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A geração que encontrou o sucesso no pedido de demissão


_Matheus_

Posts Recomendados

Em 8/27/2016 at 17:51, _Matheus_ disse:

http://www.megacurioso.com.br/polemica/100123-a-menina-do-vale-o-vencedor-do-masterchef-e-a-hamburgueria-que-deu-ruim.htm

Texto correlato com o do tópico. Engraçado é que a Bel Pesce, que acho bem massa, vai ter que se desdobrar para sair desse mar de falta de credibilidade pelo qual vai navegar. Sim, foi uma ideia meio merda. Mas ela não é de uma "geração que..." teve tudo do bom e do melhor a troco de nada. Bom, talvez ela tenha nascido em berço de ouro, mas até onde eu sei essa graduação no MIT foi toda com base no esforço dela.

http://hbdia.com/dossie-hbd/bel-pesce-e-o-empreendedorismo-de-palco-porque-a-menina-do-vale-nao-vale-tanto-assim/

Site tá caindo muito. E a casa também caiu.

Apesar de não concordar com algumas coisas com: fazer eletiva no MIT = ler artigos na Wikipédia, a maioria do "teiiiixxxxtão" é razoável e faz bastante sentido.

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42 minutos atrás, _Matheus_ disse:

http://hbdia.com/dossie-hbd/bel-pesce-e-o-empreendedorismo-de-palco-porque-a-menina-do-vale-nao-vale-tanto-assim/

Site tá caindo muito. E a casa também caiu.

Apesar de não concordar com algumas coisas com: fazer eletiva no MIT = ler artigos na Wikipédia, a maioria do "teiiiixxxxtão" é razoável e faz bastante sentido.

Carai, textinho indigesto para a Bel, hein? Hahahaha.

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37 minutos atrás, aldin disse:

Carai, textinho indigesto para a Bel, hein? Hahahaha.

Terminou de enterrar. hahaha

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Bom galera, eu vejo isso tudo com um pouco da questão daquela história do piloto de avião que olha o tiozinho lá na roça e vê uma série de vantagens na profissão dele, e vice versa com o tiozinho que olha para o avião e gostaria de ser o piloto do mesmo!

Mas não é apenas isso, o que vale realmente é o coração, pois se você parar para avaliar a disputa de pensamentos entre cérebro X coração é algo muito sério.

Primeiramente a mentalidade de todos nós deveria ser a de que todas as profissões são importantes como um todo, numa forma geral. Imagine como seria se o lixeiro não passa-se mais na sua rua pois não tem profissionais? Ou se no almoço não terá alface e tomate pois ninguém quer mais planta-los.

Partindo deste pensamento, logo seria justo dizer todos nós deveríamos ir atrás de empregos relacionados aos nossos sonhos, e vontades maiores, que podem ser muitos e que é totalmente ligada ao nosso coração, que deseja isso.

Mas no dia a dia historicamente nosso cérebro faz com que agimos diferente, indo atrás muitas vezes de status, dinheiro fácil, carreiras de sucesso, seja por conta própria ou por apoio e pressão de familiares, amigos, professores, etc. Afinal, para sequer ousar chegar nisso, é necessário perfil de nós mesmos. ( Pensem ai agora, quantas pessoas que estudaram com você, que não sabem nem escrever direito?).

Mas são muitas outras visões, pensamentos, metas, que acontecem com todos nós, afinal somos humanos, não máquinas, temos o direito e dever de não estar satisfeitos com o nosso emprego atual, mesmo sendo ele o emprego dos sonhos de muitos.

Eu mesmo sempre trabalhei em negócio próprio, desde a infância, me cansei e fui buscar outro caminho. Estou aqui no momento, coordenando equipes, montando outras, vestido na estica, usando um perfume que eventualmente usaria somente nos finais de semanas, sentado em uma cadeira confortável, com água gelada, café fresco, ar condicionado na temperatura escolhida, na frente de um lap top dos bons, com tempo suficiente para ler o tópico e escrever nele também, através de uma conexão de internet incrível, já pensando no almoço com as despesas pagas pela empresa. Mas isso não é garantia de felicidade, pode ser que eu me canse disso e comece a vender coxinhas e prato feito por exemplo, penso muito nisso, não sou preso a nada, e ninguém deveria ser!

