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Alonso.

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Dogtooth (2009)

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Sinopse

O pai, a mãe e os três filhos vivem numa casa nos subúrbios da cidade. À volta da casa existe uma cerca alta, que as crianças nunca passaram. Estão a ser educadas, entretidas, chateadas e exercitadas da forma que os pais consideram adequada, sem qualquer influência do mundo exterior.

Acreditam que os aviões que voam por cima da casa são brinquedos e, que os zombies são pequenas flores amarelas. A única pessoa autorizada a entrar em casa é Cristina, que trabalha como segurança na empresa do pai.

O pai organiza as suas visitas lá em casa para que ela apazigue os impulsos sexuais do filho. Toda a família gosta dela, sobretudo a filha mais velha. Um dia, Cristina dá-lhe como presente uma bandolete com umas pedras que brilham no escuro e pede-lhe algo em troca.

Crítica 1

Crítica de filme: Kynodontas (Dente Canino ou Dogtooth)

Pensei que iria demorar para ver um filme mais bizarro que Rubber mas vejo que estava completamente enganado. Comecei a ver o filme grego Dente Canino sem ter a menor idéia sobre o que ele era. Não havia lido a sinopse ou qualquer outra coisa sobre ele a não ser que concorre a Melhor Filme Estrangeiro no Oscar desse ano. Saí do filme achando que Rubber nem foi tão bizarro assim e extremamente impressionado pela Academia ter indicado esse filme. Ficarei mais impressionado ainda - e muito feliz - se o filme efetivamente abocanhar a estatueta.

Dente Canino é um filme que as pessoas só acreditarão vendo. Em um primeiro momento, ele é somente um monte de cenas em tese desconexas, sobre uma família que vive sem qualquer contato com o mundo exterior, em uma casa cercada de jardins, nos subúrbios gregos (algo que, de longe, lembra A Vila de Shyamalan misturado com a estética de Meu Tio, de Jacques Tati - nunca achei que faria essa conexão...). Apenas o pai sai da casa (sempre de carro), ficando a mãe, o filho e as duas filhas o dia inteiro em casa, sem televisão, sem rádio, sem marcas de produtos, ou seja, totalmente alijados do mundo que os cerca.

Os pais mantém os filhos sob suas regras, que são completamente inventadas. Uma delas é que somente quando o dente canino de cada um deles cair é que eles estarão prontos para saírem de casa, mas sempre de carro. Outra é que o gato (sim, o gatinho doméstico) é o animal mais selvagem que existe. Algumas palavras têm significados diferentes nessa bolha criada pelos pais para seus filhos. E por aí vai.

Apenas observando essas cenas, o espectador estará diante de um filme digno do Teatro do Absurdo, com uma forte veia de humor negro. A cada momento, as coisas evoluem mais, mostrando sexo (o pai traz uma mulher de fora, vendada, para transar com o filho), danças, violência sádica e um quê de incesto.

Mas um observador atento verá que o filme é mais do que uma sucessão de bizarrices divertidas, tensas ou violentas. Verá que o filme é uma crítica do diretor e co-roteirista Giorgos Lanthimos à sociedade atual, a como criamos nossos filhos. Será que super-protegemos nossos filhos? Será que ensinamos conceitos corretos? Mas, afinal de contas, o que seria correto?

Dente Canino não exige explicações, para dizer a verdade. Pedir lógica a esse filme é destruir toda sua base. É até difícil criticá-lo de maneira veemente pois ele depende muito de sentimentos básicos na hora de assisti-lo. Eu, particularmente, senti-me como durante A Fita Branca, de Michael Haneke: estupefato. Fiquei literalmente de boca aberta o filme inteiro, tendo demorado uns bons 15 minutos para eu me ajustar à "realidade" da família.

Dente Canino é um filme que sacode as convenções da sociedade e até do que é um filme. Exige uma cabeça aberta do espectador e, para aqueles que sobreviverem, o filme os presenteia com algo indescritível, que desafia qualquer tentativa de explicação.

