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Cultura do cancelamento e julgamentos virtuais


Leho.

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https://defatoonline.com.br/homem-atira-contra-residencia-apos-mandar-moradora-desligar-o-som/

"Homem atira contra residência após mandar moradora desligar o som"

 

A sociedade está perdendo a confiança nas instituições e estão liberando armas. Que ruim! Mesmo que armas possam ser encontradas, eventualmente, para comprar ilegalmente.

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1 hora atrás, Mantrax disse:

Mas não tenho o que explicar. Não tenho pq defender atitudes da empresa. Até citei que acho tosco retirar obras da autora racista que não sejam racistas. Acredito que você tenha lido essa parte.

Porém, haviam cartas sim problemáticas, onde inclusive as mecânicas eram racistas e entendo totalmente a intenção em retirar elas.

O "me explica isso" ali não era pra você, era mais uma crítica à empresa. Não ficou claro mesmo, foi mal. 

Quanto ao segundo trecho, fico relutante em concordar por dois motivos: primeiro que banir as coisas é o mesmo que varrer a sujeira pra debaixo do tapete e isso só atrapalha a intenção de combater o erro. A Disney por exemplo colocou alertas em alguns filmes antigos avisando sobre o conteúdos culturais impróprios, mas manteve no catálogo respeitando como o filme foi feito. Isso é bacana. 

Segundo é que isso abre margem pra muito, mas muito conteúdo produzido desde o início do entretenimento até obras atuais, e tudo vai depender da conveniência de quem acusa, e sempre vão ignorar totalmente o contexto do universo a que determinada obra está situada. 

Tinha feito um wall text gigante sobre o segundo motivo mas ia ia desvirtuar ainda mais o tópico que já desvirtuei, então deixa quieto, deletei tudo hahahuahua.

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não faz sentido. Na ilustração há outros personagens que nem negros são. E mesmo que fosse dado enfoque a um soldado negro, qual o problema? Se assim fosse, não poderiam retratar alguma cena inspirada em alguma batalha tribal. Fora, que soldados negros já participaram de muitas batalhas históricas. Até mesmo na primeira e segunda guerras. Retratá-los em combate é racismo? 

Do ponto de vista sociohistórico não há dúvida que a participação de um grupo étnico ao qual sequer lutavam por seus direitos e que foram impelidos ao combate é justo. Mas aí dizer que ao trazerem a cena novamente estariam denegrindo a imagem em pessoas de tez escura. O mesmo valeria então para os indianos que tiverem personagens inspirados nas ilustrações. Ou para outro grupo que teve que servir em inúmeras oportunidades. 

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2 horas atrás, Temujin disse:

O "me explica isso" ali não era pra você, era mais uma crítica à empresa. Não ficou claro mesmo, foi mal. 

Quanto ao segundo trecho, fico relutante em concordar por dois motivos: primeiro que banir as coisas é o mesmo que varrer a sujeira pra debaixo do tapete e isso só atrapalha a intenção de combater o erro. A Disney por exemplo colocou alertas em alguns filmes antigos avisando sobre o conteúdos culturais impróprios, mas manteve no catálogo respeitando como o filme foi feito. Isso é bacana. 

Segundo é que isso abre margem pra muito, mas muito conteúdo produzido desde o início do entretenimento até obras atuais, e tudo vai depender da conveniência de quem acusa, e sempre vão ignorar totalmente o contexto do universo a que determinada obra está situada. 

Tinha feito um wall text gigante sobre o segundo motivo mas ia ia desvirtuar ainda mais o tópico que já desvirtuei, então deixa quieto, deletei tudo hahahuahua.

Entendi.

Tendo a discordar, já que as cartas são antigas e foram lançadas quando não eram consideradas socialmente inadequadas. Com as mudanças culturais que se passaram, certas coisas tendem a não fazer mais sentido e uma empresa achar que essas cartas não tem mais espaço atualmente no jogo tem coerência. Aliás, a decisão de não trabalhar mais com uma designer declarada racista também reforça isso.

Creio que esse tipo de postura não é o suficiente pra você "combater o erro", mas é uma maneira de começar a trabalhar. Outra coisa, as cartas estão com o jogadores, elas apenas foram banidas de plataformas digitais e de campeonatos. O conteúdo continua com as pessoas que compraram.

Enfim, são dois posicionamentos diversos a respeito da atitude tomada, mas acredito que concordamos que simplesmente deixar como estava não era o correto.

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Em 11/07/2020 em 09:31, Temujin disse:

Lá fora o negócio está mais descontrolado ainda. É demissão por causa de tweet que não segue determinada agenda, é produtos sendo modificado (a Magic Gathering baniu cartas que eram consideras ofensivas e o desenho Patrulha Canina foi acusado de racismo). O Terry Crews foi acusado de ser racista durante o BLM por exemplo, pra ver o cúmulo da situação, a Halley Berry atacada pela comunidade trans por comentar iria atuar num papel como trans, e por aí vai.

 

É uma crescente de anos já. Lembro de a muito tempo isto já sendo discutido aqui no fórum. Em especial o racismo.

Na minha opinião, se deixou de lado toda razão. Não se avalia contexto, não se avalia intenção. É um movimento muito triste que se aproveita de uma questão séria e verdadeira, mas é dirigido por pessoas que tem objetivo puramente político ao invés de buscar resolver a questão.
 

