plena realização humana envolvia formação. Por essa razão algumas “artes” surgiram, foram sistematizadas e desenvolvidas, como as “artes liberais” (Trivium e Quadrivium), descendentes da anterior ideia de Paideia, a qual remonta a autores gregos antigos como Pitágoras e Platão.

Não apenas isso, a universidade surge preocupada com a ‘Verdade’ (bem como com o ‘Bem’, com a Moral’, com a ‘Sabedoria’, etc), algo presente em muitos lemas de universidades centenárias, por exemplo na Europa e nos EUA. Lemas como “Veritas - Iustitia – Libertas”, “Die Wahrheit wird euch frei machen”, “Wissen schafft Brücken”, “In publica commoda”, “Treveris ex urbe Deus complet dona sophiae”, “Pour la Patrie, les Sciences et la Gloire”, “Amica veritas”, “Veritas et Justita”, “Sapientia Et Scientia”, “Veritas”, “Lux et veritas”, nos mostram precisamente os pilares sobre os quais foram erigidas as universidades, as quais brotaram da preocupação com tais valores expressos em seus mottos.

LEIA MAIS: Ciências Humanas, quem precisa delas?

Não apenas isso, elas assoalharam o caminho para a civilização. Assim, o desenvolvimento das “artes liberais” no medievo foi uma forma de resgatar a ideia Greco-romana de Paideia, de ‘formação’.

Por essa razão são fomentadas aquelas “artes” que, segundo autores como Agostinho, aperfeiçoam a civilização (primeiramente aprimorando o indivíduo). Não apenas isso, as sete “artes liberais” (gramática, lógica e retórica, no Trivium, aritmética, geometria, música e astronomia no Quadrivium) tornariam o indivíduo livre. Dessa forma, não se trata de apenas um uso instrumental dessas “artes”. O propósito é, em certo sentido, mais abstrato: tornar-nos livres e mais humanos (o que nos conduz à felicidade, entendida aqui em um sentido aristotélico/tomista, isto é, como “plena realização humana”). Essa formação seria essencial à formação universitária.

Portanto, a formação nas “artes liberais” envolve, em grande medida, o desenvolvimento de nossas habilidades cognitivas e morais. Somente após desenvolvermos essas habilidades estamos prontos para a formação universitária.

Todavia, desafortunadamente, “Verdade” (como os demais conceitos que outrora inspiraram o surgimento das Universidades) passou a ser um termo assignificativo, vazio, e, mesmo, “politicamente incorreto”, especialmente em uma cultura acadêmica que fomenta o relativismo (sobretudo, e ironicamente, nas humanidades). Tais conceitos hoje repousam quase exclusivamente em seus lemas, não servindo mais como inspiração para o que se faz no interior dessas “universidades” (especialmente nas “humanidades”).

Isso faz parte da degenerescência das humanidades e, hoje, também da universidade de maneira geral, embora algumas áreas estejam, apesar de tudo, avançando no progresso de suas pesquisas. Aqui na UFPEL destaca-se a pesquisa na área da Epidemiologia, por exemplo, a qual é referência internacional, dada sua seriedade e preocupação com a Verdade.

Com efeito, a exortação ao ódio, à agressão e ao homicídio, no caso da tal professora de história, só é possível (com a leniência institucional da própria UFPEL, sob o título de “liberdade de cátedra” ou “liberdade acadêmica”) porque estamos em um processo de decadência intelectual e moral há décadas.

É somente porque a própria instituição está decaída que algo assim ocorre nela e é aceito, inclusive, pela administração superior (embora certamente a maioria dos estudantes e professores repudie tal ato: o senso moral é, afinal, parte do senso comum). Há muito tempo a universidade e as humanidades estão distantes de seus fundamentos, especialmente essas últimas.

E isso me leva ao outro aspecto de minha resposta ao aluno. Se por um lado eu defendo a importância das Humanidades na universidade, por outro compreendo as iniciativas para se eliminar tais cursos.

Embora esteja em um curso que seria afetado diretamente por tal medida, me sinto impelido pelo bom senso a conceder aos nossos algozes que eles estão certos em considerar que há desperdício de recursos públicos e tempo nas humanidades. E isso não apenas pelas universidades, mas, mesmo, por agências de fomento. Exemplos?