Só vendo para entender o que é esse filme. Mas vá preparado.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 9 de 10

Fonte: http://metidoacritic...ntas-dente.html

Crítica 2

Crítica: Kynodontas – Dogtooth (2009)

Não tinha a menor ideia do que se tratava este filme de nome estranho. Fui atrás pelo fato de ter sido indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Como não havia lido nem um mísero review, demorei um certo tempo para entender o que estava acontecendo na tela. Quando as coisas começaram a clarear, percebi que estava diante de algo doloroso e viciante. É difícil acompanhar os acontecimentos de Kynodontas, mas mais difícil ainda é desviar a atenção.

Nenhum personagem tem nome. Tudo se passa em uma enorme casa com piscina, um grande jardim, afastada da sociedade e totalmente cercada por um muro e vegetações. O pai e a mãe mantém os filhos presos. Não sabemos a idade exata dos filhos, mas deve ser algo entre 15 e 20 e poucos. Um rapaz e duas moças. O mundo inteiro dos filhos se resume a casa, lugar que não deixam nem por um segundo.

Pelo pai são ensinados a latir e lamber como cachorros, além de considerar gatos como os mais terríveis predadores do universo. Para completar a triste situação, às vezes a mãe define palavras de um jeito errado, por exemplo: “zumbi” é uma flor amarela e “estrada” é um vento forte. De vez em quando eles podem ver televisão, mas o únicos programas que assistem são filmes caseiros feitos pelo pai. Contato com o exterior? Só ver aviões passando e receber a visita de uma funcionária do pai, contratada para fazer sexo com o filho. O pai é o único que deixa a casa.

Imagino que Kynodontas signifique “dente canino” em grego, título que faz cada vez mais sentido. O filme pode ser visto como uma sátira da vida familiar. Um pai louco e superprotetor que destrói a vida dos filhos, mesmo que essa não seja a intenção dele.

Vi um cartaz em que a palavra “HILÁRIO” descrevia o filme. Aí não, né? Algumas cenas fazerem rir, como aquela em que o pai traduz a música Fly Me To The Moon de um jeito bizarro e ainda diz para os filhos que quem canta é o vô deles. Também é digno de risadas a sequência que mostra a filha mais velha imitando o personagem de um filme que ela assistiu escondida. Não vou dizer qual o filme para não estragar a surpresa, mas é bem fácil de reconhecer. Agora… hilário? Nunca. Até parece que eu vou chamar a família toda, os amigos, pegar um balde de pipoca e um litro de coca e vou me divertir pra caramba.

Kynodontas é extremamente perturbador. Você assiste e sente pena daquelas pessoas ao mesmo tempo em que tenta entender o que motiva o pai a fazer isso. Queremos uma explicação mastigada para tamanho absurdo, mas temos que nos contentar com o que fica subentendido: ele quer proteger os filhos do mundo perigoso lá de fora.

As situações retratadas aqui causam um desconforto enorme. São cenas bem fortes e intensas.

Alguns podem reclamar do final relativamente abrupto e totalmente em aberto, mas acredito ter sido uma escolha acertada do diretor Giorgos Lanthimos, que controla o filme inteiro com muita qualidade.

É bom quando uma obra corajosa aparece e te tira da zona de conforto. Por ser uma experiência difícil, é daqueles filmes que você não esquece, para o bem ou para o mal.

Fonte: http://intratecal.wo...-dogtooth-2009/

IMDb

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Filme fenomenal, mas não é pra todo mundo. Já vi duas vezes, e a terceira vou ver esse fim de semana. Estou fazendo um trabalho de Sociologia sobre ele, que devo entregar na segunda ou terça.

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O filme é mais parado e monótono do que ver tinta secar, já vou avisando hehe

Mas as implicações sociológicas do modelo social de conhecimento - essencialmente patriarcal e unívoco, porque o resto da família não tem outra fonte de conhecimento senão aquela provida pelo pai - dá MUUUUUUITO pano pra manga. Cada vez que eu leio mais sobre sociologia do conhecimento, Agamben, Bourdieu, Durkheim, mais eu me fascino por esse filme.

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Não vi muitos filmes na minha vida, sequer vi todos os filmes mais famosos. Mas esse é de longe o filme mais estranho que já vi. Mais estranho que o primeiro que indicaram.

Cenas bizarras, a parada de lamber e tal. Não pode pisar fora da casa, o final em aberto, eles de quatro latindo ASHUSHUASHU. Mas foi um bom filme.

