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Aos 90, Minelli vê futebol feio e técnicos brasileiros sem mercado


Aleef

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Aos 90, Minelli vê futebol feio e técnicos brasileiros sem mercado

Cansado das reclamações dos jogadores, Rubens Minelli resolveu não dizer nada. Passou 45 minutos calado. Se aquele time do Internacional, campeão brasileiro de 1975, achava que o esquema tático era rígido demais, podiam atuar como como quisessem.

No intervalo, o clube gaúcho perdia por 2 a 0.

“Vamos combinar uma coisa? Com a bola, façam o que vocês quiserem. Sem a bola, façam o que eu mando!”, pediu o treinador.

O placar final foi 3 a 2 para o Inter.

Em seu apartamento próximo à avenida Paulista, em São Paulo, Minelli se diverte ao contar histórias como essa. Às vezes ele perde a linha de raciocínio, mas as lembranças fluem, assim como as opiniões de quem passa os dias assistindo às partidas pela televisão. A última vez que esteve em um estádio de futebol aconteceu em janeiro. Foi homenageado pelo Palmeiras, o clube onde, meio sem querer, começou a carreira. Quatro vezes campeão brasileiro por três clubes diferentes e revolucionário tático do futebol nacional, Minelli continua curioso. Todo esse interesse faz com que perca a paciência. Seja com a qualidade dos jogos ou com as queixas dos treinadores do país pela chegada de profissionais do exterior.

“O futebol está feio, não é? É uma mesmice muito grande. Sem falar na violência, falta de respeito. Aí você olha o futebol europeu e é tudo totalmente diferente. Veja os jogos do Campeonato Inglês. Parece que os jogadores estão lutando por um prato de comida. Aqui o atleta recebe a bola e não tem ninguém perto. Marcação é antes de o jogador receber a bola, não depois”, reclama.

“O problema dos técnicos brasileiros é que antigamente eles tinham mercado e trabalhavam no exterior. Hoje não tem mais. E para completar, os estrangeiros chegaram e estão na frente no Brasileiro”, lembra, citando o português Jorge Jesus, do líder Flamengo, e o argentino Jorge Sampaoli, do segundo colocado Santos.

Entre os campeões nacionais, apenas Vanderlei Luxemburgo e Lula (cinco conquistas cada) venceram mais do que Minelli, ganhador em 1969 (Palmeiras), 1975, 1976 (ambos pelo Internacional) e 1977 (São Paulo). A memória não trai o veterano técnico para lembrar como suas equipes jogavam ou o quanto trabalhava. Os jogos, treinos e viagens para observar adversários fizeram com que perdesse os oito primeiros aniversários de sua filha. Anotava as informações em cadernetas, várias ainda existentes. Em época sem computadores, ser metódico o fez montar banco de dados de esquemas preferidos pelos outros treinadores e características de atletas que lhe davam vantagens em confrontos futuros.  As viagens de férias à Espanha eram usadas para renovar a biblioteca com livros sobre futebol, uma paixão tardia de Rubens Francisco Minelli, formado em Economia e ponta de carreira discreta. Funcionário dos Correios, foi chamado para trabalhar nas divisões de base do Palmeiras por Canhotinho, ex-ponta esquerda que havia conhecido o treinador quando este comandava times da Faculdade de Ciências da USP (Universidade de São Paulo).

“Canhotinho me ensinou como deve ser uma preleção. Curta, porque senão o jogador dorme na cadeira”, diz.

O técnico paulista pode ser apontado como o mais vencedor da história do futebol nacional a não ter dirigido a seleção brasileira. Ele era a unanimidade em 1977, quando Oswaldo Brandão, um dos seus mestres, foi demitido. Seu discípulo era bicampeão brasileiro pelo Internacional. Naquele ano, conquistaria o tri, mas pelo São Paulo. Era o nome mais comentado do país. A então CBD (Confederação Brasileira de Desportos) escolheu o preparador físico Claudio Coutinho, que tinha pequena experiência como técnico, nenhum título conquistado e comandava o Flamengo. Minelli perdeu a chance de ir à Copa do Mundo de 1978, na Argentina. . Era a época em que ele estava na moda por causa do seu Internacional de inovações táticas, como o triângulo no meio-campo. Dupla de volantes formava a base da pirâmide no ataque quando o time tinha a bola. Na marcação, dois ficavam na defesa. A peça móvel era Paulo Roberto Falcão. Os adversários não tinham resposta para essa novidade. Também não sabiam como superar a linha de impedimento. Foi com o Minelli que o futebol brasileiro viu pela primeira vez um time sair em bloco da área para deixar os rivais em condição ilegal.

“Eu copiei isso da Juventus, da Itália. Mas aqui ninguém sabia que existia. Comecei a treinar e deu certo”, afirma.

