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Desemprego, estatísticas e manipulações


Dr.Thales

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Facebook, Twitter e outras redes sociais trouxeram coisas boas e ruins. Uma das mais convenientes é saber os assuntos que mais interessam. Recentemente, poucos temas geraram tanta inquietação e nenhum, tanta incompreensão, quanto nossos números de emprego. Quase todos sabem que a taxa de desemprego despencou e está entre as mais baixas do mundo e da História. Mas você sabia que de cada 100 brasileiros em idade de trabalho, só 53 trabalham?

Isso mesmo. Pelos dados oficiais do IBGE, de cada 100 brasileiros em idade de trabalho, 53 trabalham, 3 procuram emprego e não encontram e 44 não trabalham, nem procuram emprego. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), 5% estão desempregados nas 12 maiores regiões metropolitanas do país.

Só é considerado desempregado quem procura emprego e não encontra (3%) sobre o total dos que procuraram emprego (56%). Quem não procura (44%), tecnicamente não está desempregado. Esta não é uma manipulação estatística. O mesmo conceito vale no mundo todo. Porém, se a estatística não é manipulada, sua interpretação é. Baseado na baixa taxa de desemprego, o governo sugere que quase todos os brasileiros têm emprego. Na realidade, quase metade (47%) não tem e muitos estão subempregados – sem carteira assinada ou trabalhando menos do que gostariam. Basta uma hora semanal de trabalho assalariado para ser considerado empregado.

Excluindo-se empregados e desempregados, sobram os que só estudam, os aposentados, os pensionistas e os que não querem trabalhar, totalizando 44% da População em Idade Ativa (PIA). Na PME, a PIA considera todos acima de 10 anos. Quem tem menos de 18 anos não deveria trabalhar, mas, paradoxalmente, inclui-los na PIA reduz a taxa de desemprego. Os poucos que trabalham aumentam o total de empregados, mas a quase totalidade dos que não trabalham não procura emprego. Por isso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, também do IBGE, que mede o desemprego em 3,5 mil municípios entre os maiores de 15 anos, aponta uma taxa de 7%, contra 5% da PME. Considerando apenas quem tem de 18 a 65 anos, a taxa de desemprego seria ainda mais alta.

A porcentagem dos que trabalham em relação à PIA no Brasil (53%) é hoje menor do que na maioria dos países da Europa, onde as taxas de desemprego chegam a 5 vezes mais do que aqui.

Pior, o número de empregos tem caído. Nas maiores regiões metropolitanas, há hoje 142 mil empregos menos que há um ano. Por que o desemprego continua caindo, então? Porque mais gente desistiu de procurar emprego do que caiu o número de empregos.

Infelizmente, quem determina a geração de riqueza em um país é o total de pessoas trabalhando, não a taxa de desemprego. Com menos empregos, o crescimento tem sido pífio, mas com menos gente procurando emprego, o desemprego caiu.

Milhões de pessoas deixaram de buscar empregos nos últimos 10 anos por quatro razões. Temos, hoje, dois milhões de estudantes universitários a mais, o que é ótimo. Uma parte deles não trabalha nem busca emprego.

As outras três razões são negativas. A população brasileira está envelhecendo, reduzindo a parcela dos que trabalham e aumentando a dos aposentados. Há ainda os efeitos das políticas do governo. O Bolsa-Família melhora as condições de sobrevivência de milhões de famílias, mas em locais onde os salários são pouco superiores ao benefício, desestimula a busca por emprego. Desde 2004, o número de beneficiários subiu de 6,6 milhões para 14,1 milhões.

Por fim, há a expansão do prazo e valor do seguro-desemprego. Nos últimos 10 anos, o desemprego caiu de 13% para 5%, mas os gastos com abono e seguro desemprego subiram de R$13 bilhões para mais de R$ 45 bilhões. Quem recebe seguro desemprego e não busca emprego não é considerado desempregado na estatística. Com a ampliação do benefício, mais gente entrou neste grupo.

De um ano para cá, o mercado de trabalho piorou. Há menos empregos e quem procura demora mais para encontrar. Entre os novos empregados, a participação dos que encontraram emprego em menos de 6 meses caiu 8%; já a dos que levaram de 6 meses a um ano subiu 19% e a dos que levaram mais de um ano subiu 36%. Dificuldade em achar emprego leva alguns a deixarem de procurar, reduzindo a taxa desemprego. É o que tem acontecido.

Resumindo, criar condições para que o país volte a criar empregos e estimular os brasileiros a quererem trabalhar serão dois dos maiores desafios dos próximos anos.

Ricardo Amorim, economista.

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É assustador o número de pessoas que nem procuram emprego! Cada reportagem que eu vejo sobre desemprego eu mais me assusto (fim do ano já vou começar a trabalhar).

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Essa conversa de Desemprego x PEA vai longe. Se vocês forem nos blogs do Paul Krugman e do John Cochrane (Grumpy Economist) vão achar muito sobre isso, já que também é uma questão sensível lá nos EUA.

E na boa, eu não consigo ver como um benefício que tem um teto relativamente baixo em relação ao salário mínimo consegue desestimular tanto a busca por emprego. Talvez desestimule a pessoa a pegar um subemprego, que no final das contas não conta na estatística de qualquer jeito. O que você vê é muita gente que trabalha e continua complementando com o benefício, isso sim. Se alguém tiver um estudo realmente sério sobre isso seria legal trazer aqui.

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Cara, essa sensação de não haver desemprego depende muito do teu circulo social. Aqui no rio pelo menos, na minha faixa etária (22-26 anos) e na classe media, só não ta empregado quem não quer. Não que todos estejam exercendo funções ideais, mas muita gente tem emprego. Isso da uma sensação de estabilidade bizarra. Mas realmente, não sei como fica essa mesma sensação em camadas mais pobres da populacao, que o que eu acredito que faça esses números.

