Ir para conteúdo
  • Cadastre-se

Posts Recomendados

Postado
49 minutos atrás, Douglas. disse:

Qual liga européia tem jogos em Julho? A maioria começa na segunda metade de Agosto, com no mínimo 1 mês só pra preparação.

Qual liga europeia começa no quarto mês da temporada?

Postado

Um detalhe é que as reduções de datas vão ser muito maiores que 6 ou 7.

eu acho que todo o estadual vai ser com time reserva ou meia bomba. E não vai ter nem como federação reclamar.

Como tem outra competição mais importante em paralelo, os clubes podem alegar que é uma questão de saúde.

Essa mudança eu acho que vai ser igual a de 2003 com a implementação dos pontos corridos. No muita desconfiança e reclamação, mas depois não se retrocede.

Postado

Achei tudo muito bom, no geral. 

Vamos ver se tudo será mantido e bem aceito, o que acho complicado pensando no histórico do nosso futebol.

Parece bom demais para ser verdade

Postado
13 horas atrás, Douglas. disse:

Qual liga européia tem jogos em Julho? A maioria começa na segunda metade de Agosto, com no mínimo 1 mês só pra preparação.

Qual liga europeia tem estadual, regional, 12 times classificados para competições continentais...?

Postado

Achei ótimo, qualquer mudança pra desafogar o calendário é bem vinda. Mas alguns pontos precisam ser melhoradas e refinados com o tempo:

* A Série A deveria começar em Fevereiro invés de Janeiro. Tudo bem que é na metade do mês, mas Janeiro é o auge do calor insuportavel na maioria do Brasil, fora que os clubes vão ter muito pouco tempo pra se preparar. E ainda tem a questão das férias dos clubes que ganham a Libertadores e jogam o Intercontinental, vai ficar tudo encavalado. Se for só pro ano que vem por conta da Copa, acho ok. Mas penso que o ideal seria o calendário ir até Dezembro, e começar em Fevereiro mesmo, dando ali 1/2 meses de férias/pré-temporada.

* Acho que ainda temos muitas datas pro estaduais. Pros clubes da elite, deveriam ser apenas 7 datas. Ia nos poupar de ter um monte de jogo merda num calor infernal no início do campeonato, e diminuir a chance de já estourar algum jogador importante no começo da temporada. E com 7 datas dá pro Nova Iguaçu fazer uma graça ali contra um grande e ainda ter todos os clássicos, ou a maioria deles. Pros clubes menores, acho que podia manter as 11 datas mesmo, eles precisam de calendário.

O que eu queria mesmo é que os estaduais acabassem, pelo menos no modelo que são. Tinha que ser apenas um campeonato classificatório pra um campeonato regional (que a CBF já até fez o favor de criar aí), e esse campeonato regional ser classificatório pras 4 séries nacionais. Desse jeito, não ia ter clube sem estrutura tendo que viajar pra cima e pra baixo no país, e ia dar uma limpada boa na série D e C.

O Brasil tem muitos clubes "profissionais" que na verdade deveriam ser considerados amadores. Acho que assim a gente conseguiria ter um produto melhor, invés dessa bagunça descoordenada que são as séries inferiores do campeonato.

* Gosto da CdB em final única, principalmente se for o jogo que encerra a temporada e tiver uma rotatividade pré-estabelecida entre os locais das decisões. Agora, se for escolher o palco da final sendo o meio da caminho entre os dois clubes que chegaram lá, embora comercialmente faça mais sentido, eu não vou curtir. Acho que tem que ser rotativo, cada estado do país sendo contemplado em um ano. Assim estimula o turismo (ainda mais que é no final do ano), coloca os elefantes brancos da Copa pra funcionar, e ainda premia a população local com um jogo de alto nível. Não seria foda ver uma final da CdB lá no Amazonas?

Por outro lado, o que eu não gosto nesse modelo da CdB é dos clubes da série A entrarem tão no "final" da competição. Desprestigia muito os pequenos, que tão se matando por pouquíssimas vagas. Já falei isso em em outro tópico aqui, mas eu faria a competição toda em jogo único, e deixaria os grandes entrarem mais cedo, invés de começar só nos 16avos. Desse jeito você consegue ver uns jogos estilo Flamengo x XV de Piracicaba, que podem ajudar bastante a renda desses clubes menores que não tem condição nenhuma de chegar nas fases mais avançadas da competição e morder uma parte maior do prêmio. E ainda torna a competição mais imprevisível e com espaço pra zebras. Com ida e volta é praticamente impossível um clube da elite ser eliminado por uma zebra.