Funcionou no Inter. Ele cai na gargalhada ao lembrar que tentou o mesmo ao chegar no São Paulo, mas não teve sucesso porque havia uma palavra-chave para que os jogadores saíssem em linha para deixar o adversário em impedimento. Geralmente era “curió” porque Minelli criava a ave. No Morumbi, o responsável por comandar o movimento era Gilberto Sorriso. Todos os jogadores saíam ao grito do lateral. Menos o próprio Gilberto. Aposentado há 20 anos, o técnico continua como referência. Convidado para ir à Academia de Futebol do Palmeiras em 2017, passou longo tempo trocando ideias com Roger Machado, então treinador da equipe. Foi chamado para dar palestra aos jogadores da seleção durante a Copa de 2014. Contou a eles a história de quando pensou em contratar Luiz Felipe Scolari para o Internacional porque o zagueiro tinha a liderança que o elenco precisava. Não fechou negócio. Preferiu Marinho Peres, nome que sempre aparecia nas convocações para a seleção. Mas citou jogo contra o Caxias em que Felipão foi para o ataque nos acréscimos em um escanteio e chamou todos os seus companheiros para a área buscar o empate. O Inter fez a linha do impedimento e dez jogadores do Caxias ficaram impedidos.

“Agora você me f..., hein?”, lhe cochichou Scolari, ao ver os atletas rindo em 2014 com a história.

Campeão gaúcho pelo Grêmio em 1985, Minelli também chegou a ser cotado para substituir Evaristo de Macedo na seleção. A CBF contratou Telê Santana.

“O Grêmio só foi campeão em 1985 porque o Renato Gaúcho operou o joelho e ficou 60 dias afastado. Naquele período ganhamos o título. Ele era uma merda para o grupo”, detona Minelli.

Daí surge a sua maior queixa no futebol. Algo que já existia na sua época mas que hoje, avalia, está em níveis insuportáveis: o jogador que deseja mandar na equipe. Ele desanda a contar histórias da época de Renato, que pensava ser diferente de todos os outros. Minelli acredita ser imperdoável o astro que não se sacrifica pelo grupo. E quando teve chances de agir com relação a isso, não pensou duas vezes. Uma das vítimas foi o meia uruguaio Pedro Rocha, um dos maiores craques da história do São Paulo, em 1977.

“Eu falei para a diretoria que com o Pedro Rocha não ganharíamos nada. Ele não marcava ninguém. Sem ele, fomos campeões brasileiros. Graças a Deus nunca fui técnico do Sócrates e do Rivellino também. Sempre jogaram para eles, não para o time”, recorda.

A pergunta é inevitável para quem acompanha tão de perto o futebol atual e tem tanta experiência: e Neymar?

“É um jogador estragado pelo pai, que botou na cabeça do filho que este tem de ser malandro. Só que ele virou um malandro-trouxa.”

A visão do futebol de Rubens Minelli é pragmática. Defendida também pelo mesmo Renato Gaúcho que ele sempre achou prejudicial para a união do elenco de jogadores. Técnico bom é aquele que ganha campeonatos. O resto é conversa fiada.

“Mas meus times sempre procuraram mostrar futebol. Com a bola, os jogadores sempre tinham liberdade para se expressarem em campo. Só que sem a bola, quem mandava era eu”, reforça.

E ganhar vale tanto que pode ser preciso afrouxar um pouco a disciplina que tanto defende. Minelli dá risada com a contradição e o resumo é que futebol não é uma ciência. Não existe fórmula pronta. Depende da observação do técnico. Ele começa então a contar longa história de quando treinou a seleção paulista e dividiu concentração com o Corinthians. Observou de perto como Sócrates passou a noite fora, chegou atrasado para o treino da manhã seguinte, quase não se mexeu em campo e ainda brincou como goleiro.

“Só que no jogo do dia seguinte, o Corinthians ganhou por 2 a 0. Dois gols do Sócrates.”

E como ele, quatro vezes campeão brasileiro e um dos maiores nomes da história do futebol do país, acredita que o técnico deve encarar uma situação como essa: um craque indisciplinado, que acredita mandar no time, mas resolve na hora da partida? O que fazer? Rubens Minelli sorri largamente.

“Agradecer.”

Fonte: Folha

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Daqui a pouco vai aparecer um idiota como o Neto e vai dizer que ele está senil. Que o treinador brasileiro só não tem mercado porquê a CBF não regulariza o seu curso na UEFA. Vão dizer que ele não conhece a história do Felipão, Cuca, Mano Menezes e que o Vanderlei já treinou o Real Madrid. Que ele nunca treinou a seleção brasileira. Vai vendo...

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6 horas atrás, Aleef disse:

Aos 90, Minelli vê futebol feio e técnicos brasileiros sem mercado

Cansado das reclamações dos jogadores, Rubens Minelli resolveu não dizer nada. Passou 45 minutos calado. Se aquele time do Internacional, campeão brasileiro de 1975, achava que o esquema tático era rígido demais, podiam atuar como como quisessem.

No intervalo, o clube gaúcho perdia por 2 a 0.

“Vamos combinar uma coisa? Com a bola, façam o que vocês quiserem. Sem a bola, façam o que eu mando!”, pediu o treinador.

O placar final foi 3 a 2 para o Inter.