Spoiler

 

Como foge do assunto do tópico e tb não tenho interesse em continuar o assunto, coloco como spoiler apenas para quem se interessar.

Thomas Sowell apresenta qual o motivo da situação socioeconomica atual da comunidade negra nos EUA. Esta abaixo eu assisti recentemente, e embora seja bastante longa, eu recomendo para quem quer ver um pouco como é possível apontar razões e até imaginar soluções baseado em dados e exemplos fora bolha da histeria:

Mas como o @Ariel', eu tb não tenho "lugar de fala". Então qquer coisa que eu contestar é pq sou racista.


 

 

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falar nisso, lembro que quando era garoto houve problema parecido no Pokémon. Se não me engano eram com dois. A Jinx e mais um outro. Na época retrataram ela negra, aí tiveram que modificar a cor.

E no YGO tem essa carta aqui:

latest?cb=20171229224309&path-prefix=pt

será que vão implicar com ela também 🤣🤣🤣🤣

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3 horas atrás, felipevalle disse:

falar nisso, lembro que quando era garoto houve problema parecido no Pokémon. Se não me engano eram com dois. A Jinx e mais um outro. Na época retrataram ela negra, aí tiveram que modificar a cor.

E no YGO tem essa carta aqui:

latest?cb=20171229224309&path-prefix=pt

será que vão implicar com ela também 🤣🤣🤣🤣

Qual o problema com essa carta? Não entendi.

Sobre o magic, tem um carta que remete a meio um capataz de escravos e quando ela ativa diminui o poder e vida de unidades pretas. 

Me parece um pouco diferente dessa ae kkk

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5 horas atrás, felipevalle disse:

falar nisso, lembro que quando era garoto houve problema parecido no Pokémon. Se não me engano eram com dois. A Jinx e mais um outro. Na época retrataram ela negra, aí tiveram que modificar a cor.

E no YGO tem essa carta aqui:

latest?cb=20171229224309&path-prefix=pt

será que vão implicar com ela também 🤣🤣🤣🤣


gilberto-barros.jpg

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3 horas atrás, Mantrax disse:

Qual o problema com essa carta? Não entendi.

Sobre o magic, tem um carta que remete a meio um capataz de escravos e quando ela ativa diminui o poder e vida de unidades pretas. 

Me parece um pouco diferente dessa ae kkk

Vai que inventam um 😅🤣😂

Então, de tempos em tempos eles mudam algumas ilustrações das cartas. Poderiam aproveitar essa deixa e mudar as que estão dando algum problema muito na vista. Apesar que afetaria aquela edição em especial.

Mas se prontificassem em fazer um recall seria bom. Porque pense em alguém vendo uma carta essencial para o deck sendo banida num torneio. E se coincide com uma carta rara. Seria injusto ter que desembolsar mais para substituir por uma mesma, só que com uma ilustração diferente.

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A Letter on Justice and Open Debate

Our cultural institutions are facing a moment of trial. Powerful protests for racial and social justice are leading to overdue demands for police reform, along with wider calls for greater equality and inclusion across our society, not least in higher education, journalism, philanthropy, and the arts. But this needed reckoning has also intensified a new set of moral attitudes and political commitments that tend to weaken our norms of open debate and toleration of differences in favor of ideological conformity. As we applaud the first development, we also raise our voices against the second. The forces of illiberalism are gaining strength throughout the world and have a powerful ally in Donald Trump, who represents a real threat to democracy. But resistance must not be allowed to harden into its own brand of dogma or coercion—which right-wing demagogues are already exploiting. The democratic inclusion we want can be achieved only if we speak out against the intolerant climate that has set in on all sides.

The free exchange of information and ideas, the lifeblood of a liberal society, is daily becoming more constricted. While we have come to expect this on the radical right, censoriousness is also spreading more widely in our culture: an intolerance of opposing views, a vogue for public shaming and ostracism, and the tendency to dissolve complex policy issues in a blinding moral certainty. We uphold the value of robust and even caustic counter-speech from all quarters. But it is now all too common to hear calls for swift and severe retribution in response to perceived transgressions of speech and thought. More troubling still, institutional leaders, in a spirit of panicked damage control, are delivering hasty and disproportionate punishments instead of considered reforms. Editors are fired for running controversial pieces; books are withdrawn for alleged inauthenticity; journalists are barred from writing on certain topics; professors are investigated for quoting works of literature in class; a researcher is fired for circulating a peer-reviewed academic study; and the heads of organizations are ousted for what are sometimes just clumsy mistakes. Whatever the arguments around each particular incident, the result has been to steadily narrow the boundaries of what can be said without the threat of reprisal. We are already paying the price in greater risk aversion among writers, artists, and journalists who fear for their livelihoods if they depart from the consensus, or even lack sufficient zeal in agreement.

This stifling atmosphere will ultimately harm the most vital causes of our time. The restriction of debate, whether by a repressive government or an intolerant society, invariably hurts those who lack power and makes everyone less capable of democratic participation. The way to defeat bad ideas is by exposure, argument, and persuasion, not by trying to silence or wish them away. We refuse any false choice between justice and freedom, which cannot exist without each other. As writers we need a culture that leaves us room for experimentation, risk taking, and even mistakes. We need to preserve the possibility of good-faith disagreement without dire professional consequences. If we won’t defend the very thing on which our work depends, we shouldn’t expect the public or the state to defend it for us.

https://harpers.org/a-letter-on-justice-and-open-debate/

 

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Em 13/07/2020 em 08:47, Psicopinto disse:

 

É uma crescente de anos já. Lembro de a muito tempo isto já sendo discutido aqui no fórum. Em especial o racismo.