Postado
11 minutos atrás, StrongAxe disse:

Achei ótimo, qualquer mudança pra desafogar o calendário é bem vinda. Mas alguns pontos precisam ser melhoradas e refinados com o tempo:

- A Série A deveria começar em Fevereiro invés de Janeiro. Tudo bem que é na metade do mês, mas Janeiro é o auge do calor insuportavel na maioria do Brasil, fora que os clubes vão ter muito pouco tempo pra se preparar. E ainda tem a questão das férias dos clubes que ganham a Libertadores e jogam o Intercontinental, vai ficar tudo encavalado. Se for só pro ano que vem por conta da Copa, acho ok. Mas penso que o ideal seria começar o calendário ir até Dezembro, e começar em Fevereiro mesmo, dando ali 1/2 meses de férias/pré-temporada.

- Acho que ainda temos muitas datas pro estaduais. Pros clubes da elite, deveriam ser apenas 7 datas. Ia nos poupar de ter um monte de jogo merda num calor infernal no início do campeonato, e diminuir a chance de já estourar algum jogador importante no começo da temporada. E com 7 datas dá pro Nova Iguaçu fazer uma graça ali contra um grande e ainda ter todos os clássicos, ou a maioria deles. Pros clubes menores, acho que podia manter as 11 datas mesmo, eles precisam de calendário.

- Gosto da CdB em final única, principalmente se for o jogo que encerra a temporada e tiver uma rotatividade pré-estabelecida entre os locais das decisões. Agora, se for escolher o palco da sede sendo ali o meio da caminho entre os dois clubes participantes da final, embora comercialmente faça mais sentido, eu não vou curtir. Acho que tem que ser rotativo, cada estado sendo contemplado em um ano. Assim estimula o turismo, coloca os estádios da Copa pra rodar, e ainda premia a população local com um jogo de alto nível. Não seria foda ver uma final da CdB lá no Amazonas?

Por outro lado, o que eu não gosto nesse modelo da CdB é dos clubes da série A entrarem tão no "final" da competição. Desprestigia muito os pequenos, que tão se matando por pouquíssimas vagas. Já falei isso em em outro tópico aqui, mas eu faria a competição toda em jogo único, e deixaria os grandes entrarem mais no ínicio, invés de começar só nos 16avos. Desse jeito você consegue ver uns jogos estilo Flamengo x XV de Piracicaba, que podem ajudar bastante a renda desses clubes menores que não tem condição nenhuma de chegar nas fases mais avançadas da competição e morder uma parte maior do prêmio. E ainda torna a competição mais imprevisível e com espaço pra zebras. Com ida e volta é praticamente impossível um clube da elite ser eliminado por uma zebra.

--

O que eu queria mesmo é que os estaduais acabassem, pelo menos no modelo que são. Tinha que ser apenas um campeonato classificatório pra um campeonato regional (que a CBF já até fez o favor de criar aí), e esse campeonato regional ser classificatório pras 4 séries nacionais. Desse jeito, não ia ter clube sem estrutura tendo que viajar pra cima e pra baixo no país, e ia dar uma limpada boa na série D e C.

O Brasil tem muitos clubes "profissionais" que na verdade deveriam ser considerados amadores. Acho que assim a gente conseguiria ter um produto melhor, invés dessa bagunça descoordenada que são as séries inferiores do campeonato.

Esse é o mundo ideal, fazer uma pirâmide. Talvez até seja a ideia final, mas não dá pra ser implementada assim de uma vez, até por conta da merda da politicagem com federações. Mas é o caminho natural das coisas acontecerem.

Postado
Em 01/10/2025 em 20:34, raskor disse:

Qual liga europeia começa no quarto mês da temporada?

Em 02/10/2025 em 09:28, Masca disse:

Qual liga europeia tem estadual, regional, 12 times classificados para competições continentais...?

Ué, então a solução é socar mais jogos nos times que não jogam competição continental, pra ficar ruim por igual?

A maioria das ligas européias têm no mínimo 2 meses ininterruptos sem jogos oficiais. A gente custou pra estender um pouco além de 1 e agora já estão arrumando mais sarna pra coçar...

 

O que eu esperava eram as mudanças da C pra baixo, as outras são desserviço e espero que esses regionais morram em pouco tempo, mantendo os estaduais com poucas datas.