Em seu apartamento próximo à avenida Paulista, em São Paulo, Minelli se diverte ao contar histórias como essa. Às vezes ele perde a linha de raciocínio, mas as lembranças fluem, assim como as opiniões de quem passa os dias assistindo às partidas pela televisão. A última vez que esteve em um estádio de futebol aconteceu em janeiro. Foi homenageado pelo Palmeiras, o clube onde, meio sem querer, começou a carreira. Quatro vezes campeão brasileiro por três clubes diferentes e revolucionário tático do futebol nacional, Minelli continua curioso. Todo esse interesse faz com que perca a paciência. Seja com a qualidade dos jogos ou com as queixas dos treinadores do país pela chegada de profissionais do exterior.

“O futebol está feio, não é? É uma mesmice muito grande. Sem falar na violência, falta de respeito. Aí você olha o futebol europeu e é tudo totalmente diferente. Veja os jogos do Campeonato Inglês. Parece que os jogadores estão lutando por um prato de comida. Aqui o atleta recebe a bola e não tem ninguém perto. Marcação é antes de o jogador receber a bola, não depois”, reclama.

“O problema dos técnicos brasileiros é que antigamente eles tinham mercado e trabalhavam no exterior. Hoje não tem mais. E para completar, os estrangeiros chegaram e estão na frente no Brasileiro”, lembra, citando o português Jorge Jesus, do líder Flamengo, e o argentino Jorge Sampaoli, do segundo colocado Santos.

Entre os campeões nacionais, apenas Vanderlei Luxemburgo e Lula (cinco conquistas cada) venceram mais do que Minelli, ganhador em 1969 (Palmeiras), 1975, 1976 (ambos pelo Internacional) e 1977 (São Paulo). A memória não trai o veterano técnico para lembrar como suas equipes jogavam ou o quanto trabalhava. Os jogos, treinos e viagens para observar adversários fizeram com que perdesse os oito primeiros aniversários de sua filha. Anotava as informações em cadernetas, várias ainda existentes. Em época sem computadores, ser metódico o fez montar banco de dados de esquemas preferidos pelos outros treinadores e características de atletas que lhe davam vantagens em confrontos futuros.  As viagens de férias à Espanha eram usadas para renovar a biblioteca com livros sobre futebol, uma paixão tardia de Rubens Francisco Minelli, formado em Economia e ponta de carreira discreta. Funcionário dos Correios, foi chamado para trabalhar nas divisões de base do Palmeiras por Canhotinho, ex-ponta esquerda que havia conhecido o treinador quando este comandava times da Faculdade de Ciências da USP (Universidade de São Paulo).

“Canhotinho me ensinou como deve ser uma preleção. Curta, porque senão o jogador dorme na cadeira”, diz.

O técnico paulista pode ser apontado como o mais vencedor da história do futebol nacional a não ter dirigido a seleção brasileira. Ele era a unanimidade em 1977, quando Oswaldo Brandão, um dos seus mestres, foi demitido. Seu discípulo era bicampeão brasileiro pelo Internacional. Naquele ano, conquistaria o tri, mas pelo São Paulo. Era o nome mais comentado do país. A então CBD (Confederação Brasileira de Desportos) escolheu o preparador físico Claudio Coutinho, que tinha pequena experiência como técnico, nenhum título conquistado e comandava o Flamengo. Minelli perdeu a chance de ir à Copa do Mundo de 1978, na Argentina. . Era a época em que ele estava na moda por causa do seu Internacional de inovações táticas, como o triângulo no meio-campo. Dupla de volantes formava a base da pirâmide no ataque quando o time tinha a bola. Na marcação, dois ficavam na defesa. A peça móvel era Paulo Roberto Falcão. Os adversários não tinham resposta para essa novidade. Também não sabiam como superar a linha de impedimento. Foi com o Minelli que o futebol brasileiro viu pela primeira vez um time sair em bloco da área para deixar os rivais em condição ilegal.

“Eu copiei isso da Juventus, da Itália. Mas aqui ninguém sabia que existia. Comecei a treinar e deu certo”, afirma.

Funcionou no Inter. Ele cai na gargalhada ao lembrar que tentou o mesmo ao chegar no São Paulo, mas não teve sucesso porque havia uma palavra-chave para que os jogadores saíssem em linha para deixar o adversário em impedimento. Geralmente era “curió” porque Minelli criava a ave. No Morumbi, o responsável por comandar o movimento era Gilberto Sorriso. Todos os jogadores saíam ao grito do lateral. Menos o próprio Gilberto. Aposentado há 20 anos, o técnico continua como referência. Convidado para ir à Academia de Futebol do Palmeiras em 2017, passou longo tempo trocando ideias com Roger Machado, então treinador da equipe. Foi chamado para dar palestra aos jogadores da seleção durante a Copa de 2014. Contou a eles a história de quando pensou em contratar Luiz Felipe Scolari para o Internacional porque o zagueiro tinha a liderança que o elenco precisava. Não fechou negócio. Preferiu Marinho Peres, nome que sempre aparecia nas convocações para a seleção. Mas citou jogo contra o Caxias em que Felipão foi para o ataque nos acréscimos em um escanteio e chamou todos os seus companheiros para a área buscar o empate. O Inter fez a linha do impedimento e dez jogadores do Caxias ficaram impedidos.