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A estatística é correta. Quem não procura emprego não pode ser contado como força de trabalho.

Estudantes estão em idade de trabalho, se entrarem naqueles 44 que não trabalham já daria uma diferença considerável.

Outra coisa é a percepção do desemprego. Na década de 90 principalmente mais pro final e ali por 2000/2001 quando a taxa de desocupação batia os 12% todo mundo conhecia alguém desempregado, que procura emprego e não conseguia e por aí vai. Isso (ao menos aqui em SC) eu nunca mais vi. Pelo contrário, tem vagas em coisas dinâmicas como redes de fast food que passam semanas em aberto (e muita vezes são preenchidas por gente de fora do estado e estrangeiros).

Outro exemplo são empregos como faxineira, manicure, babá, gari, etc. que cada vez tem menos gente disposta a fazer (em algumas cidades estão fazendo programas de trabalho com redução de pena para condenados que tabalhem de gari, por exemplo).

E ao mesmo tempo sobram vagas para pessoas qualificadas porque tivemos um gap muito grande nessa questão. Na área de tecnologia, engenharias, etc. tem muita vaga não preenchida.

E mesmo não tão qualificadas, tem indústrias (como as de cerâmica) que passam em cidades menores anunciando emprego e disponibilizam ônibus para buscar e levar os funcionários. Como o trabalho é pesado muitos ficam poucos meses e largam então estão sempre procurando.

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A metodologia para o cálculo no Brasil é igual a de outros países?

Até onde eu saiba, se não é igual não é nada dramaticamente diferente. E os dados-base podem ser obtidos por qualquer um, qualquer pesquisador ou instituição pode criar sua própria metodologia. Então não há muita margem pra manipulações.

Se não me engano a última mudança jogou a taxa pra cima.

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As pessoas, tem horas, que parecem não entender algumas coisas.

Vamos lá:

1-) Eu só coloquei o texto aqui, pra explicar pra quem não sabe qual a metodologia usada, pra entenderem quando usam os termos de "pleno emprego" e quando dizem qual a taxa de desemprego do país.

2-) Não, quem trabalha vendendo bala no semáforo ganhando 50 reais por mês não reforça os números de "desempregados". Assim como qualquer outra ocupação ou sub-emprego.

3-) Quando usam o "universo de pessoas" a partir dos 10 anos de idade para criar estes números, jogam a taxa de "desemprego" pra baixo, já que a maioria das pessoas entre 10 e 16 anos não estão trabalhando e também não procuram emprego, ou seja, aumentam o número total de pessoas da pesquisa, e aumenta, também, pro lado dos que não trabalham e não procuram emprego.

4-) Não vou aqui discutir a "sensação" de emprego ou desemprego, pois ela é, primeiro, subjetiva. Segundo, restrita ao extremo. Só posso dizer sobre o que EU percebo frente ao círculo social ao qual tenho mais conhecimento.

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Essa conversa de Desemprego x PEA vai longe. Se vocês forem nos blogs do Paul Krugman e do John Cochrane(Grumpy Economist) vão achar muito sobre isso, já que também é uma questão sensível lá nos EUA.

E na boa, eu não consigo ver como um benefício que tem um teto relativamente baixo em relação ao salário mínimo consegue desestimular tanto a busca por emprego. Talvez desestimule a pessoa a pegar um subemprego, que no final das contas não conta na estatística de qualquer jeito. O que você vê é muita gente que trabalha e continua complementando com o benefício, isso sim. Se alguém tiver um estudo realmente sério sobre isso seria legal trazer aqui.

Como eu disse, no meu post acima, você tá enganado. Um sub emprego entra pra estatística sim, mas na dos "empregados".

Numa viagem de 30 dias (minhas férias) que fiz pelo nordeste de carro (em 2011), viajei de São Paulo até o Rio Grande do Norte e voltei (fui pelo litoral, voltei pelo interior, parando pelo caminho).

Eu cansei de conhecer cidades onde as pessoas ganhavam 30/40 reais por mês lá. Lembro de uma guria que dizia que o povo mais rico da cidade eram os aposentados, pois ganhavam um salário mínimo...E ela trabalhava na casa de um casal de aposentados, de segunda a sexta, como empregada, e ganhava, na época, 30 reais por mês.

E ela entra, na estatística, como empregada.

Se as pessoas trabalham o mês inteiro, nessas regiões, pra ganhar 50/100 reais, o BF paga até 220 pra essas pessoas, então, eles deixam de trabalhar, mas não entra pros índices de desemprego, pois também deixam de procurar emprego.

Aqui não é uma crítica ao BF, e sim às pessoas, que deixam de querer trabalhar quando o recebem.

E, como o texto diz, um dos maiores desafios que teremos vai ser estimular essas pessoas a voltar ao mercado de trabalho, pois a riqueza e o crescimento de um país não se dá pelo índice de desemprego, e sim pela parcela proporcional de sua população que trabalha.

A metodologia para o cálculo no Brasil é igual a de outros países?

Tá no texto:

"Só é considerado desempregado quem procura emprego e não encontra (3%) sobre o total dos que procuraram emprego (56%). Quem não procura (44%), tecnicamente não está desempregado. Esta não é uma manipulação estatística. O mesmo conceito vale no mundo todo. Porém, se a estatística não é manipulada, sua interpretação é."

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Mas isso de de auxilio social é problema crônico mundial.Todos os países que dão esse tipo de auxilio acabam passando pelo problema dos "vagabundos".

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Como eu disse, no meu post acima, você tá enganado. Um sub emprego entra pra estatística sim, mas na dos "empregados".

