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O Campeão do Interior


HernaneBrocador

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Nos amistosos se formos analisar foi bem, jogou todos fora de casa, na Copa do Brasil foi bem se recuperou fora de casa

Acredito que apesar dos amistosos fora, poderíamos ter feito mais, mas a Copa do Brasil, que era o que realmente importava, teve um desfecho positivo.

Quando falou em internacionalização pensei na Europa. No mais, Bugre fez o que se espera e Giva parece estar tentando ganhar a alcunha de Novo Nixon.

Certamente, é a primeira coisa que vem a cabeça, até porque essa idéia vem da Europa, mas nem a diretoria permite isso, mas nem é um dos meus planos iniciais. Antes, vou difundir minha marca em Bolívia, Peru e Venezuela, regionalmente mais próximos e mais baratos, além de com um belo potencial de arrecadação de torcedores. Depois disso, parto rumo aos EUA e a Ásia, chegando a Europa quando o time estiver com um bom nível. Sobre o Giva, espero que não seja o novo Nixon, até porque o Nixon era péssimo tecnicamente, mas encaixou. Gostaria eu que o Giva encaixasse tão rápido quanto o Nixon.

Os amistos foi razoavel na minha opinião, apesar de ser todos fora. Ja na copa do brasil o fator casa e o time bem passou pelos alvirubroa com tranquilidade

Acho que correspondemos mais na Copa do Brasil, apesar de a tranquilidade que se aparentou não ter ocorrido de fato, foi mais dramático do que o imaginado.

Quando você falou em internacionalizar a marca, eu também imaginei Europa, ou até mesmo EUA ou Ásia, mas não a Colômbia hahaha.

Foi uma razoável pré-temporada e um bom início na Copa do Brasil, apesar dos minutos de terror vividos no Estádio dos Aflitos. Gostei dos reforços, principalmente Montero e Willian.

Talvez eu esteja cometendo uma grande gafe, mas não custa perguntar: e o Campeonato Paulista?

É o que falei com o Henrique, é uma tendência natural, mas aqui próximo ao Brasil ainda há alguns países sem muitos times fortes e com possibilidade de se curvarem ao Bugre. Depois sim vou aos EUA e Ásia, só por último a Europa. Sobre a Copa do Brasil, foi mais dramático do que imaginava, mas ao menos saímos bem e fizemos o que era proposto. A CBF vem nos lascando, só põe pedreira no nosso caminho desde a fase inicial. Achei o Montero uma oportunidade de negócio, aumenta nossa força na Colômbia, veio grátis e tem qualidade, já o Willians, contratei mais pela responsabilidade da posição, porque o Fernando e o Maikon prometem. Sobre o Paulistão, foi deslocado por questões de logística dos posts (se é que isso existe, haha) e vem nesse post agora.

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Acordado

Paulistão de 2016, 1ª fase | No rítimo de Filipe

Por mais que Amoroso insistisse que o Guarani entrava no Paulistão de 2016 como azarão, a torcida alviverde não parecia aceitar nada menos do que um bicampeonato. Na Série A e atual campeão, a idéia da torcida parecia, no mínimo, condizente com um discurso de reformulação. O gigante havia acordado e, portanto, o clube não poderia ficar devendo em nada para os demais grandes de São Paulo.

Se, por sua vez, o clube parecia admitir que tinha um elenco melhor que o do Santos e, no mínimo, condizente com o de Corinthians e Palmeiras, o São Paulo tirava o sono do Índio. Aditivado pelo retorno de Hernanes, contratado à peso de ouro, e embalado pelas boas fases de Osvaldo e Gabriel, o Gabigol, o clube do Morumbi era o atual bicampeão brasileiro e o adversário a ser batido.

E, defendendo o título, o Guarani iniciou sua campanha de acordo com as expectativas da torcida. Avassalador, mesmo com algumas dificuldades na definição, a equipe venceu seus oito primeiros jogos. Até mesmo os jovens tiveram sua oportunidade, e, pode-se dizer, que corresponderam na primeira metade. Se o Guarani não apresentara dificuldade defensiva, via o setor ofensivo foi o de grande destaque na primeira metade do turno, apesar da grande quantidade de gols perdidos. Na primeira metade, o grande destaque ficou na vitória tranquila por 4 a 2 sobre o Santos.

Todavia, a calmaria do início dos pontos corridos foi abalada pelas rodadas seguintes. Em um fim de turno instável, o Guarani cedeu empates para a Portuguesa, Mogi Mirim, Santo André e Barueri - os dois últimos, utilizando a equipe reserva -, além de uma derrota, provável, diga-se de passagem, para o São Paulo. A patinada na fase final fez algumas vítimas - algo que havia se tornado comum com a torcida bugrina, que da mesma maneira que apoiava, cobrava e perseguia seus atletas com a habitual impaciência -, as principais delas, Júnior Moraes, interrompendo uma breve paz com a torcida iniciada após um belo arranque no início do campeonato, e Rhafael Lucas, considerado apático em campo e com dificuldades a se habituar com sua função no sistema tático da equipe, considerada a mais fácil, de apenas empurrar a bola para a rede.

Entretanto, se mesmo entre os tropeços, o Guarani viveu momentos de ótimo futebol. As vitórias por 3 a 0 sobre a Ponte Preta, mais uma com a marca de Vander, carrasco da Macaca, e, sobretudo, a vitória por 4 a 2 sobre o Palmeiras foram os lapsos de bom futebol do Guarani.

Essa última, por sua vez, lançou o menino Filipe ao conhecimento do Brasil e do mundo. Já pedido como reforço nos grandes times após ser eleito a revelação da Série B, o garoto sem dúvidas aproveitou a oportunidade e se projetou. Após dois gols, uma assistência e um pênalti sofrido, o jovem fez de tudo - inclusive chover -, na partida contra o Palmeiras. No final, foi substituído aos prantos ao ter seu nome gritado pela torcida do Guarani, mostrando uma faceta adolescente do jogador que, com apenas 17 anos, já jogava e decidia como gente grande. Filipe parava de ser o novo Djalminha para a torcida do Guarani e transformava-se no novo Djalminha para todo o Brasil. E, aí, iniciava-se a acensão meteórica do jovem prodígio do alviverde do interior.

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Interessante foi, também, a oportunidade dos jovens contra a Inter de Limeira. Rincón, em sua estreia como profissional, marcou duas vezes e deu assistências para os gols de Rhafael Lucas e Téo, o herói do acesso e que, em sua segunda partida como profissional, permanecia com a média de 1 gol por jogo. Em uma partida, Rincón fez pelo profissional mais do que Maycon Roberto em toda sua estadia, colocando assim uma pulga atrás da orelha da torcida e, até mesmo, do treinador Amoroso, sobre quem deveria estar nos profissionais e quem deveria estar nos juniores.

Se, coletivamente, o Bugre fez um bom campeonato, apesar das oscilações, individualmente as partes refletiram isso. Enquanto o sistema defensivo se apresentava muito sólido, com destaque para os laterais, o meio e o ataque oscilavam. Enquanto no meio Filipe Augusto sempre se manteve constante e em bom nível, Fernando, substituto de Willians, oscilou entre bons e maus momentos, e acabou revezando com Maikon, que além de não comprometer, notabilizava-se pela qualidade na saída e na condução de bola - sendo, inclusive, o preferido da torcida mesmo após o retorno de Willians.

O grande nome da equipe, porém, continuava sendo Vander. Com gols, assistências e muita entrega, ainda era o jogador que chamava a responsabilidade e decidia. Na temporada 2016, em função da grave lesão anterior e de duas lesões leves no decorrer do paulista, se adaptou a fazer a função de enganche, onde era preservado fisicamente e tinha suas melhores características, inteligência, boa finalização, boa visão de jogo e qualidade no passe e, sobretudo, chegada. Chegando de surpresa, não só anotou gols como também assistências. O único problema de Vander, durante a competição, foram justamente as lesões. Entretanto, isso foi compensado, por sua vez, pela idolatria da torcida. O simples fato de Vander estar em campo era o suficiente para levar o torcedor ao estádio.

O meia, porém, teve sua vida facilitada por dois colegas. Fernando Matos, recém-chegado da Bélgica, assumiu um improvável protagonismo e rapidamente caiu nas graças da torcida. Com muita velocidade e participação, permitiu que Vander assumisse nova função e, assim, auxiliou a equipe. Além disso, se destacou pela finalização. Com força e precisão, Matos parecia nascido para jogar na ligação entre o meio e o ataque. A boa visão de jogo, por sua vez, era um diferencial do meia,naquela com suas frequentes rápidas tabelinhas, tornou letais os contra-ataques alviverdes. Na fase final fim do turno, foi deslocado para o ataque. O último dos destaques do meio era Filipe, que após bela temporada na Série B, iniciou o ano no banco de reserva, mas com gols, assistências e muita inteligência, movimentação, e sobretudo alegria nas pernas, com sua imprevisibilidade, tornou insustentável uma mudança no trio Filipe-Fernando Matos-Vander, e tomou a vaga no time titular.