“Agora você me f..., hein?”, lhe cochichou Scolari, ao ver os atletas rindo em 2014 com a história.

Campeão gaúcho pelo Grêmio em 1985, Minelli também chegou a ser cotado para substituir Evaristo de Macedo na seleção. A CBF contratou Telê Santana.

“O Grêmio só foi campeão em 1985 porque o Renato Gaúcho operou o joelho e ficou 60 dias afastado. Naquele período ganhamos o título. Ele era uma merda para o grupo”, detona Minelli.

Daí surge a sua maior queixa no futebol. Algo que já existia na sua época mas que hoje, avalia, está em níveis insuportáveis: o jogador que deseja mandar na equipe. Ele desanda a contar histórias da época de Renato, que pensava ser diferente de todos os outros. Minelli acredita ser imperdoável o astro que não se sacrifica pelo grupo. E quando teve chances de agir com relação a isso, não pensou duas vezes. Uma das vítimas foi o meia uruguaio Pedro Rocha, um dos maiores craques da história do São Paulo, em 1977.

“Eu falei para a diretoria que com o Pedro Rocha não ganharíamos nada. Ele não marcava ninguém. Sem ele, fomos campeões brasileiros. Graças a Deus nunca fui técnico do Sócrates e do Rivellino também. Sempre jogaram para eles, não para o time”, recorda.

A pergunta é inevitável para quem acompanha tão de perto o futebol atual e tem tanta experiência: e Neymar?

“É um jogador estragado pelo pai, que botou na cabeça do filho que este tem de ser malandro. Só que ele virou um malandro-trouxa.”

A visão do futebol de Rubens Minelli é pragmática. Defendida também pelo mesmo Renato Gaúcho que ele sempre achou prejudicial para a união do elenco de jogadores. Técnico bom é aquele que ganha campeonatos. O resto é conversa fiada.

“Mas meus times sempre procuraram mostrar futebol. Com a bola, os jogadores sempre tinham liberdade para se expressarem em campo. Só que sem a bola, quem mandava era eu”, reforça.

E ganhar vale tanto que pode ser preciso afrouxar um pouco a disciplina que tanto defende. Minelli dá risada com a contradição e o resumo é que futebol não é uma ciência. Não existe fórmula pronta. Depende da observação do técnico. Ele começa então a contar longa história de quando treinou a seleção paulista e dividiu concentração com o Corinthians. Observou de perto como Sócrates passou a noite fora, chegou atrasado para o treino da manhã seguinte, quase não se mexeu em campo e ainda brincou como goleiro.

“Só que no jogo do dia seguinte, o Corinthians ganhou por 2 a 0. Dois gols do Sócrates.”

E como ele, quatro vezes campeão brasileiro e um dos maiores nomes da história do futebol do país, acredita que o técnico deve encarar uma situação como essa: um craque indisciplinado, que acredita mandar no time, mas resolve na hora da partida? O que fazer? Rubens Minelli sorri largamente.

“Agradecer.”

 

Fonte: Folha

 

 

Tantas e tantas verdades.

 

É bom demais saber que ainda existe quem enxergue, de fato, que tem muita coisa errada no futebol brasileiro.

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9 horas atrás, Aleef disse:

Aos 90, Minelli vê futebol feio e técnicos brasileiros sem mercado

Cansado das reclamações dos jogadores, Rubens Minelli resolveu não dizer nada. Passou 45 minutos calado. Se aquele time do Internacional, campeão brasileiro de 1975, achava que o esquema tático era rígido demais, podiam atuar como como quisessem.

No intervalo, o clube gaúcho perdia por 2 a 0.

“Vamos combinar uma coisa? Com a bola, façam o que vocês quiserem. Sem a bola, façam o que eu mando!”, pediu o treinador.

O placar final foi 3 a 2 para o Inter.

Em seu apartamento próximo à avenida Paulista, em São Paulo, Minelli se diverte ao contar histórias como essa. Às vezes ele perde a linha de raciocínio, mas as lembranças fluem, assim como as opiniões de quem passa os dias assistindo às partidas pela televisão. A última vez que esteve em um estádio de futebol aconteceu em janeiro. Foi homenageado pelo Palmeiras, o clube onde, meio sem querer, começou a carreira. Quatro vezes campeão brasileiro por três clubes diferentes e revolucionário tático do futebol nacional, Minelli continua curioso. Todo esse interesse faz com que perca a paciência. Seja com a qualidade dos jogos ou com as queixas dos treinadores do país pela chegada de profissionais do exterior.

“O futebol está feio, não é? É uma mesmice muito grande. Sem falar na violência, falta de respeito. Aí você olha o futebol europeu e é tudo totalmente diferente. Veja os jogos do Campeonato Inglês. Parece que os jogadores estão lutando por um prato de comida. Aqui o atleta recebe a bola e não tem ninguém perto. Marcação é antes de o jogador receber a bola, não depois”, reclama.

