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Como é dar aula no ensino superior e a corrupção na universidade


Pedrods

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Como é dar aula no ensino superior e a corrupção na universidade

student


Pensei em escrever um texto crítico e formal a respeito da educação e da sociedade. Mas dizer que a educação é a salvação já ficou meio fora de moda. Portanto, acho melhor apenas contar pra vocês como é dar aula. Lembrando que este texto não é uma crítica à profissão. É apenas uma exposição das frustrações diárias e um apelo a uma mudança urgente de postura, não só dos alunos, mas da sociedade como um todo. Aqui mostro como a postura corrupta está enraizada nos alunos e já virou parte da comunidade acadêmica.

Antes, uma pausa para minha relação com a profissão. Particularmente, gosto muito de ensinar. Gosto de matemática e gosto de entender matemática. Passar adiante minhas paixões é algo que faço por amor. Nunca houve problema sério o bastante para não desaparecer diante do quadro, dos alunos e sobre o tablado. Dar aula e pensar a respeito de matemática apagam, momentaneamente, claro, todos os meus problemas.

“Faz prova fácil!”

Minha felicidade se esvai diante das avaliações, dos comentários, da falta de compromisso dos alunos. Ouve-se mais “alivia aí, fessô!” do que “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite.” Há liberdade para chorar, mas não há liberdade para a educação e cortesia.

Pai Rodrigo adivinhando o futuro:  Esse mesmo aluno do “alivia aí, fessô!” vai mandar o mendigo que o incomodou pedindo R$ 0,10 ir trabalhar enquanto entra no carro que ganhou do pai porque passou no vestibular.

“Vale ponto, fessô?”

Em sua maioria, aluno não faz nada sem receber algo em troca. E a moeda de troca é chamada de ponto. A única motivação é o ponto. Sugestão de livros? Só valendo ponto. Lista de exercícios? Só valendo ponto. Fazer pelo conhecimento é ser taxado de idiota.

Trabalhos e listas

Tudo copiado. A cópia é quase sempre nítida. Conjecturo que numa turma de alunos, apenas \sqrt{k}realmente fazem os trabalhos, enquanto todo o restante apenas copia dos colegas.

Pai Rodrigo adivinhando o futuro: Esse aluno que só copia vai taxar de vagabundo quem recebe bolsa família. Vai dizer: “emprego tem demais, basta querer!”

Aulas de exercícios

Durante aulas de exercícios, ninguém faz nada. O pedido geral é um resumão bem estilo pré-vestibular. Melhor ainda se você dar dicas do que cairá na prova (e pensar que nem assim os resultado são bons). Gente pra gritar “faz um resumão aí, fessô!” nunca falta. Você dá aula por meses antes de avaliação e aí lhe aparece vários que não prestaram atenção em nada, mas no dia da aula de exercícios eles aparecem lá só pra gritar a frase anterior ou pra escolher um exercício aleatório que sequer tentaram. Qual a razão de dar aula se no fim é dado um resumo mágico que abre todas as provas e desvenda todos os segredos?

Lista de presença

Como aluno, confesso, nunca gostei de ir às aulas. Sempre preferi estudar sozinho. Assim poderia estudar durante a madruga, horário que sempre fui mais produtivo. Nunca tive problemas com chamadas. A aprovação era minha absolvição. Por conta disso, a única postura que adotei como professor foi a de passar uma lista de chamada e reprovar por infrequência apenas aqueles que não obtiveram 60 pontos. Ou seja, não precisou ir à universidade para ser aprovado? Parabéns, campeão.

A regra da UFMG é reprovar aluno infrequente. Tenha ele a pontuação necessária para sua aprovação ou não. Portanto, estou isentando o aluno de um dever: frequentar a universidade. Qual o resultado? Alunos assinam as listas pelos colegas. O sujeito foi livrado de um dever, mas ele não quer dar nada como contra-partida. Ele ainda quer o direito de, caso reprovado na pontuação, fazer o exame especial.

Nem vou comentar que assinar um documento em nome de outra pessoa é crime. Tem até nome: falsidade ideológica.

Logo, se o professor deseja ser rigoroso com a lista de presença, ele deve chamar nome a nome, como lá nos tempos da escolinha infantil Girafinha Feliz.