Numa viagem de 30 dias (minhas férias) que fiz pelo nordeste de carro (em 2011), viajei de São Paulo até o Rio Grande do Norte e voltei (fui pelo litoral, voltei pelo interior, parando pelo caminho).

Eu cansei de conhecer cidades onde as pessoas ganhavam 30/40 reais por mês lá. Lembro de uma guria que dizia que o povo mais rico da cidade eram os aposentados, pois ganhavam um salário mínimo...E ela trabalhava na casa de um casal de aposentados, de segunda a sexta, como empregada, e ganhava, na época, 30 reais por mês.

E ela entra, na estatística, como empregada.

Se as pessoas trabalham o mês inteiro, nessas regiões, pra ganhar 50/100 reais, o BF paga até 220 pra essas pessoas, então, eles deixam de trabalhar, mas não entra pros índices de desemprego, pois também deixam de procurar emprego.

Aqui não é uma crítica ao BF, e sim às pessoas, que deixam de querer trabalhar quando o recebem.

E, como o texto diz, um dos maiores desafios que teremos vai ser estimular essas pessoas a voltar ao mercado de trabalho, pois a riqueza e o crescimento de um país não se dá pelo índice de desemprego, e sim pela parcela proporcional de sua população que trabalha.

Tá no texto:

"Só é considerado desempregado quem procura emprego e não encontra (3%) sobre o total dos que procuraram emprego (56%). Quem não procura (44%), tecnicamente não está desempregado. Esta não é uma manipulação estatística. O mesmo conceito vale no mundo todo. Porém, se a estatística não é manipulada, sua interpretação é."

Foi mal, confundi com desemprego formal.

E de novo, não acho muita gente vai deixar de tentar complementar a renda piques ganha a enormidade de 220 reais. Por isso que eu disse que se alguém tivesse um estudo sério sobre isso seria legal.

Até porque, nessa visão a solução é cortar o assistencialismo pra aumentar o número de "working poor", mesmo que jogue mais gente abaixo da linha de pobreza.

E não só pelo número de pessoas que trabalham, mas também pela produtividade dessas pessoas no trabalho.

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As pessoas, tem horas, que parecem não entender algumas coisas.

Vamos lá:

1-) Eu só coloquei o texto aqui, pra explicar pra quem não sabe qual a metodologia usada, pra entenderem quando usam os termos de "pleno emprego" e quando dizem qual a taxa de desemprego do país.

2-) Não, quem trabalha vendendo bala no semáforo ganhando 50 reais por mês não reforça os números de "desempregados". Assim como qualquer outra ocupação ou sub-emprego.

3-) Quando usam o "universo de pessoas" a partir dos 10 anos de idade para criar estes números, jogam a taxa de "desemprego" pra baixo, já que a maioria das pessoas entre 10 e 16 anos não estão trabalhando e também não procuram emprego, ou seja, aumentam o número total de pessoas da pesquisa, e aumenta, também, pro lado dos que não trabalham e não procuram emprego.

4-) Não vou aqui discutir a "sensação" de emprego ou desemprego, pois ela é, primeiro, subjetiva. Segundo, restrita ao extremo. Só posso dizer sobre o que EU percebo frente ao círculo social ao qual tenho mais conhecimento.

Você coloca o texto e as pessoas comentam em cima dele. Isso é um fórum, qual a anormalidade?

E o Ricardo Amorim apesar de muito simplista é um cara que geralmente é bem razoável. Só acho a observação final dele errada.

Não é subjetivo estar há 3 meses um cartaz "procura-se atendentes" no Subway de um supermercado aqui. Não é subjetivo toda vez que você vai na Pizza Hut ter garçons diferentes e na última vez 3 deles mal falavam português (um falava espanhol e dois francês). Não é subjetivo a falta de faxineiras e a elevação do valor pago a elas nos últimos anos (sobretudo em regiões metropolitanas). Não é subjetivo a quantidade de vagas que eu recebo diariamente em uma lista aqui. Pode ser limitado a um estado ou região, mas recorte geográfico não é subjetividade.

Considerar as pessoas com 10 anos de idade vai diminuir o valor em relação a outros países. Mas em relação a mesma taxa nos outros anos?

Quando falam da evolução no emprego é porque foram geradas mais de 1Mi de vagas em todos os anos (acho que com exceção de 2009) desde 2003 (talvez 2014 seja o primeiro abaixo disso) com o recorde em 2010 de 2.5Mi e porque a taxa caiu dos 12% em 2002 para 5,4% em 2013. Se considerando outros critérios ela vai ser mais alta hoje, ela também era bem mais alta em 2002.

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Tá, então vamos politizar os argumentos.

Eu juro que me entedio com tanto assunto que morre no comparativo hoje x 2002.

Como se 2002 fosse o inferno na terra, e hoje o paraíso.

É um discurso, pra mim, pra lá de medíocre (medíocre, no sentido estrito, denotativo).

Como se as pessoas se contentassem com os resultados pífios que meu Brasil teve nos últimos, sei lá...50 anos?!

Vem melhorando nos últimos 30 anos?! Vem.

Nem por isso me dou por satisfeito/contente. Poderia estar MUITO MELHOR.

Se existe o excelente, eu não me costumo contentar com o bom e/ou medíocre.

Como eu disse, a MINHA intenção quando coloquei o texto no fórum, foi para esclarecer as pessoas sobre como interpretar números que são tirados de pesquisas.

Não disse hora alguma para não ter discussão sobre isso.

Não vou entrar no mérito hoje x 2002, porque não estou aqui pre defender a atual situação, ou a situação de 2002...

O Brasil hoje é melhor?! Óbvio que é!