Na minha opinião, se deixou de lado toda razão. Não se avalia contexto, não se avalia intenção. É um movimento muito triste que se aproveita de uma questão séria e verdadeira, mas é dirigido por pessoas que tem objetivo puramente político ao invés de buscar resolver a questão.
 

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Como foge do assunto do tópico e tb não tenho interesse em continuar o assunto, coloco como spoiler apenas para quem se interessar.

Thomas Sowell apresenta qual o motivo da situação socioeconomica atual da comunidade negra nos EUA. Esta abaixo eu assisti recentemente, e embora seja bastante longa, eu recomendo para quem quer ver um pouco como é possível apontar razões e até imaginar soluções baseado em dados e exemplos fora bolha da histeria:

Mas como o @Ariel', eu tb não tenho "lugar de fala". Então qquer coisa que eu contestar é pq sou racista.

 

 

 

 

 

Vi o vídeo e o Sowell comete uma lambança estatística com aquele número quase no final, comparando as taxas de pobreza entre casais negros e negros solteiros.

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14 horas atrás, Lowko é Powko disse:

Vi o vídeo e o Sowell comete uma lambança estatística com aquele número quase no final, comparando as taxas de pobreza entre casais negros e negros solteiros.

Se tiver tempo, se importa de especificar? Só para eu entender pq tu classifica como lambança. Enquanto isso, vou assistir novamente o final.

--------------

Ainda sobre o assunto do cancelamento e relacionado com a carta que o Aleef quotou acima.

https://www.poder360.com.br/opiniao/internacional/os-sabios-os-tolos-e-os-covardes-por-paula-schmitt/

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5 horas atrás, Psicopinto disse:

Se tiver tempo, se importa de especificar? Só para eu entender pq tu classifica como lambança. Enquanto isso, vou assistir novamente o final.

--------------

Ainda sobre o assunto do cancelamento e relacionado com a carta que o Aleef quotou acima.

https://www.poder360.com.br/opiniao/internacional/os-sabios-os-tolos-e-os-covardes-por-paula-schmitt/

37'04"

Estatística sobre a taxa de pobreza de negros (22%), brancos (11%) e casais negros (7,5%). O que o Sowell quer implicar aqui, e eu entendo dessa forma porque sei que ele pensa mais ou menos assim e pelo que foi no exposto na entrevista, é que a questão da desigualdade não é um problema do racismo, mas da postura dos próprios negros. Essa postura se expressaria principalmente entre os jovens negros, captados por uma ideologia "de esquerda" (principalmente a partir da década de 60), baseada na supremacia dos direitos sobre os deveres e numa suposta narrativa dentro da cultura negra que valoriza a afirmação pessoal com base na violência e no desrespeito generalizado por regras estabelecidas por uma "sociedade branca". Negros casados, por outro lado, teriam outros interesses, seriam mais responsáveis e estariam mais preocupados com coisas importantes, como constituir família e trabalhar.

Como fiquei interessado pela afirmação, que em tese poderia ser reforçada por uma análise quantitativa, fui atrás das estatísticas. Acontece que a taxa de pobreza de casais brancos é de 3,4%, ou seja, praticamente metade da taxa de casais negros, assim como os brancos em geral têm metade da taxa de pobreza dos negros. Se as diferenças se mantêm, proporcionalmente, então me parece claro que, a princípio, esse é um dado irrelevante. Fica a critério de quem recebe a informação decidir se o Sowell fez isso por desonestidade ou por ignorância.

Veja que nem estou julgando a afirmação em si, mas o dado que em tese a corrobora.

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15 minutos atrás, Lowko é Powko disse:

37'04"

Estatística sobre a taxa de pobreza de negros (22%), brancos (11%) e casais negros (7,5%). O que o Sowell quer implicar aqui, e eu entendo dessa forma porque sei que ele pensa mais ou menos assim e pelo que foi no exposto na entrevista, é que a questão da desigualdade não é um problema do racismo, mas da postura dos próprios negros. Essa postura se expressaria principalmente entre os jovens negros, captados por uma ideologia "de esquerda" (principalmente a partir da década de 60), baseada na supremacia dos direitos sobre os deveres e numa suposta narrativa dentro da cultura negra que valoriza a afirmação pessoal com base na violência e no desrespeito generalizado por regras estabelecidas por uma "sociedade branca". Negros casados, por outro lado, teriam outros interesses, seriam mais responsáveis e estariam mais preocupados com coisas importantes, como constituir família e trabalhar.

Como fiquei interessado pela afirmação, que em tese poderia ser reforçada por uma análise quantitativa, fui atrás das estatísticas. Acontece que a taxa de pobreza de casais brancos é de 3,4%, ou seja, praticamente metade da taxa de casais negros, assim como os brancos em geral têm metade da taxa de pobreza dos negros. Se as diferenças se mantêm, proporcionalmente, então me parece claro que, a princípio, esse é um dado irrelevante. Fica a critério de quem recebe a informação decidir se o Sowell fez isso por desonestidade ou por ignorância.

Veja que nem estou julgando a afirmação em si, mas o dado que em tese a corrobora.