Postado
1 hora atrás, Douglas. disse:

Ué, então a solução é socar mais jogos nos times que não jogam competição continental, pra ficar ruim por igual?

A maioria das ligas européias têm no mínimo 2 meses ininterruptos sem jogos oficiais. A gente custou pra estender um pouco além de 1 e agora já estão arrumando mais sarna pra coçar...

 

O que eu esperava eram as mudanças da C pra baixo, as outras são desserviço e espero que esses regionais morram em pouco tempo, mantendo os estaduais com poucas datas.

Esses regionais serão jogados em datas CONMEBOL, mesmo que nao tivesse eles seria data ocupada, são no máximo 10 jogos a mais para times que nao tinham calendario, não é um grande problema, não acho que vai ficar ruim pra eles não, até porque agora é mais ainda utopico um time fora da A ganhar a copa do Brasil, pelo menos vai ser um campeonato de consolação pra alguns menores.

  • Diretor Geral
Postado

▩ Sobre a final única na CdBr: eu sinceramente não tenho ainda uma opinião formada, e isso porque nesses últimos dias ouvi e li bons argumentos pros dois lados da questão (a favor e contra). Inicialmente eu sou contra, até por uma questão de "justiça" com os dois torcedores envolvidos na final, dando-lhes a chance de poder encher sua casa e empurrar o time pro título. Mas li coisas boas a favor também, então não sei o que pensar assim de cara.
 

▩ Sobre os regionais: eu devo fazer parte da exceção nesse caso, porque eu gosto da ideia hahahaha. Já ficou claro que não vai inchar o calendário, e pra mim vai ser uma oportunidade dos times menores de atuarem de forma competitiva valendo caneco enquanto os camp. continentais rolam em paralelo. Acho interessante, e se por um acaso os envolvidos começarem a achar ruim, é só descontinuar e boa também.

Postado
3 horas atrás, F J disse:

Esses regionais serão jogados em datas CONMEBOL, mesmo que nao tivesse eles seria data ocupada, são no máximo 10 jogos a mais para times que nao tinham calendario, não é um grande problema, não acho que vai ficar ruim pra eles não, até porque agora é mais ainda utopico um time fora da A ganhar a copa do Brasil, pelo menos vai ser um campeonato de consolação pra alguns menores.

Por isso mesmo, arrumaram mais jogos pros times médios, que são os que não têm elencos tão grandes e vão se desgastar tanto quanto os outros. Não acho que os times da Série B precisavam de mais jogos com estádios vazios. Se fossem trocar estaduais pelos regionais, que era o plano da outra vez, seria outra história, mas sem os maiores clubes de cada região, não sei se muita gente vai comprar a ideia.

Postado
15 minutos atrás, Douglas. disse:

Por isso mesmo, arrumaram mais jogos pros times médios, que são os que não têm elencos tão grandes e vão se desgastar tanto quanto os outros. Não acho que os times da Série B precisavam de mais jogos com estádios vazios. Se fossem trocar estaduais pelos regionais, que era o plano da outra vez, seria outra história, mas sem os maiores clubes de cada região, não sei se muita gente vai comprar a ideia.

Copa do Nordeste ja é realidade, mesmo sem Bahia e Ceará que devem ir pra torneios CONMEBOL ainda tem muita força, a Copa Verde Paysandu, Remo, Goias e Vila devem carregar, a sul-sudeste que não vai ter times de massa mas pode servir pra um Coritiba, América-MG, Criciuma etc levantar algo e alem do mais foi anunciado que a participação neles não é obrigatoria, então se não tiver elenco e interesse é só passar a vaga.

Se fosse trocar os estaduais pro Regionais eles não seriam jogados em data CONMEBOL e cairia no mesmo problema do calendario.

O grande merito da CBF esse foi definir que tal data é pra tal coisa, esse ano por exemplo se espera os times cair do torneio X pra arranjar uma data pro torneio Y, isso não vai acontecer mais.

Postado
18 minutos atrás, Leho. disse:

▩ Sobre a final única na CdBr: eu sinceramente não tenho ainda uma opinião formada, e isso porque nesses últimos dias ouvi e li bons argumentos pros dois lados da questão (a favor e contra). Inicialmente eu sou contra, até por uma questão de "justiça" com os dois torcedores envolvidos na final, dando-lhes a chance de poder encher sua casa e empurrar o time pro título. Mas li coisas boas a favor também, então não sei o que pensar assim de cara.
 