Por fim,

ACEITE AS CONSEQUÊNCIAS DO QUE ACHA QUE TE FAZ MELHOR!

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  • Diretor Geral
4 horas atrás, _Matheus_ disse:

http://hbdia.com/dossie-hbd/bel-pesce-e-o-empreendedorismo-de-palco-porque-a-menina-do-vale-nao-vale-tanto-assim/

Site tá caindo muito. E a casa também caiu.

Apesar de não concordar com algumas coisas com: fazer eletiva no MIT = ler artigos na Wikipédia, a maioria do "teiiiixxxxtão" é razoável e faz bastante sentido.

Cara, eu NUNCA tinha ouvido falar nessa garota. Mas aí quando vi o rosto dela no vídeo do "Zebeléo", achei-o familiar e fui buscar na memória de onde eu conhecia esse rosto. E bingo! Foi no Facebook, onde ela declama um texto feito por um gringo falando sobre o "jeitinho brasileiro".

OAIHEIOUHAOIUEHOIUAHEOIUAHEOUIHAOE!

 

Caralho, quanta ironia.

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1BUBlac.png

E vem resposta, @aldin

???

Flagrada! hahaha

Ela já mandou atualizar as referências a ela num dos projetos onde ela não apareceu.

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tirinha-do-laerte1.gif

Não adianta... Você pode ser o cara mais esforçado do mundo mas tudo depende do "roteiro da vida". Você pode dedicar 20 horas do seu tempo trabalhando, estudando e se esforçando mas se a vida não quer, você não vai conseguir. Uma básica analogia: É tipo seu atacante no FM. Se o FM não quer que ele faça gol, ele não vai fazer. A bola vai na trave, ele vai chutar pra fora umas 500 vezes, vai ter gol anulado, vai dar uma de Deivid mas não vai fazer gol porque a Engine não quer que ele faça ainda que ele tenha 20 de Determinação, Indice de Trabalho, Profissionalismo, etc...

Não há regras, filosofias, simpatias e afins que te façam um "vencedor" e sim o seu destino traçado. Já dizia o rapper Shawlin: "Tudo oque eu faço é viver e ficar adicionando páginas..."  ou Mano Brown: "Oque tiver que ser será meu, tá escrito nas estrelas vai reclamar com Deus"A vida é assim amigos, eu já morri no futuro e só me resta agora viver o presente, viver e ver oque a vida reservou para mim. 

Sobre trabalho... Se a pessoa se sente bem no trabalho, ela vai ser mais produtiva. Voltando a analogia com o FM: Se você souber gerir o elenco, deixar todos os jogadores satisfeitos, você vai poder extrair o melhor do jogadores e assim poder conquistar títulos. Odeio o tipo de gente que taxa todo mundo que procura diferentes formas de ganhar dinheiro como vagabundo. Foi como falaram aí, vida só há uma e temos que aproveitar o máximo. Profissionalmente o coração tem que falar mais alto e se der errado, vida que segue e ninguém morre por isso, é recomeçar tudo de novo e arranjar outros objetivos. Eu por exemplo trabalhei bastante em frente ao computador e até hoje sinto minhas vistas cansadas devido ao uso excessivo da tela. Além disso estresse, desconforto (calor, desconcentração, fome, pensamentos, etc) também me trouxe uma postura errada que felizmente consegui corrigir a tempo e uma certa descontração na hora de escrever e elaborar textos (peço perdão pelo meu excesso de erros). Muita gente tenta se dar bem e acaba se dando mal de diversas maneiras. Existe aquelas "tirinhas anarquistas" sobre trabalho e algumas até fazem sentido, como o Pai que trabalha o dia inteiro e não tem tempo para os filho e a mulher. Inclusive recomendo os filmes: A Criada e Que Horas Ela Volta? que tratam justamente sobre esses assuntos.

O Pedreiro, Vendedor das Casas Bahia, Zelador (todas as profissões ridicularizadas pelos "fod*es que buscam o sucesso trabalhando") quando chega em casa é recepcionado quase que com festa todos os dias, mesmo morando em um cubículo na favela (fora dela) ou alugado. Tem festa a cada 3 meses, churrasco quando pode e quando tem aquele jogaço do Flamengo, a mulher e os filhos o amam, ainda sobra tempo pra jogar conversa fora com os amigos no bar típico de um letra C. E o solteirão de 40 anos que mora com os pais AINDA buscando a tal vida perfeita? Muitos tem oportunidades, seja ela nos estudos ou em ter uma vida por mais que difícil, saber tiver proveito dela. Somente você pode definir o seu sucesso.