Em 2014 houve alguma repercussão nacional do desfecho de um evento realizado, com recursos públicos, na Universidade Federal Fluminense (UFF), intitulado “Corpo e resistência — 2º seminário de investigação & criação”.

O “evento” foi encerrado com a festa “Xereca Satânik”, na qual, dentre as diversas bizarrices ocorridas, uma militante feminista costurou a vagina após enfiar em seu interior uma bandeira do Brasil.

Além disso, temos teses e dissertações (muitas com fomento estatal) que vão desde a trajetória intelectual de Mano Brown (Unicamp), passando pela discussão das “interações homoeróticas em banheiros públicos” (UFBA), até a “grande pensadora contemporânea Valesca Popozuda” (UFF).

Basta uma breve visita a repositórios de dissertações e teses na área das humanidades, e isso nas diversas universidades (especialmente nas públicas), para que tenhamos uma ideia do atual estado de coisas. O princípio adotado nesse tipo de dissertação e tese é claro: quanto mais agressivo à inteligência e ao senso moral (e, mesmo, estético), tanto melhor. Não surpreende que isso tenha efeito na avaliação de nossas pós-graduações. Na avaliação realizada pela CAPES referente ao quadriênio 2013-2017 todas as áreas tiveram um crescimento em programas de pós-graduação de excelência, exceto as humanidades (na área de ciências humanas).

A área das “ciências” (termo que muitas vezes lhe é atribuído meramente por mera cortesia) humanas o crescimento foi “zero”. Enquanto as ciências exatas, a física, a biologia, crescem, decrescem as humanidades. Trata-se da mais abjeta estultificação dos estudantes, que são diuturnamente colocados sob discursos que vão contra seu bom senso e sua bússola moral. E tudo isso em nome de algumas ideologias e posições político-partidárias. Por essa razão abundam atualmente eventos, disciplinas, etc, sobre ‘ideologia de gênero’, ‘construção do saber” (como se não houvesse Verdade), e, é claro, sobre o suposto “golpe de 2016”, um tema mais na moda no atual momento.

LEIA TAMBÉM: Onda de cursos sobre “golpe” expõe domínio “acachapante” da esquerda nas universidades

Sem entrar no mérito do tema, o que demandaria profundo conhecimento não apenas de filosofia política, mas de direito constitucional e de outras questões atinentes ao caso e seu desdobramento na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (muito desse processo, aliás, está descrito em Impeachment - O julgamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado Federal, editado em 2016 pelo Senado Federal e disponível em seu site) eis um exemplo de como “construir uma narrativa” sem qualquer preocupação com os fatos, sem qualquer honestidade intelectual.

Aqui na UFPEL, tal como está ocorrendo em outras IES, haverá um seminário sobre o tema. E ele foi intitulado justamente “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil”. Trata-se um típico evento panfletário. Aliás, curiosamente a referida professora “natural Born killer” vai participar do evento. Pergunto-me o que ocorreria se alguém decidisse participar e questionar a tese/ “narrativa” (infundada: se ela possui algum fundamento eles ainda não o apresentaram) do “golpe”.

Receberia uma “voadora” “na alma”, “nas bolas”? Seria morto? Aliás, basta vermos a programação para percebermos que o tal seminário reproduzirá o tradicional discurso sobre os males do capitalismo, da malignidade do pensamento liberal, da ardilosa conspiração das “elites”, bem como, não poderia faltar, vão discutir também questões de gênero, direitos dos povos indígenas, imperialismo estadunidense e roubo de nossas riquezas naturais, etc.

Não tenho dúvidas de que vão também defender e enaltecer a “democracia”, o “pluralismo”, a “inclusão”, os quais, aliás, não se aplicam àqueles que não comungam de suas posições. Quase todos os temas clássicos, e já nauseantes, do universo das (des)humanidades estarão lá. E tudo sob a ideia geral de um “golpe”, o qual já está assumido como dado sem necessidade de qualquer justificação. Trata-se de um dogma já assimilado. Afinal, justificar tal tese demandaria estudo, pesquisa. Logo, é mais cômodo assumir a tese que se quer, independentemente de se ela se fundamenta ou não, e, então, “construí-la”.