Definitivamente a informação sobre a taxa de pobreza entre casais brancos é relevante na discussão.

Contudo, eu não chamaria o dado dele de irrelevante. Em momento algum se trata que brancos e negros tem a mesma condição de partida. Só ficando dentro do espectro que ele trata, o estímulo a educação é diferente para brancos e negros, e isso influencia diretamente na situação econômica no futuro.

Eu entendi que o ponto dele era mostrar que o negro consegue ter uma condição econômica melhor que a média dos brancos, se ele mantiver a estrutura familiar tradicional. Mesmo com este ponto de partida para a comunidade negra sendo inferior. E entendi assim, exatamente pq ele bate muito nesta tecla da estrutura da família na comunidade negra após os anos 60, como tu mesmo citou.

Outra coisa que entendo que seja parte do argumento dele, é que levando em conta a evolução da condição da comunidade negra após a abolição da escravatura até os anos 60, antes do welfare state, se tudo continuasse como estava, este gap entre negros e brancos seria hoje muito menor do que é. E que o welfare state aumentou a diferença que antes vinha numa tendência de queda brusca.

 

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48 minutos atrás, Psicopinto disse:

Definitivamente a informação sobre a taxa de pobreza entre casais brancos é relevante na discussão.

Contudo, eu não chamaria o dado dele de irrelevante. Em momento algum se trata que brancos e negros tem a mesma condição de partida. Só ficando dentro do espectro que ele trata, o estímulo a educação é diferente para brancos e negros, e isso influencia diretamente na situação econômica no futuro.

Eu entendi que o ponto dele era mostrar que o negro consegue ter uma condição econômica melhor que a média dos brancos, se ele mantiver a estrutura familiar tradicional. Mesmo com este ponto de partida para a comunidade negra sendo inferior. E entendi assim, exatamente pq ele bate muito nesta tecla da estrutura da família na comunidade negra após os anos 60, como tu mesmo citou.

Outra coisa que entendo que seja parte do argumento dele, é que levando em conta a evolução da condição da comunidade negra após a abolição da escravatura até os anos 60, antes do welfare state, se tudo continuasse como estava, este gap entre negros e brancos seria hoje muito menor do que é. E que o welfare state aumentou a diferença que antes vinha numa tendência de queda brusca.

 

Eu acho irrelevante porque não diz nada sobre a diferença estrutural entre os dois grupos nos EUA. Só prova que pessoas casadas são menos pobres, e isso sem estabelecer necessariamente uma relação de causalidade. Pessoas casadas costumam ser pessoas mais velhas, e pessoas mais velhas costumam ganhar mais. Não é que ela sejam menos pobres porque são casadas, mas talvez elas sejam casadas porque são mais velhas, ou, ainda mais, sejam casadas porque são menos pobres.

Os negros casados podem ter condição econômica melhor que a dos brancos em geral, mas isso não muda o fato de que os negros sempre estarão atrás dos brancos se tudo o mais se mantiver constante. Esses dados são relevantes para indicar uma possível relação entre a estrutura familiar e a situação financeira, mas não para indicar alguma coisa sobre o racismo. E dado que toda a argumentação do Sowell segue num sentido, não consigo deixar de pensar que a omissão dessa estatística tenha sido proposital, o que eu acho triste.

Eu estou falando sobre esse dado específico, não estou desvalorizando toda a entrevista. Tanto que, como eu disse anteriormente, nem estou julgando o pressuposto teórico geral.

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26 minutos atrás, Lowko é Powko disse:

Eu estou falando sobre esse dado específico, não estou desvalorizando toda a entrevista.

Nem encarei como se estivesse. É válida e pertinente tua observação.

Embora eu acredite que tu esteja avaliando a fala do Sowell de um ponto de vista errado, que seria uma suposta igualdade entre os grupos. Ele não só não afirma isso, como diz categoricamente que existe diferença de condições entre brancos e negros. E aponta o culpado.

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4 horas atrás, Psicopinto disse:

Nem encarei como se estivesse. É válida e pertinente tua observação.

Embora eu acredite que tu esteja avaliando a fala do Sowell de um ponto de vista errado, que seria uma suposta igualdade entre os grupos. Ele não só não afirma isso, como diz categoricamente que existe diferença de condições entre brancos e negros. E aponta o culpado.

A afirmação do Sowell é que a desigualdade se dá por quesitos culturais e não raciais. Não é isso?

O que eu entendo da afirmação dele é que não é o racismo o problema do negro, é a cultura na qual ele está embebido. Tanto que os negros do norte antes da migração dos ex-escravos do sul tinham uma condição melhor (no sentido de valor social) do que depois, justamente porque já estavam incluídos em outra cultura, a cultura que valoriza a produtividade e o trabalho dentro de um contexto capitalista, e o que se viu de desorganização após o influxo dos outros negros (não aculturados) teve efeito na visão sobre os negros no geral, inclusive aqueles já aculturados.

Tanto é um problema da cultura que (ai vem o problema da afirmação e dos dados do Sowell) os negros casados supostamente se afastam dessa influência do discurso esquerdista e adotam uma postura cultural mais alinhada com a produtividade capitalista, o que os tornaria mais ricos. O problema, então, é a postura do negro, sua cultura, e não um suposto racismo. Ok, não estou afirmando que essa hipótese é errada. O que estou afirmando é que esses números não corroboram essa hipótese.