▩ Sobre os regionais: eu devo fazer parte da exceção nesse caso, porque eu gosto da ideia hahahaha. Já ficou claro que não vai inchar o calendário, e pra mim vai ser uma oportunidade dos times menores de atuarem de forma competitiva valendo caneco enquanto os camp. continentais rolam em paralelo. Acho interessante, e se por um acaso os envolvidos começarem a achar ruim, é só descontinuar e boa também.

Final unica é bom pra quem é rico ou pra quem não vai no estadio, agora o torcedor mais comum só vai ver final do seu time jogando estadual, isso é lamentavel

Postado
11 horas atrás, F J disse:

Final unica é bom pra quem é rico ou pra quem não vai no estadio, agora o torcedor mais comum só vai ver final do seu time jogando estadual, isso é lamentavel

Falou tudo! Péssima decisão da CBF... 

Ainda privilegia os clubes de maiores torcidas... Imagina uma final em Curitiba entre Flamengo x Fortaleza, não precisamos nos esforçar muito para chegar no entendimento de ql clube será beneficiado com mais torcida ao seu favor, né.

Mas o que me pega mais é isso que vc falou msm, tirar a chance de ver a final do torcedor comum que acompanha o campeonato todo em seu Estádio...

 

Postado
12 horas atrás, F J disse:

Final unica é bom pra quem é rico ou pra quem não vai no estadio, agora o torcedor mais comum só vai ver final do seu time jogando estadual, isso é lamentavel

Vai ter gente no fórum revirando os olhos porque você ousou pensar no torcedor comum.

Esportivamente, a final em jogo único é melhor, mas é um total desastre pra quem não pode viajar pra ver o seu time em uma final.

Postado

Ah galera eu entendo o argumento que tira o direito do torcedor comum, mas também existem estados onde não existe jogo de alto nível e essas pessoas  são privadas de acompanhar um jogo assim. Enquanto o torcedor comum do clube já acompanha ele com frequência.


acho que ambos os formatos tem vantagem e desvantagem.

Postado

Também não acho que a final da Copa do Brasil em jogo único seja uma boa. É o mesmo raciocínio para a final da Libertadores: são enormes as distâncias que os torcedores têm de enfrentar e o custo do transporte no nosso país/continente torna o deslocamento inviável para a grande maioria das torcidas. Nem aqueles ingressos "solidários" resolvem a situação.

Acho que manter só a Supercopa como jogo único em uma cidade aleatória por ano seria melhor. Continua sendo um jogo atrativo, mas não tão atrativo assim para tornar o jogo possível só para poucos.

  • Diretor Geral
Postado

Novo calendário do futebol brasileiro é uma evolução com passos calculados

por Felipe Lobo

 

https%3A%2F%2Fsubstack-post-media.s3.amazonaws.com%2Fpublic%2Fimages%2F4a127fb2-856c-4b43-b2b0-ac7b832b4596_2047x1332.jpeg
FOTO: @rafaelribeirorio / CBF

“Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”

A frase de Lulu Santos serviu por décadas como trilha sonora não oficial para as mudanças no futebol brasileiro. Lentas, tímidas, quase imperceptíveis. Desta vez, porém, os passos foram mais largos. A CBF anunciou uma profunda reestruturação no calendário para o ciclo 2026-2029, a mais significativa desde a adoção dos pontos corridos em 2003. O diagnóstico que a motivou era claro e insustentável: um excesso de jogos para a elite, que sobrecarregava os atletas, e um deserto de oportunidades para a base da pirâmide, com a maioria dos clubes do país encerrando suas atividades em abril. Isso nunca pareceu incomodar muito a CBF, mas desta vez, sob nova gestão, a mudança veio.

Dizer que é uma revolução talvez seja um exagero, mas a proposta é uma evolução inegável. Valoriza o Campeonato Brasileiro, amplia as competições nacionais e ataca o anacronismo dos Estaduais. No entanto, como em toda grande mudança no nosso futebol, ela também carrega as marcas de suas costuras políticas e deixa arestas importantes a serem aparadas.

A esperada redução dos estaduais

“Não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais”

O ano de 2026 começará com os campeonatos estaduais em 11 de janeiro, mas eles serão mais curtos. O limite, que era de 16 datas em 2025, cai para 11, com término previsto para 8 de março. É uma redução aguardada e necessária. O passo mais importante, contudo, é outro: o Brasileirão da Série A começará simultaneamente, em 28 de janeiro. Ao colocar seu principal produto para concorrer diretamente com os torneios locais, a CBF finalmente os coloca em seu devido lugar.

