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E se a Champions League voltasse a ser a Copa dos Campeões Europeus?


Henrique M.

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  • Vice-Presidente

Li um texto interessante (em inglês) comparando o que era a Copa dos Campeões Europeus com o que é a Champions League. Ele em momento nenhum nega o tamanho e a importância da Champions League hoje, mas levanta um ponto interessante, por que um 4º lugar é mais importante que um campeão nacional? Obviamente que temos que retirar o interesse midiático e a importância da liga de cada nações e colocar o futebol disputado nos países europeus em uma condição onde era possível qualquer campeão nacional ganhar a Copa dos Campeões.

O formato seria só mata-mata, com os 55 campeões nacionais da UEFA + o vencedor da edição anterior defendendo o título. Tendo em vista a previsibilidade da Champions League atualmente, o que uma competição apenas mata-mata traria para o torneio? Obviamente que a discussão aqui é só esportiva, já que financeiramente, as consequências de um torneio assim seriam inimagináveis.

O futebol europeu sempre se categorizou por um desequilíbrio maior do que estamos acostumados em Terra Brasilis e a edição antiga da Copa dos Campeões era mais injusta do que é hoje, porém, é inegável que era mais igualitária e acessível para outras nações. Esse ano ainda houve mais emoção do que de costume nas oitavas-de-final, mas é verdade que a competição só esquenta para valer, esportivamente, a partir das quartas.

Uma pena que Money talks.

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É o mesmo "problema" da Copa do Mundo. Sendo uma coisa mais exclusiva, o nível cresce mas o interesse diminui. Incluindo mais gente, têm um público-alvo maior.

Não sei se seria uma tragédia financeiramente mas certamente diminuiria bastante a rentabilidade.

Mas voltando, também não sei se seria tão interessante hoje em dia como poderia ter sido há 20 anos ver o campeão da Hungria sendo esmagado por um time muito mais forte. Ainda que os playoffs possibilitem surpresas, a diferença de níveis pode ser abismal.

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Tópico interessantíssimo.

Vou tentar ler o texto mais logo e depois opinarei.

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Cara, é um questionamento interessante, mas que perdeu um pouco do sentido. Anos 80, 90, era legal ver que qualquer time chegava na Copa dos Campeões forte. O futebol europeu tinha outras forças (a Holanda, principalmente, sempre estava bem representada, mas também houve uma época que a Iugoslávia tinha grandes times, depois que separou, nenhum dos países vingou um time forte). Hoje, tirando a Rússia e a Ucrânia, que vez ou outra ainda tem times nas fases finais, em geral é o mesmo de sempre: Alemanha, Inglaterra, Itália, França e Espanha. Portugal já tem até um tempinho bom que não emplaca também.

Ou seja, voltar ao formato antigo só vai evidenciar ainda mais que existem forças que não se comparam com as demais. Ainda mais se for só mata-mata. O que não vai ter de time levando sacode de 6 a 0 nas fases iniciais, não vai ser brincadeira. E, das quartas pra frente, vai ser exatamente a mesma coisa que é hoje.

O que pode mudar pra ficar melhor? Aí, meu amigo, é que tá a grande pergunta. Na minha visão, a divisão de cotas de TV não resolve problemas sócio-econômicos dos países, nem sua cultura. Veja, por exemplo, a Ucrânia. Tinha tudo pra despontar com dois ótimos times, com o Shakthar despontando mais e com bom elenco. Aí vem uma guerra e acaba com o time. Iugoslávia a mesma coisa. Nenhum dos times tradicionais dos anos 80 e 90 sobreviveu às milhares de guerras, conflitos políticos e divisões da região. Os caras ainda formam bons jogadores, vez ou outra, mas os campeonatos não se mantiveram no mesmo nível sem a rivalidade de antes. Checoslováquia idem.

Há tantos conflitos, jogo político, a própria criação e difusão da União Européia (que fez jogadores migrarem para polos que pagavam melhor e que com o Brexit isso tende a chacoalhar de volta) que é muito simplista acusar somente o formato do evento como responsável pelo que aconteceu com a competição. Eu só espero que não avancem com a ideia ridícula da tal Liga que iria só afundar de vez os times menores, manter o status quo das potências de hoje e tirar completamente a graça da Champions.

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Seria interessante. Sendo que nas quartas-de-final um clube avançaria direto.