Pai Rodrigo adivinhando o futuro: Esse mesmo aluno que pede pro colega assinar a chamada, acha um absurdo o médico que só bate ponto e vai embora. Vai reclamar também do deputado que estava batendo dedo lá pro outro. Vai postar lá na timeline: “É um absurdo!”

Provas e colas

Esta é a pior parte e a maior prova de que ninguém se preocupa com educação. Durante os meses de aula, o aluno não fez nada. Porém, chegada a prova, não foi possível estudar todo o conteúdo ou simplesmente não estudou mesmo. Qual o recurso utilizado? Cola. A pessoa não cumpriu com suas obrigações como aluno, nada fez até o momento da prova, porém ele ainda quer obter bom resultado. Apesar de totalmente irresponsável, o aluno ainda acha plausível apelar para a cola. Ainda quer uma boa nota. Isso é o absurdo dos absurdos. A incoerência da incoerência.

Existem ainda casos mais absurdos. Aqueles que os alunos pagam outros para fazer a avaliação em seus lugares (preciso lembrar que aqui também se comete crime?). Chegamos ao ponto ridículo de precisar olhar documento dos próprios alunos por conta dessa atitude patética. Isso é literalmente comprar o próprio diploma. É ridículo querer o diploma mas não querer fazer nada.

Pai Rodrigo adivinhando o futuro: O aluno colador, que hoje é engenheiro porque pagou gente mais esperta que ele pra se formar, vai gritar “Fora Dilma! Fora PTralhas! Abaixo a corrupção!” aqui na porta de casa. Ele também vai compartilhar um monte de reportagem sobre a Lava Jato e vai dizer que esse país não tem jeito.

O aluno, o patrão e o futuro

Enquanto considerou coisa de otário estudar quatro horas por dia, o aluno corrupto vai gastar 12h do seu dia, muito possivelmente, fazendo dinheiro pra outra pessoa. Ele não vai chegar pro chefe “alivia aí, chefe!”, “quebra essa aí, patrão!” porque ele sabe o destino de empregado molengão: rua. E ele vai dar duro, porque, ao contrário da educação superior, valoriza o emprego que tem. Sua timeline estará repleta de links contra o governo, contra a corrupção na política, contra desvio de verbas, enquanto continua perpetuando que colar não tem problema, assinar lista é “de boa” e pagar para fazerem suas avaliações é coisa de esperto. E assim continuaremos sendo essa sociedade que ainda não entendeu o valor moral e intelectual da universidade, pelos séculos dos séculos…

Fonte: https://rbribeiro.wordpress.com

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  • Vice-Presidente

Tudo isso aí ocorre na universidade, compactuo com algumas delas, mas a reação dele, principalmente no que tange a ver o futuro dos alunos é ridícula. Descrever nossa sociedade é moleza e a chance de acertar o futuro é enorme. O que eu conheço de gente que foi um péssimo estudante e hoje é profissional de sucesso, é enorme e isso aqui na minha faculdade, imagina no restante. Fazer a mea culpa do lado deles, ele não fez, né? O que tem de professor incapaz e que não sabe lecionar na universidade federal é enorme. Nunca julguei ou questionei um professor que sabe ensinar e deu uma prova difícil, ele tem esse direito, porque ele ensinou o que estava ali, mas o que existe de professor que não sabe ensinar e cobra algo mais difícil que quem sabe ensinar, não está no gibi. Tenho 6 anos de faculdade, peguei uma gama enorme de professores e falar que se eu peguei 5 professores que sabiam ensinar, foi muito. Inclusive, a grande maioria dos professores não sabe lecionar. Espero que esse Rodrigo seja o bom professor que ele diz que é, pois ao menos assim, ele tem o direito de reclamar. Mas sinceramente, não condiz em nada com a realidade do outro lado. Os alunos estão errados, mas não significa que os professores estejam certos.

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Mas o problema de quem leciona na faculdade é que a maioria são pesquisadores e não professores. Até porque é pouco viável viver somente de pesquisa no Brasil.

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Engraçado, aqui da UFMG. Não julgo que seja mal professor, mas com certeza não parou pra analisar bem os colegas.

