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A triste geração que virou escrava da própria carreira


Lucas Gaúcho

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A triste geração que virou escrava da própria carreira

 

Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa. Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguel, a escola e as viagens em família para pousadas no interior. Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente.

 

Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. Depois vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim. Frequentou as melhores escolas. Entrou nas melhores faculdades. Passou no processo seletivo dos melhores estágios. Foram efetivados. Ficaram orgulhosos, com razão. E veio pós, especialização, mestrado, MBA.

 

Os diplomas foram subindo pelas paredes. Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não precisava. Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. Aos 30 ganhava o que os pais ganharam na vida toda. Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar. Ninguém podia os deter. A experiência crescia diariamente, a carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita.

 

O problema era que o auge estava cada vez mais longe. A meta estava cada vez mais distante. Algo como o burro que persegue a cenoura ou o cão que corre atrás do próprio rabo. O problema era uma nebulosa na qual já não se podia distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição, o que era ganância, o que necessário e o que era vício. O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. Dava para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. Dava para realizar o sonho de conhecer a Tailândia. Dava para voar bem alto.

 

Mas, sabe como é, né? Prioridades. Acabavam sempre ficando ao invés de sempre ir. Essa geração tentava se convencer de que podia comprar saúde em caixinhas. Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo. Aos 20: ibuprofeno. Aos 25: omeprazol. Aos 30: rivotril. Aos 35: stent. Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e comprimidos para dormir.

 

Oscilavam entre o sim e o não. Você dá conta? Sim. Cumpre o prazo? Sim. Chega mais cedo? Sim. Sai mais tarde? Sim. Quer se destacar na equipe? Sim.

 

Mas para a vida, costumava ser não: aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito. Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa. Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório. Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado.

 

Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia. Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda pudessem fazer algum sentido.

 

Mas não dava mais tempo. Já eram escravos do câmbio automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”. Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Afinal tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro.

 

Só não tinha controle do próprio tempo. Só não via que os dias estavam passando. Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bônus do final do ano não comprariam os anos de volta.

 

Fonte: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/a-triste-geracao-que-virou-escrava-da-propria-carreira-2/

 

O que acham? É um tema já tradicional e recorrente mas que sempre vale uma boa discussão.

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Como alguém de 30 anos que se viu representado pelo texto, achei muito interessante,verdadeiro e ao mesmo tempo preocupante.

Muitas vezes eu fico pensando coisas como "eu podia ter feito tal coisa, mas deixa pra lá. Depois faço. Vou ter outra oportunidade de compensar daqui a pouco". O duro é q a vida ensina q poucas vezes temos essa "outra oportunidade".

É importante ter suas prioridades muito bem definidas, mas é difícil defini-las bem quando se está no meio do olho do furacão, quanto tudo é "importante", tudo é "urgente"...

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Bacana o texto. Um pouco melodramático (ou não, ainda estou com 26 e posso estar iludido? Hahaha), mas que explora um tema bem bacana.

A minha realidade atual não tem taaanta bonança, mas realmente, aos 22 já ganhava mais do que metade da minha família recebia. Aos 24 comprei meu primeiro AP, coisa que ninguém da minha família fez. Hoje estudo de 6 a 8 horas para galgar mais, muito mais. Sou ambicioso confesso, mas tenho medo de não ter um limite. Já tenho bem planejado objetivos de médio e longo prazo. Sinceramente não sei distinguir se isto pode ser positivo ou não. Hoje, devido a minha rotina de trabalho + estudos, não vejo alguns amigos por um bom tempo, coisa de 2 ou 3 anos. Vida social bem limitada, contato pessoal também. Entre uma ou outra hora de estudo, entre uma ou outra dificuldade no trabalho, me pego pensando se todo o esforço e sofrimento vale. Eu acredito que cada pessoa tem seus ideais, sua forma de encarar a vida. Por enquanto, seja por criação, convicções e objetivos, passo e passaria todo este sofrimento para atingir meu objetivo. Acredito que o final e a conquista serão válidos. Claro, é uma expectativa, pode dar certo ou não, mas prefiro tentar e arriscar do que viver num eterno marasmo, numa eterna zona de conforto.