 

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  • Vice-Presidente
5 horas atrás, Douglas. disse:

É o mesmo "problema" da Copa do Mundo. Sendo uma coisa mais exclusiva, o nível cresce mas o interesse diminui. Incluindo mais gente, têm um público-alvo maior.

Não sei se seria uma tragédia financeiramente mas certamente diminuiria bastante a rentabilidade.

Mas voltando, também não sei se seria tão interessante hoje em dia como poderia ter sido há 20 anos ver o campeão da Hungria sendo esmagado por um time muito mais forte. Ainda que os playoffs possibilitem surpresas, a diferença de níveis pode ser abismal.

 

2 horas atrás, Butilheiro disse:

Cara, é um questionamento interessante, mas que perdeu um pouco do sentido. Anos 80, 90, era legal ver que qualquer time chegava na Copa dos Campeões forte. O futebol europeu tinha outras forças (a Holanda, principalmente, sempre estava bem representada, mas também houve uma época que a Iugoslávia tinha grandes times, depois que separou, nenhum dos países vingou um time forte). Hoje, tirando a Rússia e a Ucrânia, que vez ou outra ainda tem times nas fases finais, em geral é o mesmo de sempre: Alemanha, Inglaterra, Itália, França e Espanha. Portugal já tem até um tempinho bom que não emplaca também.

Ou seja, voltar ao formato antigo só vai evidenciar ainda mais que existem forças que não se comparam com as demais. Ainda mais se for só mata-mata. O que não vai ter de time levando sacode de 6 a 0 nas fases iniciais, não vai ser brincadeira. E, das quartas pra frente, vai ser exatamente a mesma coisa que é hoje.

O que pode mudar pra ficar melhor? Aí, meu amigo, é que tá a grande pergunta. Na minha visão, a divisão de cotas de TV não resolve problemas sócio-econômicos dos países, nem sua cultura. Veja, por exemplo, a Ucrânia. Tinha tudo pra despontar com dois ótimos times, com o Shakthar despontando mais e com bom elenco. Aí vem uma guerra e acaba com o time. Iugoslávia a mesma coisa. Nenhum dos times tradicionais dos anos 80 e 90 sobreviveu às milhares de guerras, conflitos políticos e divisões da região. Os caras ainda formam bons jogadores, vez ou outra, mas os campeonatos não se mantiveram no mesmo nível sem a rivalidade de antes. Checoslováquia idem.

Há tantos conflitos, jogo político, a própria criação e difusão da União Européia (que fez jogadores migrarem para polos que pagavam melhor e que com o Brexit isso tende a chacoalhar de volta) que é muito simplista acusar somente o formato do evento como responsável pelo que aconteceu com a competição. Eu só espero que não avancem com a ideia ridícula da tal Liga que iria só afundar de vez os times menores, manter o status quo das potências de hoje e tirar completamente a graça da Champions.

Vou falar em termos gerais dos questionamentos.

Dá para comparar a diminuição da importância de certas ligas ao redor do globo, com a perda de relevância da Champions League para o campeão nacional. Foram diluindo a competição com equipes mais fortes e trazendo mais dinheiro para essas equipes. Isso aumentou o abismo financeiro e geraram a situação em nos encontramos hoje, em que 12 equipes que não foram campeãs nacionais de Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha terão vagas garantidas na fase de grupos e apenas 16 outras equipes chegarão até lá, sendo que provavelmente não será uma por país e pode ser que nem seja o campeão nacional. Isso significa que das 55 federações da UEFA, umas 12 vão ser representadas na fase de grupos da competição.

Suponhamos agora uma Champions League no mesmo formato atual, só que apenas com campeões, com as 16 ligas mais bem ranqueadas dando vaga direto na fase de grupo e o restante disputando as eliminatórias. Se a rentabilidade da competição se mantivesse, provavelmente em algum tempo, o abismo financeiro entre as ligas poderia diminuir, já que por exemplo, nessa temporada, a Juventus vai receber uns 60 milhões de euros só de tv pool share. Imagina o que uma grana dessa não poderia fazer pelo futebol de lugares menos competitivos?

O problema é que isso interfere no status quo que as equipes querem buscar, manter o 1% recebendo mais do que o 99%.

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Eu sou absolutamente a favor de mata-mata, mas não consigo deixar de pensar que esse formato de grupos + mata-mata é a melhor e mais justa forma de fazer um campeonato.

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3 horas atrás, Henrique M. disse:

 

Vou falar em termos gerais dos questionamentos.