E tal evento foi justificado, inclusive, pela administração da UFPEL, em nome, novamente, da “liberdade de expressão”, o que aponta para um total desconhecimento do que seja “liberdade de expressão”.

Aliás, essa ideia (“liberdade de expressão”) tem sido usada como um mantra que não denota coisa alguma (sendo, aqui, um pseudoconceito - assignificativo) especialmente quando são defendidas ideias de Esquerda (notem que tal direito não vale, por exemplo, para os estudantes da tal professora, os quais teriam causado tanto ódio nela em virtude de simpatizarem com ideias liberais e não considerarem que houve “golpe” em 2016. Eles cometeram aquele “crime” descrito no livro “1984”: um Thoughtcrime).

Mas em sua longa história, a qual podemos remontar à antiguidade grega, a ideia mesma de liberdade de expressão sempre esteve ligada a outras ideias fundamentais: “busca pela verdade” e “responsabilidade”. Noutros termos, temos, sim, liberdade de expressão. Mas temos esse direito em nossa “busca pela verdade” (a qual não é simplesmente o que gostaríamos que fosse o caso: muitas vezes a verdade conflita com o que queremos), e a ela está conectada a “responsabilidade” pelo que dizemos. Isso exclui, obviamente, discursos de ódio, como o da citada professora.

Há, pois, uma diferença entre um discurso de ódio e o uso da liberdade de expressão. Uma coisa é usarmos nossa liberdade de expressão para argumentarmos contra o sistema de cotas raciais, por exemplo. Outra coisa bem diferente é discursarmos em defesa da escravidão, do racismo. Apenas um psicopata não vê a diferença, tal ocorre quando é demandada a morte daqueles cujas ideias não se aceita (repudiando o “pacifismo”, nos termos da própria professora).

Nesse caso, da psicopatologia, não se pretende combater ideias, mas causar a morte daqueles que as possuem e defendem. Isso é psicopatologia pura e simples, o que aponta não apenas para a corrupção de algumas mentes, mas também das instituições que sustentam essas mentalidades.

Tais indivíduos e, eventualmente, instituições, seguem rigorosamente alguns princípios que encontramos em “1984”, de George Orwell: “He who controls the past controls the future. He who controls the present controls the past.” “War is peace. Freedom is slavery. Ignorance is strength.”

Trata-se de simplesmente criar uma narrativa e torná-la aceitável .. assentá-la no imaginário popular, especialmente do acadêmico (que acabará influenciando o senso comum em algum momento. Trata-se, como podemos depreender das palavras da tal professora, de incitar ao ódio e à violência como forma de gerar a paz ou algum outro bem (nos termos de Orwell esse é o “duplipensar”: “Doublethink means the power of holding two contradictory beliefs in one’s mind simultaneously, and accepting both of them”).

Notem que boa parte desses cursos - licenciaturas - forma professores. Qualquer ideia que se oponha a certas teses configura um “Thoughtcrime”: um crime de pensamento. Esse é o “delito” do suposto “fascista” (ou “coxinha”). Ele comete um Thoughtcrime. E logo será objeto de perseguição pela Thinkpol (Thought Police), a “polícia do pensamento”. Nesse momento parece, pelas palavras da dita professora e seus seguidores, que tal crime deve ser passível de pena capital (a qual, curiosamente, eles consideram – e nisso estamos em acordo – não se aplicar a criminosos homicidas).

Assim, as Humanidades, que pavimentaram o caminho para o avanço civilizatório, são, hoje, ironicamente, a causa de retrocesso nesse processo civilizatório. Em verdade, hoje elas colocam em risco os pilares da civilização ocidental, tendo já causado diversas rachaduras em seus pilares.

Assim, os acontecimentos nessas áreas nas últimas décadas deveriam servir para que resgatássemos, e reafirmássemos, os seus fundamentos. Voltemos aos clássicos, ao que é perene, às “artes liberais”, voltemos aos pilares da civilização. Ou fazemos isso ou nos aprofundaremos na barbárie vigente.

Tal aprofundamento na barbárie me faz considerar que o fim das “humanidades” pode ser a salvação da Humanidade. Ou o adiamento de seu fim. Dito de outra maneira, ou esses acontecimentos nos conduzem a uma reflexão imparcial ou as humanidades se tornam indefensáveis. Eis em que consiste o caráter paradoxal de minha opinião.