Não posso precisar se sou "refém" de todo este sistema, pois ainda estou em transição. Pensamentos mudam e talvez, lá na frente, olhe para trás e lamente por todo esforço "desperdiçado". Mas ainda assim prefiro o desafio de tentar acertar. O lamento de algo conquistado é menor do que àquele perdido, algo que nunca se teve.

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Cara, felicidade não tem preço, tenho dó de quem se torna um escravo do trabalho. Graças a deus nunca entrei nessa pira e espero não entrar, me rodeio de gente "leve" que nemneu pra tentar manter isso.

 

Meu pai acordava todo dia as 6 horas da manhã e ia dormir a meia noite, passou a vida toda trabalhando que nem um camelo, foi extremamente foda no que fazia, foi roubado por todos os que ele considerava amigo, perdeu tudo que tinha, quando conseguiu se recompor teve oportunidade de voltar a ser tudo aquilo que ele tinha sido, preferiu não, preferiu viver do lado de sua familia bem, tranquilo, e assim o fez até seu falecimento. Fico muito feliz por ele ter escolhido viver ao invés de trabalhar, mesmo que tarde, aproveitei muito meu pai e morro de saudades. Quem sabe se ele tivesse escolhido voltar a ser "o cara", mal tivesse sentido falta dele quando ele morreu.

 

Só que mesmo assim ele se puxava um monte, mesmo depois que escolheu viver ao trabalhar, mas daí era pq ele realmente amava o que ele fazia, se tirassem aquilo dele seria como cortar o braço de Hendrix ou arrancar a garganta do Plant. Hoje sei disso, quando era novo não entendia e pensava que ele podia aproveitar mais até sua vida, só que aquilo era a vida dele, tanto quanto a gente. Então, como tudo na vida, tem os dois lados.

 

Se a pessoa ama o que ela faz, aquilo faz bem mesmo, nada vai substituir o prazer que ele tem fazendo o que gosta. Tem que se compreender isso. Porém trabalhar e se puxar horas e horas puramente por grana e promoções, pela pressão da sociedade, ah cara, isso não me chapa nem um pouco. Grana é importante pra caralho, mas dá de viver bem com pouco. Parece papinho de perdedor falar que "a beleza está nas pequenas coisas" mas pelo menos pra mim está. Um por do sol em Barcelona e um por do sol no morro da minha cidade continuam sendo um por do sol. Vivi o mundo da riqueza e hoje vivo o mundo fudido e digo de peito aberto, nunca fui tão feliz na minha vida.

 

Boa sorte pra quem quer morrer trabalhando, se faz eles felizes parabéns. Eu ainda não achei uma profissão que ame pra caralho, infelizmente, mas enquanto não acho, vou sendo feliz pra caralho sem me matar trampando.

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Cara, eu não sou muito de ficar procurando grandes lições em textos, filmes ou músicas, mas o sentimento de quem vive como o personagem do texto pode ser resumido brilhantemente pelo trecho de "quase sem querer" do Legião Urbana: "tudo o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém".

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O problema da geração atual é estabelecer metas praticamente impossíveis.

 

Eu sou pé no chão. Não vou me matar de trabalhar nunca. Simplesmente não vale a pena.

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Uma geração que trata "zona de conforto" como uma coisa ruim não entende nada.

Eu fui demitido a 10 dias, tinha um emprego muito legal, eu ganhava relativamente bem, a equipe era boa, tinha feriadões, internet liberada (claro, tinha que saber usar), caso faltasse conseguia compensar sem ninguem no meu pé por não ter ido dia tal, as vezes pagavam pra gente ir em eventos, enfim emprego muito bom que eu duvido achar outro igual. A 2 anos atras eu não recebia tanto, e via varios lugares com vagas do meu trabalho que pagavam mais, nunca dei bola porque sabia que 500, mil reais a mais não ia compensar todo esse "arrego" que eu tinha no meu emprego.