Eu aceito prova difícil. E acho que a faculdade deve ser pra isso mesmo, pra trazer um desafio mental acima do que a gente tá acostumado, nivelar as turmas por cima e não por baixo. Mas a aula tem que ser boa. Dar aula não é só colocar o conhecimento pra fora. É colocar esse conhecimento pra fora como um bom marketeiro, prender a sua atenção enquanto consumidor. Você pode dizer que o aluno é que tem obrigação de se dedicar e concentrar mesmo em uma aula chata. Sim, é verdade. Ainda mais em uma instituição federal, talvez esse seja o ônus, afinal. Mas uma aula ruim é capaz de fazer um aluno tomar nojo de uma matéria em que ele pode ter um potencial enorme de retorno futuro.

No ICEX, o Instituto de Ciências Exatas da UFMG, as matérias não têm um nível padronizado de dificuldade e muito menos um nível padronizado de qualidade das aulas. Por vezes passam muita gente por falta de espaço. Com as salas do novo anexo de 6 andares, vai ter sala pra todo mundo tomar pau. Vamos ver se padronizam isso tudo.

Sobre a cultura de ponto, eu concordo. Porém, isso também é alimentado pela universidade. Se você tem médias mais altas, sempre será priorizado para as bolsas, sem necessariamente ser avaliado por questões mais subjetivas, e não menos cruciais, como o interesse para com determinado projeto. Eu já tirei notas ruins com muito mais aprendizado em relação a matérias em que passei com nota melhor.

Trabalho eu ainda considero um bom método avaliativo. Listas? Pra quê? Pra mim só servem como forma de dar ponto pros malandros, de uma forma fácil de colar. Sem valer ponto acho mais válido, faz quem tiver interesse em aprender.

Com o resto eu concordo de modo geral. Acho que todo curso tem aula de introdução ao curso. Muito mal aproveitada. Acho que poderiam colocar um psicólogo ali falando de psicologia cognitiva, neurociência e assuntos massas desses campos. Por incrível que pareça, o pensamento trivial de "Estudar pra se dar bem na vida", não é capaz de deixar a gente naquela gana de estudar como deveria. Quem sabe assim a Engenharia da UFMG possa virar Engenharia um dia. No mais, tem horas que acho que seria melhor privatizar tudo mesmo. 

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Back to school

I have a confession to make. PUC is harder than Princeton.

Maybe not in terms of workload, or reading difficulty, or even the fact that all my classes are in Portuguese. PUC is hard because it feels like high school. I know that it’s only been two years, but I’d completely forgotten what it was like to be in a classroom and feel that nobody wanted to be there. “You have the right to miss up to 25% of the classes,” one professor explained wearily as students texted in the back of the room. “If you copy from Wikipedia on your midterm, we will find out,” said another. At one point during a Brazilian literature course, the professor was resolutely talking over at least 3 different whispered conversations; in a 4-person history seminar, the benevolent old professor actually had to shush 50% of the class.

PUC is hard to deal with because people don’t seem to care about the classes, or know why they’re there. All right, that’s not true of everyone. The four of us were talking before the history seminar, and one of the students is working 10 hours a night while writing his thesis because he has a one-year-old daughter. A rare few seem genuinely excited about the courses.

But often even I can’t understand why. I’ve witnessed professors come into class and spend the entire time reading out loud. I don’t mean reading prepared notes, I mean repeating the assigned text and occasionally elaborating. My course on Poverty and Social Inequality had a lively discussion the other day, but that’s only because everyone was complaining about the cost of living in Rio. (If there’s one thing Brazilians love, it’s complaining about food prices. Seriously. I swear, I can walk up to any carioca and whine about how much cheese costs at Zona Sul, and we can keep going like that for at least half an hour. Instant friendship.)

“Oh, you should be fine,” one PUC student said when I listed the courses I was planning to take. “Those are all in humanities. So pretty much you just have to show up to a few classes and then do all the readings right before the exam.” I laughed nervously, hoping he was kidding, but that doesn’t appear to be the case.

I might have been under incredible stress at Princeton, reading and writing at least 10 times more, but I thrived on my work. And so did most everyone around me. I’d come out of a really provocative seminar discussion walking on air; here, I have to show up to class, sit for 2 hours, and get my name checked off on the roll. (Yes, they call roll.) Sometimes it doesn’t feel like college so much as afterschool detention. So, yes, PUC is hard.