A tendência é que, sem o período de exclusividade que nunca fez sentido, percam relevância naturalmente. Tudo indica que essa não será a última mudança dos estaduais. É de se esperar uma alteração ainda maior para o próximo ciclo, 2030-2034, que também marcará o início de novos contratos de TV do Campeonato Brasileiro. Com a duração aumentada e, quem sabe, com uma liga unificada, o produto tende a se valorizar ainda mais, pressionando os torneios locais.

Brasileirão de janeiro a dezembro

O calendário nacional será aberto pela Supercopa do Brasil em 24 de janeiro, mas a grande estrela, o Campeonato Brasileiro, começa logo depois, no dia 28. A antecipação é necessária para acomodar a longa parada para a Copa do Mundo, que vai de 11 de junho a 19 de julho. A competição será retomada após o Mundial e se estenderá até 2 de dezembro.

Essa duração inédita transforma o Brasileirão em uma verdadeira maratona e, finalmente, o torna a espinha dorsal da temporada. Idealmente, o período entre o fim de uma edição e o início de outra poderia ser maior para criar expectativa — na Europa, as temporadas acabam em maio e só retornam no fim de agosto. Mesmo assim, a mensagem é clara: o campeonato mais importante do país agora ocupa o ano inteiro.

É uma valorização do torneio e exigirá mais dos times em termos de planejamento para a temporada, além de tornar o produto mais atraente para quem transmite, o que também é fundamental.

Copa do Brasil: mais aberta, mas com dupla personalidade

A Copa do Brasil se estenderá de 18 de fevereiro a 6 de dezembro, fechando a temporada nacional. O número de participantes saltou de 92 para 126, um aceno às federações estaduais e uma oportunidade de receita para clubes menores, atraídos pelas altas premiações.

Outra mudança relevante é a entrada garantida dos 20 clubes da Série A diretamente na quinta fase. A medida reverte uma alteração da gestão anterior, que visava fortalecer os estaduais. Agora, elimina-se o risco de um time da primeira divisão ficar fora do torneio, o que é positivo para a competição e para a TV, além de reduzir de uma a três datas para esses clubes.

O que não é só bom: os clubes mais bem colocados poderiam entrar nessa fase, talvez os seis primeiros, mas os demais poderiam jogar fases anteriores. Ter 20 das 32 vagas da quinta fase definidas previamente parece um exagero e torna as fases anteriores um funil estreito demais.

O formato, porém, é inconsistente. As quatro primeiras fases serão em jogo único, mas da quinta fase até a semifinal, os confrontos passam a ter ida e volta, justamente quando os times da Série A entram na disputa — uma aparente proteção contra zebras. O formato deveria ser mais consistente: jogo único em todas as fases, sendo as quatro primeiras fases na casa do time de menor ranking e da quinta fase em diante com sorteio de mando. Seria mais condizente com a proposta. Ou então que fosse em ida e volta até a final, ao menos.

A final, por sua vez, passa a ser em jogo único, uma novidade que pode criar um grande evento, mas que carrega os mesmos desafios logísticos vistos na Libertadores e impede que um clube seja campeão em casa. Cria um grande evento, sem dúvida, ainda mais por ele fechar a temporada do futebol brasileiro, mas os questionamentos são válidos olhando para o exemplo sul-americano.

Série B: um ritmo próprio

A Série B foi uma das competições que menos mudou. A fórmula foi mantida, e o início será apenas em 21 de março, com término em 28 de novembro. O começo tardio em relação à Série A, explicado pela parada menor durante a Copa do Mundo, ainda causa estranheza. Mesmo assim, a duração total aumentou, e os times da divisão poderão se dedicar mais aos estaduais e às controversas copas regionais.

Série C: a longa espera por mais jogos

É nas divisões inferiores que a reestruturação mostra seu maior impacto. Na Série C, o pleito dos clubes por um formato de turno e returno entre os 20 participantes, como nas Séries A e B, não foi atendido. Em vez disso, a CBF optou por um aumento gradual de participantes: de 20 para 24 em 2027, e para 28 em 2028.

Até lá, a fórmula de turno único na primeira fase será mantida. A grande mudança virá em 2028, quando os 28 clubes serão divididos em dois grupos de 14, com jogos de ida e volta dentro das chaves, garantindo um mínimo de 26 partidas — um avanço em relação às 19 atuais. O mata-mata final definirá os acessos e o campeão, que também ganhará uma vaga na Copa do Brasil.