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O autor da carta que eu postei ali em cima deu uma entrevista ao El País:

 

Mark Lilla: “Há uma psicologia de intimidação e medo, uma covardia para a qual fomos arrastados”

Promotor da polêmica carta, assinada por 150 intelectuais, que denuncia a “intolerância” de certo ativismo progressista, o analista político e ensaísta norte-americano responde à onda de críticas

O analista político e ensaísta Mark Lilla (Detroit, 64 anos), professor de História das Ideias na Universidade de Columbia, em Nova York, e autor, entre outros livros, de The Once and Future Liberal: After Identity Politics (“o liberal de outrora e do futuro: depois da política de identidade”) e A Mente Imprudente: os Intelectuais na Atividade Política, não tem conta no Twitter, mas não está alheio à polêmica nas redes sociais. O artigo de opinião que ele publicou no The New York Times após a vitória de Donald Trump em 2016, no qual pedia que a esquerda nos EUA abandonasse a “era do liberalismo identitário” e buscasse a unidade diante da especificidade das minorias, foi seu batismo no mundo agitado das brigas nas redes. Nesta semana, voltou ao que chama de “esgoto” decido à já célebre carta aberta publicada na Harper’s.

Lilla foi um dos promotores desse texto, que denuncia a “intolerância” de um certo ativismo progressista que tem provocado a demissão de editores e o cancelamento da publicação de livros. Os 150 intelectuais que assinaram a carta, entre eles Noam Chomsky, Gloria Steinem, Martin Amis e Margaret Atwood, reivindicam o direito de discordar sem que isso ponha em perigo o emprego de ninguém, e rejeitam a autocensura que sentem prevalecer. No calor da batalha em defesa da carta, Lilla concorda em responder a algumas perguntas por videoconferência e se mostra um pouco agitado.

Pergunta. Qual foi a origem da carta?

Resposta. Após a demissão de James Bennet, editor de opinião do The New York Times, há algumas semanas [depois de publicar um artigo do senador republicano Tom Cotton que pedia a mobilização do Exército contra os manifestantes após a morte de George Floyd], começamos a escrever uns aos outros, e esse intercâmbio de ideias finalmente deu frutos.

P. Muitos críticos apontaram que os signatários gozam de amplo reconhecimento e espaço para expor suas opiniões.

R. Desde que existe o Twitter, ninguém está silenciado, todo mundo pode entrar em qualquer discussão, e esse diferencial de poder não é exato. Reduzem tudo a uma luta pelo poder e não falam sobre o que a carta expõe. Além disso, consideram que as pessoas de uma mesma raça ou gênero tenham os mesmos interesses e opiniões, e isto foi assinado por pessoas diversas.

P. Por que não mencionaram o caso que inspirou essa iniciativa?

R. Tratava-se de denunciar o clima geral, não um caso específico. O de Bennet tem a ver com brigas no The New York Times sobre os artigos, mas também com o fato de que ele não fez seu trabalho [não leu o texto antes que fosse publicado]. O que tentamos captar é o clima, o que é complicado, porque você pode sentir a pressão atmosférica, mas isso nem sempre significa que possa apontar o que está acontecendo. As pessoas pertencentes a minorias entendem isso muito bem quando denunciam que trabalham em um lugar em que há um ambiente hostil contra elas, é muito difícil falar de coisas concretas. Acredito que hoje há uma psicologia de intimidação e medo, uma covardia para a qual fomos arrastados.

P. Como sente que a política de identidade evoluiu desde que publicou seu artigo e seu livro?

R. Como Andrew Sullivan apontou, todos nós passamos a viver em um campus universitário. Nossos filhos são educados com uma consciência racial e dentro de uma narrativa específica sobre a história dos EUA. E isso tem aspectos positivos. O assassinato de George Floyd demonstrou que o país estava preparado para abordar a questão racial. Isso é muito bom. Mas também parece ter nos levado a um tipo de política histérica e de espetáculo.

P. Como ocorreu isso?

R. Nos EUA, o que está acontecendo não é algo tão novo. No final do século XX, o país, em vez de avançar para o século XXI, retornou, na verdade, ao século XIX. E aquele século foi de fervor religioso, denúncias, censura, indiferença às artes, ignorantes. Estamos em um novo século XIX.

P. Vocês quiseram aumentar o volume e gerar debate e polêmica com a carta?

R. Vimos que ninguém estava levantando a voz contra as campanhas de perseguição. Agora temos mais 100 pessoas que querem aderir. Também achávamos que a carta seria ignorada. E, por último, estimamos que poderia provocar uma terrível tempestade, e foi o que aconteceu.

P. Quais são suas primeiras conclusões sobre essa tempestade?

R. É muito cedo, estou no meio dela, apagando incêndios a cada meia hora. É deprimente ver o nível de discussão e rancor que existe na sociedade norte-americana. Este é um momento incrivelmente importante, com a covid-19, os protestos, Trump, as eleições. É isso que preocupa as pessoas progressista, não o resto. Não sou otimista.

P. Muitos apontam que a carta faz o jogo de Trump e dá munição à direita radical. O que responde a isso?

R. O mesmo que Orwell quando falou das pessoas que querem silenciar o intelecto e o debate. Sempre dirão que, ao falar e dizer a verdade, você está beneficiando o outro lado. Mas a verdade nunca é inimiga da causa.