No ataque, por sua vez, Freddy Montero, se destacava como o legítimo matador, sempre empurrando a bola para as redes, mas suas constantes ausências por lesões - foram 3 somente no Paulistão - e convocações pesaram contra o atacante. Por outro lado, Júnior Moraes foi rápido do céu ao inferno. Após uma belo começo de campeonato, onde superou problemas físicos e se destacou com gols marcados pela técnica e pela inteligência também nas assistências, teve uma recaída no final do turno, entrou em jejum e perdeu a vaga como titular. Em baixa, chegou a disputar com Rhafael Lucas a vaga de Montero após uma contusão que deixou o atacante fora de combate por duas semanas.

Rhafael Lucas, por sua vez, apesar de alguns tentos marcados, viveu uma baixa constante. Com dificuldade de marcar e problemas de finalização, era o nome mais questionado pela torcida do Bugre, que preferia Giva, que apesar de ter enfrentado um grande jejum, era mais participativo e perigoso em campo, além de ter contribuído com entrega e assistências. Como era de se esperar, o jovem oscilava, entretanto apresentava aspectos bastante positivos que chegaram a render, inclusive, elogios de Amoroso, que qualificou o atleta como "Um jogador moderno, participativo, inteligente'. Além de acrescentar que 'Com uma boa seqüência de jogos, um trabalho no posicionamento e na qualidade jogando de costas, vai se tornar o melhor centroavante do Brasil', pensamento compartilhado por grande parte da torcida.

Confira a classificação final:

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O Guarani enfrenta a Ponte Preta nas Quartas de Final

Bastidores

#BASTIDORESFC

Na balança

O jejum de Júnior Moraes fez com que o jogador voltasse a corda bamba. Apesar da diretoria internamente admitir que ao menos em técnica, Júnior é o excelente jogador do início do Paulistão, o atleta não parece gozar de prestígio no Brinco. Com problemas físicos, o jogador é comparado a Adriano, o Imperador e a Walter, do Corinthians. Com a pressão da torcida, a diretoria avalia que apostar somente em Júnior Moraes não será o suficiente e que outro segundo atacante deverá ser contratado. Por isso, a permanência do atleta foi colocada em cheque. Entretanto, ao colocar 'na balança' o custo benefício do atacante, a balança deve pender - com o perdão do trocadilho - para o atacante. Muito técnico, Júnior é considerado importante mesmo acima do peso e tem a confiança da diretoria de que, emagrecendo, corresponderá. No entanto, a confiança é tanta que a diretoria admite que, se empolgado, Júnior pode corresponder mesmo fora de forma, a semelhança do atacante Walter, que mesmo com 6kg a mais foi muito importante no hexa do Brasil na Copa de 2014.

Fora do Baralho

O atacante Rhafael Lucas, muito questionado pela torcida, foi classificado por Amoroso como carta fora do baralho e, à semelhança de Jajá e Montoya, deve ser negociado ao final do Campeonato Paulista. Amoroso, por sua vez, avalia que o atacante é um jogador com bom potencial e, nas condições certas, pode evoluir muito. Por isso, deve optar por emprestar o atacante para mantê-lo preservado da pressão da torcida. O destino dele, assim como o de Montoya, deve ser o Paysandu. Jajá, por sua vez, deve ser negociado em definitivo. O jovem Maycon Roberto, que não vem conseguindo corresponder, também deve ter a situação reavaliada nos próximos dias. A princípio, Amoroso defende dar mais uma chance ao atleta no Bugre, mas admite empresta-lo em caso de uma boa oferta.

Impedidos

O jovem atacante Matheus, 17, que vinha se consolidando na equipe titular do Guarani, foi impedido de continuar na equipe principal após uma grave lesão no joelho. O período de recuperação, de 6 a 8 meses, acelerou os esforços para a contratação de um novo atacante - Giva foi o escolhido. Situação semelhante, por sua vez, viveu o jovem Ariel Linhares. O meia, contratado em 2014, mas que, por determinação da FIFA, chegou somente nessa temporada, apesar de ser considerado insinuante e brilhante, nem teve sua chance na equipe principal e foi emprestado ao Millionarios (COL). O motivo, porém, foi o fato da cota de estrangeiros já estar preenchida. Para a próxima temporada, Linhares deve receber sua oportunidade.

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Logo a Ponte nas Quartas, futebol é foda. O time parece estar muito bem, pareando tranquilamente com os grandes. Dá pra pensar em objetivos maiores que a luta contra o rebaixamento, com certeza.

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Logo um clássico em kk, Ponte vs Guarani, as chances são bem grande de final em, e quem sabe tu não consegue reverter a derrota que tu sofreu para o São Paulo em uma possível final.

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  • Vice-Presidente

Excelente campanha, só não foi melhor que a surreal campanha do Sampa. Mas isso pode ser resolvido no mata-mata.

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Logo a Ponte nas Quartas, futebol é foda. O time parece estar muito bem, pareando tranquilamente com os grandes. Dá pra pensar em objetivos maiores que a luta contra o rebaixamento, com certeza.

Espero um grande jogo contra a Ponte. Sobre as expectativas, acho o time até bom, dá para ficar tranquilo em 10º. A questão pra mim é como os jovens vão reagir, é uma situação de pressão muito grande a série A.

Estas Fantástico, a luta pelo titulo esta grande, vamos lá :yest2:

Obrigado!

Grande campanha, foi muito bem em terminar em 2°no estadual

Acho que foi uma boa primeira fase. Talvez consigamos reverter no mata-mata.

Logo um clássico em kk, Ponte vs Guarani, as chances são bem grande de final em, e quem sabe tu não consegue reverter a derrota que tu sofreu para o São Paulo em uma possível final.

Seria excelente, mas acho o time do São Paulo (bem) melhor que o nosso, somente um milagre ou um nó tático para resolver isso.

Excelente campanha, só não foi melhor que a surreal campanha do Sampa. Mas isso pode ser resolvido no mata-mata.

Concordo, apesar da diferença entre as duas equipes. Acho que temos boas chances se soubermos usar a defesa a nosso favor.

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Ode ao ódio

Paulistão de 2016, Quartas de Final | Ele de novo

O destino as vezes brinca com a vida das pessoas. E, inegavelmente, dos clubes também. Mais uma vez, ele, caprichosamente, tratava de por Guarani e Ponte Preta frente a frente em um embate decisivo. A verdade, porém, era que a Ponte Preta de hoje não assustava como outrora. Há três anos, o Guarani penava na terceira divisão e a Ponte viva na elite do futebol brasileiro. Hoje, a situação era contrária. Em franca ascensão, o Guarani chegava a elite papando títulos e a Ponte, depenada por um período terrível sob o comando de Jorginho, se via no fundo do poço e buscava forças para recomeçar.

A direção da Ponte Preta, por sua vez, não escondia de ninguém que se inspirava no Guarani para enfrentar a reformulação. E, até por isso, o torcedor da Macaca esperava uma vitória sobre o Guarani para lavar a alma. Em má fase, virou o saco de pancadas do Guarani. Foi goleada por três vezes, viu o sonho de seu primeiro título naufragar ao perder a final justamente para o arquirrival, isso somente antes da fática tarde do massacre do Lucarelli. Atropelada, levou um 6 a 0 humilhante que foi um divisor de águas. Enquanto a Ponte desceu ladeira abaixo até ser rebaixada, o Bugre embalou até a consolidação do título, conquistado, por ironia do destino, sobre a própria Ponte, no returno. O Bugre era a pedra no sapato da Ponte e, engasgada, a torcida alvinegra via na partida em questão a chance de redenção.

E, talvez por isso, o jogo começou a mil. Indiscutivelmente mais técnico, o Guarani se lançou em campo fazendo uma blitz ao gol da Ponte. Pressionando o adversário, o atual campeão paulista sequer dava chance aos visitantes saírem da defesa, embora seu plano de jogo passasse, basicamente, por isso. E, sem demorar muito, criou duas belas chances. Quase abriu o placar com Montero, em uma finalização diagonal, aos 24, após boa jogada de Fernando Matos e, aos 29, com o próprio Fernando Matos, em cabeçada precisa após bela jogada de Digão. Em ambas as oportunidades, parou em Vágner, o escolhido pela Ponte para substituir Roberto Tigrão na dura missão de evitar os gols bugrinos.