Sobre esses "ascendentes" que viram até filme, só um texto: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/11/24/tecnologia/1416831260_738423.html

Em 22/08/2016 at 16:55, John the Baptist. disse:

Se vocês trabalham, não são capitalistas. Apenas isso, e vida que segue.

Perfeito.

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Em 29/08/2016 at 10:31, aldin disse:

É isso aí, mano. Não tem muito o que falar, o esquema é aproveitar esse vácuo criado pela geração Wanderlust e ir pra cima.

 

 

Eu carrego comigo a premissa de que PRODUTIVIDADE é uma das virtude do ser humano. Todos nós devemos ser produtivos, devemos nos sentir produtivos, essa é a base da existência humana. O que entendo como Produtividade? Basicamente é o processo constante de adquirir conhecimento para traduzir ideias em formas físicas, independente da área.

Sobre 'fazer quase nada' ou 'trabalhar quase nada', lamento muito por você e principalmente pela produtividade do Brasil. Infelizmente esse é um dos problemas do páis: o sonho do funcionalismo público para trabalhar menos e ganhar um salário razoável. É o mindset do brasileiro.

Não me leve a mal, mas o que me conforta é que mais cedo ou mais tarde, esses empregos irão acabar, porque não existe justificativa de pagar um salário para algo improdutivo. Temos um Estado totalmente inchado e ineficiente.

 

Cara, concordo plenamente com seu ponto. Cada um vive da forma que quiser e encontra a felicidade de n maneiras. A minha crítica foi porque a autora usou péssimos exemplos de pessoas saindo do corporativo para uma vida mais zen, no stress.

Não consigo imaginar uma vida sem ambições. Ambição é fundamental, é uma virtude que te faz levantar todo dia cedo e ir atrás do seu objetivo, seja o cara do corporativo seja o vendedor de biscoito no metrô. Aliás, com certeza esse vendedor rala muito, viu? Acorda bem cedo todos os dias, faz todos os preparativos e vai a luta. Em nenhum momento eu falei que essas pessoas são piores. Isso se aplica ao dono do restaurante também. São casos de empreendedorismo e com certeza dão muita raça, se estressam e trabalham muito.

A conclusão é que não existe dinheiro fácil. Independentemente da carreira, você trabalha duro ou assume grandes riscos.

...trabalhando quase nada, só para estudar o que faria da vida para ser feliz... não por que simplesmente não queria "produzir". Larguei um trabalho que me remunerava 5x mais que a média nacional, por que me fazia sentir mal, estava me afastando da felicidade.

Se não fosse um concurso seria de outra forma. O ponto é que eu abandonei coisas que davam certeza maior de dinheiro, porque queria algo part-time para estudar o que quero fazer da vida nesta prioridade: 1- felicidade, 2- dinheiro.

E creio piamente que quando se trabalha com o que gosta de fazer, o dinheiro é facílimo, muito fácil mesmo, é ganho até com satisfação e prazer  

 

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Não sei se encaixo esse nocaute na categoria Anderson Silva x Belfort ou Weidmann x Belfort, porque o negócio foi feio. 

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Ela deve estar preparando a resposta, mas a demora deve ser porque:

 

- Está entrando em contato com todos os projetos nos quais participou, pedindo certificados e inclusão do nome dela. Inclusive uma edição já foi feita com um trecho bem similar ao que tinha no LinkedIn dela.

- Vai dizer que estava mergulhada em alguns projetos, aprendendo e ouvindo muito e que quer compartilhar tudo conosco.

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  • Diretor Geral
7 horas atrás, _Matheus_ disse:

- Vai dizer que estava mergulhada em alguns projetos, aprendendo e ouvindo muito e que quer compartilhar tudo conosco.

OAHEUIAOIEHIUOAHEIOUHAOEIUHOAE! Eu ri disso.