P. Vocês tinham consciência de que incluir J. K. Rowling seria ainda mais polêmico do que a própria carta?

R. Fizemos, no começo, uma lista para ver com quem entraríamos em contato. Alguns queriam dizer a ela, porque sofreu parte do que a carta denuncia. Não previ que isso seria uma desculpa para que algumas pessoas dissessem que o texto é transfóbico. É uma loucura, porque não há nenhuma palavra sobre esse assunto, e há algumas pessoas trans que também assinaram e foram muito atacadas. Isso mostra o tipo de fanatismo e solipsismo que existe. Malcolm Gladwell escreveu que assinou precisamente porque havia outros signatários cujos pontos de vista sobre outros assuntos ele detesta. É isso que faz com que uma sociedade seja liberal.

P. Essa discussão revigorou a classe intelectual norte-americana?

R. Na verdade, revelou como as coisas estão ruins. Alguém escreveu que talvez a carta em si não se sustente muito bem a priori, mas a reação contra ela realmente demonstrou quanta razão ela tem.

A RESPOSTA DAS “VOZES SILENCIADAS”

Dois dias depois da publicação da carta na Harper’s, veio a réplica em theobjective.substack.com. Ela questiona diretamente um dos promotores, o escritor negro Thomas Chatterton Williams, e assinala que na carta original não há nenhuma menção “às vozes que foram silenciadas durante gerações no jornalismo e no mundo acadêmico”. Embora reconheça que alguns dos casos são reais e preocupantes, nega que seja uma tendência. “A carta não aborda o problema do poder, quem tem e quem não tem”, assinala.

Também procura analisar caso a caso e abordar a história de alguns dos signatários. Por último, uma nota de esclarecimento precede a lista de novos signatários, principalmente jornalistas, deixando claro que muitos não quiseram revelar seu nome e preferiram simplesmente mencionar o veículo de comunicação para o qual trabalham. Quem fez questão de se identificar e atacou aqueles que denunciam “a cultura do cancelamento” foi a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez: “As pessoas que são realmente canceladas não publicam suas ideias na grande mídia”.

 

https://brasil.elpais.com/cultura/2020-07-16/mark-lilla-ha-uma-psicologia-de-intimidacao-e-medo-uma-covardia-para-a-qual-fomos-arrastados.html?utm_medium=Social&utm_source=Twitter&ssm=TW_BR_CM#Echobox=1594983461

 

Muito bom. Estamos vendo no Brasil isto também, mas em menor grau.

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Em 11/07/2020 em 14:08, Temujin disse:

O lance da Halley Berry por exemplo, ela comenta que queria interpretar uma personagem trans no seu próximo personagem <direito de opinião dela> daí a comunidade foi em cima criticar <até aí o direito dela> que esse papel DEVERIA ser de uma pessoa trans real <nesse ponto passou de um direito de opinião para uma crítica dessa massa em pautar como uma coisa deveria ser feita> e daí a Halley rapidinho deu aquelas desculpas padrão para não se queimar com o público, leia-se cancelada, dizendo que estava errada e tal. Mas onde que ela estava errada? Ela como atriz não pode nem ter mais o direito de praticar a própria profissão, visto que atuar como diferentes personagens é inerente do ator? Existe um tribunal que pauta o que devo ou não dizer, mesmo quando isso VISIVELMENTE não está ferindo ou agredindo ninguém?

Essa é uma percepção muito superficial do problema.

Essa manifestação de intenção não tem problema, mas está sujeita a críticas como qualquer ideia está.

A questão de oportunidade é entre o benefício de ter gente com nome conhecido retratando situações que precisam serem expostas versus tirar oportunidade de atores que não são conhecidos justamente por não terem oportunidades de contar histórias comuns, muito menos as suas próprias.

Daí, se você não vê problema apenas demonstra de qual lado você está, não que os outros não têm um ponto de vista também legítimo.

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Em 17/07/2020 em 20:53, Lowko é Powko disse:

A afirmação do Sowell é que a desigualdade se dá por quesitos culturais e não raciais. Não é isso?

Em parte e se misturam questão cultural e racial e podem explicar a situação antes dos anos 60. Não vejo ele negar que exista uma questão racial inclusive.

Eu entendo que este não é o foco dele. Até por ser economista, o estudo dele precisa ser mais baseado em dados e voltado a área socioeconômica. Ele foca muito na acentuação desta desigualdade que, segundo o próprio, se deu após os anos 60. Graças as políticas de welfare state, e a visão de vítima criada sobre a raça negra que vem sendo explorada com mais força desde então.

Eu posso estar sendo injusto contigo. Pois eu acompanho o Sowell a mais tempo, e não estou me baseando apenas nesta entrevista dele que linkei. Mas em tudo que já li e escutei dele. Então meus argumentos aqui podem estar extrapolando o conteúdo da entrevista linkada, e causando confusão do teu lado. Se for, me desculpe.

Mas em resumo, a crítica dele é baseada nas evidências de que a condição dos negros pioraram em relação aos brancos após a implantação de políticas e ideias que tinham por intuito diminuir esta diferença. E que antes disso a diferença vinha diminuindo.

Não vejo ele negar que exista racismo, nem dizer que negros e brancos partem de um mesmo ponto na corrida. Só entendo que ao se adotar ideias progressistas, lá nos anos 60, pegaram um caminho errado. E que talvez hoje a diferença fosse tão pequena, que não seria mais um problema tão grave.