Mas, infernal, Fernando Matos era o dono do jogo, ao menos até o momento. E não tardou para transformar sua boa exibição em um resultado concreto. Aos 34, recebeu na ponta direita e soltou para Vander, vindo de trás pelo meio, livre. O meia, sumido até então, abusou da técnica. Enquanto o mundo esperava uma finalização, o camisa 10 bugrino deu um passe preciso para Filipe, que se infiltrava pela esquerda. O jovem recebeu, dominou e cruzou rasteiro para Fernando Matos, na outra ponta, fuzilar o gol, vazio, de Vágner. O Guarani passava a frente.

Com o gol, a Ponte Preta seria obrigada a se lançar mais ao ataque e abrir mão de seu plano de jogo. E era nisso que o Guarani apostava, entretanto, em uma postura inesperada, a Macaca continuou na defesa e apostando na bola parada. Postura essa semelhante à adotada, e bem sucedida, pelo Guarani contra o Corinthians nas semi-finais de 2015. E, para desespero de Amoroso, o Guarani se lançava ao ataque tentando resolver o jogo da mesma maneira que o Corinthians. Ao fim do primeiro tempo, ao menos mais duas chances claras de gol haviam sido isoladas pela displicência do ataque do Guarani.

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No intervalo, Amoroso tentou corrigir o problema, ordenando para que os defensores, e até mesmo os laterais - contrariando a filosofia do treinador - não se lançassem ao ataque. Entretanto, o filme era mais do mesmo. O Guarani, desesperado, tentava matar o jogo, enquanto os esboços de contra-ataque da Macaca eram parados com falta - tudo que a Ponte queria. Os gols perdidos em seqüência pelo Guarani, porém, começavam a irritar e desesperar não somente o jogador como a torcida, que apreensiva com a situação chegou a pedir por Júnior Moraes, algo completamente impensado.

Contudo, nos grandes momentos os grandes jogadores aparecem. Discreto em quase todo o primeiro tempo, Vander entrou no jogo aos 60. Após bela cobrança de falta, acertou o travessão. Apartir dai, chamou a responsabilidade e começou a fazer o que faz de melhor: decidir. Aos 64, pôs Montero na cara do gol. Travado, o colombiano nem chegou a concluir a finalização. Aos 68, foi a vez de servir Digão, fazendo a infiltração, que parou. Porém, se outros não resolviam, era a vez de Vander resolver. Aos 71, recebeu de Filipe e acertou uma finalização forte, parando em Vágner, até então o grande nome do jogo. Aos 74, aproveitou cruzamento de Alan e, graças a uma pane defensiva da Ponte, concluiu livre com uma folha seca. Parou na trave.

Mesmo vencendo, o Guarani ainda queria mais, embora a Ponte não se mostrasse interessada em reagir. E, sobretudo, Vander queria mais. Em todas as partidas que havia disputado contra a Ponte, o meia havia deixado sua marca. E não poderia ser diferente. Aos 77, Fernando Matos aproveitou a sobra de uma falta mal cobrada, disparou em velocidade e foi derrubado. Era uma falta distante, onde até mesmo um cruzamento seria prudente. Entretanto, Vander pegou a bola e assumiu a responsabilidade. Nas duas finalizações anteriores, em força, havia parado no goleiro e na trave. Na última falta, também forte, no travessão. Nessa, Vander abriu mão da força. Colocou somente efeito. Com muita precisão, acertou o ângulo direito de um incrédulo Vágner, que nada pode fazer. Novamente, Gol do Guarani. Novamente, Gol de Vander. Novamente, de falta. Logo ele, de novo ele, fechava o caixão da Ponte.

Vander era, sem dúvida, o pesadelo da Ponte. De cabeça, de falta, de direita, de esquerda. De todas as maneiras, já havia batido a Ponte Preta. Talvez por isso, fosse o mais odiado jogador para a torcida pontepretana e, a cada vez que enfrentava a Macaca, fazia jus a esse ódio e, somente, deteriorava a relação. Entretanto, parecia não se importar com isso. O Guarani era cada vez mais odiado pela Ponte Preta, engasgada. Vander era cada vez mais odiado pela Ponte Preta. Talvez por isso, fosse cada vez mais ídolo do Guarani. Em campo, via a torcida gritar por ele com gritos de "Olê, Olê, Olê, Olá, Vsnder vem aí é o bicho vai pegar!" e até mesmo uma paródia da música "Fio Maravilha", de Jorge Benjor, adaptada como "Vander Maravilha", que descrevia os gols do meia contra a Ponte. Por sua vez, Vander sabia jogar para a torcida. Após marcar, comemorou correndo em direção a metade verde do Brinco e, sem receio, apontou para uma faixa com dizeres: "O campeão voltou! Chora, P6NT3 PR5T4", claramente alusiva as goleadas sofridas pela Macaca nos últimos tempos.

E, se tinha capacidade de jogar para a torcida, Vander também sabia jogar com as situações. Em frente a uma Ponte apática, evitou um abafa - ensaiado a base da pressão nos instantes finais -, com experiência e provocações. Ao receber a bola, correu até a linha de fundo e, entre pedaladas e chutes em cima dos adversários, fez a Ponte apelar para o jogo faltoso. Estava enterrada a Ponte Preta. O Guarani de Vander, novamente, estava nas semi-finais do Campeonato Paulista.

Verdadeiro Verdão

Paulistão de 2016, Semi-Finais | Velhos fantasmas

Após garantida a classificação, o Guarani enfrentaria o Palmeiras nas semi-finais. Se o bugre se via cada vez mais perto de defender o título, o Palmeiras tentava encerrar um jejum de 8 anos sem títulos. E, de certa maneira, devolver o sacode que levou no primeiro turno. O baile comandado pelo jovem Filipe, diante de um Allianz Park lotado, involuntariamente instaurara uma crise no Palmeiras.

E, exatamente por isso, o Palmeiras decidiu mudar totalmente sua maneira de jogar para enfrentar a equipe de Campinas. A começar pela marcação individualizada em Filipe, categorizado como elemento surpresa do clube. Apesar disso, o Guarani não facilitou e travou uma batalha tensa e eletrizante. Em uma partida muito pegada e com muitas faltas, em sua maioria todas leves, os times revezavam o controle do meio campo.

Por sua vez, com os volantes dos dois lados chegando firme, o Guarani apostou nas laterais e na velocidade para desafogar o jogo. As transições rápidas e envolventes, por sua vez, eram a marca do time de Amoroso. Já o Palmeiras apostava em insistir em finalizações de longa distância e bolas alçadas à área, aproveitando a baixa estatura dos laterais alviverdes. E, nessas circunstâncias, fez com que o Palmeiras chegasse mais perto do gol. Wesley, em uma finalização forte de fora da área, e Wellington, em cabeçada precisa, forçaram Diego Cavallieri a fazer intervenções cruciais.

Mas a transição do Guarani era, realmente, rápida. Após um erro na saída de bola do Palmeiras, Digão recebeu e lançou Fernando Matos. Livre, o meia invadiu a grande área e cruzou, rasteiro, para trás. E lá vinha Vander, que, de primeira, acertou o ângulo de Deola. E, assim, o Guarani abria o placar e deixava o Palmeiras em desespero.

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E, encerrando-se o primeiro tempo, o jogo retornara do intervalo quente. O Palmeiras importunava o Guarani com investidas constantes e, mesmo de maneira desorganizada, se aproximava do gol. Léo Bonattini, aos 7, em uma finalização de fora da área e Rodrigo, mesmo sem intenção, após um cruzamento, pararam na trave. Apesar de sentir o gol se aproximar, o desespero e a desorganização batiam no Palmeiras, como se notava ao ver diversas jogadas de ataque interrompidas por jogadores da própria equipe.

Notando um momento ruim no jogo, Amoroso lançou Maikon, que mesmo com apenas 16 anos, recebera o apelido de 'homem de gelo', da torcida por não sentir a pressão. E, com a entrada do volante, o Guarani respondeu rápido. Digão lançou Filipe que, com um drible humilhante, colocou o marcador para dançar e tocou para Montero livre. Na cara do gol, o atacante tentou a cobertura e parou no travessão. O Guarani, aos poucos, se estabilizou e retomou a dinâmica do meio campo.

Porém, nos últimos minutos, o Palmeiras foi, definitivamente para o abafa. E a classificação do Guarani foi consolidada muito em prol de Fabrício e Cabral, aos 44, Léo Bonattini, cortou Cabral e tocou pro gol. Se não fosse um carrinho providencial de Fabrício, provavelmente Bonattini teria aproveitado a saída em falso de Cavallieri para empatar. Entretanto, o momento de maior aperto da partida viria em seguida, aos 48. Após cruzamento de Rodrigo, Fabrício furou e Wesley se antecipou a Alan. Se a finalização não tivesse parado em Cabral, a decisão teria ido pros pênaltis. Ao fim de jogo, festa do Guarani no Brinco e drama Palmeirense. Mesmo após uma boa exibição, o jejum continuava no Allianz Park. E no Brinco de Ouro, o Guarani, nos rítimo de Vander, se consolidava como o Verdadeiro Verdão.