Sou como o Guaipeca (talvez não tao radical), agora eu tive um bom acerto da minha demissão, mais FGTS, não vou ir atras de outro emprego me matando se to com uma grana legal, acho que o stress de sair de um lugar e ir pra outro ja em seguida não vale a pena, é um risco claro mas não acho que tão grande, se tenho condições de ficar confortavel por 2,3 meses não vai ser por um simples "acumulo" que vou ir correndo atras de emprego.

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Interessante a opinião de vocês. ver pensamentos diferentes.

 

Não quero me matar de trabalhar para ficar rico. Até porque qual funcionário público fica realmente rico, por mais que trabalhe?hahaha . Minha intenção é tentar achar meu "ponto de equilíbrio", ter conforto e poder desfrutar do que eu, minha noiva e futuros filhos gostem, aliada a uma carga horária justa e um trabalho que me valorize (sim, é complicado achar este ponto, daí o motivo do estudo desenfreado, hahaha).

 

Mas ainda assim critico a zona de conforto. Entendam, não falo que todo mundo deve ser ambicioso, querer sempre mais e mais. Zona de conforto não é isso, pelo menos não para mim. O que entendo como tal é aquela pessoa que quer algo a mais, deseja ser/ter mais, mas por medo, falta de esforço, preguiça, falta de maturidade, etc, deixa as oportunidades passarem. Agora, se o cara é feliz e realizado com o que tem, sendo muito ou pouco, ótimo. Achou o seu ponto de equilíbrio. 

 

Também não sou adepto do "deixe a vida me levar". Sei lá, surtaria se fosse assim, hahaha. Não sou aquele perfeccionista metódico, mas gosto de estar um passo a frente de qualquer adversidade. Não gosto do tal "Fodeu! E agora?", hahaha.

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Eu com 20 anos, e fazendo um curso em que sou rodeado de gente que sonha grande pra caralho, as vezes me preocupo com isso.

 

Quer dizer, na área médica ter que constantemente se especializar e gastar tempo com estudos, mesmo depois de formado, come um tempo gigantesco da digamos, "idade auge". Mas a maioria das pessoas segue o embalo e acaba passando a vida se desgastando entre um trabalho que por si só já estressa muito, e mais estudos.

 

Claro que eu pessoalmente sei bem aonde estou me metendo, mas um dos meus objetivos é fazer o básico pra me tornar um bom profissional, não com o objetivo de ganhar muito sem parar de trabalhar, mas sim para que isso me possibilite ter mais tempo livre sem peso na consciência/preocupação com dinheiro.

 

Claro que tem muita coisa que eu não conheço ainda e isso pode mudar, mas a ideia central nunca foi me matar de ralar, mesmo supostamente isso sendo quase um efeito colateral da profissão.

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Meu objetivo é ter uma vida tranquila. Não quero me matar trabalhando e ficar extremamente rico, quero fazer o "simples" e ter o suficiente pra me manter e ter uma vida confortável junto com minha família, podermos nos divertir e etc... Como diz no texto tem as pessoas que só pensam no trabalho, o respiram 24h por dia e acabam perdendo outras coisas da vida que são mais importante, mas se é o que ela quer e a deixa feliz, beleza, temos a liberdade pra isso.

 

Outro ponto que pressiona bastante pra essa "escravidão" é a pressão familiar. As vezes se você fala em ficar nessa zona de conforto os pais enlouquecem e se mostram totalmente contra, acaba influenciando. 

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aqui em São Paulo eu acho que a gente trabalha demais e por diversos fatores eu sempre fiquei muito tempo no escritório. Me incomoda o fato de não conseguir fazer algumas coisas tipo um curso qualquer à noite (seja uma faculdade ou aula de tênis da vida) e sair pouco com meus amigos.

