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Polícia impõe disciplina militar em escolas públicas de Goiás


MarkuZ

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Primeiro de tudo, deixa o tópico descambar, tá legal. Tem tomar cuidado pra quando a coisa vira um flood, guerrinha de ofensas, não to vendo nada disso.

Segundo, besteira é achar que existe uma receita de bolo de como as coisas devem ser em todos os países do mundo. Países como Hong Kong e Cingapura não tem muita escolha a não ser as que trilharam, São dois entrepostos comerciais estratégicos que não tiveram muita escolha que não se abrir completamente mesmo. Foram muito bem sucedidos no que fizeram, mas não ver que tem características extremamente peculiares e querer achar que são um exemplo do início ao fim pro mundo é bobagem.

Acho que ninguém aqui é a favor de um estado inchado, ineficiente e corrupto como o nosso. A não ser claro, que você se beneficie diretamente dele. O problema é que as soluções num país tão grande e complexo como o nosso são sempre mais difíceis. O certo e ir tentando mudar os aspectos mais importantes aos poucos(educação, o problema da falta de transparência...)

O que não significa que o estado deve ser sempre mínimo e nunca deve interferir na economia de maneira alguma. Pode sim, existir um cenário em que o estado tenha que intervir, mas isso sempre tem que ser muito bem pensado. O estado não precisa ser grande, mas ele tem que ser forte, especialmente num país como o Brasil.

O trunfo dos países nórdicos é justamente a eficiência do estado não a ausência do mesmo. E não é porque eles nadam em dinheiro de recursos naturais não. É porque eles taxam pesado mesmo.

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Mas algo que é bom de se perceber é a relação direta que há entre liberdade econômica e qualidade de vida, se pegarmos os países com maior IDH veremos que algo comum entre eles é a alta garantia da liberdade econômica, podemos traçar um paralelo também entre os países que são mais livres neste sentido e os que são menos, veremos que a diferença na qualidade de vida entre os 2 extremos é gritante.

Isso é justamente a falsa idéia que eu falei ali atrás. Não existe essa correlação.

O Brasil decaiu bastante no ranking de Liberdade econômica (14 posições de 2013 para 2014 se não me falha a memória). Ao observar os índices de qualidade de vida no Brasil vamos chegar a conclusão que a qualidade de vida está piorando?

A propósito, o Brasil está atrás do Paraguai (você já foi ao Paraguay?), do Camboja, de Gâmbia, Gabão, Nicarágua, Uganda entre tantos outros. Você realmente acredita que somos menos desenvolvidos ou temos pior qualidade de vida que esses países?

Cuba é o penúltimo país no ranking de liberdade econômica (só a frente da Coréia do Norte), você realmente acredita a qualidade de vida de Cuba é a segunda pior do mundo?

Nesse mesmo ranking a Itália está atrás de Uganda, de Gana, do Paraguai, da África do Sul, de Ruanda, Colômbia, Botswana... você realmente acredita que a qualidade de vida na Itália é pior do que nesses países? Eu morei um tempo na Itália e já estive no Paraguay, posso te garantir que não tem como comparar as duas coisas.

Portugal (que é um dos poucos países que eu moraria na Europa) também está atrás de vários desses países. Como tem qualidade de vida tão superior?

A Líbia é um dos 5 últimos do rankings e apesar dos mandos e desmandos do ditador era um dos países com melhores índices na África.

Outro exemplo, os países nórdicos no ranking de liberdade econômica: 9) Dinamarca; 16) Finlândia; 18) Suécia; 31) Noruega. E os países nórdicos no IDH: 1) Noruega; 7) Suécia; 15) Dinamarca; e 21) Finlândia.

Podemos pegar os países africanos. Apenas 5 países africanos tem IDH acima de 0,7 (alto): Seychelles, Líbia, Maurícia, Argélia e Tunísia. Sabe qual a posição deles no ranking de liberdade econômica? 107) Tunísia; 124) Seychelles; 145) Algeria; 174) Líbia. A exceção é Maurícia (terceiro da África no IDH) que está em oitavo no ranking de liberdade econômica. Tirando Maurícia tem mais de uma dezena de países africanos na frente dos outros.