“O problema dos técnicos brasileiros é que antigamente eles tinham mercado e trabalhavam no exterior. Hoje não tem mais. E para completar, os estrangeiros chegaram e estão na frente no Brasileiro”, lembra, citando o português Jorge Jesus, do líder Flamengo, e o argentino Jorge Sampaoli, do segundo colocado Santos.

Entre os campeões nacionais, apenas Vanderlei Luxemburgo e Lula (cinco conquistas cada) venceram mais do que Minelli, ganhador em 1969 (Palmeiras), 1975, 1976 (ambos pelo Internacional) e 1977 (São Paulo). A memória não trai o veterano técnico para lembrar como suas equipes jogavam ou o quanto trabalhava. Os jogos, treinos e viagens para observar adversários fizeram com que perdesse os oito primeiros aniversários de sua filha. Anotava as informações em cadernetas, várias ainda existentes. Em época sem computadores, ser metódico o fez montar banco de dados de esquemas preferidos pelos outros treinadores e características de atletas que lhe davam vantagens em confrontos futuros.  As viagens de férias à Espanha eram usadas para renovar a biblioteca com livros sobre futebol, uma paixão tardia de Rubens Francisco Minelli, formado em Economia e ponta de carreira discreta. Funcionário dos Correios, foi chamado para trabalhar nas divisões de base do Palmeiras por Canhotinho, ex-ponta esquerda que havia conhecido o treinador quando este comandava times da Faculdade de Ciências da USP (Universidade de São Paulo).

“Canhotinho me ensinou como deve ser uma preleção. Curta, porque senão o jogador dorme na cadeira”, diz.

O técnico paulista pode ser apontado como o mais vencedor da história do futebol nacional a não ter dirigido a seleção brasileira. Ele era a unanimidade em 1977, quando Oswaldo Brandão, um dos seus mestres, foi demitido. Seu discípulo era bicampeão brasileiro pelo Internacional. Naquele ano, conquistaria o tri, mas pelo São Paulo. Era o nome mais comentado do país. A então CBD (Confederação Brasileira de Desportos) escolheu o preparador físico Claudio Coutinho, que tinha pequena experiência como técnico, nenhum título conquistado e comandava o Flamengo. Minelli perdeu a chance de ir à Copa do Mundo de 1978, na Argentina. . Era a época em que ele estava na moda por causa do seu Internacional de inovações táticas, como o triângulo no meio-campo. Dupla de volantes formava a base da pirâmide no ataque quando o time tinha a bola. Na marcação, dois ficavam na defesa. A peça móvel era Paulo Roberto Falcão. Os adversários não tinham resposta para essa novidade. Também não sabiam como superar a linha de impedimento. Foi com o Minelli que o futebol brasileiro viu pela primeira vez um time sair em bloco da área para deixar os rivais em condição ilegal.

“Eu copiei isso da Juventus, da Itália. Mas aqui ninguém sabia que existia. Comecei a treinar e deu certo”, afirma.

Funcionou no Inter. Ele cai na gargalhada ao lembrar que tentou o mesmo ao chegar no São Paulo, mas não teve sucesso porque havia uma palavra-chave para que os jogadores saíssem em linha para deixar o adversário em impedimento. Geralmente era “curió” porque Minelli criava a ave. No Morumbi, o responsável por comandar o movimento era Gilberto Sorriso. Todos os jogadores saíam ao grito do lateral. Menos o próprio Gilberto. Aposentado há 20 anos, o técnico continua como referência. Convidado para ir à Academia de Futebol do Palmeiras em 2017, passou longo tempo trocando ideias com Roger Machado, então treinador da equipe. Foi chamado para dar palestra aos jogadores da seleção durante a Copa de 2014. Contou a eles a história de quando pensou em contratar Luiz Felipe Scolari para o Internacional porque o zagueiro tinha a liderança que o elenco precisava. Não fechou negócio. Preferiu Marinho Peres, nome que sempre aparecia nas convocações para a seleção. Mas citou jogo contra o Caxias em que Felipão foi para o ataque nos acréscimos em um escanteio e chamou todos os seus companheiros para a área buscar o empate. O Inter fez a linha do impedimento e dez jogadores do Caxias ficaram impedidos.

“Agora você me f..., hein?”, lhe cochichou Scolari, ao ver os atletas rindo em 2014 com a história.

Campeão gaúcho pelo Grêmio em 1985, Minelli também chegou a ser cotado para substituir Evaristo de Macedo na seleção. A CBF contratou Telê Santana.

“O Grêmio só foi campeão em 1985 porque o Renato Gaúcho operou o joelho e ficou 60 dias afastado. Naquele período ganhamos o título. Ele era uma merda para o grupo”, detona Minelli.

Daí surge a sua maior queixa no futebol. Algo que já existia na sua época mas que hoje, avalia, está em níveis insuportáveis: o jogador que deseja mandar na equipe. Ele desanda a contar histórias da época de Renato, que pensava ser diferente de todos os outros. Minelli acredita ser imperdoável o astro que não se sacrifica pelo grupo. E quando teve chances de agir com relação a isso, não pensou duas vezes. Uma das vítimas foi o meia uruguaio Pedro Rocha, um dos maiores craques da história do São Paulo, em 1977.