Exorcismo

Paulistão de 2016, Finais | 30 anos depois

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De um lado, o campeão paulista, campeão das séries C e

B e segundo lugar na fase de classificação. Do outro, o bi-campeão do Brasil, Campeão da Copa do Brasil, Campeão da América, 3º colocado do Mundial e líder da fase de classificação. A final colocava frente a frente São Paulo e Guarani. O multi-campeão e a sensação.

O São Paulo era o terror de qualquer equipe brasileira. Mas era, também, um carrasco histórico do Guarani. A única equipe a ter derrotado o bugre de Amoroso era, também, àquela que, exatos 30 anos antes, havia tomado das mãos do Campeão do Interior o bicampeonato brasileiro. E, então, era essa a motivação do time de Amoroso. O time entrava em campo não só para defender o título, como também para fazer 'justiça histórica'. Era o sonho não só do time como também da torcida.

E, talvez por isso, os torcedores compareceram em peso. Com o Brinco de Ouro abarrotado, a verdadeira "Índia Verde" - uma referência a torcida do Cruzeiro, a China Azul, ao mascote do Guarani (índio), e a projeção de que a Índia superaria a China e se tornaria a maior população do mundo -, compareceu e decidiu empurrar o Bugre em uma "vingança" contra o Tricolor Paulista.

Apesar de empurrado pra frente durante todo o tempo, o Guarani apostou em uma postura compacta. Com pouco espaço entre as faixas de campo, o Guarani apostava, novamente, em velocidade nas transições e em desafogar a partida pelas laterais. Enquanto isso, o Sal Paulo ia pra cima dominando não somente a posse de bola e a iniciativa ofensiva, como também o meio campo.

E, durante todo o primeiro tempo, o ímpeto ofensivo do Tricolor Paulista foi freado pela excelente composição defensiva do Guarani, onde os laterais, de maneira improvável, auxiliavam a travar as investidas dos meias. Apesar disso, o Guarani ainda precisou contar com duas intervenções cruciais de Cavallieri - cada vez mais seguro, diga-se de passagem. Aos 23, Marcelo arriscou de longe e forçou o goleiro a efetuar uma defesa em dois tempos. Aos 31, foi a vez de Hernanes dar trabalho. Após troca de passes entre Mariano e Gabigol, o meia chegou de trás livre para finalização e só não abriu o placar para o São Paulo porque, com os pés, Cavallieri mandou para escanteio.

Apesar do domínio do São Paulo, o Guarani, por sua vez, não aparentava estar entregue e, sobretudo com Montero e Fernando Matos, levava perigo ao gol tricolor. O ápice da equipe na primeira etapa, por sinal, passou por uma jogada que envolvia ambos. Alan disparou pela esquerda e cruzou para Montero, que limpou o lance e deu passe em profundidade para Fernando Mato que, aproveitando a saída da defesa, entrou no um contra um com o goleiro e bateu forte no canto, forçando Renan Ribeiro a operar um verdadeiro milagre.

Na segunda etapa, porém, o Guarani não continuou o mesmo. Mal em campo, Filipe - que talvez estivesse sentindo o peso da partida -, deixou o gramado para a entrada de Júnior Moraes, o que visava acrescentar na finalização de longa distância, na força e, talvez de maneira mais decisiva, na presença de área. A substituição surtiu efeito e, nos primeiros 15 minutos, o Guarani teve duas chances claras de matar o jogo. Aos 7, Digão foi ao fundo e cruzou rasteiro. A zaga do São Paulo bateu cabeça e a bola sobrou limpa para Montero, livre, marcar. No entanto, a finalização do atacante saiu mascada e passou por cima do gol. Três minutos depois, por sua vez, Fernando Matos invadiu pela diagonal e tocou para o próprio Júnior Moraes, na entrada da área, soltar um foguete. Mas a tarde era mesmo de Renan Ribeiro. Com uma linda ponte, o goleiro resvalou de mão trocada na bola que ainda bateu caprichosamente na trave antes de sair.

Vendo o bom momento da equipe, a torcida do Guarani começou a gritar e a apoiar a equipe. Em um coro de uma voz só, o grito de "Bugre!" eclodia de toda parte. Mas foi exatamente no momento de maior incentivo da torcida que o Guarani se perdeu em campo. A troca de Filipe Augusto, que fazia uma boa partida, por Santos era, no papel, uma boa mudança para acelerar a ligação entre o meio e o ataque. Mas não foi o que aconteceu. Nervoso, Santos entrou em campo desligado e errando passes simples, comprometeu a saída de bola, ofereceu a bola aos adversários e não conseguiu acompanhar Giuliano.

Com Giuliano sobrando, o São Paulo conseguia, sem dificuldades, desmarcar Hernanes, Mariano, Osvaldo, Marcelo ou Gabigol. E, assim, parecia ser questão de tempo para marcar. Teve ao menos quatro oportunidades claras de gol. Com Osvaldo, parou na defesa. Com Hernanes, parou em Cavallieri. Mas os dois lances mais claros de gol viriam em seguida. Aos 23, Osvaldo aproveitou falha de Santos, tomou a bola e lançou Giuliano. O meia bateu Willians na corrida e, da entrada da área, chutou com precisão no ângulo. Quis o destino que a bola batesse na trave antes de voltar livre para Dominguez, que meio sem esperar pôs muita força e jogou a bola por cima do gol vazio. Quatro minutos depois, foi a vez de Giuliano perder. Mariano fez boa jogada na linha de fundo e tocou para Osvaldo, que invadia a área pela direita. Com inteligência, o atacante descobriu Giuliano que, da marca do pênalti, encaixou a finalização no canto esquerdo do gol. Por sorte, a bola resvalou em Fabrício e foi para escanteio.

Mas, mesmo no aperto, a torcida do Guarani continuava cantando e incentivando a equipe. E, entre um susto e outro - com intervalo para prender a respiração durante o verdadeiro bombardeio tricolor sobre o gol bugrino -, fazia com que o time tentasse responder. E, mais na raça do que na técnica, o Guarani tentava fazer, mesmo que de maneira torpe. Aos 29, Fernando Matos arrancou com a bola e percorreu praticamente metade do campo desmarcado. Ao chegar frente a frente com Renan Ribeiro, soltou um torpedo, que para sorte do São Paulo passou rente a trave. Três minutos depois, Alan foi ao fundo e tabelou com Vander. Mesmo sem ângulo, o lateral tentou um cruzamento venenoso na risca da pequena área. E, meio sem querer, acabou acertando o travessão.

Apesar de esboçar respostas, o Guarani não retornava ao jogo, ou ao menos não se organizava, e assim continuava passando maus momentos nas mãos do São Paulo. A salvação vinha por meio de um intransponível Willians, que após a entrada de Santos se dedicava a, sozinho, parar Hernanes e Giuliano e na grande partida de Alan, que rebatia toda e qualquer bola que viesse pela esquerda, além de Cavallieri, um monstro, que entre os gritos de "É o melhor goleiro do Brasil!" e "Ão, Ão, Ão, Cavallieri é seleção!" calava Muricy, que insistia em deixar o arqueiro de fora da equipe nacional.

E, vendo que não havia mais como pedir organização tática, Amoroso optou por colocar o coração na ponta da chuteira e ir ao ataque. A surpreendente entrada de Jajá, desafeto do treinador - apesar de ser querido pela torcida - e que quase não vinha jogando, era somente no lugar de Digão era uma prova disso. A troca de um meia por um lateral, Santos, nervoso, foi para a direita, incendiou a torcida e a partida. E, inexplicavelmente, o Guarani engoliu o São Paulo nos dez minutos finais. De longe, Jajá mostrou seu cartão de visita e acertou um torpedo na trave tricolor. Um longo e agudo "Uuuuuhhh!" tomou conta do Brinco.

E, por incrível que parecesse, Santos se achou na direita. Aos 83, foi ao fundo, driblou Mariano e cruzou para Montero subir livre e cabecear por cima do gol. E aos 87, foi novamente ao ataque. Antes da entrada da área, foi derrubado por Marcelo. Falta para o Guarani. Fervendo, o caldeirão chamado Brinco de Ouro ecoava em um único tom. "Vaaaaaaaaaaannnnnnder" - com 'a' e 'n' prolongados.

Vander era praticamente um Pet do Guarani. Cruel, guardava na gaveta sem piedade qualquer tipo de faltas. E dali era sua especialidade. Mesmo longe de seus melhores dias naquela noite, chamou a responsabilidade. Pegou a bola e gerou preocupação a Renan, que pôs quatro na barreira. Mas Vander não chutou. Com um cruzamento que parecia feito com a mão, tamanha a precisão, colocou a bola na cabeça de um Montero desmarcado. A cabeçada, a queda, o chão. Na verdade, nem Montero viu a bola entrando. Soube do gol pelo grito da torcida. Ao levantar, era o herói de uma nação de 300 mil torcedores. Em estado de êxtase, os 30 mil torcedores presentes no Brinco celebravam como um título. No sapatinho, o Guarani - e sua torcida -, engolia o 'Bicho Papão' São Paulo e colocava uma mão na taça.