* Carlos Adriano Ferraz é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sendo também coordenador adjunto do Programa de Pós-Graduação em Filosofia na mesma Instituição. Doutor em Filosofia pela PUC-RS, fez estágio doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da State University Of New York (SUNY).

 

A fonte é Gazeta do Povo.

Sobre a crítica, eu acho que está acontecendo há algum tempo.

 

Sobre a segunda postagem:

Ainda não entendeu.  A crítica não é referente a formação da profissional na parte técnica, mas sim sobre como usar esta parte técnica para gerar mais riqueza ao otrabalhador e a sociedade. Isto só é possível se os tentáculos do estado saírem das mãos do cidadão com aprovação das ditas reformas e o que o Abraham propôs que é a mudança de mentalidade. Só que ae já abre outros procedentes que só serão esclarecidos em maio. Porém,   já temos que nos adiantar para a quarta revolução industrial que está batendo na porta e as consequências que isto irá gerar na nossa sociedade. Eu também sou contra a diminuição de investimentos nas áreas de filosofia e sociologia. E no fundo este problema irá permear por outros ministérios e também nem dá para montar uma crítica ou debater referente a isto sem sabermos o projeto que será debatido no dia 7 de maio no congresso.  Acho que debater sobre isto sem sabermos as leis é bater em fumaça como disse a Tabata Amaral naquele debate do CCJ contra o Velez.

 

Que texto maravilhoso, cara.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Citar

 

Esquerda tentou empoderar minorias e caracterizar cidadão ‘normal’ como exceção, diz presidente do BB

https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2019/04/esquerda-tentou-empoderar-minorias-e-caracterizar-cidadao-normal-como-excecao-diz-presidente-do-bb.html

 

 

The Great Replacement fazendo adeptos...

 

---

 

 

 

Chico Buarque feliz | Chico Buarque triste

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Ah pronto...

Citar

Weintraub não detalhou quais manifestações ocorreram nas universidades citadas, mas disse que esse não foi o único ponto observado. Essas instituições também estão apresentando resultados aquém do que deveriam, disse. “A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking.” Ele, no entanto, não citou rankings. 

De acordo com o MEC, as três universidades tiveram 30% das suas dotações orçamentárias anuais bloqueadas, medida que entrou em vigor na semana passada. Os cortes atingem as chamadas despesas discricionárias, destinadas a custear gastos como água, luz, limpeza, bolsas de auxílio a estudantes, etc. Os recursos destinados ao pagamento de pessoal são obrigatórios e não podem ser reduzidos. 

[...]

O ministro ainda acusou UnB, UFBA e UFF de queda no desempenho. No entanto, elas se mantêm em destaque em avaliações internacionais. O ranking da publicação britânica Times Higher Education (THE), um dos principais em avaliação do ensino superior, mostra que Unb e UFBA tiveram melhor avaliação na última edição.

Na classificação das melhores da América Latina, a Unb passou da 19.ª posição, em 2017, para 16.ª no ano seguinte. A UFBA passou da 71.ª para a 30.ª posição. A UFF manteve o mesmo lugar, em 45.º. Segundo a publicação, as três se destacam pela boa avaliação em ensino e pesquisa. E Unb e UFBA aparecem entre as 400 melhores instituições do mundo em cursos da área da saúde. 

Carlos Monteiro, especialista em gestão pela Universidade de Michigan, ainda avalia como contraditório punir uma universidade com corte de recursos por apresentar queda na qualidade. “O ministro deveria querer entender os motivos dos maus resultados.”

Piada pronta esse governo, utiliza da censura na cara dura e ainda vem alegar falta de desempenho das Universidades públicas sendo que elas são as melhores do país e o único lugar onde existe produção científica. As UFs já tem sofrido sucessivos cortes, não custa nada cortar mais um pouco e "acabar de matar" logo, não é mesmo?

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

11 horas atrás, David Reis disse:

O ministro ainda acusou UnB, UFBA e UFF de queda no desempenho. No entanto, elas se mantêm em destaque em avaliações internacionais. O ranking da publicação britânica Times Higher Education (THE), um dos principais em avaliação do ensino superior, mostra que Unb e UFBA tiveram melhor avaliação na última edição

Revista por revista, nós também temos outras que demonstram forte recaída:

Universidade de Brasília:

https://www.topuniversities.com/universities/universidade-de-brasilia

Tá caindo mais que a ação da Cielo

Em todas as vertentes

Universidade Federal da Bahia:

https://www.topuniversities.com/universities/universidade-federal-da-bahia

Caiu ano passado, mas não tá reagindo, reagiu pouco, que nem o nosso pibinho.