Série D: mais vagas, mas a mesma maratona curta

A Série D foi a que mais mudou, com um salto de 64 para 96 participantes a partir de 2026. A medida mais importante, atendendo a um pedido antigo, é que os 32 clubes que avançarem à terceira fase garantem vaga na edição do ano seguinte. Acaba, assim, a crueldade de times que faziam boas campanhas, mas precisavam recomeçar do zero via estadual.

Além dos 32 classificados do ano anterior, para completar os demais 64 participantes será assim:

  • Os quatro rebaixados da Série C do ano anterior;
  • Quatro representantes do primeiro estado do Ranking Nacional das Federações (RNF)
  • Três representantes dos estados da segunda à nona posição do RNF
  • Dois representantes do décimo ao vigésimo colocados do RNF
  • Um representante dos últimos quatro estados do RNF (atualmente, de Roraima, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Amapá), mas todos ganham uma vaga extra para compensar os clubes que subiram

A ideia de dar vagas extras aos estados pior colocados no ranking para compensar os acessos é boa e faz sentido no sentido de nacionalização da competição. Mas a parte boa acaba aí.

A fórmula de disputa continua a mesma, o que é um problema. São 16 grupos de seis clubes cada, com ida e volta dentro do grupo, totalizando 10 jogos. Os quatro primeiros avançam para a segunda fase, com 32 confrontos em mata-mata, ida e volta (com 64 clubes). Os 32 que avançarem à terceira fase garantem participação na Série D do ano seguinte.

Uma novidade está nas quartas de final. Os quatro classificados à semifinal sobem para a Série C. Os quatro eliminados disputam um playoff por duas vagas que também sobem à terceira divisão. O campeão da Série D garante vaga na Copa do Brasil.

Regionais: o avanço de uns sobre os outros

“Ainda vai levar um tempo pra fechar o que feriu por dentro”

Os regionais são uma novidade do calendário, ao menos com a criação de um torneio que ninguém pediu: a Copa Sul-Sudeste. Além dela, ainda haverá a Copa do Nordeste e a reformulada Copa Verde, que incluirá clubes do Norte e Centro-Oeste do país.

Os regionais serão disputados em 10 datas, do dia 25 de março ao dia 7 de junho. Ou seja, depois do término dos estaduais. O grande ponto é que os clubes que estiverem classificados às competições da Conmebol não irão jogar esses torneios. Em 2024, 14 clubes da Série A estiveram em competições sul-americanas. Se para a recém-criada Copa Sul-Sudeste isso é indiferente, para a Copa do Nordeste é uma ferida profunda. O torneio mais charmoso e bem-sucedido do país será esvaziado de suas principais forças.

A Copa do Nordeste se tornou uma alternativa rentável para os deficitários estaduais da região. Com tantos bloqueios para que os clubes joguem a competição, isso pode ser problemático para as equipes nordestinas.

Os estaduais, com suas 11 datas, são muito mais problemáticos para os nordestinos do que para os demais clubes, porque o regional é muito mais importante econômica e esportivamente. As reações dos clubes nordestinos já mostraram que isso terá que ser mudado com o tempo.

Com exceção da Copa do Nordeste, que acabou prejudicada, os demais regionais tendem a ser positivos para os clubes que o disputarem. É bem provável que a maioria dos maiores clubes do país não jogue a Copa Sul-Sudeste. Até porque a CBF tornou a participação no torneio opcional.

A leitura política é inevitável: o Nordestão foi enfraquecido para abrir espaço no calendário e justificar a criação de outros torneios, em um movimento que agrada a mais federações, mas sacrifica o único regional que deu certo por conta própria. Incluir essas datas nos campeonatos nacionais, em vez de criar novas copas, faria mais sentido.

Um avanço que não pode parar

As mudanças são, no geral, positivas. A CBF conseguiu reduzir o calendário para quem joga demais e, principalmente, aumentar para quem quase não joga. Contudo, ainda há um caminho a percorrer. O problema das Datas Fifa não foi resolvido — os jogos ocorrerão no dia seguinte ao período reservado às seleções, e os clubes continuarão desfalcados. O período de férias e pré-temporada, embora melhor, ainda não é o ideal.

O presidente da CBF, Samir Xaud, cumpriu a promessa de reformar o calendário. Por muito tempo, vimos o futebol no país caminhar “com passos de formiga e sem vontade”. Agora, o passo foi firme. Para citar Lulu Santos pela última vez: não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim. Mas, sem dúvida, foi um começo.