“Eu falei para a diretoria que com o Pedro Rocha não ganharíamos nada. Ele não marcava ninguém. Sem ele, fomos campeões brasileiros. Graças a Deus nunca fui técnico do Sócrates e do Rivellino também. Sempre jogaram para eles, não para o time”, recorda.

A pergunta é inevitável para quem acompanha tão de perto o futebol atual e tem tanta experiência: e Neymar?

“É um jogador estragado pelo pai, que botou na cabeça do filho que este tem de ser malandro. Só que ele virou um malandro-trouxa.”

A visão do futebol de Rubens Minelli é pragmática. Defendida também pelo mesmo Renato Gaúcho que ele sempre achou prejudicial para a união do elenco de jogadores. Técnico bom é aquele que ganha campeonatos. O resto é conversa fiada.

“Mas meus times sempre procuraram mostrar futebol. Com a bola, os jogadores sempre tinham liberdade para se expressarem em campo. Só que sem a bola, quem mandava era eu”, reforça.

E ganhar vale tanto que pode ser preciso afrouxar um pouco a disciplina que tanto defende. Minelli dá risada com a contradição e o resumo é que futebol não é uma ciência. Não existe fórmula pronta. Depende da observação do técnico. Ele começa então a contar longa história de quando treinou a seleção paulista e dividiu concentração com o Corinthians. Observou de perto como Sócrates passou a noite fora, chegou atrasado para o treino da manhã seguinte, quase não se mexeu em campo e ainda brincou como goleiro.

“Só que no jogo do dia seguinte, o Corinthians ganhou por 2 a 0. Dois gols do Sócrates.”

E como ele, quatro vezes campeão brasileiro e um dos maiores nomes da história do futebol do país, acredita que o técnico deve encarar uma situação como essa: um craque indisciplinado, que acredita mandar no time, mas resolve na hora da partida? O que fazer? Rubens Minelli sorri largamente.

“Agradecer.”

 

Fonte: Folha

 

 

Sensacional. Quem dera que muitos no futebol atual tivesse a mesma visão que ele.

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5 horas atrás, LC disse:

Daqui a pouco vai aparecer um idiota como o Neto e vai dizer que ele está senil. Que o treinador brasileiro só não tem mercado porquê a CBF não regulariza o seu curso na UEFA. Vão dizer que ele não conhece a história do Felipão, Cuca, Mano Menezes e que o Vanderlei já treinou o Real Madrid. Que ele nunca treinou a seleção brasileira. Vai vendo...

A qualidade é bem baixa. O que eu sei é que o Carille já foi sondado, mas não tinha o diploma pro da CBF. Ele foi sondado pelo Bordeaux e pelo Sevilla. Sei tbm do Zago pelo Red Bull que poderia assumir o time da Áustria, mas tbm tem o empecilho do pro. O Mano depois que saiu da seleção tbm foi tirar a licença. 

Acho eu, que esse lance tbm precisa ser analisado. Não sei agora, o Henrique ou outro membro pode explicar isto melhor. Mas o curso da CBF ainda não tem a mesma validação da Europa. 

 

Gostei do trecho sobre a liberdade dos jogadores com a bola. 

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  • Vice-Presidente
1 hour ago, Aleef said:

A qualidade é bem baixa. O que eu sei é que o Carille já foi sondado, mas não tinha o diploma pro da CBF. Ele foi sondado pelo Bordeaux e pelo Sevilla. Sei tbm do Zago pelo Red Bull que poderia assumir o time da Áustria, mas tbm tem o empecilho do pro. O Mano depois que saiu da seleção tbm foi tirar a licença. 

Acho eu, que esse lance tbm precisa ser analisado. Não sei agora, o Henrique ou outro membro pode explicar isto melhor. Mas o curso da CBF ainda não tem a mesma validação da Europa. 

 

Gostei do trecho sobre a liberdade dos jogadores com a bola. 

O da CBF só tem validade aqui. Só o da Argentina é que tem validade na Europa. 

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7 horas atrás, Henrique M. disse:

O da CBF só tem validade aqui. Só o da Argentina é que tem validade na Europa. 

Mas eu pergunto: É só por este motivo que os caras não tem chances na Europa? Vamos imaginar que isso não fosse impecilho. Quais treinadores estariam capacitados para treinar clubes na Europa?

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10 minutos atrás, LC disse:

Mas eu pergunto: É só por este motivo que os caras não tem chances na Europa? Vamos imaginar que isso não fosse impecilho. Quais treinadores estariam capacitados para treinar clubes na Europa?

O máximo que você pode falar é o Renato Gaúcho e mesmo assim gostaria de ver ele em um time médio para se provar lá fora. Não temos um técnico de grande destaque no cenário nacional além dele, o que me leva a conclusão que os treinadores são fracos mesmo.