 

Mas no tempo que eu to aqui dentro tenho ânimo de trabalhar firme e fazer o melhor possível. Estava conversando com um amigo daqui e contando que se algum dia eu fosse o chefe, a gente teria um tempo limitado de ficar na firma e isso nos forçaria ser o mais produtivo possível nesse tempo. Mas eu tenho desejo sim de conquistar coisas grandes e desfrutar de uma vida farta, mesmo que isso me custe um pouco de diversão por algum tempo.

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O fato é que a maioria das pessoas não sabe onde quer chegar. E se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho é válido...

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Meu deus, que bosta de texto. Drama do caralho. Até dói os olhos ler algumas coisas como "chorar no carro, sozinho"? Que porra é essa? Essa geração Y está na verdade mais fresca, mimada. Dá até medo em pensar nessa nova geração que tá vindo por aí. Não quer trabalhar pra ter estabilidade, acham que as coisas tem de ser dadas, não conquistadas. Que são especiais. O cara ou mulher tá reclamando que não foi morar fora pq tinha um emprego bom? hahahahha porra se falar isso pro povo da geração X ou a da minha mãe, que se virava pra pagar aluguel, acho que eles sim que vão chorar.

Sem contar a mentirada. Um quinto dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam. Eu tenho certeza que é mais comum um se apertar nos estudos por conta de manguaça e preguiça do que por ter que trabalhar. Cada vez mais valoriza-se o empregado, perde-se formalidade nas empresas, que estão se adaptando à geração Y, o cenário é muito melhor pra vcs que estão começando agora do que até pra minha geração, que começou há 15, 25 anos no mercado de trabalho. Eu lembro de ter lido uma notícia há um tempo atrás que o Brasileiro está trabalhando MENOS do que na década passada.

 

Sem contar na parte dos remédios, pqp quanto drama retardado. "Aos 20 ibuprofeno". Pq alguém tomaria um anti-inflamatório aos 20 anos por estar cansado? 

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  • Vice-Presidente

Eu estou nessa de frustração com o rumo da minha vida, mais por me aprofundar mais no curso e ver que isso não pode ser realmente o que quero na minha vida e também acho que hoje em dia a galera é fresca de mais com essa coisa de realização. Entra no lance que discutimos que a felicidade está na experiência e todo mundo quer empurrar isso na sua cabeça. Estou com o Diego nessa, hoje tudo é drama, tudo não estou realizado, não existe lutar, só existe sentar e chorar.

 

Acho bacana ter um canal para desabafar quando está na pior, mas desabafar e ainda empurrar esse desabafo como uma verdade absoluta e única é deprimente, pois o indivíduo é diferente.

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O texto faz um dramalhão nesses pontos de "sentar no carro e chorar" e dizer q nego se entope de remédios pra conseguir tocar a vida. Isso é um baita exagero, mas acho q o autor colocou só pra florear, pra dar uma dramatizada msm.

 

A essência msm é a questão da realização x frustração. É o sentimento de que não importa o quanto vc tenha realizado, tem a tendência de focar no q ainda não realizou. É a velha história de ver o copo sempre meio vazio. A discussão que acho interessante é essa.

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A questão é de escolher. De preferência de cada um. Nietzsche já dizia que o idealista é incorrigível: se é expulso do céu, faz um ideal do seu inferno.

Não julgo cada um pelas suas escolhas...

Mas pra cada escolha, uma renúncia, isso é a vida, nas palavras do saudoso Chorão.

Tem gente que dá preferência pra uma coisa, tem gente que dá preferência pra outras, e tem gente que busca equilíbrio.

Só não dá pra acreditar ser possível ter tudo, ao mesmo tempo, sem abdicar de nada.

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Galera não sabe andar no meio termo mesmo, puta que pariu. Geralmente quem se posiciona contra só falta tacar bomba no texto. A discussão que o texto levanta é boa sim, assim como aquele texto sobre "experiências".