Por curiosidade, você sabe qual o critério que tem a maior diferença do Brasil e da Noruega nesse índice? "Freedom of Corruption". Como eu disse, se apropriar da corrupção é como os esquerdistas quererem se apropriar da paz.

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Bom, levando em conta que você contextualizou ai enquanto eu levantei uma situação em comum quando analisamos liberdade econômica x qualidade de vida, não da pra ir longe no debate, já que você apenas pegou o ranking e foi analisando de forma leviana alguns países em determinadas colocações sem analisar todo aspecto histórico, econômico e de formação social das mesmas nações.

No mais, eu partilho mais ou menos da mesma opinião levantada pelo cdc, não acredito que os extremos sejam o ideal, e também que não há uma receita mágica para todos os problemas, mas o que podemos ver hoje é que um estado inchado, oneroso e ineficiente como o nosso e como o governo atual propõe não nos levará a lugar algum, pelo contrário.

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Só um adendo, tou lendo o tópico, tou ativo e curtindo pra caramba a discussão, uma das melhores que vejo no fórum, amanhã posto minha opinião, mas keep going!

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Bom, levando em conta que você contextualizou ai enquanto eu levantei uma situação em comum quando analisamos liberdade econômica x qualidade de vida, não da pra ir longe no debate, já que você apenas pegou o ranking e foi analisando de forma leviana alguns países em determinadas colocações sem analisar todo aspecto histórico, econômico e de formação social das mesmas nações.

No mais, eu partilho mais ou menos da mesma opinião levantada pelo cdc, não acredito que os extremos sejam o ideal, e também que não há uma receita mágica para todos os problemas, mas o que podemos ver hoje é que um estado inchado, oneroso e ineficiente como o nosso e como o governo atual propõe não nos levará a lugar algum, pelo contrário.

Não cara, quem analisou de forma leviana e estabeleceu a correlação foi você. Eu apenas refutei essa hipótese e dei exemplos para tal. Tal correlação inexiste.

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Na realidade eu considero que o wellfare state em suas qualidades como, por exemplo, prover saúde e educação universal de alta qualidade, mas confesso que não estou apto a entrar neste campo da questão dos gêneros que você levantou sobre a Suécia, concordo também que o estado não deva servir como babá, apenas prover os meios necessários para que a população prospere e tenha qualidade de vida.

Sobre a implementação deste tipo de política, devemos ser céticos, os nórdicos são um exemplo, mas devemos lembrar que são países com boas reservas de alguns valiosos recursos naturais e são avançados nas áreas de pesquisa e tecnologia, além de ter uma população culturalmente avançada também, tudo isto torna possível a implementação e manutenção, diferente do exemplo da Grécia que você citou, que ficou claro que não possuía meios de implementar e sustentar o wellfare state, seja por uma economia mais frágil e dependente ou da corrupção na máquina estatal.

Sobre a Nova Zelândia, lembro de ter lido uma vez sobre a situação dos maoris e se não me engano a situação deles não era das melhores, em que muitos se encontravam marginalizados e sofriam discriminações, mas sinceramente, isto há muito tempo e não posso dizer que a fonte era inquestionável, então nem entrarei no mérito.

Mas algo que é bom de se perceber é a relação direta que há entre liberdade econômica e qualidade de vida, se pegarmos os países com maior IDH veremos que algo comum entre eles é a alta garantia da liberdade econômica, podemos traçar um paralelo também entre os países que são mais livres neste sentido e os que são menos, veremos que a diferença na qualidade de vida entre os 2 extremos é gritante.

Cadê o R?

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Na verdade, tem uma forma fácil de testar a correlação (pelo Excel mesmo): pega uma lista dos países (do IDH ou do Índice de Liberdade Econômica) e coloca o valor dessa lista em uma coluna. Na coluna ao lado coloca os valores do IDH (ou algum outro índice).

Então faz o teste da correlação de Pearson - também disponível no Excel - (http://en.wikipedia.org/wiki/Pearson_product-moment_correlation_coefficient) e vai encontrar a correlação entre as duas variáveis (acho que vai ser positiva, mas não tão alta e certamente não perfeita).

Depois pode fazer isso e ao invés dos valores testar com a posição dos países em um ranking e no outro.

Um terceiro passo é comparar com os componentes do índice de liberdade econônica para descobrir qual deles está mais correlacionado.