Fonte: newsletter ◑ Meiocampo 

 

18 horas atrás, F J disse:

Final unica é bom pra quem é rico ou pra quem não vai no estadio, agora o torcedor mais comum só vai ver final do seu time jogando estadual, isso é lamentavel

Pois é, essa elitização me incomoda também na final única. Por outro lado, o argumento do "grande evento" em sedes (arenas) alternadas, promovendo uma grande mobilização no local (financeira no caso) é um dos pontos positivos que li também, e faz sentido.

Ainda assim, eu tendo a achar ruim essa mudança. Deveriam ter mantido os 2 jogos mesmo na final, até porque já temos aí a Supercopa pra preencher essa lacuna de jogo único.

Postado
21 horas atrás, F J disse:

Se fosse trocar os estaduais pro Regionais eles não seriam jogados em data CONMEBOL e cairia no mesmo problema do calendario.

Mas seriam metade das datas, menos conflito.

 

 

Enfim, eu só quero ver quem vai ser o primeiro treinador demitido e o primeiro time reclamando da temporada começando cedo demais, sem elenco formado, jogo perdido por falta de ritmo...

Meu palpite é pra Supercopa. O campeão da CdB sai 21/12 e 24/01 já tem outra decisão. Sem contar a possibilidade de ser quem jogar o Mundial.

  • 2 semanas atrás...
Postado

 

Em 01/10/2025 em 13:43, tod disse:

se o campeonato estadual começasse em setembro, para vários clubes grandes, viraria copa do mundo e ai teria apelo, lotaria estádio, tv teria interesse. No inicio do ano vira um grande fodase pq todos pensam nos objetivos maiores mas no fim vira prêmio de consolação.

O calendario do feminino é assim: o Brasileirão é no inicio, voltou a Copa do Brasil, mais a frente tem um mes com jogos da Libertadores (em pais-sede unico) e mais ou menos junto, quase final de calendario que tem os Estaduais.

Em 01/10/2025 em 16:02, Aleef disse:

Xaud colocou com força na copa do nordeste. Ausência dos grandes, perde apelo. Sem contar a copa sul-sudeste, quem vai por a marca na copa com a ausência dos clubes da CONMEBOL? 

Outra coisa que achei tosco é final única da copa do Brasil em campo neutro. Com nosso sistema de transporte caindo aos pedaços, além dos preços, era mil vezes melhor ida e volta.

O Nordestao deveria ter mantido os clubes da Libertadores, ja é tradicional a participação deles no torneio regional. 
E nunca gostei de final unica em certas competições como Libertadores e Copa Sul Americana. Voce acaba com a tradição de 2 jogos, priva o torcedor e clube de ter um jogo da final em casa e a logistca aqui. Tem risco de ser parecido com a Sula, final ás moscas. 

  • 1 mês depois...
  • Diretor Geral
Postado

Como funciona o Fair Play Financeiro brasileiro: regras, prazos e a fiscalização da ANRESF

Por Felipe Lobo

 

Aconteceu. A CBF anunciou finalmente o Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF), o Fair Play Financeiro do Brasil. O grupo de trabalho formado por clubes e federações definiu as regras sem tentar reinventar a roda: há clara inspiração no modelo de “custo de elenco” da Uefa, em detrimento do teto salarial rígido das ligas americanas. Para fiscalizar se a teoria vira prática, foi criada a Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF).

A apresentação do SSF ocorreu durante a CBF Academy Summit, em São Paulo, nesta quarta-feira (26). O conjunto de regras será aplicado aos clubes das Séries A e B. O ponto central para que o projeto não vire letra morta é a ANRESF. Segundo a CBF, a agência terá autonomia total, com membros escolhidos sem vinculação estatutária com clubes.

Entre os nomes já revelados para compor o órgão estão Caio Cordeiro de Resende, diretor da CBF Academy e estudioso do assunto (com um livro publicado sobre o tema) e Cesar Grafietti, consultor e economista, uma das maiores autoridades do país no tema. A presença de quadros técnicos é um sinal positivo, mas o teste real será a independência política na hora de punir um gigante.

Os 4 pilares do Fair Play Financeiro brasileiro

O objetivo não é equilibrar o campeonato artificialmente, mas garantir a solvência. O sistema se baseia em quatro eixos:

1) Solvência (dívidas em dia) — É o básico: não pode dever para outros clubes, funcionários (incluindo jogadores) e governo. O monitoramento será trimestral (31 de março, 31 de julho e 30 de novembro).