Mas poderia ter avançado mais?! Poderia.

Como eu já disse outras N vezes, o Brasil melhorou como um todo, porque o mundo todo evoluiu na primeira década deste século.

E poderia ter evoluído muito mais caso tivéssemos governos mais eficientes.

Enfim, em síntese, é isto.


Foi mal, confundi com desemprego formal.

E de novo, não acho muita gente vai deixar de tentar complementar a renda piques ganha a enormidade de 220 reais. Por isso que eu disse que se alguém tivesse um estudo sério sobre isso seria legal.

Até porque, nessa visão a solução é cortar o assistencialismo pra aumentar o número de "working poor", mesmo que jogue mais gente abaixo da linha de pobreza.

E não só pelo número de pessoas que trabalham, mas também pela produtividade dessas pessoas no trabalho.

Como eu disse, conheci várias pessoas que recebiam por mês, 1/3 do que o BF paga.

Você tá falando de salário mínimo, como se o salário mínimo fosse pago sempre, pra todo mundo.

Como eu disse, o problema não é o BF. O problema são as pessoas, que ao invés de receber o BF e continuar no mercado de trabalho, se contentam em receber os 200 reais por mês...

Eu trabalhei como agente social por mais de 1 ano, ou seja, era eu quem ia entrevistar pessoas, preenchia caderninho do CadÚnico, fazia concessão ou retirava benefícios das pessoas quanto ao BF...e nesta condição, CANSEI de ouvir gente falando que não ia "fichar" pra não perder o BF.

Ou seja, preferem receber o BF, ao invés de trabalhar, "fichar", ter todas as "garantias" (entre aspas mesmo) da previdência...

Pois, uma vez que consigam um emprego, provavelmente o BF vai ser cortado, por ultrapassar o valor máximo de renda per capta para permanência no programa...

Ahhh!! Esqueci de dizer do monte de "patrulheira de calçada", que passam o dia todo na calçada de casa, fofocando com as vizinhas, pois recebem 200 e tanto do BF e mais 1/3 de salário mínimo de pensão pros filhos...e aí preferem ficar sem fazer nada a trabalhar.

Como eu disse, o problema não é o BF. O problema são as pessoas, a cultura...


Quando falam da evolução no emprego é porque foram geradas mais de 1Mi de vagas em todos os anos (acho que com exceção de 2009) desde 2003 (talvez 2014 seja o primeiro abaixo disso) com o recorde em 2010 de 2.5Mi e porque a taxa caiu dos 12% em 2002 para 5,4% em 2013. Se considerando outros critérios ela vai ser mais alta hoje, ela também era bem mais alta em 2002.

1 milhão de vagas todos os anos. E qual o saldo que fica entre o total da população que entra em idade de trabalho versus o total da população que sai da idade de trabalho?!

Ah, salvaro...Você que é bom em achar esses números, poderia me dizer qual a taxa de ocupação dentre a população em idade de trabalho em 2002?!

Pq a última que temos, está lá acima: 56% (53 que trabalham, e 3 que procuram e não encontram trabalho), e uma taxa de 44% de pessoas que não trabalham e nem procuram trabalho.

Edit: Achei o "Coeficiente de variação em %" de "População Ocupada" no site do IBGE. Ele começa em março de 2002 (ano em que a metodologia do IBGE passou pro atual modelo, ou seja, a partir dos 10 anos e tudo o mais)...

Até Outubro/2002, esse coeficiente foi de 0,6% (ou seja, aumento mês a mês de 0,6% de população ocupada).

A partir de então, foi de 0,5%, e desde 2011, a variação foi mais de 0,4% que 0,5%.

Ou seja, o crescimento de "população ocupada" no Brasil nunca passou de 0,5% no comparativo mês a mês (seja antes do PT no Governo, seja depois).

A questão é: se tenho 1000 pessoas ocupadas num mês, e no outro mês tenho 1005, eu tenho a variação de 0,5%.

Mas quantas pessoas isso representa frente ao total de pessoas que temos nesta faixa etária?! Será que a taxa de ocupação frente ao total de população?! É este número que quero achar...

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Tá, então vamos politizar os argumentos.

Eu juro que me entedio com tanto assunto que morre no comparativo hoje x 2002.

Como se 2002 fosse o inferno na terra, e hoje o paraíso.

É um discurso, pra mim, pra lá de medíocre (medíocre, no sentido estrito, denotativo).

Como se as pessoas se contentassem com os resultados pífios que meu Brasil teve nos últimos, sei lá...50 anos?!

Vem melhorando nos últimos 30 anos?! Vem.

Nem por isso me dou por satisfeito/contente. Poderia estar MUITO MELHOR.

Se existe o excelente, eu não me costumo contentar com o bom e/ou medíocre.

Como eu disse, a MINHA intenção quando coloquei o texto no fórum, foi para esclarecer as pessoas sobre como interpretar números que são tirados de pesquisas.

Não disse hora alguma para não ter discussão sobre isso.

Não vou entrar no mérito hoje x 2002, porque não estou aqui pre defender a atual situação, ou a situação de 2002...

O Brasil hoje é melhor?! Óbvio que é!

Mas poderia ter avançado mais?! Poderia.

Como eu já disse outras N vezes, o Brasil melhorou como um todo, porque o mundo todo evoluiu na primeira década deste século.

E poderia ter evoluído muito mais caso tivéssemos governos mais eficientes.

Enfim, em síntese, é isto.

Como eu disse, conheci várias pessoas que recebiam por mês, 1/3 do que o BF paga.

Você tá falando de salário mínimo, como se o salário mínimo fosse pago sempre, pra todo mundo.