E mesmo assim, vai ser só uma idéia. Teria que pegar de todos os anos e verificar a evolução, teria que considerar outros fatores (renda per capita, desigualdade de renda, etc.), entender qual variável influencia a outra e quando...

EDIT:

Esse cidadão fez mais ou menos isso em 2002 (mas lá se vão 12 anos): http://digitalcommons.iwu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1028&context=econ_honproj .

Eu dei uma lida por cima e pareceu feito nas coxas (principalmente a parte da comparação com o GINI), ele também não considerou todos os fatores do índice de liberdade econômica (o que, por exemplo, levanta a Itália que era um dos contra-exemplos). O mais interessante é o gráfico onde ele plotou os dois índices (e depois o índice de liberdade com o GINI), se a correlação fosse perfeita aqueles gráficos teriam uma diagonal e está longe disso.

A conclusão foi (nas minhas palavras em tradução livre):

Os resultados empíricos suportam a hipótese que o aumento da liberdade econômica leva ao aumento da qualidade de vida e que o índice de liberdade é significante em todas as 6 equações para calcular o IDH. Por outro lado, o coeficiente de mudança não é estatisticamente significante e portanto não pode ser usado para determinar implicações políticas. Um possível resultado é que o nível é importante mas não a velocidade da mudança. Entretando, não é possível concluir com certeza.

... aqui ele explica a relação dos fatores do index freedom com o IDH e a relação deles...

Um aumento na liberdade nas áreas de comércio, direito de propriedade e regulamentos internos leva a um aumento na qualidade de vida. Portanto, quanto mais um país possui comércio com o resto do mundo, melhora os direitos de propriedade e reduz as regulamentações, torna mais fácil a vida dos empreendedores, melhorando a qualidade de vida.

Adicionalmente, a carga fiscal do governo está negativamente relacionada ao IDH. Isso significa que em países que taxam menos o nível de desenvolvimento humano cai. Esse resultado pode ser explicado pelo fato que uma das funções da política de taxações é a distribuição de riqueza. Governos que taxam mais tendem a redistribuir a riqueza. Se eles não são capazes de fazer isso o nível de desenvolvimento humano cai.

Resumindo, é mais ou menos aquilo que a maioria aqui concorda e se vê no mundo: reduzir a burocracia e aumentar o comércio tem efeitos positivos (como eu disse, ninguém vive isolado). Por outro lado a redistribuição de riqueza pelo estado é importante para desenvolvimento humano e a redução de desigualdades.

Então não precisamos de nações sem estado e sim de nações em que o estado funcione bem e o nível de corrupção seja o menor possível (como no caso dos países nórdicos) - acho que alguém falou isso nesse tópico antes, talvez o cdcccccccccccccccccccc.

E reitero, isso é uma análise bem superficial, é preciso olhar a organização dos países e o seu processo de formação/colonização. Isso é algo que a comparação dos índices passa longe de capturar (ele poderia ter isolado regiões, por exemplo) até porque o índice de liberdade começou a ser medido só em 1995.

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Não cara, quem analisou de forma leviana e estabeleceu a correlação foi você. Eu apenas refutei essa hipótese e dei exemplos para tal. Tal correlação inexiste.

Pelo contrário, você pegou o ranking e foi colocando posições e trabalhando a comparação em cima disso, ficou leviano porque você não informa se um país é de fato economicamente livre citando apenas a posição (caso da Noruega, que é 31o mas entra na lista de majoritariamente livres), então do jeito que você expôs fica fácil de fazer uma interpretação rasa.

Mas vamos lá, vamos trabalhar com os extremos do ranking.

Peguemos os mais livres no ranking

HK

SP

Nova Zelandia

Suiça

Emirados Árabes

Ilhas Mauricio

IDH de todos é considerado elevado.

Agora vamos pros majoritariamente livres, aqui as coisas embaralham um pouco, mas ainda assim da pra se ter uma relação.

Finlândia, Chile, Canada, Australia, Bahrein, Reino Unido, Jordania, Dinamarca, Taiwan, Estonia, USA, Chipre, Alemanha, Irlanda.