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Mas ainda havia um segundo jogo. O título do Guarani, por sua vez, ainda estava distante. Mas a torcida não abriria mão de apoiar. Dos 30 mil presentes na volta, no Morumbi, ao menos 2 mil vestiam a camisa do Campeão do Interior. E, com isso, esperava-se um grande espetáculo. Um palco lotado, dois belos elencos, duas torcidas comparecendo - mesmo em diferentes promoções - e dois estilos de jogo completamente diferentes.

Mas o que se viu em campo foi algo completamente diferente. Com o regulamento debaixo do braço, o Guarani abrira mão de jogar e partira apenas para evitar ser vazado. Mesmo que para isso tivesse de apelar para a violência. E, no primeiro tempo como um todo, a tática foi bem sucedida. Apesar do amplo domínio do São Paulo, o clube sequer consegue finalizar dentro da área do Guarani.

Com domínio do meio, o tricolor conduzia a bola, trabalhava as jogadas, se aproximava, mas não conseguia finalizar. O clube sempre era travado nas finalizações, seja por meio de carrinhos, desarmes, jogadores entrando na frente ou o mais habitual, chegadas firmes. Os destaques defensivamente passavam por Willians, que vinha entrando firme nas dividas e o argentino Gustavo Cabral, que parecia não se importar com o apelido de 'El Cavalo' e, cada vez mais, entrava não somente com força como também para rachar.

E, dessa maneira, o Guarani evitou os gols do São Paulo e segurou o time a base dos chores de longe ao longo de todo primeiro tempo. As únicas chegadas de perigo do soberano foram uma finalização de longe de Giuliano, que, em meia altura, forçou que Cavallieri espalmasse para escanteio e, já no estouro do tempo, uma cabeçada de Marcelo, após cobrança de escanteio, resvalando no travessão. O Guarani, por sua vez, fez um patético primeiro tempo. Sem finalizações, o Guarani se limitou a um arranque de Fernando Matos, prontamente interrompido por uma falta de Maurício.

No segundo tempo, porém, o São Paulo se lançou ao ataque. Com três atacantes, o time aproveitou a postura defensiva da equipe de Campinas e acabou se aproveitando da posse de bola para sufocar os visitantes. E, novamente, passou muito perto do gol. Aos 4, Marcelo recebeu na ponta e cruzou para Osvaldo. De cabeça, o baixinho de antecipou sobre Fabrício e acertou o ângulo. Mais uma vez, coube a Diego Cavallieri evitar o gol do São Paulo. Aos 11, Gabriel invadiu a área e finalizou com efeito. Para a sorte do Guarani, o atacante abusou da força e jogou a bola por cima do gol.

Mas um lance, mesmo sem querer, acabou mudando o destino do jogo. Em mais uma entrada de força desmedida, Cabral lesionou Hernanes, ídolo tricolor, que se preparava para mais um chute de longa distância. Chorando de dor, o meia foi substituído por mais um atacante, Ademílson, o 4º do time de Carlos Ischa, que desesperado ia para o tudo ou nada. E nunca uma medida fora tão efetiva. Três minutos depois de entrar em campo, Ademilson recebeu de Marcelo e, com muita categoria, jogou no contra-pé de Cavallieri. O Morumbi ia ao delírio. Teríamos pênaltis. Teríamos. Sete minutos depois, o mesmo Ademílson se desmarcou e tocou para Osvaldo. Fabrício chegou rasgando e evitou a continuidade da jogada do Tricolor.

Ou era o que se pensava. Mansur dominou e, de média distância, arriscou uma finalização rasteira. Com precisão, a bola passou rente a trave e morreu mansinha na rede do gol de Cavallieri. Em 7 minutos, o São Paulo conseguia uma virada relâmpago e frustava o Guarani. O título parecia certo, mas chegara a vez do Guarani se lançar ao desespero. Com toda equipe no ataque, Amoroso fez o que não costumava. Abriu mão de seu motorzinho Fernando Matos em troca de Júnior Moraes. O motivo da substituição era preservar o meia Filipe, que apesar da falta de apoio ofensivo era um dos melhores jogadores do Guarani.

No abafa, o Guarani ficou no quase por duas vezes. Aos 82, Vander tentou na entrada da área e acertou a trave de Renan Ribeiro, deixando o Morumbi gélido e fazendo com que os poucos mais de 2 mil bugrinos no Morumbi esboçassem um cântico de "Bugre!" antes de serem engolidos pelo tradicional grito de "O campeão voltou!" dos tricolores. Cinco minutos depois, foi a vez de Montero ser parado. O atacante recebeu belo cruzamento de Filipe e parou nas mãos de Renan Ribeiro, em lance que lembrou muito o do gol do alviverde na última partida.

Mas, na ponta da chuteira, o bugre ainda não estava entregue. Em um último suspiro, já em cima dos 45, Filipe recuou para buscar a bola e, em um último esforço, arrancou em direção a área. Na velocidade, bateu dois marcadores e fez a penetração pela diagonal. O inesperado, porém, viria em seguida. Ao invés da tradicional finalização na posição em questão - ainda mais na necessidade de gol -, o meia decidiu cortar para o meio e surpreendeu Maurício com a decisão. Com um drible curto, bateu o volante e ficou frontal com Renan Ribeiro. A menos de 10 metros do goleiro, Filipe esteve a um passo de se consagrar. Esteve. Vindo de trás, no impulso, Marcelo empurrou infantilmente o meia. Pênalti claro.

O Morumbi tremeu. Enquanto os 2 mil torcedores do Guarani gritavam por 50, os jogadores do São Paulo lamentavam a penalidade e, nervosos, não encontravam força sequer para contestar a marcação. Do lado do Guarani, a discussão era outra. Quem bateria o pênalti? Sem dúvida, era a penalidade mais importante da década para a equipe. O cobrador oficial, Digão, pegou a bola. Entretanto, cercado pelo Capitão Vander, o artilheiro Montero e a promessa Filipe, que sofreu o pênalti, instaurou-se a indefinição sobre o cobrador.

A ordem veio do banco. Amoroso era experiente, calejado, já tinha estado dos dois lados. Guarani e São Paulo. E, talvez por isso, a ordem foi clara. "Bate o cobrador! Se alguém que não o Digão bater, terá multa". O treinador bancava seu pupilo.

Digão tinha 22 anos. Veio ao Guarani trazido do Flamengo e era um dos poucos titulares incontestáveis na equipe. Permanecia no clube desde a Série C - era o único titular remanescente -, e a cada ano era mais valorizado e recebia mais importância. Apesar disso, ainda convivia com desconfiança. Mesmo com um rendimento brilhante pelo time de Campinas, o fracasso no Flamengo custava caro. Chamado de incógnita e jogador de time pequeno, ainda precisava provar muito al Brasil. Como finalizador, era referência no clube. Não chegava sequer perto de Vander, mas acumulava gols de falta e pênalti. Em contrapartida, tinha um bom efeito e uma finalização forte. Mas nada disso adiantaria de nada se perdesse a cobrança de sua vida.

E, então, foi para a bola. Digão de um lado, Renan Ribeiro de outro. Renan Ribeiro caiu rasteiro na direita. E lá foi a bola. No outro canto, com força, no ângulo esquerdo. Alívio para o Guarani. Drama para o São Paulo. O Morumbi era afundado em um silêncio profundo, enquanto a festa passava apenas pelo lado verde do estádio. Graças ao gol de pênalti tardio, teríamos mais dez cobranças.

Guarani e São Paulo já haviam definido um campeonato. E nos pênaltis. Porém, algo muito maior e mais importante. Em 86, definiram o Campeonato Brasileiro, com o Tricolor Paulista levando a melhor. É inquestionável que o fantasma passou pelo cabeça dos torcedores e jogadores do Guarani, mas era um clube acostumado a exorcizar fantasmas. E talvez tivesse chegado a hora do maior deles ficar para trás.

Na primeira cobrança, Osvaldo de um lado. Cavallieri do outro. Há dois anos, amigos na seleção e titulares na conquista do hexa. Hoje, rivais. E Osvaldo finalizou com força, muita força para deixar Cavallieri pra trás. Mas o goleiro defendeu. No canto certo, espalmou e deixou o Bugre confortável. Na seqüência, Digão, Marcelo, Vander e Maurício marcaram. O Guarani tinha uma cobrança a menos, e ainda assim o placar estava empatado. Até Montero ir para a bola. Na cobrança, a maior esperança do clube para a temporada isolou. Tudo igual de novo.