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Adendo @Lowko é Powko:

Aqui tem outro economista americano, negro, que defende a mesma teoria:

Note que vídeo é bem antigo. Então, digamos que imune ao momento cultural atual.

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8 horas atrás, Psicopinto disse:

Em parte e se misturam questão cultural e racial e podem explicar a situação antes dos anos 60. Não vejo ele negar que exista uma questão racial inclusive.

Eu entendo que este não é o foco dele. Até por ser economista, o estudo dele precisa ser mais baseado em dados e voltado a área socioeconômica. Ele foca muito na acentuação desta desigualdade que, segundo o próprio, se deu após os anos 60. Graças as políticas de welfare state, e a visão de vítima criada sobre a raça negra que vem sendo explorada com mais força desde então.

Eu posso estar sendo injusto contigo. Pois eu acompanho o Sowell a mais tempo, e não estou me baseando apenas nesta entrevista dele que linkei. Mas em tudo que já li e escutei dele. Então meus argumentos aqui podem estar extrapolando o conteúdo da entrevista linkada, e causando confusão do teu lado. Se for, me desculpe.

Mas em resumo, a crítica dele é baseada nas evidências de que a condição dos negros pioraram em relação aos brancos após a implantação de políticas e ideias que tinham por intuito diminuir esta diferença. E que antes disso a diferença vinha diminuindo.

Não vejo ele negar que exista racismo, nem dizer que negros e brancos partem de um mesmo ponto na corrida. Só entendo que ao se adotar ideias progressistas, lá nos anos 60, pegaram um caminho errado. E que talvez hoje a diferença fosse tão pequena, que não seria mais um problema tão grave.

O que eu quis dizer é que o que eu apreendi dessa entrevista do Sowell e do pouco que li dele é que a questão cultura é mais importante que a questão racial. Não que a questão racial não seja um problema para os negros dos EUA, mas que a questão cultural e a implementação do Welfare State foram mais prejudiciais aos negros, para ele,  que o problema do racismo em si.

Eu pulei a parte do Welfare State porque entendi que esse foi o meio através do qual a cultura dos negros nos EUA atingiu um grande patamar anticapitalista, terminando por aumentar a diferença entre racial. Por que isso causou um aumento da diferença? Porque  o Welfare State introduziu na cabeça dos negros uma ideia diferente da liberal tradicional, do progresso através do esforço, da meritocracia formal, entre outras coisas, colocando no lugar a explicação da situação negra pelo domínio branco, pela escravidão não curada e pela ajuda estatal. Ou seja, para Sowell, a situação do negro americano é um problema essencialmente cultural, ainda que o racismo exista. Não a toa, nessa entrevista ele foca muito na postura do negro, na narrativa do vitimismo, em geral e do negro em particular, narrando os casos de outras minorias em outros contextos.

Me parece que focar a questão da diferença racial no Welfare State muito, muito pobre. Mas eu precisaria ler mais do Sowell. O que me chama atenção, entretanto, é a insistência dele em deixar claro o problema social a partir de um ponto de vista cultural, tratando da cultura de direitos na sociedade a partir dos anos 60 e na postura dos negros jovens, principalmente. Na verdade, eu acho essa abordagem interessante, mas ele falhou miseravelmente, nessa entrevista, ao indicar um embasamento estatístico.

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Acho válido debater isto aqui, a cultura do cancelamento e seu ódio generalizado contra atletas desportivos. Leio muito isto pelas redes a fora sejam em fóruns de internet de futebol ou até mesmo no cotidiano. O caso Dudu foi recente e o juízo de valor feito ao atleta é gigante.

Coluna de hoje do Martin Fernandez:

Martín Fernandez: Ódio nas redes sociais é vitória do vírus

Até que as arquibancadas voltem a ser ocupadas, imagens de festa serão substituídas por jantadas, lacradas e cancelamentos
 

A pandemia obrigou o torcedor a abandonar definitivamente as arquibancadas e a migrar para as redes sociais, o que configura mais uma vitória do coronavírus sobre o futebol. Os eventos desta semana, em que vários campeonatos estaduais foram retomados enquanto o número de mortos no Brasil não para de subir, mostraram como essa mudança pode ser danosa.

A peste interditou até espaços que tinham sido ocupados graças à criatividade de gente que foi afastada dos estádios pela força imparável da elitização burra — aquela que prefere cobrar ingressos caros e deixar assentos vazios. Os treinos abertos e os aeroportos abarrotados de torcedores também estão proibidos enquanto uma vacina não estiver disponível.

Até lá as redes serão o cenário preferencial para demonstrações de identificação com um clube de futebol. A partir daí, é inevitável que as manifestações se deem no idioma corrente desse ambiente virtual, o ódio — hipótese que pode ser verificada pela atividade frenética dos diversos gabinetes dedicados a este fim instalados em diversas instituições do país.

É certo que as arquibancadas não são territórios exatamente pacificados, como provam os lamentáveis casos de racismo, homofobia e violência, mas ali o objetivo principal não é esse. Ou pelo menos não deveria ser. As redes absorvem só o que há de pior no futebol de carne e osso.