Dá para comparar a diminuição da importância de certas ligas ao redor do globo, com a perda de relevância da Champions League para o campeão nacional. Foram diluindo a competição com equipes mais fortes e trazendo mais dinheiro para essas equipes. Isso aumentou o abismo financeiro e geraram a situação em nos encontramos hoje, em que 12 equipes que não foram campeãs nacionais de Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha terão vagas garantidas na fase de grupos e apenas 16 outras equipes chegarão até lá, sendo que provavelmente não será uma por país e pode ser que nem seja o campeão nacional. Isso significa que das 55 federações da UEFA, umas 12 vão ser representadas na fase de grupos da competição.

Suponhamos agora uma Champions League no mesmo formato atual, só que apenas com campeões, com as 16 ligas mais bem ranqueadas dando vaga direto na fase de grupo e o restante disputando as eliminatórias. Se a rentabilidade da competição se mantivesse, provavelmente em algum tempo, o abismo financeiro entre as ligas poderia diminuir, já que por exemplo, nessa temporada, a Juventus vai receber uns 60 milhões de euros só de tv pool share. Imagina o que uma grana dessa não poderia fazer pelo futebol de lugares menos competitivos?

O problema é que isso interfere no status quo que as equipes querem buscar, manter o 1% recebendo mais do que o 99%.

Tem outro fator importante que tem que entrar na equação: não existia a Euro.

Com a livre circulação dentro da zona, independente da UCL, países com economia mais forte terão clubes mais fortes e eles terão os melhores jogadores.

Claro que não disputar a UCL seria prejudicial pra clubes grandes mas não seria um desastre já que as próprias ligas nacionais também são mais valorizadas que ligas menores e até as medianas como França e Holanda.

Por outro lado, é lógico que clubes como Ajax e Dinamo se beneficiariam por ganhar visibilidade e poderiam tentar segurar os jogadores que revelam por mais tempo mas é só ver que mesmo hoje eles perdem jogadores pra clubes que não disputam competições européias pra notar que o poderio financeiro pesa tanto ou mais que a perspectiva de glória desportiva.

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Anterior a UCL havia a Mitropa Cup. Mas só participavam clubes de países da região central da Europa.

E atualmente faz sentido o agrupamento dos clubes nas fases de grupo. Já que boa parte deles estão nos países no qual o futebol está consolidado. Apesar de ter uma pré-fase complexa, que coloca mais duma rodada eliminatória pra clubes de ligas menores, ainda que quartos colocados de certas ligas também tenham que passar pelo mesmo (incômodo) processo. 

O entrave maior é a distribuição da renda. O que impossibilita de ter algum clube doutro país deslocado do eixo financeiro, de conseguir ganhar o torneio. 

Ainda sim, o sustentáculo do futebol europeu é a imigração dos jogadores africanos. Apesar da base de olheiros e agentes responsáveis pela vinda deles estar voltada para o centro financeiro. Nisso, ligas medianas conseguem, numa etapa intermediária à venda ao centro, desenvolvê-los e se manterem graças as suas vendas (ainda que fatiadas). Têm clubes como Anderlecht, Brugge, PSV, Partizan, Young Boys, dentre outros que fazem bem isso. Aliado ao fato dalgumas das cidades que abrigam clubes que adotam esse modelo de desenvolvimento e venda, terem relações financeiro e cultural com outros países, o que viabiliza a chegada de jogadores doutras nacionalidades, com referência especial aos asiáticos. Então, proporciona uma terceira fonte de jogadores jovens e com bom potencial aos clubes medianos distribuídos pela Europa, além dos africanos e sul-americanos.

Também devido ao sucesso do futebol espanhol nos últimos tempos, aliada a conquista do mundial pela Espanha e, do bom desenvolvimento das categorias de base, principalmente da Amasia do Barcelona, os jogadores espanhóis abriram uma frente maior no mercado global de clubes. Atuando em países como Austrália, Índia, E.U.A e China. Estão ao lado dos jogadores balcânicos. Apesar que no caso dos croatas e sérvios (e de muitos desses espanhóis), terem boa participação também, é devido a necessidade de encontrarem espaço pra atuarem e terem uma vida melhor. 

E como bem salientado pelo @Henrique M. o maior problema na organização da tabela reside no fato dos participantes principais receberem a maior quota dos recursos e, inviabilizarem uma melhor distribuição pros demais.