No ranking do Brics mostrou reação depois de forte recaída nos ultimos anos

Universidade Federal Fluminense:

https://www.topuniversities.com/universities/universidade-federal-fluminense

Caiu muito no ranking do Brics e tá indo a números medíocres

No ranking internacional mostrou um pouco de reação, mas como a UFBA, não houve reação significativa

 

Dados da QS World University que já foi parceira da THE e saiu para fazer seu próprio ranking.

 

 

 

 

 

 

 

 

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Leho. changed the title to Governo Jair Bolsonaro (2019-2022)
  • Leho. featured this tópico
  • Leho. unfeatured this tópico

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

  • Conteúdo Similar

    • mfeitosa
      Por mfeitosa
      E aí, pessoal! Dias atrás, vi uma notícia sobre a final da Série B do Campeonato Cearense e algo me chamou atenção: o Icasa não conseguiu chegar à final, sendo superado por times sem qualquer renome local, como Cariri e Tirol, este último sagrando-se campeão da competição.
      Essa situação garante uma terceira temporada em que o Verdão do Cariri estará fora da elite do futebol alencarino, relembrando um período sombrio de sua história entre 2017 e 2020, quando também competiu no segundo escalão cearense. Diante desse cenário, fiquei inspirado para iniciar um desafio no FM com o Icasa, aspirando um dia poder rivalizar novamente com os clubes da capital.

      O Icasa é um clube de futebol sediado em Juazeiro do Norte, Ceará, fundado em 7 de janeiro de 2002. O nome "Icasa" é uma abreviação da empresa Indústria e Comércio de Algodão S/A, do mesmo fundador do antigo Icasa Esporte Clube. Seu maior rival é o Guarani de Juazeiro, com quem disputa o Clássico do Cariri.
      A história do clube remonta ao Icasa Esporte Clube, fundado em 1963 por Teodoro de Jesus Germano, conhecido como Doro Germano. Após alguns reveses e uma ação judicial, o clube foi substituído pelo Juazeiro Empreendimentos, que participou dos campeonatos cearenses entre 1999 e 2001. Em 2002, surgiu a Associação Desportiva Recreativa Cultural Icasa, que passou a competir na segunda divisão do Campeonato Cearense.

      O Icasa teve ascensão meteórica, conquistando a segunda divisão estadual em 2003 e chegando à elite do futebol cearense. Nos anos seguintes, obteve três vice-campeonatos estaduais, mas em 2009 foi rebaixado. Rapidamente, em 2010, conquistou o título da segunda divisão e retornou à primeira.
      Destacou-se nacionalmente ao alcançar a Série B do Campeonato Brasileiro em 2010. Em 2013, alcançou a quinta posição na Série B, ficando a um ponto do acesso à elite do futebol nacional. No entanto, em 2015, foi rebaixado para a Série D do Brasileirão.

      Nos anos seguintes, enfrentou dificuldades, sendo rebaixado no Campeonato Cearense e não tendo participação em divisões nacionais. Em 2020, conquistou o título da Série B do Campeonato Cearense, retornando à momentaneamente na elite estadual, mas hoje já amarga alguns anos na Série B novamente, depois de ter sido rebaixado pela escalação irregular de um jogador em 2022.
      Apesar de todos esses altos e baixos, o Icasa permanece como um dos clubes mais importantes do interior cearense, com uma história marcada por momentos de glória e desafios a superar.

      Para conseguir comandar o Icasa no FM 2024 foi necessário utilizar o Brasil Mundi Up. Do update, optei pelo arquivo do "Formato Real", sem a Série Regional. Com isto, o Icasa iniciará sua trajetória na Série B do Campeonato Cearense e precisará buscar a classificação para a Série D por meio do Estadual. O Verdão também participará da Copa Fares Lopes, que é a taça da Federação Cearense de Futebol, no segundo semestre de cada temporada.
      Além da estrutura brasileira, carreguei as duas principais divisões dos demais países da América do Sul, com base de dados "Personalizada" (grande, incluindo jogadores de "equipe de topo" do mundo inteiro).