O pulo do gato: A fiscalização será via sistema DTMS (Domestic Transfer Matching System). Dívidas contraídas a partir de 1º de janeiro de 2026 já entram na fiscalização imediata. Para o “passivo antigo” (dívidas anteriores a 2026), os clubes terão até novembro para se regularizar.

2) Equilíbrio operacional (break even) — A regra geral é operar no azul. Se houver déficit, serão analisados os últimos três exercícios. O limite de prejuízo permitido no triênio será de R$ 30 milhões para a Série A e R$ 10 milhões para a Série B (ou 2,5% da receita, o que for maior). Se o clube quiser gastar mais que isso, precisará de aporte de capital (doação ou injeção de acionista), não empréstimo.

A exceção inteligente: Gastos com futebol feminino, categorias de base, infraestrutura e projetos sociais não entram nessa conta. Ou seja: a regra pune o gasto salarial desenfreado no masculino, mas incentiva o investimento estrutural.

3) Custo de elenco (regra da Uefa) — O clube terá um teto de gastos com futebol (salários, imagem, luvas, comissões de agentes e custos de transferência) proporcional à sua receita. A meta é chegar a 70% da receita, mas haverá uma escada gradual: em 2026, limite de 90%; em 2027, limite de 80%; em 2028, limite de 70%.

4) Dívida Líquida — Para evitar alavancagem excessiva, a dívida de curto prazo não poderá superar 45% das receitas totais. Como é a regra mais dura para a realidade brasileira, a aplicação será mais lenta: o limite começa em 60% (2028) e cai para 45% apenas em 2030.

O cronograma e as punições

O mercado precisa entender que não haverá perda de pontos amanhã. O projeto é de médio prazo. Em 2026 e 2027, o sistema entra em vigor, mas as punições serão apenas advertências e medidas educativas. De 2028 em diante, começam as sanções esportivas pesadas.

Quando o sistema estiver operando plenamente, a escada de punições será: advertência, multa, retenção de receitas da CBF, proibição de contratar (transfer ban), perda de pontos, rebaixamento e, em último caso, cassação da licença.

Um detalhe crucial: haverá punição no CPF. Dirigentes que assinarem documentos falsos ou fraudarem a autodeclaração poderão sofrer multas e até banimento do futebol.

Um raro acerto institucional (com uma ressalva)

O Fair Play Financeiro é, inegavelmente, um avanço estratégico. Surpreendeu a forma como o sistema foi desenhado: técnico, gradual e baseado em modelos testados. É um mecanismo de proteção ao ecossistema, desenhado para evitar que clubes operem mediante doping financeiro, deixando de pagar impostos ou salários para ganhar títulos.

No entanto, há um ponto de atenção: a permissão de aportes para cobrir déficit sem limite pré-estabelecido. Embora seja um incentivo para investidores, a falta de uma “ancoragem” (como existe na Uefa, onde o aporte é limitado ao déficit permitido ou a um percentual da receita) pode abrir brechas perigosas.

Teoricamente, isso permite que um clube comprado por um grupo econômico muito poderoso (como um fundo soberano) opere com prejuízos ilimitados, desde que cobertos pelo dono, desequilibrando a competição artificialmente. Na Europa, o limite de aporte para cobrir prejuízo é de € 60 milhões, que é o limite de prejuízo que um clube pode ter na temporada. Durante o evento, Caio de Resende afirmou que o sistema é um “organismo vivo” e pode ser revisto, o que deixa a porta aberta para ajustes futuros, que podem ser necessários.

A gestão de Samir Xaud na CBF marca aqui um ponto histórico, somando-se às tímidas (mas existentes) melhorias no calendário. Se a prometida melhoria na arbitragem também sair do papel, teremos mexido no tripé fundamental do atraso brasileiro.

Resta agora a execução. Ter as regras é o passo um. A independência da ANRESF para punir um clube de massa ou politicamente forte será o passo dois. Se isso acontecer, talvez até a tão sonhada Liga vire realidade: afinal, se já estamos organizando calendário e finanças, por que não passarmos a nos tratar como sócios de um produto, e não inimigos?

Fonte: newsletter ◑ Meiocampo

Participe da Conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Cadastre-se Agora para publicar com Sua Conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emoticons são permitidos.

×   Seu link foi incorporado automaticamente.   Exibir como um link em vez disso

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar Editor

×   Você não pode colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

×
×
  • Criar Novo...