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Mas ainda assim critico a zona de conforto. Entendam, não falo que todo mundo deve ser ambicioso, querer sempre mais e mais. Zona de conforto não é isso, pelo menos não para mim. O que entendo como tal é aquela pessoa que quer algo a mais, deseja ser/ter mais, mas por medo, falta de esforço, preguiça, falta de maturidade, etc, deixa as oportunidades passarem. Agora, se o cara é feliz e realizado com o que tem, sendo muito ou pouco, ótimo. Achou o seu ponto de equilíbrio. 

 

Gostei desse parágrafo aqui. A zona de conforto não precisa ser exatamente financeira, pra mim é a ausência de evolução da pessoa como um ser humano melhor. Tenho nojo de uma parte de meus amigos que acham que são superiores ao resto do mundo por ter um ou outro conceito de vida um pouco mais rebuscado ou um gosto cultural (musicas, filmes ou livros) pouco melhor que a grande massa.

Minha luta pela zona de conforto financeira é justamente para que eu possa focar meu tempo na minha rádio pirata, no blog com o Murilo aqui do fórum (que tá massa pra caralho e vocês deviam acessar, www.nerdbucks.com.br HAHA), nas minhas leituras e filmes. Sinceramente, não rola o cara ficar repetindo tudo que já fez, fazendo a mesma coisa anos e anos, indo no mesmo bar, vendo as mesmas pessoas, isso aí é de uma pobreza inacreditável.

Domingo chegou um amigo meu desesperado como se tivesse descoberto a roda falando que "Tinha tido uma luz e havia se tocado que estava desperdiçando a vida", o cara tem 27 anos e desde que eu conheço a figura ele faz AS MESMAS COISAS, com as MESMAS PESSOAS. Negada se muda, namora, casa, tem filhos, vai atrás de outras atividades, deixa barba crescer, cabelo crescer, faz tatuagens e conhece gente nova. O cara tá a 10 anos usando o mesmo corte de cabelo e daí agora vem falar que tá desperdiçando a vida. Só falei "Ah vá". Pra mim essa zona de conforto da pessoa como um todo é mais perigosa que a zona de conforto financeira.

Tá louco, tem gente que trampava comigo no ultimo emprego que tinha 15 anos de empresa e nunca contava NADA diferente, nunca ia pra NENHUM lugar nas férias, nem filho tinha pra dar uma alegria pra vida, acho que nunca passei mais de 2 anos fazendo a mesma coisa, fosse emprego, relacionamentos, moradia, desde que fiquei "adulto" com uns 18 anos de idade. Viver no automático é jogar a vida fora.

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Pra mim, o texto fala que a geração Y é a mais trabalhadora de todos os tempos, que coloca o trabalho na frente de tudo na vida e que está sofrendo pois não se sente realizada. Fica difícil de falar que vocês são a geração mais trabalhadora de todos os tempos quando um quinto dos jovens no brasil não trabalham e nem estudam. Acho esse ponto muito mais relevante pra caracterizar sua geração do que falar que vocês são insaciáveis, trabalham, trabalham e nunca se realizam.

 

Eu te falo uma coisa com a maior certeza absoluta: existem pessoas com 25 anos que não sabem o que querem da vida. Existem pessoas de 40, 50 anos que também não sabem. Existem pessoas de 20 anos que trabalham e não se sentem realizadas, como também existem pessoas mais velhas que passam pela mesma coisa. Não se preocupem, é normal. Se a geração Y realmente tem esse problema de não sentir realizada, é porque, na minha opinião, eles foram mimados, criados para se acharem especiais, diferentes dos demais. O pai e a mãe, a sociedade enfiaram na cabeça deles que eles tem somente direitos, mas quase nenhum dever. Tiveram tudo na mão, então acham que a vida é assim. Querem entrar num trabalho e ser gerente em 1 mês. Não entendem que essas coisas são conquistadas e as vezes demoram. 

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Se a geração Y realmente tem esse problema de não sentir realizada, é porque, na minha opinião, eles foram mimados, criados para se acharem especiais, diferentes dos demais. O pai e a mãe, a sociedade enfiaram na cabeça deles que eles tem somente direitos, mas quase nenhum dever. Tiveram tudo na mão, então acham que a vida é assim. Querem entrar num trabalho e ser gerente em 1 mês. Não entendem que essas coisas são conquistadas e as vezes demoram. 