Mesmo quando as ações se dão no mundo real, o objetivo é sempre exibi-las na internet. Horas antes do jogo entre Corinthians e Palmeiras, na última quarta-feira, o estádio corintiano foi invadido por vândalos que danificaram o gramado e picharam uma trave. Poucos minutos depois da partida, outros idiotas (os mesmos?) tentaram repetir a ação criminosa contra a arena do próprio Palmeiras. Não conseguiram invadir, mas destruíram um monitor de segurança e deixaram um rastro de garrafas quebradas.

Tudo isso aconteceu na primeira partida após quatro meses de paralisação, uma derrota inconsequente dentro de um campeonato desimportante. As imagens viralizaram, como não poderia deixar de ser. É razoável supor que os autores tenham sentido algum orgulho de suas obras. Natural: enquanto houver quem aplauda, haverá quem faça.

Outra consequência perigosa do fechamento dos estádios é a redefinição do conceito de apoio incondicional. Não basta mais vestir as mesmas cores nem gritar durante 90 minutos. É preciso defender todas decisões de seus dirigentes, quaisquer que sejam e as suas decisões. É preciso perseguir, insultar, ameaçar e finalmente calar qualquer um que se atreva a não concordar — ou que cometa algum pecado mortal, como elogiar jogador de outro time.

Por culpa do coronavírus não será possível por muito tempo desfrutar de espetáculos que só estádios lotados podem proporcionar. Nem apreciar cenas extraordinárias como a despedida que o Rio de Janeiro ofereceu ao Flamengo antes do embarque rumo ao título da Libertadores de 2019, ou o aeroporto de Guarulhos tomado por corintianos antes do Mundial de Clubes de 2012. Até que as arquibancadas voltem a ser ocupadas, essas imagens serão substituídas por jantadas, lacradas e cancelamentos.

Fonte: O Globo

 

No caso do futebol ainda temos os jornalistas torcedores que inflamam cada vez as coisas.

 

 

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      “Meus companheiros e eu temos falado muito que não queremos que isso seja usado como uma ferramenta de política puramente preditiva. Queremos que a otimização de políticas seja o principal uso dele”, disse o pesquisador à BBC.
      Repercussões
      Porém, conforme lembrou o site IFLScience, algoritmos anteriores já tentaram prever comportamentos criminosos, incluindo a identificação de potenciais suspeitos. O software, claro, foi duramente criticado, por ser tendencioso, não ser transparente, além de gerar preconceito racial e socioeconômico.
      Um grupo com mais de mil especialistas de diversas áreas assinaram uma carta aberta afirmando categoricamente que esses tipos de algoritmos não são confiáveis e trazem muitas suposições problemáticas.
      Nos EUA, por exemplo, onde as pessoas de cor são tratadas com mais severidade do que os brancos, esse comportamento poderia gerar dados distorcidos, com esse preconceito também sendo refletido na IA.
      Como bem demonstrou o filme de Spielberg, o uso de grandes bases de dados para prever crimes pode gerar não apenas benefícios, mas também muitos malefícios.
      @via Gizmodo
      ⇤--⇥
       
      E aí, qual a vossa opinião?
    • Leho.
      Por Leho.
      Esse tema tá bastante em alta, depois da thread do rapaz que tomou um preju' violento no início desse mês viralizar no Twitter. Muita gente comentando sobre, dando dicas, contando seus próprios estresses nesse tipo de golpe e etc, etc etc.
      E vocês, se ligam nisso? Passaram a se ligar?
      Quais medidas tomaram? Acho importante debater sobre, até pra ficar como "utilidade pública".
       
       
      edit//
      A famosa thread:
    • fabioaraujo89
      Por fabioaraujo89
      Alguém quer repercutir a entrevista do Sóbis dizendo que jogou de corpo mole pelo Cruzeiro lá em 2016 pra ajudar o Inter na luta contra o rebaixamento?
      https://www.google.com/amp/s/ge.globo.com/google/amp/futebol/times/cruzeiro/noticia/distancia-da-area-e-escanteio-mal-batido-sobis-revela-ajuda-ao-inter-em-jogo-pelo-cruzeiro-em-2016.ghtml
       
      Pior que eu revi os melhores momentos da partida e (só pelos lances que tão ali, claro) achei que ele até jogou bem, deu dois chutes com algum perigo e um passe no final que gerou uma chance 😅
      Conseguem puxar de memórias outros casos em que ficou parecendo isso?
      O Fred, por exemplo, nunca jogava bem e nunca fez gol contra o Fluminense quando estava no Atlético-MG e Cruzeiro (a rigor lembro que fez um que foi anulado). E tem aquele famoso pênalti que o Felipe não pulou contra o Flamengo em 2009.
    • Respeita Meu Manto
      Por Respeita Meu Manto
      Se tiver algum tópico no fórum onde estejam discutindo o assunto, por favor unam esse tópico ao já existente, mas acho essa discussão interessante e quis trazer pra cá, hoje vi uma postagem que um amigo compartilhou da Folha de SP sobre o padrão do descobrimento que é um dos principais pontos turísticos de Lisboa e ontem foi pichado em inglês com a seguinte frase "velejando cegamente por dinheiro, a humanidade está se afogando em um mar escarlate", recentemente tivemos aqui no Brasil a estátua do Borba Gato sendo incendiada, tanto um caso como o outro, a justificativa é a mesma "reescrever a história", a pergunta que deixo é, qual a sua opinião? Esse pessoal tem razão ou não passam de vândalos? 
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