Estes são os que iriam até a 20a posição, há algum com IDH baixo entre eles? Jordania seria o com o menor, 0,700 e considerado médio. Se continuarmos indo neste grupo ainda teremos outros países como:

França, Holanda, Suécia, Noruega, Peru, Japão, South Koreia, Eslovaquia, Belgica, Uruguai, Israel, Polonia, Bahamas, Islandia Costa Rica, Panama, Malasia, Camboja e a 75a colocada Croácia. Ou seja, há países com IDH mais baixo nesta lista? Sim, mas muitos dos mais altos estão presentes ai, não farei um levantamento completo porque não tenho tempo mas da pra notar um certo padrão, e pra destacar o outro lado, nesta lista e com IDH baixo teremos países como Zambia, Nicaragua, Filipinas e Ruanda.

Agora vamos pro outro extremo, nem vou passar pelo médio.

Mais baixo (não livres)

Chade, Congo, North Koreia, Siria, Venezuela, Zimbabwe, Myanmar.

Olha que coisa, todos países com baixo IDH e alguns enfrentam crises internas gravíssimas. Venezuela recentemente tava querendo obrigar locatários venderem os imóveis pra iquilinos.

Majoritariamente não livres.

Senegal, Mali, Benim, Burkina Faso, Equador, Camarões, Costa do Marfim, Argentina, Gabão, Etiópia, nem vou continuar porque o resto é predominantemente países africanos.

Que coisa aqui também né, Argentina e Equador seriam os estranhos no ninho aqui, mas todos nós sabemos a situação atual que a Argentina passa, mergulhada em uma crise fruto de um governo populista e bolivariano.

Pra finalizar, claro que não há uma fórmula perfeita e uma relação irrevogável de que liberdade econômica gerará qualidade de vida, mas olhando estes dados da pra ter uma ideia da relação que existe sim entre os 2.

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Pra fazer a coisa mais ou menos da forma correta é preciso defasar em alguns períodos a variável DoingBusiness, pois o investimento em capital tem duração média de alguns anos, especialmente o capital humano.

Numa rápida pesquisa eu peguei os 20 países melhores colocados na lista do DoingBusiness de 2005, com dados de 2004, e comparei com o seu IDH de 2005 (com dados de 2004) e de 2013 (com dados de 2012). Vamos lá:

Top 20 DoingBusiness'05 (Top 20 IDH'05) [Top 20 IDH'12]

Em azul os que melhoraram sua posição, e em vermelho os que pioraram.

1 NZ (19) [6]

2 EUA (12) [3]

3 Singapura (25) [18]

4 Hong Kong (21) [13]

5 Australia (3) [2]

Vemos que os cincos melhores países do DoingBusiness de 2005 melhoraram sua posição no IDH entre 2005 e 2012.

6 Noruega (2) [1]

7 UK (16) [26]

8 Canada (4) [11]

9 Suécia (6) [7]

10 Japão (8) [10]

11 Suiça (9) [7]

12 Dinamarca (14) [15]

13 Holanda (9) [4]

14 Finlandia (11) [21]

15 Irlanda (5) [7]

16 Bélgica (17) [17]

17 Lituânia (43) [41]

18 Eslováquia (42) [35]

19 Botsuana (124) [119]

20 Tailândia (78) [103]

1. A análise tem que ser feita também com os valores absolutos, o IDH em si, e não apenas relativo, que é utilizar as posições.

2. Nunca há uma mudança muito grande no topo do IDH, não tive saco de fazer agora, mas é preciso olhar uma faixa mais extensa.

3. A correlação entre DoingBusiness e IDH parece ser pequena se olharmos essa amostra.

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Bem, concordando com alguns aqui, tenho a dizer que o debate também está excelente, coisa que eu nunca consigo de forma civilizada nem com meus amigos.

Criticam esses países porque a realidade é totalmente diferente. São países que não produzem nada e tem um mercado consumidor pequeno. Cingapura, por exemplo, vive em torno de um porto. 60% das exportações do Chile vem do cobre (produto que valorizou muito nas últimas décadas). Hong Kong também é minúsculo, tem um sistema financeiro forte. O mesmo para o Liechstenstein ou para Luxemburgo.