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Eu lembro de ter lido algo (na trivela eu acho) de que clubes médios/pequenos da Europa estavam pensando em organizar uma competição continental paralela a UCL (se não me engano era algo encabeçado pelos times Holandeses). E na Escandinavia já estavam pensando em fazer uma competição regional.

Tem que ficar de olhos atentos com essas ideias dos times com menos prestígio (atualmente) pode vir coisa boa ai. Já que os grandes tão pouco se fudendo pro resto, só querem fazer competições que eles joguem entre si eternamente.

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Mas isso @Iagotta só surtirá efeito à longo prazo, quando perceberem que os lucros serão menores. Daí irão negociar um equilíbrio melhor. Só que nas primeiras tentativas cada país buscará maiores vantagens pra si. À exemplo do que ocorre politicamente na zona do Euro.

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Bom texto desse Stuart Horsfield...

Sem querer falar nessas questões económicas e interesses geopolíticos que a Champions tem nesse momento; porque é óbvio que o modelo continuará assim porque é o que serve e interessa às federações europeias mais poderosas.

 

... Falando do futebol em si; admito que partilho a visão dele.

O ideal para mim seria que apenas o campeão de cada país tivesse direito a disputar a competição, junto com o vencedor anterior. Quanto ao formato, acho que se deveria manter a fase de grupos e depois as eliminatórias.

Disputar a Copa dos Campeões Europeus devia ser por si só, ao mesmo tempo o prémio e o privilégio de quem é Campeão do seu país!

 

Ok... ''Mas assim era injusto ter que assistir o BATE Borisov ou o Aalborg em vez do AC Milan ou o Manchester United...''

Porquê...?! Se o Milan perdeu o seu campeonato para a Juventus, ou o United perdeu para o Leicester; eles não merecem representar a sua Liga na competição!

E o Aalborg e o BATE Borisov têm todo o direito de o fazer, porque foram capazes de bater os seus adversários nas suas respetivas ligas.

 

É certo que no início assistiríamos a resultados bastante desnivelados. Mas seriam resultados que representariam a verdadeira diferença do futebol nos diferentes países. E mais... A tendência seria, na minha opinião, a surgirem times de Ligas menos poderosas a alcançarem resultados muito bons, ganhando somas monetárias que não estão habituados, ajudando e muito a desenvolver seus respetivos campeonatos, pois depois investiriam em jogadores da sua liga fazendo com que o dinheiro circulasse pelos outros clubes.

 

Pode ser uma visão demasiado poética; mas tal como sou contra as naturalizações de jogadores nas seleções (concordo apenas em raríssimos casos), sou contra o ridículo que é, às vezes assistirmos a 4 (ou 5!) times do mesmo país disputando a Liga dos Campeões.

Difícil perceber esta associação? Vou tentar explicar...

 

Se um dos argumentos de quem defende que diferentes Ligas europeias devem ter direito a 2, 3 e 4 representantes na UCL é porque o 3º ou 4º classificado do, por exemplo, campeonato inglês é beeem melhor que o 1º classificado do campeonato croata; e então seria injusto para um Arsenal nunca disputar uma Champions ao passo que o Dínamo de Zagreb tinha esse direito. 

Também é injusto que grandes jogadores brasileiros, argentinos ou alemães nunca tenham podido disputar uma Copa do Mundo ou uma EuroCopa/Copa América, porque tiveram o azar de nascer no Brasil ou na Alemanha e terem que ver jogadores de Marrocos ou da Eslovénia, que não têem sequer 10% da sua qualidade terem essa honra/privilégio...

Se vamos por aí, ao Brasil devia ser dada hipótese de formar 3 ou 4 conjuntos de 23 jogadores para disputar uma Copa, formando um Brasil A, B, C e D, a Argentina se calhar poderia levar 3 conjuntos, e por aí fora, mediante a quantidade de bons jogadores que cada país produzisse...

Faz sentido? Claro que não!

''Porra! Eu sou argentino, sou um grande jogador, já sou artilheiro do meu campeonato há 3 temporadas consecutivas e não posso ir à Copa do Mundo porque existem Messi, Dybala, Aguero, Tévez e Higuaín e não há espaço para mim num lote de 23... Aah! Já sei. Vou-me naturalizar holandês para poder ir à Copa...''