Na continuidade, Mansur marcou para o tricolor. Mas Júnior Moraes parou em Renan Ribeiro. O goleiro escolheu o canto certo e, na direita, deixou o São Paulo a uma cobrança do título. E a bola chegou para Ademilson consagrar o São Paulo como campeão paulista e campeão de tudo. Partiu Ademilson, bateu (...) Cavallieri! O goleiro defendia uma pancada no ângulo esquerdo do atacante e recolocava o Bugre na briga. Em seguida, Fabrício deslocou o goleiro e levou para as alternadas. Cabia a Dominguez fazer com que o São Paulo continuasse na briga. O argentino tomou espaço, partiu para a bola e tentou deslocar a Muralha Cavallieri. Mas o goleiro era imparável. Adivinhou o canto esquerdo e deixou nos pés de Filipe Augusto o bicampeonato do Bugre. Mas o volante nem titubeou, tomou muito espaço e encheu o pé no ângulo direito. Bola para um lado, goleiro para o outro. O Guarani era bicampeão paulista. E o maior dos fantasmas estava exorcizado e logo nos pênaltis, o maior dos temores.

Bastidores

#BASTIDORESFC

Sem freio

O bicampeonato paulista do Guarani gerou, mais uma vez, uma comemoração em grandes proporções. Apesar da celebração não ter sido tão expressiva quanto na última temporada, o clube fechou uma tradicional boate de Campinas. Os grandes destaques do evento foram a reaproximação de Amoroso e Jorge Marçal - o que só reforça os indícios de que o treinador pode buscar Arthur, por empréstimo, é claro, no meio do ano junto ao Internacional -, e a ausência de Montero. Apesar da versão da direção ser de que a celebração era opcional e que o atacante havia avisado de sua ausência e teria sido liberado para resolver problemas pessoais na Colômbia, a direção lamentou a ausência do atleta e a situação acabou causando uma saia justa com os patrocinadores. O atleta, que seria o favorito para participar da campanha do banco patrocinador do clube, devessem substituído por Vander.

Recheado

A diretoria do Guarani celebrou a conquista do Campeonato Paulista não só pelo âmbito desportivo. O título do clube deixou os cofres mais recheados do que nunca. E não somente pela gorda premiação do campeonato - que chegava a R$ 2,5 milhões -, mas também pela receita obtida na final. Os 30726 pagantes que assistiram a partida contra o São Paulo resultaram não só no recorde de público como também no recorde de renda. O valor proveniente da bilheteria, cerca de R$ 1 milhão, apesar de expressivo, ainda é considerado baixo pelo Guarani. O ticket médio foi de apenas R$ 32, considerado pequeno para uma final. O clube espera, nas próximas temporadas, elevar o ticket médio para a casa dos R$ 60 em partidas decisivas.

Planejamento

O treinador Amoroso deve se reunir com o diretor de futebol, Andreas Brehme, e o diretor das categorias de base, Orleans Portlan, na próxima semana para definir o planejamento da equipe para o campeonato brasileiro. A principal questão passa pelo foco de apostas na base ou investimentos no elenco. Com bastante dinheiro em caixa, o Guarani não pretende fazer grandes investimentos no meio da temporada, mas vê uma lista de reforços como necessária em caso de um insucesso no Brasileirão. Mesmo a prioridade às categorias de base ainda é ponderada, já que o clube vê com bastante receio a possibilidade de queimar jovens jogadores. Apesar disso, a aposta na base é o caminho mais provável, embora uma mescla de jovens e contratados não seja descartada. No momento, a única negociação em andamento é a com Cristaldo, apesar do nome de Arthur ter sido ventilado nas dependências do Brinco. Procurado para falar sobre as negociações, Andreas Brehme alegou estar na Alemanha resolvendo questões pessoais e não quis se manifestar. O treinador Amoroso não retornou as ligações.

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Parabéns pelo título Paulista! E aí tem mesmo que comemorar, pois apesar de ser um título estadual, para o Guarani é o start que precisava para construir uma nova história. Tinha que começar por aí. Vai dar um novo ânimo para a equipe que chega no Brasileirão como campeã paulista.

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  • Vice-Presidente

Ganhou o Paulista e ainda se vingou de uma derrota histórica e marcante, mesmo que as dimensões das competições sejam muito diferentes, é muito bom ser campeão vingando resultados passados.

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Realmente aquela partida contra a Ponte no início do save foi um marco para o Guarani. A partir daquele partida tudo mudou para ambos os clubes. Bem lembrado.

A primeira fase do Paulista, o Guarani foi muito bem, mesmo com os empates, mas não esperava um placar tão apertado contra o Palmeiras. Coisas do futebol...

Grande final contra o Tricolor Paulista. Não é a mesma coisa do Brasileiro de 86, mas as semelhanças foram claras. Boa lembrança daquela grande final.

Toda vez que vejo o nome de Andreas Brehme no Guarani, fico pensando que só mesmo o Amoroso, que jogou na Alemanha um bom tempo, para convencer o alemão para se mudar para Campinas.

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Parabéns pelo título Paulista! E aí tem mesmo que comemorar, pois apesar de ser um título estadual, para o Guarani é o start que precisava para construir uma nova história. Tinha que começar por aí. Vai dar um novo ânimo para a equipe que chega no Brasileirão como campeã paulista.

Pra mim é por aí também, é bem significativo para o clube e atenua a pressão, já que a equipe já levantou um caneco essa temporada. Espero que a equipe confirme esse bom momento agora no Paulistão.

Ganhou o Paulista e ainda se vingou de uma derrota histórica e marcante, mesmo que as dimensões das competições sejam muito diferentes, é muito bom ser campeão vingando resultados passados.

Concordo, ainda mais uma derrota tão dolorosa quanto aquela, que foi o que, para mim, separou o Guarani dos maiores clubes do Brasil. O bicampeonato naquela altura faria com que o clube não perdesse sua grandiosidade nunca.

Guarani retomando sua história gloriosa do passado. Próxima etapa; voltar a um torneio continental.

É, finalmente títulos de peso estão saindo e temos uma chance concreta de cavar uma vaguinha na Sulamericana desse ano, mesmo sabendo que pode não ser o ideal

Realmente aquela partida contra a Ponte no início do save foi um marco para o Guarani. A partir daquele partida tudo mudou para ambos os clubes. Bem lembrado.

A primeira fase do Paulista, o Guarani foi muito bem, mesmo com os empates, mas não esperava um placar tão apertado contra o Palmeiras. Coisas do futebol...

Grande final contra o Tricolor Paulista. Não é a mesma coisa do Brasileiro de 86, mas as semelhanças foram claras. Boa lembrança daquela grande final.

Toda vez que vejo o nome de Andreas Brehme no Guarani, fico pensando que só mesmo o Amoroso, que jogou na Alemanha um bom tempo, para convencer o alemão para se mudar para Campinas.

O pior é que a mudança começa por aí mesmo, foi o arranque do Guarani e a decaída da Ponte, que viveu um período nefasto nas mãos do Jorginho, mas acredito que vai melhorar, pelo bem do futebol de Campinas. Se sobramos contra o Palmeiras na primeira fase, na segunda tudo parecia destinado a dar errado, mas aí surgiu o Vander de novo, que pra mim é o primeiro ídolo que esse save fabrica para resolver tudo. E por fim, uma grande vitória sobre a máquina tricolor, vingando 86 em uma competição muito menor, mas valiosa, já que título não aceita desaforo, ainda mais para um time que ficou tanto tempo adormecido. Sobre o Andreas, confesso que não vi jogar ao vivo, somente por uns 2 ou 3 jogos em DVD daquela Copa de 90, mas me pareceu um grande zagueiro e, ao pesquisar, percebi que era um jogador de bastante história e consolidado na Europa. Fiquei pensando em como justificar a contratação dele pelo Guarani, ainda mais com um salário modesto que não chega a € 30 mil mensais, mas a dificuldade foi tanta que desisti, apenas aceitei a contratação dele haha. Talvez a relação com o Amoroso tenha pesado, além da chance de viver em um lugar mais pacato, se é que podemos dizer que Campinas é mesmo pacata haha. Era a hora dele sair da sombra do pênalti decisivo e iniciar sua própria carreira e não há lugar melhor para isso do que o Guarani.

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Copa do Brasil de 2016, Fase preliminar | Ele de novo

Um ano. Para os cientistas, o tempo de uma volta completa da terra ao redor do sol. Para as pessoas, 365 dias. Para os clubes, uma temporada. Mas, independentemente das definições, era certo que tudo mudava de um ano para outro. Salvo a Copa do Brasil. Novamente, o Guarani se via entre a cruz e a espada.