Não conheço a Austrália. Mas o protecionismo há muito tempo é forte nos EUA. É um país mais similar ao Brasil porém com um processo de colonização diferente (mais parecido com o que tivemos no Sul do Brasil). E claro, um desenvolvimento industrial bem diferente, no séc. XIX os caras já produziam aço e petróleo. O Brasil foi chegar em indústria pesada na década de 60. Mesmo assim os grandes trusts dessa época não eram exatamente positivos para a qualidade de vida da população, sobretudo dos trabalhadores.

Se eu começar a citar os benefícios que os cidadãos do UK tem, vão começar a achar que o Bolsa Família é pouco. Começaram a cortar esses benefícios e não sei a exata situação atual, mas até 3 anos atrás era lucrativo ter um filho no UK. Para ficar em um exemplo.

Olhe o que as políticas liberais fizeram com a Somália e com outros países da África ao invés de surgir com Botswana. Aliás, a maioria dessas nações miseráveis que cercam são capitalistas.

Como eu já destaquei, sim, a classe empresarial do Brasil é corrupta, adepta do jeitinho. Mesmo as empresas que vem de fora (como a Siemens) entram na putaria. É na mão dessa iniciativa privada que você quer deixar tudo por aqui!? É essa a solução para o Brasil? Não me parece.

Cara, você precisa ler o que é socialismo e o que é comunismo para entender porque o segundo "nunca foi implementado". Pode até ser que seja utópico e que jamais chegaria a ser implementado, mas isso não torna o que você falou correto.

Aliás, se os países mais desenvolvidos do mundo não são comunistas (na verdade, no aspecto social os mais desenvolvidos são os com as políticas mais fortes de bem estar social) os piores também não são. Tem muita coisa no mundo pior que Cuba, China, a antiga Rússia ou mesmo a Coréia do Norte apesar de todo o isolamento.

A China importa e exporta ao seu modo e de acordo com o que favorece seus interesses. É o que eu falei antes, não adianta um estado querer se isolar do restante do mundo, é burrice. O sistema de trocas, o comércio, são muito mais antigos e não são exclusivos nem do capitalismo e nem do socialismo. Há uns 4 ou 5 anos eu li um livro sobre a economia chinesa e ele destacava justamente a participação do estado em uma miríade de empresas e joint-ventures para incorporar tecnologia (a EMBRAER se não me falha a memória se fodeu nessa brincadeira). A Petrochina, a Sinopec (refinaria), a SGCC (distribuidora de energia), ICBC (maior banco do mundo), China Mobile (telefonia), China Life (seguros), CCCC (construções), Baosteel (aço) e a gigante parte das empresas com sede na China são do estado. A Lenovo (que comprou a divisão de computadores da IBM e mais recentemente a Motorola) é de maioria acionária do governo chinês...

Se isso é um exemplo de economia liberal...

Com relação aos países pequenos, apenas encontraram soluções liberais que os fizeram prosperar em um ambiente difícil. Um maior tamanho ou a disponibilidade a maiores recursos naturais é ainda mais benéfico no caso dos países grandes, como foi com os Estados Unidos.

O "protecionismo" americano é fraco comparado ao brasileiro. Os Estados Unidos sempre incentivaram a iniciativa privada e a vinda de grandes empresas. O governo americano mesmo investiu mais na infra-estrutura sem burocratizar o sistema.

Quanto ao Reino Unido, este estava despedaçado na década de 70. Justamente com os excessos de gastos do governo. Quem conseguiu consertar a situação foi a Margaret Thatcher. Porém, logo após a sua saída, veio o pessoal da Terceira Via com Tony Blair e similares gastando com fartos benefícios sociais novamente. Não a toa foram afetados pela crise de 2008, diferente da Polônia que odeia sequer alguma referência ao socialismo (por razões óbvias) e foi um dos países europeus menos afetados pela crise.

E na África não há o que se pode chamar de "capitalismo". Praticamente nunca houve, exceto se chamar de capitalismo o mesmo sistema político de Hugo Chavez. E mesmo que se utilize de capitalismo, sem qualquer liberdade econômica, o capitalismo é inútil e no máximo viram esses capitalismos de estado que vemos na América do Sul (agravado ainda pelas guerras civis).

E cara, eu já li muito sobre comunismo e socialismo. Muito mesmo. O "nunca foi implementado" que você se refere é basicamente aquele longo prazo que nunca chega conforme eu já citei. São aí os 50 anos de Cuba com gente ainda tentando fugir de lá. Quanto tempo até os benefícios do socialismo/comunismo começarem a aparecer? Quando teremos gente imigrando em massa para os países socialistas como há ainda hoje com vários países capitalistas? Mais 50 anos?