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2 horas atrás, boblk disse:

O máximo que você pode falar é o Renato Gaúcho e mesmo assim gostaria de ver ele em um time médio para se provar lá fora. Não temos um técnico de grande destaque no cenário nacional além dele, o que me leva a conclusão que os treinadores são fracos mesmo.

Foi exatamente isso que eu pensei.

Rapaz se eu sou o Barbieri eu fico 1 ano em Portugal fazendo o Curso da UEFA e tento treinar um time mediano ou mesmo da Segunda Divisão  por lá. O Silvinho fez o curso na Itália, estagiou na Inter de Milão e hoje está no Lyon. É certeza de dar certo? 50% de certo ou errado. Na última vez que eu soube estava 50 mil reais para se fazer o curso. Quanto ele e o Zé Ricardo ganharam de salários no Flamengo, que pagava em dia? Enquanto estuda em Portugal faz um curso de Inglês ou Espanhol paralelamente.Basta se programar.

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29 minutos atrás, LC disse:

Foi exatamente isso que eu pensei.

Rapaz se eu sou o Barbieri eu fico 1 ano em Portugal fazendo o Curso da UEFA e tento treinar um time mediano ou mesmo da Segunda Divisão  por lá. O Silvinho fez o curso na Itália, estagiou na Inter de Milão e hoje está no Lyon. É certeza de dar certo? 50% de certo ou errado. Na última vez que eu soube estava 50 mil reais para se fazer o curso. Quanto ele e o Zé Ricardo ganharam de salários no Flamengo, que pagava em dia? Enquanto estuda em Portugal faz um curso de Inglês ou Espanhol paralelamente.Basta se programar.

O Thiago Larghi aparentemente está fazendo isto. Aquele portuga que veio ao Brasil tava treinando um time da terceira divisão de Portugal. 

Sobre a outra postagem acho que temos uns 9 capacitados sim. Porem, tu viu que os caras ficam preso na CBF, fazendo curso e tal? O Carille por exemplo, foi fazer o curso da CBF pro. O Tite depois que saiu em 2015, foi pra Itália tirar o visto da UEFA tbm. 

Deveria ser feito uma pesquisa pra saber quantos sabem inglês só pra ter uma noção das coisas. 

Ano passado o Sporting  de Portugal fez consulta pelo Mano Menezes. Mas ele preferiu ficar no Cruzeiro. 

Acho que passa pelo curso da CBF que não tem compatibilidade com a UEFA, passa pela cabeça do técnico que normalmente tem família e tbm um pouco de coragem. 

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6 minutos atrás, Aleef disse:

O Thiago Larghi aparentemente está fazendo isto. Aquele portuga que veio ao Brasil tava treinando um time da terceira divisão de Portugal. 

Sobre a outra postagem acho que temos uns 9 capacitados sim. Porem, tu viu que os caras ficam preso na CBF, fazendo curso e tal? O Carille por exemplo, foi fazer o curso da CBF pro. O Tite depois que saiu em 2015, foi pra Itália tirar o visto da UEFA tbm. 

Deveria ser feito uma pesquisa pra saber quantos sabem inglês só pra ter uma noção das coisas. 

Ano passado o Sporting  de Portugal fez consulta pelo Mano Menezes. Mas ele preferiu ficar no Cruzeiro. 

Acho que passa pelo curso da CBF que não tem compatibilidade com a UEFA, passa pela cabeça do técnico que normalmente tem família e tbm um pouco de coragem. 

A verdade Aleef é que eles preferem ficar na comodidade de ficar pulando de clube para clube aqui ou numa liga menos competitiva, tipo países árabes ou China, do que arriscar começar num clube mediano da Europa. Usam a situação do curso como muleta para justificar a incompetência ou a falta de coragem.

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46 minutos atrás, LC disse:

A verdade Aleef é que eles preferem ficar na comodidade de ficar pulando de clube para clube aqui ou numa liga menos competitiva, tipo países árabes ou China, do que arriscar começar num clube mediano da Europa. Usam a situação do curso como muleta para justificar a incompetência ou a falta de coragem.

Eu não sei viu, isso eu não posso falar.

Acho que depende de muitas variaveis, porque veja só. O empresário do Mano Menezes é o Carlos Leite. O Carlos Leite tem muita influência em Portugal. Quantos empresários deste nível temos agenciando os técnicos? E cito o Mano, porque foi especulado no Sporting de Portugal. Se me recordo bem, o Sylvinho, técnico do Lyon, trocou de agente, ele é agenciado pelo Hans Lamberz, anteriormente era agenciado pelo Gerson Oldenburg, que é o mesmo que agencia o Renato Gaúcho, que só mete jogador e técnico no Emirados e no Brasil.

Não basta ter só talento, mas sim ter um corpo técnico ao redor bem eficiente.

 

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 "Aqui o atleta recebe a bola e não tem ninguém perto. Marcação é antes de o jogador receber a bola, não depois"

Um técnico de 40 anos atrás tendo que ensinar coisa básica pra técnico atual.

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2 hours ago, Perissé said:

Um técnico de 40 anos atrás tendo que ensinar coisa básica pra técnico atual.