O alviverde tinha de disputar as finais do estadual e, na mesma semana, colocar todas as fichas em cima da Copa do Brasil, notabilizada por ser a nova obsessão da torcida. Se na última temporada a equipe havia falhado na missão de triunfar nos dois confrontos, nessa apostava em uma tática prévia para seguir em frente na competição nacional sem abrir mão do domínio do estado de São Paulo.

E, assim, um time 'reserva' do Guarani embarcara na quarta pela noite, apenas quatro dias antes da primeira partida das finais, para confrontar o Avaí, em plena Ressacada. Era a prova de fogo para um time montado e idealizado para essa a competição em questão. O elenco não era lá dos mais belos, mas, recheado de refugos e promessas, prometia apenas muita raça - a falta desta, inclusive, fôra apontado pelos torcedores como o que derrubou o Bugre na Copa do Brasil da última temporada - e um esboço de futebol ofensivo.

E foi baseado nisso que a equipe chegou a Florianópolis. Mas, ao menos no início da partida, abusou do mesmo. Com apenas 1 minuto e 20 segundos, Giva recebeu um passe na intermediária e deu um pique incomum. Foi ao fundo e cruzou em meia altura para Rhafael Lucas abrir o placar para os visitantes. Meio sem querer, o gol instaurava uma crise entre a torcida, que ainda estava chegando, e o elenco do Avaí. Sem qualquer motivo aparente, a torcida do Avaí iniciava as vaias aos atletas do clube após qualquer toque na bola e gritava "Bugre!" e "Queremos raça!" em tom de protesto. O motivo, talvez, passasse pela vexatória derrota por 4 a 0 para o Chapeconse, ocorrida dias antes e que custou ao Leão a vaga nas finais do Catarinense.

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Pressionado, o Avaí se acuou. Com medo, optou em assistir o Guarani jogar em busca do gol que mataria o jogo e, possivelmente, o confronto. Mas, ainda em busca de um último suspiro, acabou optando por uma estratégia conhecida pelo time de Campinas. Encerrava as jogadas adversárias com faltas e partia para o contra-ataque - onde se concentrava a principal diferença entre os catarinenses e a formação defensiva dos paulistas. Enquanto os primeiros apostavam no chuveirinho, os atuais campeões paulistas apostavam na bola trabalhada e em transições rápidas.

E durante todo o fim de primeiro tempo, viu o Guarani a um passo de matar o jogo. Aos 23, Giva bateu o goleiro e, sem ângulo para finalização, tocou para Rhafael Lucas, livre completar. O atacante, com pouca pontaria, acabou acertando a trave e, em seguida, desabou descrente do gol que perdera. Mesmo com um lance ao melhor estilo Deivid, o Guarani ainda teve outra chance crucial de matar o jogo. Fábio Henrique disparou pela direita e, sem marcação, invadiu a área fuzilando pro gol. O lateral parou somente no travessão, em um lance que fez a torcida do Guarani ficar tranquila com o futuro da lateral direita em caso de ausência de Digão - contratado em definitivo por R$ 2,4 milhões, o lateral é alvo de times da Europa e pode ser negociado por propostas na casa dos R$ 14 milhões.

Porém, o primeiro tempo se encerrava com o Guarani vencendo apenas por um a zero e brincando de perder chances de gol, enquanto o Avaí chegou somente em dois cruzamentos com cabeçadas longe do gol. E um a zero era um placar perigoso. Apesar disso, o Avaí parecia entregue no segundo tempo. Sem raça, foi salvo mais duas vezes pelo acaso. Aos 4, Montoya leu bem a jogada e se desmarcou para receber, em profundidade, de Jajá. Invadindo a área, foi parado por uma excelente defesa do goleiro no canto direito. 10 minutos depois, o mesmo Montoya cobrou um escanteio pela esquerda e, após bate e rebate, a bola sobrou livre para Marllon na marca do pênalti. De esquerda, o capitão do Guarani finalizou a queima roupa, forçando um verdadeiro milagre do arqueiro do Leão.

Mas a noite não era do Guarani. Após desperdiçar inúmeras chances de gol, aos 28, Maurides avançou em um contra-ataque despretensioso e tentou lançar o impedido Édson. No meio do caminho, Marllon tentou cortar de cabeça e acabou cabeceando para trás. O corte estabanado do capitão do Guarani fez com que a bola subisse muito é, com isso, tirasse o jovem Maikon da jogada. A cabeçada fôra quase como um passe na cabeça de Édson que, desmarcado, não teve nem dificuldade para colocar a bola no barbante na única finalização do rumo do gol do Avaí e, assim, dar números finais à partida.

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O dolorido empate lembrou, certamente, o torcedor do Guarani do empate contra o Coritiba. Mas, ainda assim, a empolgação falava mais alto. Ainda em festa pelo título paulista, a torcida não viu nem mesmo na forte chuva e na escalação dos reservas obstáculos para apoiarem o Campeão do Interior na partida de volta. Diante de um bom público, Guarani e Avaí protagonizavam um espetáculo ruim.

A chuva que não era obstáculo nem mesmo para os torcedores incentivarem a equipe, era o maior dos problemas dos dois times. Com um campo encharcado, as equipes não conseguiam desenvolver o jogo e tinham de apelar ao lado físico. Apesar disso, a diferença de qualidade técnica era refletida na posse de bola. Mesmo com os reservas, o Guarani tinha quase o dobro da posse de bola dos visitantes, muito em prol da qualidade de virar o jogo.

Mas, se abusava das viradas de jogo, o Guarani só conseguia chegar ao gol por meio de finalizações de longe e cabeçadas. E, assim, surgiram as duas principais chances do clube no primeiro tempo. Maycon Roberto, aos 18, testou fraco do meio da rua, mas, favorecido pelo quique da bola, forçou o goleiro Thiago a fazer uma defesa incrível. Cinco minutos depois, Egídio levantou a bola na área e viu Maikon subir livre para forçar outra defesa importante de Thiago, no último lance de perigo do - péssimo - primeiro tempo.

Mesmo com a necessidade de marcar, o Avaí não conseguia chegar e nem mesmo o segundo tempo fez com que o time conseguisse superar suas limitações técnicas. O único esboço de reação da equipe passou por um chute de Maurides da intermediária, onde a bola passou longe do gol. Sem o Avaí chegar ao ataque, o Guarani virava a bola com qualidade e, novamente, chegou mais perto do gol por duas oportunidades. Aos sete, Rhafael Lucas tocou para Giva que, de costas, fez um giro rápido e bateu forte no canto direito, forçando mais uma boa defesa de Thiago. Aos vinte e seis foi a vez de Egidio assustar. Após cruzamento da direita, Giva escorou para trás e a bola sobrou limpa para o lateral, que pegou com força, mas foi atrapalhado pelo campo molhado. Apesar disso, tirou tinta da trave.

Mas o ponto alto da partida viria somente cinco minutos depois, aos 31. Samuel bobeou e perdeu a bola na entrada da área para Maurides, que lançou Édson. Em velocidade, o atacante bateu o experiente Cabral e, de esquerda, finalizou com a parte externa do pé, fugindo de José Fernando, utilizado no lugar de Cavallieri para ganhar experiência. Por sorte, a finalização parou na trave e, junto com ela, o ímpeto do Avaí que entregue, esperou passivamente o apito final e a festa de um Guarani que não apresentara muito e, por gols fora, estava classificado para enfrentar o Figueirense.

Bastidores

#BASTIDORESFC

Mesas e tapetes

A crise entre a CBF e o Bom Senso FC, organização criada para pedir melhoria no futebol brasileiro e que, desde 2013, organiza 'greves' que nunca saíram do papel, acabou da melhor maneira possível para o Guarani. A reunião da última sexta-feira, marcada para aparar as arestas entre as organizações em decorrência da crise dos salários, acabou com uma mudança na Copa do Brasil. Após a divulgação de um ofício enviado pela CBF ao Internacional alegando que o Fair Play Financeiro não seria implementado 'antes de 2030' e que a equipe poderia, se necessário, 'atrasar os salários em dois ou três meses', os atletas do Bom Senso FC engataram a primeira greve efetiva, com uma falta geral aos treinos, contra os atrasos salarias. A situação se agravou no meio da semana quando o meia Hyuri se martirizou. Com 3 meses de salários atrasados, forçou o Botafogo - que ao lado de Internacional e Coritiba estava em divida com os atletas -, a negociá-lo por R$ 8,5 milhões com o Corinthians para quitar as pendências salariais, mesmo sabendo que não poderia entrar em campo pelo novo clube em 2016, por já ter feito 7 jogos pela equipe antiga. A solução da situação, porém, foi uma virada de mesa. A redução do número de jogos dos atletas, uma das solicitações do Bom Senso FC, se deu por meio de uma mudança que fará que a Copa do Brasil permita somente 3 jogadores acima de 23 anos por partida apartir do próximo jogo. A decisão foi muito questionada pelos clubes, que a consideraram arbitrária e alegaram que a CBF usou de seus 'braços' para atingir seu objetivo. Dos 40 times das Séries A e B, somente quatro, nominalmente Guarani e Santos - pela qualidade da base -, Paysandu - parceiro e devedor do Guarani -, e Fluminense - por motivos óbvios -, apoiaram essa medida. Os demais 32 votos vieram das 27 federações estaduais e das 5 federações regionais, causando muita polêmica. Nos bastidores, diz-se que o caso é o pagamento de uma divida da CBF com o Bugre, maior interessado na medida, - que havia deixado de processa-lá no passado.