Concordo com você, e o problema do texto é falar em geração, porque abarca apenas uma pequena parcela dessa geração. O texto é pra aquele jovem de classe média que passou por essa realidade. A reação oposta não precisa ser assim tão violenta, Diego. Calma, cara.

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Concordo com você, e o problema do texto é falar em geração, porque abarca apenas uma pequena parcela dessa geração. O texto é pra aquele jovem de classe média que passou por essa realidade. A reação oposta não precisa ser assim tão violenta, Diego. Calma, cara.

Só constatei os fatos. O texto é realmente uma merda, cheio de mentiras, dramas e hipérboles. Me doeu todo mundo lendo e falando do quão profundo o texto é, o quanto o texto representa alguns aqui, por isso os comentários. 

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O fato é que a maioria das pessoas não sabe onde quer chegar. E se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho é válido...

Pegando o gancho do Aldo pra dizer o que eu penso dessa zoeira toda:

 

O grande lance é que se pensa muito (ou somente) no curto-prazo. Define-se metas (passar no vestbiular, chegar na gerência daquela multinacional pica, etc)... Mas exatamente pra que? Pra ganhar dinheiro? Poder? Satisfação pessoal? Hmmm.. E aí, faz o que exatamente com isso? É claro, tem pessoas que precisam suprir necessidades, que precisam manter suas casas, educar seus filhos, e todo degrau galgado é uma grande conquista, mas o texto não se dedica à essas pessoas. 

 

Eu faço administração, o curso da galera que não sabe bem o que quer fazer, e, creio, o grande alvo desse tipo de texto. O que eu mais vejo é nego nessa pegada de ir indo conforme a maré (não é a mesma coisa que o guaipeca e o FJ falaram), de somente existir, de querer acumular riqueza, visitar a Europa e essas paradas aê, sem entender exatamente porque querem fazer isso. E aí, obviamente, acabam trabalhando desgraçadamente pra serem os melhores e conseguirem a mais rápida das efetivações, pra trabalharem ainda mais desgraçadamente e serem cada vez mais os melhores...

 

Sei lá, pra mim, soa como um círculo vicioso. Como nego realmente não sabe onde quer chegar, vai ter sempre essa sensação de vazio, de falta de propósito nas coisas, de se sentir engolido por tudo isso. Porque, ao entrar no estágio daquela multinacional pica (e ai estou restringindo o pensamento à administração, mas enfim, é só um exemplo), ele não entendia muito bem porque queria estar naquela multinacional pica, só sabia que queria incrementar o currículo dele. E o porque dele estar ali acabou virando a vontade de crescer cada vez mais na empresa, mesmo que ele continue sem entender exatamente o porque. O sistema engoliu ele, no final das contas.

 

Pode parecer muita viagem minha, mas vi isso com uma frequência particularmente assustadora na Dell. Poucas pessoas sabiam realmente qual a sua motivação ali - e a maioria que sabia se dava por motivos de sobrevivência/necessidade (bancar casa, pagar um intercâmbio que a família não tinha como custear...)... Na verdade, somente uma pessoa que eu conheço queria ser efetivada por uma razão clara que não fosse por sobrevivência/necessidade, e era para aprender a vender. O resto, foi somente por simbiose à empresa. Não tão curiosamente quanto se possa esperar, já vejo isso se repetir na Braskem. Enfim... O pessoal virou escravo da própria carreira, exatamente como disse o texto.

 

Me utilizando como exemplo dessa zoeira toda... O meu turning point de metas foi ao passar no vestibular. Percebi como a minha vida estava vazia de propósito, de saber onde eu REALMENTE queria chegar, quando passei na faculdade e tudo que eu queria fazer, no começo do primeiro semestre, era estudar igual um condenado e tirar as melhores notas. Aí, percebi que precisava fazer um estágio, já que todo mundo procurava - e conseguia - estágio.