Como eu disse, o problema não é o BF. O problema são as pessoas, que ao invés de receber o BF e continuar no mercado de trabalho, se contentam em receber os 200 reais por mês...

Eu trabalhei como agente social por mais de 1 ano, ou seja, era eu quem ia entrevistar pessoas, preenchia caderninho do CadÚnico, fazia concessão ou retirava benefícios das pessoas quanto ao BF...e nesta condição, CANSEI de ouvir gente falando que não ia "fichar" pra não perder o BF.

Ou seja, preferem receber o BF, ao invés de trabalhar, "fichar", ter todas as "garantias" (entre aspas mesmo) da previdência...

Pois, uma vez que consigam um emprego, provavelmente o BF vai ser cortado, por ultrapassar o valor máximo de renda per capta para permanência no programa...

Ahhh!! Esqueci de dizer do monte de "patrulheira de calçada", que passam o dia todo na calçada de casa, fofocando com as vizinhas, pois recebem 200 e tanto do BF e mais 1/3 de salário mínimo de pensão pros filhos...e aí preferem ficar sem fazer nada a trabalhar.

Como eu disse, o problema não é o BF. O problema são as pessoas, a cultura...

1 milhão de vagas todos os anos. E qual o saldo que fica entre o total da população que entra em idade de trabalho versus o total da população que sai da idade de trabalho?!

Boa questão essa última.

Quando eu comparo com 2002 não é para dizer que hoje é melhor eu 2002 e ponto. É porque o critério mudou em 2002 então é preciso usá-lo como base.

É porque entre 1992 (após a abertura econômica) e 2002 ela apenas cresceu.

Não é uma melhora contínua, a taxa era de 5% em 1991, 7,2% em 1992, 12% em 1999 (quando foi retirada aquele câmbio irreal) e 12.6% em 2002 (esse 12.6% já é no mesmo critéiro atual).

Ou seja, entre 92 e 2002 em 11 anos a taxa cresceu em 9 anos e se manteve igual em 2. Entre 2003 e 2013 em 11 anos a taxa diminuiu em 9 e cresceu em 2 (2006 e 2009).

O que eu quero dizer é que apesar de a percepção do desemprego ser algo subjetivo ela é muito bem explicada por esses números. Era maior na década de 90 quando a taxa de desocupação crescia e é menor agora que a taxa de desocupação diminuiu de forma expressiva.

Outra questão que eu acho importante em relação a 2002 é porque eu estava lendo a entrevista do Edmar Bacha (um dos criadores do plano real) explicando as posições econômicas do Aécio e muitas delas são bastante similares com as aplicadas no Brasil ali no começo da década de 90. Ou seja, medidas que já sabemos que provavelmente irão gerar desemprego (embora eles apostem que a independência do BC seja "suficiente" para conter isso, eu não apostaria). Exceção talvez a questão do real extremamente valorizado porque acho que isso hoje não é opção e que eles aprenderam a lição nesse ponto.

Esse seu último ponto é interessante também. Não tenho esses números embora eles estejam parcialmente coberto pela taxa utilizada.

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Pessoas que preferem ficar em casa sem trabalhar é algo que sempre vai ter. Agora impacto do Bolsa Família talvez seja maior no emprego formal do que na simples questão do querer trabalhar ou não.

O que eu acredito que exista são pessoas que possuem outra forma de complementação de renda (ex., faxinas, pinturas e outros bicos) e que com isso consigam tirar o suficiente para valer a pena não ter um emprego formal (além da liberdade de escolher quando trabalhar).

Mas isso é um pensamento medíocre resultado da ignorância de um povo visto que são pessoas sem um plano de saúde, por exemplo. A verdade é que a ignorância do brasileiro não vai ser corrigido em uma ou duas décadas, mas (além de outros efeitos já discutidos aqui no passado) a redução do trabalho infantil e o aumento da frequência de crianças nas escolas que são alguns dos bons resultados do Bolsa Família sem dúvida podem contribuir para isso. O aumento de vagas em cursos técnicos e superiores também ajuda a mudar essa realidade.

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Boa questão essa última.

Quando eu comparo com 2002 não é para dizer que hoje é melhor eu 2002 e ponto. É porque o critério mudou em 2002 então é preciso usá-lo como base.

É porque entre 1992 (após a abertura econômica) e 2002 ela apenas cresceu.

Não é uma melhora contínua, a taxa era de 5% em 1991, 7,2% em 1992, 12% em 1999 (quando foi retirada aquele câmbio irreal) e 12.6% em 2002 (esse 12.6% já é no mesmo critéiro atual).

Ou seja, entre 92 e 2002 em 11 anos a taxa cresceu em 9 anos e se manteve igual em 2. Entre 2003 e 2013 em 11 anos a taxa diminuiu em 9 e cresceu em 2 (2006 e 2009).

O que eu quero dizer é que apesar de a percepção do desemprego ser algo subjetivo ela é muito bem explicada por esses números. Era maior na década de 90 quando a taxa de desocupação crescia e é menor agora que a taxa de desocupação diminuiu de forma expressiva.

Outra questão que eu acho importante em relação a 2002 é porque eu estava lendo a entrevista do Edmar Bacha (um dos criadores do plano real) explicando as posições econômicas do Aécio e muitas delas são bastante similares com as aplicadas no Brasil ali no começo da década de 90. Ou seja, medidas que já sabemos que provavelmente irão gerar desemprego (embora eles apostem que a independência do BC seja "suficiente" para conter isso, eu não apostaria). Exceção talvez a questão do real extremamente valorizado porque acho que isso hoje não é opção e que eles aprenderam a lição nesse ponto.

Esse seu último ponto é interessante também. Não tenho esses números embora eles estejam parcialmente coberto pela taxa utilizada.