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Bel Pesce
3 h · 

A respeito de toda essa confusão que está rolando ao redor do meu trabalho e principalmente da minha vida pessoal: antes de responder para aqueles cheios de ódio, que já tiraram conclusões e usarão qualquer fato ou informação de má-fé e de forma deturpada, eu faço questão de me organizar, levantar documentos, e tão logo eu chegue de volta ao Brasil (estou no momento em uma viagem no Vale do Silício com alunos), terei uma resposta para aqueles que me seguem e acreditam no meu trabalho.

Desconstruções propositais de imagens são muito comuns no universo dos haters, são feitas por um “embaralhamento” de informações, com a intenção de levar cada fato a um duplo sentido confundindo as pessoas, e fica evidente que muitas das afirmações feitas são basicamente caluniosas e outras são visões diferentes e mal-intencionadas de um mesmo fato ou situação. Como já diria o ditado, “qualquer ser humano visto de perto tem imperfeições”, por isso na minha resposta vou expor fatos e também deixar claro todo o meu lado humano.

Obrigado pelo carinho de todos que estão me apoiando, vejo este como mais um grande desafio na vida dos que escolhem empreender.

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8 minutos atrás, Pescador Parrudo disse:
Bel Pesce
3 h · 

A respeito de toda essa confusão que está rolando ao redor do meu trabalho e principalmente da minha vida pessoal: antes de responder para aqueles cheios de ódio, que já tiraram conclusões e usarão qualquer fato ou informação de má-fé e de forma deturpada, eu faço questão de me organizar, levantar documentos, e tão logo eu chegue de volta ao Brasil (estou no momento em uma viagem no Vale do Silício com alunos), terei uma resposta para aqueles que me seguem e acreditam no meu trabalho.

Desconstruções propositais de imagens são muito comuns no universo dos haters, são feitas por um “embaralhamento” de informações, com a intenção de levar cada fato a um duplo sentido confundindo as pessoas, e fica evidente que muitas das afirmações feitas são basicamente caluniosas e outras são visões diferentes e mal-intencionadas de um mesmo fato ou situação. Como já diria o ditado, “qualquer ser humano visto de perto tem imperfeições”, por isso na minha resposta vou expor fatos e também deixar claro todo o meu lado humano.

Obrigado pelo carinho de todos que estão me apoiando, vejo este como mais um grande desafio na vida dos que escolhem empreender.

Já ia postar. Do nada foi pro Vale do Silício com alunos (disfarçar né?). Foi é buscar documentação. Falou falou e não falou nada nessa porra hahahaha

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Agora, _Matheus_ disse:

Já ia postar. Do nada foi pro Vale do Silício com alunos (disfarçar né?). Foi é buscar documentação. Falou falou e não falou nada nessa porra hahahaha

Isso mesmo, com alunos rsrsrsrs.

Cara, duvido ela se safar dessa ... era muita mentira.

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Cara, ela não tem mais como mentir, só tentar ludibriar com jogo de palavras.

A internet está cravada nela, nego vai revirar qualquer virgula dela atrás de qualquer coisa distorcida.

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Mto bom ahhahahahahahahaa

https://twitter.com/evandrof/status/771156177338167297/video/1

Mais um ahhahahahahaaahahaahahhahahaa

Sensacional

 

 

Caralho só tem podre

Madura, Bel já sabe que o erro faz parte do aprendizado e os fracassos devem interessar tanto quanto as histórias de sucesso. E admite seu maior erro, com certo pesar. Deixou de lado o sonho de infância de trabalhar nos estúdios de animação da Pixar. Aos dez anos, quando montava pulseiras em casa e imaginava jogos, já tinha se encantado porToy Story, primeiro filme da empresa, e se imaginava trabalhando lá. John Lasseter, CEO da empresa, chegou a criar um cargo exclusivo na companhia para contratá-la, mas uma proposta “melhor” do Google a desviou do sonho.

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Nunca tinha ouvido falar dessa pessoa na vida antes desse tópico aqui, então certamente que minha opinião tem viés de confirmação. Mas assim, como é que tanta gente acreditou na história dessa mulher? Cinco graduações, todas as empresas fodas do mundo querendo muito ela e não sei mais o quê. Olhando agora parece tão óbvio...

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Visitante João Gilberto

Toda vez que ouvia a vinheta da chamada dessa mulher na CBN mudava de rádio porque não suportava sequer a voz dela. NUNCA consegui engolir nada do que ela falava, tudo em tons animado demais pro meu gosto, tudo muito perfeito, fórmulas mágicas sem o menor sentido... eu simplesmente não entendo como alguém consegue se motivar com isso, sinceramente. É muita carência.