Minha resposta a esse jogador imaginário que eu inventei:

Azar filho! A tua guerra é essa, ser melhor que esses para poder ser chamado, tal como a guerra do atacante nigeriano é ser melhor que os outros nigerianos para poder ser chamado. Cada um com a sua!

''Porra! Eu sou adepto do Napoli, e desse jeito não vou poder ver meu time a disputar uma Champions, e tenho que assistir equipes como o Cluj disputando...''

Azar amigo! O Cluj ganhou a guerra deles, que é ultrapassar o Steua, o Rápid e o Dínamo. Merece estar na competição dos Campeões Europeus.

 

Isto é um exemplo para demonstrar a minha ideia, talvez poética, de como deveria ser.

 

 

 

PS: Além de que faria com que a Copa Uefa/Liga Europa ganhasse muuuito mais prestígio. Pois teria constantemente grandes times competindo.

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9 horas atrás, Lusitano99 disse:

Bom texto desse Stuart Horsfield...

Sem querer falar nessas questões económicas e interesses geopolíticos que a Champions tem nesse momento; porque é óbvio que o modelo continuará assim porque é o que serve e interessa às federações europeias mais poderosas.

 

... Falando do futebol em si; admito que partilho a visão dele.

O ideal para mim seria que apenas o campeão de cada país tivesse direito a disputar a competição, junto com o vencedor anterior. Quanto ao formato, acho que se deveria manter a fase de grupos e depois as eliminatórias.

Disputar a Copa dos Campeões Europeus devia ser por si só, ao mesmo tempo o prémio e o privilégio de quem é Campeão do seu país!

 

Ok... ''Mas assim era injusto ter que assistir o BATE Borisov ou o Aalborg em vez do AC Milan ou o Manchester United...''

Porquê...?! Se o Milan perdeu o seu campeonato para a Juventus, ou o United perdeu para o Leicester; eles não merecem representar a sua Liga na competição!

E o Aalborg e o BATE Borisov têm todo o direito de o fazer, porque foram capazes de bater os seus adversários nas suas respetivas ligas.

 

É certo que no início assistiríamos a resultados bastante desnivelados. Mas seriam resultados que representariam a verdadeira diferença do futebol nos diferentes países. E mais... A tendência seria, na minha opinião, a surgirem times de Ligas menos poderosas a alcançarem resultados muito bons, ganhando somas monetárias que não estão habituados, ajudando e muito a desenvolver seus respetivos campeonatos, pois depois investiriam em jogadores da sua liga fazendo com que o dinheiro circulasse pelos outros clubes.

 

Pode ser uma visão demasiado poética; mas tal como sou contra as naturalizações de jogadores nas seleções (concordo apenas em raríssimos casos), sou contra o ridículo que é, às vezes assistirmos a 4 (ou 5!) times do mesmo país disputando a Liga dos Campeões.

Difícil perceber esta associação? Vou tentar explicar...

 

Se um dos argumentos de quem defende que diferentes Ligas europeias devem ter direito a 2, 3 e 4 representantes na UCL é porque o 3º ou 4º classificado do, por exemplo, campeonato inglês é beeem melhor que o 1º classificado do campeonato croata; e então seria injusto para um Arsenal nunca disputar uma Champions ao passo que o Dínamo de Zagreb tinha esse direito. 

Também é injusto que grandes jogadores brasileiros, argentinos ou alemães nunca tenham podido disputar uma Copa do Mundo ou uma EuroCopa/Copa América, porque tiveram o azar de nascer no Brasil ou na Alemanha e terem que ver jogadores de Marrocos ou da Eslovénia, que não têem sequer 10% da sua qualidade terem essa honra/privilégio...

Se vamos por aí, ao Brasil devia ser dada hipótese de formar 3 ou 4 conjuntos de 23 jogadores para disputar uma Copa, formando um Brasil A, B, C e D, a Argentina se calhar poderia levar 3 conjuntos, e por aí fora, mediante a quantidade de bons jogadores que cada país produzisse...

Faz sentido? Claro que não!

''Porra! Eu sou argentino, sou um grande jogador, já sou artilheiro do meu campeonato há 3 temporadas consecutivas e não posso ir à Copa do Mundo porque existem Messi, Dybala, Aguero, Tévez e Higuaín e não há espaço para mim num lote de 23... Aah! Já sei. Vou-me naturalizar holandês para poder ir à Copa...''