É isso que eu fico bobo e os jogos no Brasil parecem tão lentos e amarrados. Quase não tem intensidade alguma.

Quote

Veja os jogos do Campeonato Inglês. Parece que os jogadores estão lutando por um prato de comida. Aqui o atleta recebe a bola e não tem ninguém perto.

É essa sensação mesmo, e não é só pra marcar, é também pra quem passar em seguida e atacar.

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  • Vice-Presidente
7 hours ago, LC said:

Mas eu pergunto: É só por este motivo que os caras não tem chances na Europa? Vamos imaginar que isso não fosse impecilho. Quais treinadores estariam capacitados para treinar clubes na Europa?

Não, eu estava respondendo a pergunta feita. Eles não tem chances na Europa porque são ruins. Acho que só o Carille está capacitado para ir para lá dos que temos aqui.

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  • 3 semanas depois...
Em 14/09/2019 em 15:43, LC disse:

Foi exatamente isso que eu pensei.

Rapaz se eu sou o Barbieri eu fico 1 ano em Portugal fazendo o Curso da UEFA e tento treinar um time mediano ou mesmo da Segunda Divisão  por lá. O Silvinho fez o curso na Itália, estagiou na Inter de Milão e hoje está no Lyon. É certeza de dar certo? 50% de certo ou errado. Na última vez que eu soube estava 50 mil reais para se fazer o curso. Quanto ele e o Zé Ricardo ganharam de salários no Flamengo, que pagava em dia? Enquanto estuda em Portugal faz um curso de Inglês ou Espanhol paralelamente.Basta se programar.

Se o Barbieri ficar um ano em Portugal, vai ser passeando apenas, porque ele precisa de mais do que isso pra tirar a licença da UEFA.

E eu fiquei curioso pra saber de onde tirou essa informação de que a licença da UEFA custa 50 mil reais...

Em 14/09/2019 em 16:21, Aleef disse:

O Thiago Larghi aparentemente está fazendo isto. Aquele portuga que veio ao Brasil tava treinando um time da terceira divisão de Portugal. 

Que português? O Sérgio Vieira? Se for, ele não treinou time nenhum da terceira divisão. Depois de mais de um ano da saída do Brasil, treinou Moreirense (na 1ª divisão) e Famalicão (na 2ª divisão, fazendo parte da campanha do vice e acesso a elite, embora tenha sido demitido a oito rodadas do fim do campeonato), assumindo agora o Farense (2ª divisão também).

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5 minutos atrás, Bigode. disse:

Que português? O Sérgio Vieira? Se for, ele não treinou time nenhum da terceira divisão. Depois de mais de um ano da saída do Brasil, treinou Moreirense (na 1ª divisão) e Famalicão (na 2ª divisão, fazendo parte da campanha do vice e acesso a elite, embora tenha sido demitido a oito rodadas do fim do campeonato), assumindo agora o Farense (2ª divisão também)

Isso, tinha confundido as coisas. Fizeram uma sacanagem tremenda com ele.

https://tribunaexpresso.pt/no-banco-com-os-misters/2019-05-31-Sergio-Vieira-Isto-de-se-meter-o-aspeto-tatico-em-primeiro-lugar-no-futebol-como-foi-vendido-por-ai-nao-e-muito-logico

Entrevista dele.

=P

Depois clique no lado direito, n entrevistas com personalidades do futebol português.

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9 horas atrás, Bigode. disse:

Se o Barbieri ficar um ano em Portugal, vai ser passeando apenas, porque ele precisa de mais do que isso pra tirar a licença da UEFA.

E eu fiquei curioso pra saber de onde tirou essa informação de que a licença da UEFA custa 50 mil reais...

Bom dia Bigode. Que ele ficasse mais de 2 anos, mas que fizesse o curso e tentasse treinar um clube em Portugal, mesmo que começasse de baixo. Mas os treinadores brasileiros não iriam se submeter a um passo desses na carreira.

Em relação aos valor eu li no Extra, se não estiver enganado em janeiro  do ano passado se minha memória ainda estiver boa. Mas não seria só o curso, mas também estadia,etc. Estava procurando pela matéria e não achei. Caso você saiba os valores corretos poderia passar a informação? Pelo menos teríamos uma ideia de valores.

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  • Vice-Presidente
6 hours ago, LC said:

Bom dia Bigode. Que ele ficasse mais de 2 anos, mas que fizesse o curso e tentasse treinar um clube em Portugal, mesmo que começasse de baixo. Mas os treinadores brasileiros não iriam se submeter a um passo desses na carreira.

Em relação aos valor eu li no Extra, se não estiver enganado em janeiro  do ano passado se minha memória ainda estiver boa. Mas não seria só o curso, mas também estadia,etc. Estava procurando pela matéria e não achei. Caso você saiba os valores corretos poderia passar a informação? Pelo menos teríamos uma ideia de valores.

A primeira licença (UEFA C) custa 755 euros. 

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  • Leho. changed the title to Aos 90, Minelli vê futebol feio e técnicos brasileiros sem mercado

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