No fundo, a vontade dela deve ser querer ser um Sean Parker brasileiro.

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O lance do UOL editar as matérias sem nenhuma errata foi triste, essa é a cara de nosso jornalismo. 

Quanto ao caso, destaque para a conclusão da resposta dela:

"Espero que as pancadas que eu levei nessa semana nos ajude a refletir sobre escolher bem no que devemos acreditar."

Hahahauha, seria um mea culpa camuflado? 

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Publicitário abandona carreira e testa 31 trabalhos em 31 dias

Néli Pereira
da BBC Brasil, em São Paulo
6 setembro 2016
 
Eduardo Talley

O publicitário Eduardo Talley passou 31 dias fazendo bicos diferentes em funções nas quais ele nunca havia trabalhado - de marceneiro a cozinheiro, passando por babá e jardineiro - para descobrir outros talentos e "voltar a ter satisfação no ambiente profissional".

Depois de largar um emprego como diretor de arte em uma agência de publicidade de São Paulo, o brasiliense guardou dinheiro e foi viajar pelo mundo. Na volta, passou a fazer "bicos" até criar, em março deste ano, o projeto onedayhand (uma mãozinha por dia, em tradução livre do nome em inglês), no qual ele passou um mês inteiro em 31 "empregos" diferentes.

"Isso me deu uma sensação que eu já não sentia em publicidade fazia tempo: de satisfação, de reconhecimento, de trabalho concreto com começo, meio e fim", disse.

O projeto foi realizado em São Paulo no mês de abril, e Talley já prepara um calendário para fazer o mesmo no Rio de Janeiro. Além disso, ele também pretende criar uma plataforma para que mais pessoas possam ter a mesma experiência.

"Recebo mensagens de pessoas que estão há 15 anos na mesma profissão e não sabem nem por onde começar a pensar em outra coisa, embora tenham vontade de mudar de carreira, ou de experimentar outros trabalhos. Essa pode ser uma oportunidade de experimentar", conta.

Eduardo Talley
Talley trabalhou como ajudante de cozinha e outras funções que nunca havia exercido antes

Transição

A mudança de vida de Talley começou em 2012, quando era diretor de arte de uma grande agência e tinha, segundo ele, "o que pode ser considerado um bom salário para a área" - na qual trabalhava havia 10 anos.

Apesar disso, não estava satisfeito: trabalhava horas demais e achava que everia ser melhor remunerado pelo que fazia. Depois de algum planejamento, economizou dinheiro e decidiu dar uma volta ao mundo.

"Eu estava no melhor momento da carreira, trabalhei nas melhores agências, bom salário, bom cargo, enfim, eu gostava do que fazia, mas aquilo parou de fazer sentido pela energia que você gasta, falta de reconhecimento, tempo que gasta no trabalho e falta de tempo para a vida pessoal, coisas que todo mundo reclama."

"Aí achei que não dava mais e pedi demissão. E fiz uma poupança boa, não tinha nem tempo para gastar dinheiro antes, tinha poucas férias, e guardei dinheiro para poder dizer: agora eu posso decidir o que eu vou fazer", contou.

A viagem durou um ano e o fez conhecer muitas pessoas com profissões vistas como "subempregos" no Brasil, mas que, ao contrário da situação desses profissionais aqui no país, conseguiam ganhar o mesmo que ele com o cargo como que ocupava na publicidade, por exemplo. Foi quando pensou que também gostaria de ter essas experiências.

"De volta ao Brasil passei dois anos trabalhando de várias coisas: em obras, como assistente de pedreiro, em produção, fui numa viagem de veleiro com a família Schurmann, oferecia minha mão de obra em coisas que nunca tinha feito. Consegui pagar minhas contas praticamente fazendo trabalhos aleatórios, coisas que eu estava fazendo pela primeira vez

Em março deste ano, decidiu criar o onedayhand, e se propôs a trabalhar cada dia do mês de abril em uma função diferente.

Ele criou o site oferecendo um calendário de um mês. Ali, ele colocou o que sabia fazer, o que tinha feito algumas vezes e o que tinha vontade de aprender. As pessoas podiam entrar no site e agendar direto no calendário, ou entrar em contato com ele por e-mail ou redes sociais.