 

Aí rolaram umas reviravoltas na minha vida (que não acho que caiba explicar aqui), e eu acabei tendo no início do ano de 2014 muitas oportunidades de me autoavaliar e parar de entrar nesse modos operandi do curso de administração. Foi quando percebi o que realmente me movia - nisso eu estou falando de propósito de vida - e passei a encarar trabalho, faculdade e todo o meu percurso enquanto estiver vivo como um meio de fazer esse propósito realmente acontecer.

 

É claro, para alguns, o propósito pensado e analisado pode recair exclusivamente em ser CEO de uma empresa e resolver as picas dessa determinada empresa. Acho bastante difícil de acontecer, mas sei lá, realmente é algo que pode acontecer eventualmente. Assim como também é óbvio que pessoas com família constituída, contas pra pagar e esse tipo de piroca que a vida costuma jogar na tua cara não pode se dar ao luxo de ficar planejamento meticulosamente qual seu real propósito, já que tem que dar um jeito de resolver as coisas. Contudo, acho que todo esse problema de geração Y se resume a isso: ao imediatismo e ao fato de, bizarramente, sermos uma geração que não pensa de verdade com a própria cabeça, ainda que normalmente se ache o contrário.

 

Desculpa se viajei muito ou se o texto ficou muito longo, mas me senti bastante contemplado pela discussão hauhauha

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Aí rolaram umas reviravoltas na minha vida (que não acho que caiba explicar aqui), e eu acabei tendo no início do ano de 2014 muitas oportunidades de me autoavaliar e parar de entrar nesse modos operandi do curso de administração. Foi quando percebi o que realmente me movia - nisso eu estou falando de propósito de vida - e passei a encarar trabalho, faculdade e todo o meu percurso enquanto estiver vivo como um meio de fazer esse propósito realmente acontecer.

 

Meu momento atual. Quando cheguei naquele ponto extremo da pressão na adolescência, famigerado "passar no vestibular", e eu nem estava decidido sobre o que queria fazer é que eu entrei em um processo de catarse permanente, buscando acima de tudo me tornar uma pessoa melhor, matando meus "defeitos" (em aspas porque é relativo) um a um. E a partir desse objetivo mór - ao lado de deixar um legado para meus próximos, seja ele qual for - que fui, e vou, aliando os outros objetivos mais próximos e banais: Trabalho, estudos, namoros e amizades.

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Meu momento atual. Quando cheguei naquele ponto extremo da pressão na adolescência, famigerado "passar no vestibular", e eu nem estava decidido sobre o que queria fazer é que eu entrei em um processo de catarse permanente, buscando acima de tudo me tornar uma pessoa melhor, matando meus "defeitos" (em aspas porque é relativo) um a um. E a partir desse objetivo mór - ao lado de deixar um legado para meus próximos, seja ele qual for - que fui, e vou, aliando os outros objetivos mais próximos e banais: Trabalho, estudos, namoros e amizades.

Isso que é foda... O se tornar uma pessoa melhor é uma parada muito relativa, ligada de uma maneira muito forte ao tu realmente saber onde quer chegar e o que quer deixar nesse mundão velho e sem porteira. Vai variar sempre de um caso para o outro. Claro, existem alguns valores universais (respeito, humildade, essas paradas) que todos deveriam cultivar, mas algumas coisas são interentes ao objetivo de vida de cada pessoa. Desde muito cedo todos querem ditar como devemos fazer as coisas. Essa é a grande merda... E aí, acabamos seguindo esse fluxo de ser o melhor 'tecnicamente', 'profissionalmente', sem realmente saber se esse é o melhor para nós.

 

A real é que somos uma geração ensinada a pensar com a cabeça dos outros, a sempre se espelhar no próximo, o que é uma merda. A vivência do outro obviamente não é a nossa.

 

Enfim, vou dormir que eu tô com sono e vou começar a falar merda hauhaua

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