Minha resposta a esse jogador imaginário que eu inventei:

Azar filho! A tua guerra é essa, ser melhor que esses para poder ser chamado, tal como a guerra do atacante nigeriano é ser melhor que os outros nigerianos para poder ser chamado. Cada um com a sua!

''Porra! Eu sou adepto do Napoli, e desse jeito não vou poder ver meu time a disputar uma Champions, e tenho que assistir equipes como o Cluj disputando...''

Azar amigo! O Cluj ganhou a guerra deles, que é ultrapassar o Steua, o Rápid e o Dínamo. Merece estar na competição dos Campeões Europeus.

 

Isto é um exemplo para demonstrar a minha ideia, talvez poética, de como deveria ser.

 

 

 

PS: Além de que faria com que a Copa Uefa/Liga Europa ganhasse muuuito mais prestígio. Pois teria constantemente grandes times competindo.

Eu tava pensando nessa linha, mas não sabia como escrever. Perfeito, sintetizou tudo o que eu penso!

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10 horas atrás, Lusitano99 disse:

PS: Além de que faria com que a Copa Uefa/Liga Europa ganhasse muuuito mais prestígio. Pois teria constantemente grandes times competindo.

Pensei em outro problema agora. Com a Europa League com clubes melhores (que atualmente) e com mais jogos que esse outro formato de UCL, ela valeria mais pra TV a ponto dos clubes que disputassem a UCL seriam prejudicados.

Desportivamente, seria ótimo para nós espectadores, mas financeiramente alguém sempre vai sair perdendo.

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Bem bacana ver a opinião da galera nessa discussão. Acho que esse tipo de tópico engrandece o Fórum e o deixa mais rico. Bom, como eu disse anteriormente, acho que existem diversos fatores extra futebol, e principalmente extra UEFA nessa discussão. Fatore geopolíticos, principalmente em se tratando de União Europeia, agiram bastante no que aconteceu à Champions League nos últimos 15, 20 anos. Mas vamos lá...

Acredito que o modelo "mata-mata" é muito popular no Brasil pelo saudosismo que se criou em torno das competições estaduais, o Brasileirão até 2002 e, principalmente, pela Copa Libertadores ter nos proporcionado grandes jogos neste formato. Mas ele não se sustenta mais. As maiores competições internacionais já adotam o sistema com Fase de Grupos + Playoffs há muito tempo e tem funcionado muito bem. Ligas Nacionais são mais justas no sistema de pontos corridos pois premiam realmente o melhor do ano/temporada, mas esse formato é longo demais pras competições internacionais em que os times precisam se deslocar por longos trajetos. Voltar ao "mata-mata" puro e simples, é não só injusto, mas também inviável para uma competição financeiramente (reduz a quantidade de jogos, afasta o interesse do público e etc).

Agora, se estamos falando simplesmente de uma reforma na distribuição de vagas na Champions League, bom, aí a conversa é outra. Mantemos o formato atual, ok? Mas fazemos a distribuição de forma que os campeões de fato estejam nas fases finais da competição (leia-se da Fase de Grupos pra frente). Aí sim você tem meu voto. Aliás, a "Rota do Campeão" que invetaram a bem pouco tempo, ao invés de ajudar, piorou a coisa. Porque aí todos os campeões se enfrentavam e já ali eliminavam vários deles, enquanto que os "runners-up" (segundos e terceiros colocados de várias ligas nacionais) acabavam tendo um caminho que também os conduziam à Fase de Grupos. O justo, justo MESMO, seria um formato, como já foi sugerido acima, em que uns 16 países, de acordo com o ranking da UEFA, tivessem vagas diretas às finais para seus campeões. As demais 16 vagas seriam distribuídas nas fases pré-grupos, onde os demais campeões e também os vices das melhores ligas teriam oportunidade de avançar.

Concordo totalmente também coma afirmação do @Lusitano99 de que isso iria fortalecer a Liga Europa (que de Liga não tem nada). Imagina os 3º e 4º colocados de Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e etc nessa competição? Seria tão interessante de se acompanhar quanto a Champions. E, claro que eles teriam uma vantagem sobre os demais participantes pois estão em ligas mais fortes, mas aí também entraria uma divisão de vagas similar, com ligas maiores tendo mais vagas, mas também tendo que passar por fases eliminatórias.