Não foi fácil completar o mês dos 31 trabalhos em 31 dias. Às vezes era preciso chegar do trabalho e tentar marcar os freelas do restante da semana. Muitos deste surgiam através da indicação de terceiros.

"Eu já estava fazendo, mas foi uma forma de mostrar para as pessoas que é possível fazer. Experimentar uma coisa nova, um ofício novo, nem que seja por um dia. Para alguns vai ser meio terapia, para outros, uma forma de descobrir o que você quer - tem gente que não sabe nem por onde começar."

Nesse período, trabalhou como babá para os filhos de um amigo, como assistente de cozinha, ajudante de marceneiro, produtor de eventos, garçom, pintor, entregador de plantas, sorveteiro, entre outros.

"Foi uma sensação ótima, e ainda tem muito mais coisas que quero aprender a fazer."

E foi preciso ter experiência para conseguir os trabalhos? Ele conta que no trabalho de marcenaria, por exemplo, para tarefas simples como lixar uma peça, não é preciso tanta experiência, mas disposição.

Como ajudante de cozinha, cortou alimentos, lavou louça, descascou batata. Na sorveteria, serviu sorvetes. Em São Paulo, pelo que dá a entender, parece haver uma demanda grande por freelas desse tipo: gente que precisa de mão de obra básica.

Eduardo Talley
Ele pretende continuar a ter empregos diferentes, sem trabalho fixo

Padrão de consumo

A relação entre trabalho e felicidade ou realização pessoal é um tema quente na internet, onde textos sobre experiências de como um pedido de demissão mudou a vida de uma pessoa podem viralizar da noite para o dia.

Sobre o tema, Eduardo Talley pondera que apesar da experiência (de mudar de trabalho) ser boa, a mudança não é só profissional, ou de qualidade de vida, mas também de custos e padrão de consumo.

"Eu não sou rico, não tenho mesada dos pais, ou algum suporte desse tipo. Para conseguir fazer o que eu faço até hoje e continuar fazendo, sem ter que voltar para uma agência, tive que baixar meus custos. É preciso repensar valores, consumo, você não precisa mais comprar um carro, ter uma casa, o melhor telefone celular, tem que diminuir o custo de vida, é o primeiro exercício."

Segundo ele, é possível ganhar de R$ 50 a R$ 150 por dia, dependendo da função.

"É mais do que muita gente ganha ralando o mês inteiro num mesmo lugar. Mas não tem a estabilidade que muita gente procura. A gente foi criado para trabalhar, ter uma carreira, comprar um carro, uma casa e ter uma família. Hoje a gente não precisa mais querer isso, buscar isso, mas tem muita gente também que não sabe o que quer, e aí está o problema".

Talley não pretende parar de experimentar novas funções, pelo menos por enquanto.

"Tem muita coisa que ainda quero aprender: fazer joias, cuidar de cachorros, um monte. Quero continuar a fazer coisas que nunca fiz. Pelo menos mais umas cem."

 

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Esse tópico trata de uma tema difícil.

Tenho duas premissas, e não tenho pretensões revolucionárias de mudar isso (seja por falta de vontade, seja por achar que isso é impossível): 1) A maioria esmagadora das pessoas estão dentro da "Matrix" em que o sucesso é ser bem sucedido profissionalmente. Tal sucesso traz muitos benefícios, mas tem um preço; 2) O mundo é capitalista, e por mais que vc não dê tanto valor ao dinheiro, ele na sociedade atual está intimamente ligado à sua sobrevivência.

Com base nisso, quase todo mundo trabalha com coisas que odeiam, muito mais do que precisam.

É difícil simplesmente largar tudo e viver uma vida de nômade, tal como muitos de nós se sentimos aptos para tanto. Eu diria que não temos muita facilidade para isso. Tudo gera um custo, burocracias.... é muito desestímulo em comparação ao incentivo para se viver dentro dos "padrões".

Para mim isso se relaciona diretamente com as inúmeras formas de controles que estamos submetidos.

A mera mudança de trabalho (pedir demissão e largar tudo) não significa necessariamente o rompimento com essas formas de controle, mas pode ser apenas uma migração para outro tipo.

 

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