Na realidade eu considero que o wellfare state em suas qualidades como, por exemplo, prover saúde e educação universal de alta qualidade, mas confesso que não estou apto a entrar neste campo da questão dos gêneros que você levantou sobre a Suécia, concordo também que o estado não deva servir como babá, apenas prover os meios necessários para que a população prospere e tenha qualidade de vida.

Sobre a implementação deste tipo de política, devemos ser céticos, os nórdicos são um exemplo, mas devemos lembrar que são países com boas reservas de alguns valiosos recursos naturais e são avançados nas áreas de pesquisa e tecnologia, além de ter uma população culturalmente avançada também, tudo isto torna possível a implementação e manutenção, diferente do exemplo da Grécia que você citou, que ficou claro que não possuía meios de implementar e sustentar o wellfare state, seja por uma economia mais frágil e dependente ou da corrupção na máquina estatal.

Sobre a Nova Zelândia, lembro de ter lido uma vez sobre a situação dos maoris e se não me engano a situação deles não era das melhores, em que muitos se encontravam marginalizados e sofriam discriminações, mas sinceramente, isto há muito tempo e não posso dizer que a fonte era inquestionável, então nem entrarei no mérito.

Mas algo que é bom de se perceber é a relação direta que há entre liberdade econômica e qualidade de vida, se pegarmos os países com maior IDH veremos que algo comum entre eles é a alta garantia da liberdade econômica, podemos traçar um paralelo também entre os países que são mais livres neste sentido e os que são menos, veremos que a diferença na qualidade de vida entre os 2 extremos é gritante.

Justamente pelo que você falou, economicamente, os nórdicos tem bastante liberdade que ajuda a manter mesmo os estados inchados. Porém, vejo isso com maus olhos no longo prazo. Já há alguns problemas graves afetando o lado social (principalmente com imigrantes muçulmanos) e prevejo o início do surgimento de muitos como o Robert Preguiçoso.

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E na África não há o que se pode chamar de "capitalismo". Praticamente nunca houve, exceto se chamar de capitalismo o mesmo sistema político de Hugo Chavez. E mesmo que se utilize de capitalismo, sem qualquer liberdade econômica, o capitalismo é inútil e no máximo viram esses capitalismos de estado que vemos na América do Sul (agravado ainda pelas guerras civis).

E cara, eu já li muito sobre comunismo e socialismo. Muito mesmo. O "nunca foi implementado" que você se refere é basicamente aquele longo prazo que nunca chega conforme eu já citei. São aí os 50 anos de Cuba com gente ainda tentando fugir de lá. Quanto tempo até os benefícios do socialismo/comunismo começarem a aparecer? Quando teremos gente imigrando em massa para os países socialistas como há ainda hoje com vários países capitalistas? Mais 50 anos?

Só eu vejo uma certa contradição aqui?

Ou então você discordou mas justificou o que eles tinham falado antes. Deixa eu procurar aqui...

Não é uma questão de que o comunismo é bom e que acham que ele é ruim porque nunca foi implementado. É que de fato, ele nunca foi implementado, logo é difícil deduzir se seria bom ou péssimo. Independente disso a idéia de socialismo que vimos no mundo sempre foi de países fechados e em disputa com os outros, como Cuba e os embargos americanos e a Coréia do Norte e seu completo isolamento. Isso não existe, não há país em condições de se desenvolver de forma autossuficiente no mundo por isso isolar-se é um erro enorme. E o único país socialista que percebeu o quão prejudicial é o isolamento é entre as grandes economiais atuais disparado a que mais cresce no mundo.

O fato é que o comunismo idealizado/preconizado por Marx foi tão, mas tão distante, do que foi feito naqueles países, que não dá pra dizer que o que aconteceu foi muito diferente de sociedades talvez ainda mais desiguais e estamentais do que as que criticavam. Não é no true scotsman eu falar que aquilo não é comunismo, por uma simples razão: simplesmente não se admitem aqueles países como sequer próximos ao comunismo. O que ocorre é uma confusão conceitual, talvez pelos dois lados (quem diz que a União Soviética era comunista x quem diz que não era), mas não uma falácia lógica.