Agora, imagina as ligas nacionais como ficariam? Imagina na Inglaterra, somente 4 equipes tendo vaga nas competições internacionais? Só campeão e vide na Champions e só 3º e 4º na Liga Europa? Imagina a força que a competição iria ganhar nas rodadas finais, na briga por essas vagas? Seria legal, né? Mas... Vamos analisar o outro lado:

Com menos equipes se classificando para as competições internacionais na Europa, os clubes das ligas maiores receberiam menos. Sim, obviamente. Se hoje os 8 melhores da Inglaterra, por exemplo, recebem valores referentes à participação das competições da UEFA, eles seriam reduzidos à 4 equipes. Isso significa menos dinheiro circulando nesse país, nessa liga. Seria equivalente a dizer que 4 clubes perderam a chance de levar um valor extra no ano. Vamos ver o efeito disso?

Pegue o Leicester. Hoje, é o atual campeão da Inglaterra e recebeu não só $$ do título, mas também da participação da Champions. Só qu eo time vai mal das pernas no "Inglesão" desse ano e provavelmente não vai se classificar pra nenhuma competição internacional na temporada que vem. Tem ideia da diferença do orçamento que isso vai fazer com o time? Pode ter plena certeza de que a próxima janela de transferências vai ser movimentada por lá. Com jogadores importantes saindo, pra bancar o caixa do time. Bom, isso era inevitável, né? Porque é culpa da temporada ruim que eles fizeram (ou pelo menos na primeira metade dela). Só que isso poderia acontecer (nesse nosso cenário imaginário) com 1/5 dos clubes da Premier League caso 4 vagas de competições internacionais sejam extintas assim, de repente. Seriam 4 equipes de médio porte, às vezes até uma de grande porte (hoje seriam Arsenal e Man Utd, por exemplo) deixaram de ter essa renda. Meu amigo, que Liga, que Federação iria querer isso? Nenhuma. Ninguém iria abrir mão disso hoje. E digo mais. O público também não iria querer ver, a longo prazo, esses times perderem poder de compra no mercado. Perder força na janela e perder força para atrair jogadores por não estar numa competição internacional. Quem joga FM sabe bem disso (quantas vezes um jogador já deixou de vir pro seu time, ou pediu pra sair pra jogar numa Champions?).

Meu ponto é: o quanto seria válido, realmente, essa reformulação do torneio?

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Lembrei também de algo curioso.

Os (poucos) defensores do Wenger, se escudam no facto de que ele tem conseguido de forma assídua colocar o time na UCL.

Ora, sendo apenas os campeões a terem o direito de disputá-la e o Arsenal já não ganha a premier há mais de uma década... O que aconteceria?

Das duas uma, ou ele já teria sido demitido faz tempo... Ou, ele encararia o triunfo na premier league como único objetivo, desvalorizando por completo as restantes competições e Copas que existem na Inglaterra.

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Seria justo ter apenas os campeões das ligas mais o campeão do ano anterior. Mas e os vencedores das copas nacionais, não teriam direito de participar? 

Pra resolver isso, poderia colocá-los na Liga Europa.

Agora, indo por essa linha de raciocínio, ele, pra que não fosse demitido, teria que garantir a vaga pra Liga Europa, ou ganhar alguma outra copa inglesa. A copa da liga, por exemplo.

Outra coisa, por que deve ter fase de grupos e, não rodada eliminatória apenas?

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  • Vice-Presidente
2 horas atrás, Douglas. disse:

Pensei em outro problema agora. Com a Europa League com clubes melhores (que atualmente) e com mais jogos que esse outro formato de UCL, ela valeria mais pra TV a ponto dos clubes que disputassem a UCL seriam prejudicados.

Desportivamente, seria ótimo para nós espectadores, mas financeiramente alguém sempre vai sair perdendo.

Se estendermos para a Liga Europa, o que era a Copa dos Campeões das Copas, o raciocínio é o mesmo e ainda teríamos duas competições mata-mata de alto nível, reduzindo o abismo que existe hoje entre a UCL e EL em termos de finanças.

59 minutos atrás, Butilheiro disse:

Meu ponto é: o quanto seria válido, realmente, essa reformulação do torneio?

Do ponto de vista esportivo e financeiro, seria bom para os países periféricos, além de uma competição mais justa. Mas é uma reformulação que vai ficar só no campo da especulação, justamente por tudo isso que você falou, os times maiores tem mais poder que os times menores.

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3 horas atrás, Iagotta disse:

Eu gostava bastante da UCL quando tinha 2 fases de grupos haha Embora eu seja um puta fã de mata-mata. 