Blog Questões Estrangeiras - Revista piauí

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Mandei esse texto pro Ariel há uns dias. É de uma mina dos EUA, que estudava espanhol e português em Princeton e veio fazer intercâmbio na PUC-Rio.

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(...) Espero que esse Rodrigo seja o bom professor que ele diz que é, pois ao menos assim, ele tem o direito de reclamar. Mas sinceramente, não condiz em nada com a realidade do outro lado. Os alunos estão errados, mas não significa que os professores estejam certos.

Mas ele também não falou nada nesse sentido. Foi uma interpretação sua.

E ele não precisa ser bom professor pra reclamar dos alunos. Qualquer um que conviva com a situação pode constatar o que ele citou, até mesmo outros maus alunos.

 

A gente tem que ver que o ângulo dos professores é que a gente que precisa deles, então o mínimo esperado dessa relação é que a parte mais interessada vá atrás, questione, mostre interesse pra ter em troca o que precisa. Se nem isso existe, qual o sentido do professor brigar, xingar, espernear pra ensinar pra parede?

Eu já vi das duas coisas. Acho, sim, que os que cumprem sua parte e tentam ensinar apesar dos desinteressados merecem maior admiração, mas também não tenho como recriminar um que se sinta desmotivado perante essa situação. Ninguém, em nenhum cargo, gosta de sentir que seu trabalho não é apreciado.

 

Agora, se seu ângulo era que maus professores desmotivam alunos, também é verdade, mas ainda assim muitos desses casos são uma via de mão dupla. Tive muitos professores assim mas hoje sei que a gente também não ajudava. Poucas turmas tiveram o interesse de reclamar e/ou exigir algo, e geralmente isso acontecia porque o professor tinha dado uma prova difícil, senão provavelmente teria passado batido...

Sei de casos onde o professor realmente largou de mão mas, pelos relatos, poucos desses geraram reclamação porque os alunos queriam aprender, a maioria também tinha a ver com prova/reprovação/afins.

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Sobre a cultura de ponto, eu concordo. Porém, isso também é alimentado pela universidade. Se você tem médias mais altas, sempre será priorizado para as bolsas, sem necessariamente ser avaliado por questões mais subjetivas, e não menos cruciais, como o interesse para com determinado projeto. Eu já tirei notas ruins com muito mais aprendizado em relação a matérias em que passei com nota melhor.

Trabalho eu ainda considero um bom método avaliativo. Listas? Pra quê? Pra mim só servem como forma de dar ponto pros malandros, de uma forma fácil de colar. Sem valer ponto acho mais válido, faz quem tiver interesse em aprender.

Com o resto eu concordo de modo geral. Acho que todo curso tem aula de introdução ao curso. Muito mal aproveitada. Acho que poderiam colocar um psicólogo ali falando de psicologia cognitiva, neurociência e assuntos massas desses campos. Por incrível que pareça, o pensamento trivial de "Estudar pra se dar bem na vida", não é capaz de deixar a gente naquela gana de estudar como deveria. Quem sabe assim a Engenharia da UFMG possa virar Engenharia um dia. No mais, tem horas que acho que seria melhor privatizar tudo mesmo. 

Acho que depende da bolsa e do curso mas as que eu lembro colocavam a nota como limiar de corte (não pode concorrer quem tem média menor que X), mas o que decidia mesmo quem ganhava a bolsa era o projeto apresentado. Tem professor que não acha mas a maioria que eu conheci valorizava mais o conhecimento que o desempenho em provas.

As listas de exercícios são um resquício do 2º grau, acho que não tem jeito. Hoje eu sei a importância que elas tinham mas na época você acaba priorizando o que vale ponto diretamente, principalmente quando chega época de provas e temos que racionar o tempo.. A orientação do curso era distribuir entre 20 e 30 pontos em trabalhos, então tinha professor que dividia o semestre em 3 e dava uma lista antes de cada prova, outros davam 1 ponto por lista. Acho que nenhum deu exercício sem valer ponto.