Expansão

A mudança no regulamento da Copa do Brasil foi o bastante para que o Guarani acelerasse seu plano de expansão. Com a necessidade de um segundo elenco para a competição e a base inchada, o clube vê como inevitável a criação de um 'Guarani B', com a presença de apostas e jogadores que estouraram a idade das categorias de base, após a peneira de Setembro. O motivo seria a chegada dos novos atletas de base - que devem chegar a 11 e inchar ainda mais a já inchada base do alviverde. Os planos do clube para a próxima temporada incluem, também, empréstimos de jogadores sem destaque na base para o parceiro Mamoré e os empréstimos dos destaques do 'Guarani B' ao Paysandu ou suas incorporações ao elenco profissional do Bugre. A criação da equipe, por sua vez, deve ser gerida com bastante cautela, uma vez que o clube tem a intenção de evitar que tal ato se torne um fiasco, como aconteceu recentemente ao Palmeiras.

Prato Cheio

As últimas negociações do Guarani foram um prato cheio para a ala conservadora da oposição do Guarani. Nos corredores do Brinco, diz-se que o clube recusou a estrela Ronaldinho Gaúcho, 36, como forma de abatimento na transferência - ainda em negociação - de Jajá para o Atlético/MG. Com a argumentação de que Ronaldinho traria a visibilidade necessária para recolocar a equipe nos holofotes, a oposição acusa a atual diretoria de pensar pequeno e não conseguir mensurar a grandeza do Guarani e está apenas a espera de um momento oportuno, ou seja, de crise, para lançar sua candidatura as eleições presidenciais. A oposição ainda corre para angariar o apoio de ex-ídolos do Guarani dispensados pela gestão Maurício Lemos, como o ex-meia e atual treinador Fumagalli, o volante Bida, do Botafogo/PB, e o zagueiro Paolo Goltze. Dos ex-atletas, a oposição já conta com o apoio público de Maurício Ramos, do Fortaleza, dispensado mesmo após ser o melhor zagueiro das Séries C e B. Sua re-contratação, inclusive, é uma das promessas de campanha do grupo liderado por Álvaro Cunha.

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Não podia comentar na área devido a uma suspensão, mas sempre li o seu tópico e pra mim é a melhor história da área atualmente. A organização dos posts e os textos estão excelentes. Continue assim, estou gostando. :D

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Arrumou uma boa explicação para a CdB sub-23 rsrs. Este FM faz a gente ter que usar a criatividade.

Ronaldinho Gaúcho seria uma boa, acho que ainda venderia algumas camisas.

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Grande história !!!! li todos os posts e só posso dizer que está sensacional !!! , grande virada de rumo você deu ao guarani !!! parabéns

O Time passou sem apresentar muito , mas o importante é passar não é mesmo ?

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Como bem disse, o clube passou adiante na CdB sem apresentar muito.

Verdade, mas acho que o objetivo foi atingido, então estamos mais tranquilos.

Não podia comentar na área devido a uma suspensão, mas sempre li o seu tópico e pra mim é a melhor história da área atualmente. A organização dos posts e os textos estão excelentes. Continue assim, estou gostando. :D

Agradeço os elogios, é bom saber que mesmo sem poder comentar você acompanhava e estava gostando da história, uma vez que isso é o mais gratificante e o que nos motiva a manter a história.

Arrumou uma boa explicação para a CdB sub-23 rsrs. Este FM faz a gente ter que usar a criatividade.

Ronaldinho Gaúcho seria uma boa, acho que ainda venderia algumas camisas.

Teve de ser, mas nem era minha intenção, tive de atualizar porque meu jogo de uma congelada inexplicável haha. Mas ainda assim, acho que ficou bom. Com essa nova mudança, a Copa do Brasil fica mais surpreendente, se bem que aqui nesse meu save a Desportiva e o Corinthians (AL) já pintaram o sete pela Copa. Sobre o R10, queria muito trazer, até pela imagem, mas além de tirar espaço do Maycon e do Filipe, ele ainda queria R$ 720 mil mensais, sendo que pra minha equipe ele teria status de revezamento. Minha folha salarial inteira somada dá isso, então não tive como fechar.

Grande história !!!! li todos os posts e só posso dizer que está sensacional !!! , grande virada de rumo você deu ao guarani !!! parabéns

O Time passou sem apresentar muito , mas o importante é passar não é mesmo ?

Agradeço pelos elogios! Concordo sobre a importância, é melhor ganhar jogando feio do que perder jogando bonito, mas mostrar um futebol melhor e mais vistoso sempre é bom também.

Pessoal, acho que vou conseguir postar uma atualização hoje, mas não estou certo. É certo mesmo que até sexta sai a atualização com a primeira metade do brasileirão. Peço desculpa pela baixa frequência de atualizações, mas as aulas voltaram e estou com pouco tempo. Vou tentar resolver isso na próxima semana. Agradeço pela compreensão.

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Pois é, a colcha de retalhos do Guarani tem funcionado muito bem até aqui e aposto as fichas que continuará assim no 2º turno. O azarão pode se tornar campeão no final do ano.

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O Azarão tá pintando como campeão. Tá com cara de campeão. Alguns jogadores ganhando confiança, mas menos que os torcedores que chegaram ao absurdo : Ão, Ão, Ão, Júnior Moraes é seleção!”, coro que foi rapidamente completado por “Il, Il, Il, Primeiro de Abril”. Ri muito disso.

Quero ver o Cristaldo. Quase contratei ele no Rb, vamos ver se me arrependo. D eolho na Seleção, Sr. Amoroso? Vai ser bacana se surgir o convite.

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Apenas uma derrota, temporada fantástica amigo parabéns, novo titulo O Campeão Gigante do Interior :majesty:

Vamos ver se o título sai mesmo, mas acho que surpreendemos no 1º turno. Agora espero conseguir manter e fechar a temporada com chave de ouro.

Pois é, a colcha de retalhos do Guarani tem funcionado muito bem até aqui e aposto as fichas que continuará assim no 2º turno. O azarão pode se tornar campeão no final do ano.

Acho que o time deu liga, mas não tenho tanta certeza sobre o segundo turno por questões físicas (muitos jogadores se lesionaram no fim do turno) e, com isso, acho que a situação ficou um pouco mais difícil.

O Azarão tá pintando como campeão. Tá com cara de campeão. Alguns jogadores ganhando confiança, mas menos que os torcedores que chegaram ao absurdo : Ão, Ão, Ão, Júnior Moraes é seleção!”, coro que foi rapidamente completado por “Il, Il, Il, Primeiro de Abril”. Ri muito disso.

Quero ver o Cristaldo. Quase contratei ele no Rb, vamos ver se me arrependo. D eolho na Seleção, Sr. Amoroso? Vai ser bacana se surgir o convite.

Espero que tenha pintado o campeão mesmo haha. O Júnior Moraes é uma figura e a torcida do Guarani, assim como qualquer outra, precisa de um jogador para pôr a culpa nas derrotas. O time que não tem esse jogador sofre muito. Sobre o Cristaldo, já fez uns golzinhos no turno, mas enfrenta forte concorrência, espero que corresponda, porque se você olhar bem, salvo o Giva, o desempenho de todos os atacantes foi pífio. Quem marcou os gols do time foram os meias. Sobre a seleção, já estou de olho nela há um tempo, mas espero a oportunidade. Teve um samba de técnicos entre as seleções da América do Sul, exatamente quando recebi o convite do Chile, mas não veio o convite que queria (da Seleção Brasileira). Parece que, mesmo com derrotas consecutivas, o Muricybol ainda está em alta.

CAMPANHA irretocável!

vai pintando o campeão

Foi um bom primeiro turno, espero ter a qualidade para manter a campanha e fechar o brasileiro com chave de ouro.

Pessoal, perdõem-me pela falta de atualizações, mas meu tempo esteve escasso. Prometo uma atualização hoje e mais uma ou duas no carnaval.

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Esta é a vantagem da Copa do Brasil sub-23 rsrs. Consegue tirar daí talentos promissores e estes jogos tão decisivos acabam contribuindo para o amadurecimento destes atletas. No mais, uma pena a eliminação mais uma vez, mas é certo que uma hora a bruxa vai estar dormindo e o título vem

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