Eu achei! Pelo menos uma parte, no site do IBGE.

Uma pena que ele comece apenas em março de 2002.

Gostaria de ter uma visão mais ampla (desde a década de 80, pra pós-democratização, depois do controle da inflação e etc).

A quantidade de gente que trabalha ou procura trabalho frente ao total de população com a idade de 10 anos ou mais:

- era de 55,0% da "PIA" (população em idade ativa, ou seja, pessoas com 10 anos ou mais) em março de 2002

- foi registrada com 55,7% em Abril de 2014.

Pessoas que preferem ficar em casa sem trabalhar é algo que sempre vai ter. Agora impacto do Bolsa Família talvez seja maior no emprego formal do que na simples questão do querer trabalhar ou não.

O que eu acredito que exista são pessoas que possuem outra forma de complementação de renda (ex., faxinas, pinturas e outros bicos) e que com isso consigam tirar o suficiente para valer a pena não ter um emprego formal (além da liberdade de escolher quando trabalhar).

Mas isso é um pensamento medíocre resultado da ignorância de um povo visto que são pessoas sem um plano de saúde, por exemplo. A verdade é que a ignorância do brasileiro não vai ser corrigido em uma ou duas décadas, mas (além de outros efeitos já discutidos aqui no passado) a redução do trabalho infantil e o aumento da frequência de crianças nas escolas que são alguns dos bons resultados do Bolsa Família sem dúvida podem contribuir para isso. O aumento de vagas em cursos técnicos e superiores também ajuda a mudar essa realidade.

Até positivei seu post, pois concordo com ele e é o que tô dizendo.

O problema não é o BF. O Problema é a cultura das pessoas.

E se a pessoa trabalha "informalmente" e ganha mais que os critérios financeiros pro programa, tá recebendo indevidamente...

Mais uma prova da cultura (ou falta de).

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Eu achei! Pelo menos uma parte, no site do IBGE.

Uma pena que ele comece apenas em março de 2002.

Gostaria de ter uma visão mais ampla (desde a década de 80, pra pós-democratização, depois do controle da inflação e etc).

A quantidade de gente que trabalha ou procura trabalho frente ao total de população com a idade de 10 anos ou mais:

- era de 55,0% da "PIA" (população em idade ativa, ou seja, pessoas com 10 anos ou mais) em março de 2002

- foi registrada com 55,7% em Abril de 2014.

Eu tenho dúvida se afeta muito a mudança do critério porque em 2001 foi de 12.1% e em 2002 (quando mudou) de 12.6%.

Os valores desde 1990 são:

1990 5

1991 5

1992 7.2

1993 8.3

1994 8.3

1995 8.4

1996 9.5

1997 10.2

1998 11.1

1999 12

2000 12

2001 12.1

2002 12.6

2003 12.3

2004 11.4

2005 9.8

2006 9.9

2007 9.3

2008 7.8

2009 8.1

2010 6.7

2011 6

2012 5.5

2013 5.4

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Eu tenho dúvida se afeta muito a mudança do critério porque em 2001 foi de 12.1% e em 2002 (quando mudou) de 12.6%.

Os valores desde 1990 são:

1990 5

1991 5

1992 7.2

1993 8.3

1994 8.3

1995 8.4

1996 9.5

1997 10.2

1998 11.1

1999 12

2000 12

2001 12.1

2002 12.6

2003 12.3

2004 11.4

2005 9.8

2006 9.9

2007 9.3

2008 7.8

2009 8.1

2010 6.7

2011 6

2012 5.5

2013 5.4

Eu acho que faz muita diferença.

Nas pesquisas de 1983 a 2002, era considerada PIA quem tinha mais que 15 anos, e hoje entra pras estatísticas da PIA quem tem mais que 10 anos.

E, antes, pra população ser considerada empregada, tinha o limite mínimo de 15 horas semanais, e agora é de apenas 1 hora por semana.

Edit: há especulações (e até pesquisa independente) que diz que, se fosse considerada PIA quem tivesse mais que 15 anos (como era até 2002), a taxa de desemprego de 2013 seria de 8,3%.

E se fosse considerado empregado quem tivesse trabalhado mais que 15 horas semanais, e tivesse mais que 15 anos (como era até 2002), a taxa de 2013 seria 20,5%.

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Eu acho que faz muita diferença.

Nas pesquisas de 1983 a 2002, era considerada PIA quem tinha mais que 15 anos, e hoje entra pras estatísticas da PIA quem tem mais que 10 anos.

E, antes, pra população ser considerada empregada, tinha o limite mínimo de 15 horas semanais, e agora é de apenas 1 hora por semana.

Sim, faz diferença e não é o ideal. Serve para dar apenas uma idéia. Mas ali na transição (de 2001 para 2002) ficou praticamente a mesma coisa.

Minha única dúvida é em relação ao impacto real dessa questão do PIA no índice já que imagino que a grande maioria entre 10 e 15 não trabalhe e nem procure emprego.

De onde vem essa especulação do EDIT?

Ela é incoerente com todas as outras estatísticas.

Se em 2001 era 12.1% e na transição de critério em 2002 foi de 12.6% se hoje fosse de 20% em 2002 teria que ser um percentual muito mais alto. Ainda mais levando em conta o crescimento significativo do número de empregos formais criados em relação ao período.

O número de empregos formais criados em cada governo:

Sarney - 4Mi (em 4 anos)

Collor - -2.1Mi (em 3 anos e sim, negativo)

Itamar - 1.4Mi (em 2 anos)

FHC - 5Mi (em 8 anos)

Lula - 15.3Mi (em 8 anos)

Dilma - não estou com saco de procurar mas vai fechar pelos 5Mi em 4 anos

1-1gb1.png

Agora olha o impacto disso nas estatísticas. Quantas pessoas teriam que ter mudado para abaixo de 15h (ou a população economia ativa crescido) para quadruplicar a taxa de desocupação em um período (dos 12.6% em 2002) em que o emprego formal cresceu a mais que o dobro da média do período anterior?