Aqui tem uma discussão interessante, aliás:

http://www.politicsforum.org/forum/viewtopic.php?f=12&t=101265

E cito:

P.S.: A gente não tá se passando um pouco do tópico? Rs.

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    • jonnyjones81
      Por jonnyjones81
      Estava lendo uma matéria sobre a tal ligação do Kajuru na IstoÉ e a matéria termina assim:
      “Finalmente, uma observação sobre o sistema eleitoral brasileiro, que o Congresso está querendo alterar. O sistema vigente hoje já dá bastante espaço para que políticos como Jorge Kajuru se elejam. São pessoas que não têm outras credenciais além da fama e de algum sentimento de indignação, ou desejo vago de “fazer o bem”, mas que nunca perdeu um minuto da vida pensando sobre políticas e administração públicas.
      Se o Congresso fizer o que deseja, e implantar o tal sistema do “distritão”, em que apenas os candidatos mais votados são eleitos, só haverá gente famosa na política. Aquele sujeito que passou a vida lutando em silêncio por uma causa, ou estudando gestão pública, nunca mais chegará ao parlamento, pois costuma ser eleito pelos votos concedidos aos partidos no sistema proporcional.
      Hoje, existe um Kajuru a mais do que o necessário no Senado. Imagine agora um Congresso feito só de Kajurus. Gostou?”
      Ou seja, uma clara critica à mudança.
      Então fui pesquisar e ler um pouco melhor sobre o tema do voto distrital e distrital misto. Achei uma matéria sobre o assunto muito, mas muito bem escrita (IMO). Vou deixar aqui para a leitura e um debate saudável.
      Como o voto distrital misto pode mudar as eleições no país
    • Henrique M.
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      Por Guilherme Faria
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      Seriam, talvez, o início de muitas outras? 
    • DEREK ROCHA
      Por DEREK ROCHA
      Boa noite queridos,
      Gostaria da opinião de vocês.
      Quem foi melhor? Romário ou Ronaldo Fenômeno? Alguns números oficiais:
      [ROMÁRIO]
      ELEITO 1X MELHOR DO MUNDO
      PROTAGONISTA E CAMPEÃO DA COPA DO MUNDO DE 1994
      MELHOR JOGADOR DA COPA DO MUNDO DE 1994
      DISPUTOU AS COPAS DE 1990 E 1994
      8 JOGOS E 5 GOLS em COPAS DO MUNDO
      GOLS PELA SELEÇÃO: 70 JOGOS 55 GOLS
      GOLS PELOS CLUBES: POUCO MAIS DE 1000 JOGOS, 860 GOLS
      [RONALDO]
      ELEITO 3X MELHOR DO MUNDO
      PROTAGONISTA E CAMPEÃO DA COPA DO MUNDO DE 2002
      MELHOR JOGADOR DA COPA DO MUNDO DE 1998
      DISPUTOU AS COPAS DE 1994, 1998, 2002 E 2006
      19 JOGOS E 15 GOLS EM COPAS DO MUNDO
      GOLS PELA SELEÇÃO: 99 JOGOS 67 GOLS
      GOLS PELOS CLUBES: POUCO MAIS DE 500 JOGOS, 414 GOLS
      Comenta aqui!
       
       

    • Aleef
      Por Aleef
      Podcast Presidente da Semana conta a história de Jair Bolsonaro; ouça
       
      Fatos relevantes
      01 de novembro de 2018 - Moro aceita convite de Bolsonaro para comandar Ministério da Justiça
      22 de novembro de 2018 - Bolsonaro anuncia Ricardo Velez Rodriguez como ministro da Educação
      06 de dezembro de 2018 - Coaf aponta que ex-motorista de Flávio Bolsonaro movimentou mais de R$ 1,2 milhão em operações suspeitas
      08 de janeiro de 2019 - Filho de Mourão assume assessoria especial da presidência do Banco do Brasil
      14 de janeiro de 2019 - Coaf aponta que Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos suspeitos em 1 mês, no total de R$ 96 mil
      18 de fevereiro de 2019 - Governo anuncia demissão de Bebianno; Floriano Peixoto assume Secretaria-Geral
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