Cara, eu adorava quanto eram duas Fases de Grupo. No Championship Manager, então, era uma alegria só, porque era jogo internacional caramba pra se fazer e sempre tinha uns grupos muito animais. hahaha

Aliás, tá aí uma fórmula que pra mim já seria suficiente pra resolver a questão. Imagina a segunda Fase de Grupos com 16 times apenas, com todos os 4 grupos sendo praticamente "grupos da morte"? Cara, seria animal.

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1 hora atrás, Butilheiro disse:

Cara, eu adorava quanto eram duas Fases de Grupo. No Championship Manager, então, era uma alegria só, porque era jogo internacional caramba pra se fazer e sempre tinha uns grupos muito animais. hahaha

Aliás, tá aí uma fórmula que pra mim já seria suficiente pra resolver a questão. Imagina a segunda Fase de Grupos com 16 times apenas, com todos os 4 grupos sendo praticamente "grupos da morte"? Cara, seria animal.

Fiz uma simulaçãozinha aqui pra fazer a "segunda fase de grupos" da UCL 16/17

Sorteio: Pote A e B são os líderes dos grupos já C e D os víces (a ordem segue o coeficiente da UEFA):

Pote A: Barcelona, Atlético de Madri, Juventus e Borussia Dortmund
Pote B: Arsenal, Napoli, Monaco e Leicester
Pote C: Real Madrid, Bayern, PSG e Sevilla
Pote D: Benfica, Machester City, Porto e Bayer Leverkusen

----------

Grupo A: Barcelona, Monaco, Bayern e Porto
Grupo B: Juventus, Arsenal, Sevilla e Benfica
Grupo C: Atlético de Madri, Leicester, Real Madrid e Manchester City
Grupo D: Borussia Dortmund, Napoli, PSG e Bayer Leverkusen

Ia rolar muito jogo foda haha

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Mas dentro da fase de grupos já proporciona duelos interessantes. Há inúmeras partidas que dá pra reunir o pessoal pra assistir, principalmente as que valem vaga pras oitavas. Esse formato atual de grupos mais eliminatórias está ótimo. Agora, se fossem só os campeões aí só a eliminatória seria excelente.

Dando um exemplo do formato atual, tendo o Porto, Arsenal, Shakhtar e Rosenborg num grupo. O Porto é um clube que ultimamente só é eliminado por esquadrões. E em casa contra equipes do mesmo nível ou inferior dificilmente perde. Daí teríamos um excelente confronto contra os Gunners tendo o Porto como mandante. E no jogo da volta, se um deles estivesse na terceira posição, mais uma disputa acirrada pra garantir a outra vaga. O Arsenal frente ao Shakhtar teria muito trabalho, principalmente em Donetsk, porque o time ucraniano jogando lá atua ofensivamente, proporcionando, quase sempre, partidas com muitos gols. O mesmo vale pro Porto em face do Shakhtar. E o Rosenborg, seria a vítima do grupo. Mas quase sempre ganha uma partida em casa nessa fase, principalmente contra o time já classificado e que entra na partida sem grandes pretensões.

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16 horas atrás, Iagotta disse:

Fiz uma simulaçãozinha aqui pra fazer a "segunda fase de grupos" da UCL 16/17

Sorteio: Pote A e B são os líderes dos grupos já C e D os víces (a ordem segue o coeficiente da UEFA):

Pote A: Barcelona, Atlético de Madri, Juventus e Borussia Dortmund
Pote B: Arsenal, Napoli, Monaco e Leicester
Pote C: Real Madrid, Bayern, PSG e Sevilla
Pote D: Benfica, Machester City, Porto e Bayer Leverkusen

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Grupo A: Barcelona, Monaco, Bayern e Porto
Grupo B: Juventus, Arsenal, Sevilla e Benfica
Grupo C: Atlético de Madri, Leicester, Real Madrid e Manchester City
Grupo D: Borussia Dortmund, Napoli, PSG e Bayer Leverkusen

Ia rolar muito jogo foda haha

Putz cara, que vontade de ver isso aí! hahahaha

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Eu sou a favor da mudança proposta no título do tópico e sou a favor da volta da Copa das Copas/Recopa.

Há algum tempo a Trivela fez um exercício de imaginação sobre o assunto: http://trivela.uol.com.br/como-seriam-as-copas-europeias-se-o-formato-fosse-o-mesmo-de-antes-da-champions-league/

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