      Os objetivos iniciais do save serão basicamente os marcos mais importantes que um clube cearense poderia ter até chegar à elite do futebol brasileiro.
      Retornar à elite do Campeonato Cearense (rebaixado em 2022) Participar da Copa do Nordeste (nunca participou) Conquistar o título Campeonato Cearense (foi vice em 2005, 2007 e 2008 e campeão em 1992) Conquistar o título da Copa do Nordeste (nunca participou) Conquistar a vaga para a Série D (última participação em 2022) Conquistar o acesso à Série C (última participação em 2015) Conquistar o acesso à Série B (última participação em 2014) Conquistar o acesso à Série A (nunca participou) Em uma possível segunda parte do save, se eu ainda tiver gás para seguir, passaremos para um nível mais audacioso de objetivos, visando o âmbito nacional e continental.
      Conquistar o título da Copa do Brasil (participou apenas em 2009 e 2022) Conquistar o título da Série A (nunca participou) Conquistar a Libertadores da América ou a Sul-Americana (nunca participou de competições internacionais) Superar os times da capital Ceará, Fortaleza e Ferroviário no ranking de reputação
      Para assumir o comando do Verdão do Cariri, escolhi como "personagem" o ex-camisa 9 Marciano, um dos principais ídolos e maior artilheiro da história do clube de Juazeiro do Norte. Enquanto jogador, Marciano acumulou pelo menos sete passagens pelo Icasa e marcou 88 gols, segundo matéria do Jornal do Cariri.
      Entre suas idas e vindas, o ex-centroavante passou por clubes como Remo-PA, Brasiliense-DF, Guarany de Sobral-CE, Brasil de Pelotas-RS e Coritiba-PR. Ainda assim, o time onde Marciano jogou por mais tempo foi, sem dúvida, o Icasa-CE. Em 2013, deixou o futebol profissional para se dedicar à carreira na área jurídica.

      O perfil de Marciano foi criado no jogo sem "Qualificações de Treino" e experiência anterior de Futebolista Profissional (Nível Regional).
    • RafaelFS98
      Por RafaelFS98
      Olá pessoas, estou criando alguns adboards para deixar o FM mais imersivo, dou designer e já criei os adboards estáticos do campeonato, agr to criando os animados
      Gostaram? Queria saber se vcs contribuiriam para a criação de projeto focado em competições no Brasil, quem sabe nas americas
       
    • Kapiroto
      Por Kapiroto
      Olá, pessoal!
       
      Não sei mexer muito bem nas regras avançadas do editor do FM, mas na base da engenharia reversa (analisar o trabalho da concorrência e copiando a estrutura para meu arquivo), consegui fazer uma liga no brasil da seguinte forma:
       
      Séries A, B e C: ida e volta, pontos corridos, sobem 4 e descem 4.
       
      Série D: 4 grupos regionalizados de 16 times cada. Caem os 2 últimos de cada grupo e classificam os oito primeiros para o mata-mata. Quem se classificar para as semifinais garante o acesso.
       
      Série E: 8 grupos regionalizados de 16 times cada. Caem os 4 últimos de cada grupo e classificam os quatro primeiros para o mata-mata. Quem se classificar para as quartas de final garante o acesso.
       
      Já testei e está tudo direitinho. O único problema que eu preciso resolver para considerar tudo pronto é que na série D, por exemplo, o 1º colocado do grupo pela o 8º colocado do mesmo grupo no mata-mata, em vez do 1ª colocado do grupo A pegar o 8ª do B e assim vai.
       
      Se alguém puder me orientar sobre como solucionar isso, e não houver nenhuma objeção do pessoal que administra o fórum, posso disponibilizar o arquivo ainda hoje.
    • civilEN
      Por civilEN
      Estou criando uma base de dados do Brasil em formato real, com classificação da série D via estaduais, e com campeonatos amadores e de várzea, caso alguém puder ajudar, eu agradeceria muito
    • JGDuarte
      Por JGDuarte
      Brasil e Venezuela enfrentam-se hoje, 12 de outubro de 2023, às 21h30, em jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. 
      Escalações:


×
×
  • Criar Novo...