Uma dúvida: a mãe se submetia as paradas tipo ficar latindo, pra não causar questionamentos nos filhos?

E o que é a teoria do gato na caixa?

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Assisti esse filme tem um tempão, sempre quis mostrar pra minha mina mas nunca achei algum release com legenda em PT, e ela não consegue ver em inglês. Alguém me manda o link? Obrigado

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Guest João Gilberto

Assisti esse filme tem um tempão, sempre quis mostrar pra minha mina mas nunca achei algum release com legenda em PT, e ela não consegue ver em inglês. Alguém me manda o link? Obrigado

...enviado!

:joia:

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Vi "por cima" esse fim de semana para acabar o trabalho de sociologia (tinha umas partes que eu não lembrava muito bem), e sei que é chover no molhado, mas... é um filme muito inteligente, e quem gosta de sociologia e filosofia deve achar isso um prato cheio. É muito material, consegue reunir várias ideias de pensadores famosos em pouco menos de uma hora e meia.

@Pedrods: não desanima, cara. É um baita filme, só é um pouco parado hehe.

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  • Diretor Geral
Filme fenomenal, mas não é pra todo mundo. [...]

Pois é Guiga, não é pra todo mundo meeesmo, rs... assisti ontem.

Olha... eu gosto de filmes que, como bem diz uma das críticas no 1o post "te tiram da zona de conforto" -- tanto que o pessoal aqui da área de filmes do fórum me conhece bem -- mas, esse filme mergulha fundo demais em um universo que acredito que mt gente não domina tão bem assim, que é justamente o da sociologia, psicologia e afins.

Ou seja, ele foi direcionado -- intencionalmente ou não -- para pessoas como o Guiga, como o JG também, que já estão imersos a esses questionamentos, discussões e reflexões. Pessoas como eu, que não estão tão a par de Agamben, Bourdieu e Durkheim por exemplo acabam ficando com uma reflexão mais superficial no fim das contas.

Mas mesmo assim, consegui fazer minhas reflexões, dentro do possível. Gostei das cenas mais intensas, da maioria das atuações, mas achei o filme em si mal filmado e montado. Um excesso de "amadorismo" que acabou me enchendo, como as tomadas com câmeras na mão por exemplo... a montagem também, com cortes abruptos e sem necessidade, contam nesse aspecto negativo.

Acho que o grande trunfo do filme mesmo, e que acaba puxando sua nota pra cima é a discussão sobre a superproteção dos pais, que de certa forma acaba saindo pela culatra.

Fico com um 6.8/10, e estou aberto às explicações do pessoal de Humanas aí, hehehe!

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Bikas e Léo resumiram muito bem minha opinião.

Primeiramente, esse filme é muito ESTRANHO. Apesar de bastante parado, te prende pra caralho à tela, particularmente fiquei muito curioso sobre o desfecho do filme - que me decepcionou pra caralho, a propósito - e ver uns peitinhos é sempre bom, né?!

Curti bastante algumas cenas e ideias mais fortes, mas ao mesmo tempo tem um pouco do "amadorismo" citado pelo Léo. Muito difícil decidir a nota pra esse filme... aliás, muito difícil decidir se gostei ou não desse filme, hahaha. O fato é que, como é citado na crítica, é um filme que não se esquece. Realmente marcante.

Respondendo à primeira pergunta do Bikas: acho que sim. Existe a possibilidade de a mãe ser alienada assim como os filhos - apesar de ela usar o telefone e tal, o que já é um grande avanço em relação aos filhos -, mas eu creio que é pra os filhos não estranharem.

Fico com um 7/10.

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Acho difícil ela ser alienada como os filhos. Ela só deve ter mudado de vida quando casou ou algo do tipo. Tanto que o pai inventa desculpa pro colega de serviço e tals.

Nota: 7,8

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Gostei do filme, tem uns problemas mais técnicos e como não entendo muito disso nem posso avaliar direito. Não gostei do final aberto, poderia até esticar mais um pouco o filme pra ver, pelo menos, o que aconteceria com a moça que conseguiu sair de casa. Só não achei o filme tãããão parado, além de que ele nem é tão longo. Enfim, bom filme.

Nota: 7,5/10

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