Aliás, em SP a mudança do critério elevou a taxa de desemprego, por exemplo.

Achei uma notícia até meio estranha na Folha mas parece ser verdadeira:

Nova pesquisa do IBGE eleva desemprego para 10,9% em SP

A nova Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já mostra mudanças importantes no cálculo de indicadores do mercado de trabalho do país. A taxa de desemprego oficial saltou de 7,1% em novembro, de acordo com os antigos critérios de medição, para 10,9%, atingindo dois dígitos e se aproximando mais da taxa da Fundação Seade, de São Paulo.

A renda média do trabalhador - que vinha em ritmo de queda desde janeiro de 1991 pela pesquisa antiga, apresentou um crescimento de 3,75% em outubro, passando de R$ 826,06 para R$ 857,10 nos cálculos da nova PME. Na conta velha, a renda foi de R$ 797, 82 ou 3,9% abaixo do valor apresentado no igual mês de 2001.

Shyrlene Ramos, coordenadora da pesquisa, atribuiu parte das discrepâncias entre os indicadores as alterações na metodologia dos levantamentos. Na nova PME, a idade mínima para a População em Idade Ativa (PIA) cai de 15 para 10 anos, abrangendo um universo maior de pessoas.

No novo cenário, o país passa a ter um contingente de desempregados muito maior que o levantado anteriormente e certamente a taxa de desemprego medida pelo IBGE no governo Lula será maior que no governo FHC.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/imprescindivel/dia/gd201202.htm

(Eu sei que não tem correlação direta, mas convenhamos, seria bem estranho).

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Sim, faz diferença e não é o ideal. Serve para dar apenas uma idéia. Mas ali na transição (de 2001 para 2002) ficou praticamente a mesma coisa.

Minha única dúvida é em relação ao impacto real dessa questão do PIA no índice já que imagino que a grande maioria entre 10 e 15 não trabalhe e nem procure emprego.

De onde vem essa especulação do EDIT?

Ela é incoerente com todas as outras estatísticas.

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1832

Aqui tem um artigo legal sobre esse assunto, e até um gráfico que fizeram com dados do IBGE, com o que queríamos:

Aumento da PEA x Aumento da taxa de ocupação.

Pois, segundo o IBGE, a PEA x PIA é o mesmo de 2002 até hoje (55%), e a PEA x Ocupados tem um gráfico mostrando a variação (em %) neste artigo que mandei o link.

Depois eu procuro as outras estatísticas, e te mando o link.

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Se em 2001 era 12.1% e na transição de critério em 2002 foi de 12.6% se hoje fosse de 20% em 2002 teria que ser um percentual muito mais alto. Ainda mais levando em conta o crescimento significativo do número de empregos formais criados em relação ao período.

O número de empregos formais criados em cada governo:

Sarney - 4Mi (em 4 anos)

Collor - -2.1Mi (em 3 anos e sim, negativo)

Itamar - 1.4Mi (em 2 anos)

FHC - 5Mi (em 8 anos)

Lula - 15.3Mi (em 8 anos)

Dilma - não estou com saco de procurar mas vai fechar pelos 5Mi em 4 anos

1-1gb1.png

Agora olha o impacto disso nas estatísticas. Quantas pessoas teriam que ter mudado para abaixo de 15h (ou a população economia ativa crescido) para quadruplicar a taxa de desocupação em um período em que o emprego formal cresceu a mais que o dobro da média do período anterior?

Se considerarmos que a população do Brasil em 1980 era de, aproximadamente, 118,5 milhões de pessoas, e que hoje se estima ter algo em torno de 205 milhões de pessoas, já dá pra ter uma ideia de onde pode ter ido parte destes "30 milhões" de empregos formais criados no período que você trouxe aqui...

Ou seja, se criamos 30 milhões de empregos formais nestes 28 anos, mas mais de 60 milhões de pessoas chegaram na idade adulta, ainda temos um déficit de 30 milhões...(apenas por exemplo, não tenho dados de quantas pessoas a mais temos na PIA de 1986 até hoje...)

Edit: me lembro que nos gráficos daquela pesquisa que citei, em março de 2002, quando mudou a metodologia, o desemprego seria de mais de 28%, e que em 2013, com o mesmo parâmetro, seria de 20,5%.

Faz tempo que vi isso, não sei se vou conseguir achar novamente.

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http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1832

Aqui tem um artigo legal sobre esse assunto, e até um gráfico que fizeram com dados do IBGE, com o que queríamos:

Aumento da PEA x Aumento da taxa de ocupação.

Pois, segundo o IBGE, a PEA x PIA é o mesmo de 2002 até hoje (55%), e a PEA x Ocupados tem um gráfico mostrando a variação (em %) neste artigo que mandei o link.

Depois eu procuro as outras estatísticas, e te mando o link.

Se em 2002 seria de 28% então os dados entre 1991 e 2002 devem estar pelo critério atual também. É impossível que com o mesmo critério tenha crescido em 16% o desemprego em um ano. Se realmente for esse caso (28% em 2002 e 20% em 2013) seria mais coerente com os outros índices.

Eu achei outro índice, do DIEESE:

http://www.dieese.org.br/serve/serie.do?method=dados&id=1338399451455

Aqui tem a metodologia:

http://www.dieese.org.br/metodologia/metodologiaPed.html

Ele considera também dois tipos de desemprego, como explicado no link acima (no caso, os desempregados que querem trabalhar e os subempregados que querem trabalhar). Sobre os pontos polêmicos:

Para construir indicadores compatíveis com a realidade do mercado de trabalho brasileiro, a PED ampliou alguns dos conceitos usualmente adotados em pesquisas domiciliares sobre o tema:

  • a PIA incorpora as crianças de 10 a 14 anos, segmento com idade inferior à legalmente estipulada como mínima para trabalhar no país. Embora tenha pouco efeito quantitativo sobre os indicadores globais, a inclusão deste segmento decorre da consideração que a presença dessa parcela populacional no mercado de trabalho é resultado da própria realidade social do país;
  • a definição de trabalho prescinde de limites temporais mínimos para a jornada semanal, tomando como critério a noção de continuidade e regularidade do exercício do trabalho, considerando serem estas características fundamentais para qualificar uma relação de trabalho;
  • adota-se como período de procura atual por trabalho os trinta dias anteriores à data da entrevista. A ampliação de sete para trinta dias do período de referência para a procura justifica-se pelas interrupções que podem ocorrer nas tentativas individuais de obter novo posto de trabalho, por espera de resposta para uma busca anterior de trabalho, doença ou falta de recursos; a procura no período de trinta dias também é utilizado pelos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, etc; no México e Chile, adota-se dois meses e, na Costa Rica, cinco semanas como período de referência;
  • a definição de desemprego não se baseia exclusivamente na combinação simultânea dos três critérios - ausência de trabalho, procura e disponibilidade para trabalhar:
    • o primeiro critério (ausência de trabalho) foi revisto admitindo que, inexistindo mecanismos amplos de apoio aos desempregados, parte das pessoas nesta situação, para obter algum rendimento, realizariam atividades irregulares e descontínuas, sem perspectiva de duração, enquanto procuram trabalho;
    • a revisão do segundo critério (procura de trabalho) justifica-se pela possibilidade de alguns desempregados não realizarem, nos trinta dias anteriores à entrevista, procura efetiva por acreditarem não haver oportunidades de trabalho para eles.

Essa pesquisa pega o período da década de 80 que você queria (embora nesse período fosse apenas em SP).

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Se em 2002 seria de 28% então os dados entre 1991 e 2002 devem estar pelo critério atual também. É impossível que com o mesmo critério tenha crescido em 16% o desemprego. Se realmente for esse caso (28% em 2002 e 20% em 2013) seria mais coerente com os outros índices.

Eu achei outro índice, do DIEESE:

http://www.dieese.org.br/serve/serie.do?method=dados&id=1338399451455

Aqui tem a metodologia:

http://www.dieese.org.br/metodologia/metodologiaPed.html

Ele considera também dois tipos de desemprego, como explicado no link acima (no caso, os desempregados que querem trabalhar e os subempregados que querem trabalhar). Sobre os pontos polêmicos:

Essa pesquisa pega o período da década de 80 que você queria (embora nesse período fosse apenas em SP).

É, Salvaro, eu cometi um erro. O que disse não é apenas a questão da idade e carga horária.

Foi o que li neste artigo, há anos atrás:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1471

Ps. Não abri os dados da DIEESE, mas lá, normalmente, é sempre o dobro da do IBGE.

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É, Salvaro, eu cometi um erro. O que disse não é apenas a questão da idade e carga horária.

Foi o que li neste artigo, há anos atrás:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1471

Ps. Não abri os dados da DIEESE, mas lá, normalmente, é sempre o dobro da do IBGE.

Sim, é o dobro da do IBGE mas com movimentos parecidos (salvo uma ou oura exceção tipo 2006).

Eu li esses dois artigos do Mises (que não é exatamente isento né hahaha), mas o que eles mostram é uma outra visão mudando os conceitos e que em geral teve movimentos parecidos com o IBGE e com o DIEESE embora em um patamar mais elevado. E fazem a tradicional previsão negativa com o "como avisamos" no final. Essa vontade de que tudo dê errado para falar "eu avisei" é impressionante. É como eu digo, isso é feito todos os anos há 12 anos, uma hora acertam (ou muda o governo e as opiniões).

Um índice que seria interessante seria um que considerasse as pessoas que querem (e procuraram) um emprego formal (e ao menos procuraram). Entre esses avaliar os que estão empregados. Digo isso porque esse é o desemprego que o indivíduo sente "na pele", quando vai atrás de um emprego e não consegue.

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Sim, é o dobro da do IBGE mas com movimentos parecidos (salvo uma ou oura exceção tipo 2006).

Eu li esses dois artigos do Mises (que não é exatamente isento né hahaha), mas o que eles mostram é uma outra visão mudando os conceitos e que em geral teve movimentos parecidos com o IBGE e com o DIEESE embora em um patamar mais elevado. E fazem a tradicional previsão negativa com o "como avisamos" no final. Essa vontade de que tudo dê errado para falar "eu avisei" é impressionante. É como eu digo, isso é feito todos os anos há 12 anos, uma hora acertam (ou muda o governo e as opiniões).

Um índice que seria interessante seria um que considerasse as pessoas que querem (e procuraram) um emprego formal (e ao menos procuraram). Entre esses avaliar os que estão empregados. Digo isso porque esse é o desemprego que o indivíduo sente "na pele", quando vai atrás de um emprego e não consegue.

Ou seja, cada um puxa a sardinha pro seu lado e não temos uma ideia da realidade posta.

Eu só achei os números do Instituto Mises mais real: quantas pessoas da PEA não ganham um salário mínimo por mês, que seja.

Ou seja, 20% das pessoas que estão em idade de trabalho, que tem ou procuram uma ocupação, mas não ganham sequer um salário mínimo por mês.

Isso é preocupante, não?!

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