Você conhece outros alunos/professores de faculdades particulares? Porque os melhores que eu conheço são de maioria esmagadora da UFMG. Uns poucos que conheci na PUC fizeram mestrado lá depois.

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Mas o problema de quem leciona na faculdade é que a maioria são pesquisadores e não professores. Até porque é pouco viável viver somente de pesquisa no Brasil.

Problema? Pra mim é justamente o contrário. Também estudo na ufmg e coincide muito dos melhores professores terem um lattes gigante.

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Já peguei DP por 0,2 e não fui choramingar no final do semestre com o fessô. Acho isso ridículo.

É engraçado esse negócio de nota. Tenho dois amigos meus que manjam bastante de suas respectivas áreas de atuação, estão muito bem empregados e profissionalmente muito bem encaminhados também. Suas notas? O famoso "básico pra não reprovar". Em contrapartida, uma das pessoas mais vazias das quais eu conheci (em todos os sentidos) tem o melhor CA da nossa turma e deve ser o primeiro a se formar também.

Quanto aos professores, nos quatro anos em que estou aqui, apenas um ou dois realmente sabem lecionar e, principalmente (que julgo o mais difícil) deixar o aluno interessado pela matéria. O resto, embora até tivessem domínio do conteúdo não conseguiam passar o mesmo de uma forma decente. E aliás, o que falar de uma professora com doutorado que fala SEJE nas aulas!?

E convenhamos, esse negócio de lista de frequência numa Universidade, pra mim, é algo absurdo. Todo mundo já é bem grandinho pra saber de suas obrigações. Tanto que vários dos meus professores só fazem chamada pra constar no sistema, pois são obrigados, mas não reprovam ninguém por isso.

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Mas temos que levar em conta que professor universitario mal tem contato com disciplinas de didatica (que é o básico para alguém ser professor), só tem aquelas docências orientadas no mestrado/doutarado que são ridiculas. 

Fico abismado como a grande maioria dos professores que eu já tive não consegue levantar debates e discussões nas aulas. Chegam la e só tocam artigos e capítulos de livros pra ler, prova, seminário e eras isso. Coisa mais broxante do mundo.

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Essa educação brasileira... Paulo Freire praticamente destruiu duas gerações de brasileiros e se encaminha para destruir a terceira...

O que eu vejo, aliás muito em posts como esse, é que o brasileiro continua com a velha história de jogar a culpa de sua falta de interesse no professor. Maravilhe-me ou receba meu repúdio. Encante-me ou fale com a minha mão...

A impressão que dá é que nos países desenvolvidos os professores são muito melhores ou diferentes. O que posso dizer acompanhando vídeos de aulas estrangeiras e relatos de alunos é que elas são tão "engessadas" quanto as nossas. A mesma quantidade de professores ruins que há lá, há aqui também. A bem da verdade, escola e faculdade é tudo igual em qualquer canto do planeta. Alguns países desenvolvidos estão começando a sentir os efeitos da indisciplina justamente porque andam afrouxando a tanga. E aqui ainda há uma diferença é que a relação entre professores e alunos tende a ser muito mais próxima do que lá, onde dificilmente um professor e aluno conversem mais.

Não adianta, muitos alunos não querem se sentir responsáveis de que grande parte de suas falhas de aprendizagem ou são por sua causa ou por causa dos colegas (sim, alunos que só conversam em sala mesmo que você preste atenção fodem completamente o teu aprendizado).

Muito nego esquece que aqui a indisciplina é uma doença social. E muita gente se acostuma com ela ou mesmo julga normal que certas coisas sejam consideradas. E isso existe devido as regras frouxas as quais estamos acostumados que independente de idade, sempre aparecem principalmente para aqueles que colaboravam com ela. E desfazer isso exige uma postura e uma concentração muito grande. Muitos já deveriam ter essa consciência de serem mais independentes e exigir uma postura melhor por parte dos colegas de classe e refletir aquilo que faz errado. 

Muita gente não faz isso. Ou o que eu mais vejo é dizer "se o professor fizesse eu me interessar, eu prestava atenção". Mas a maioria que fala isso mente. Não admite o próprio erro. Jamais pensaria na possibilidade de estar fazendo errado.

Com relação aos professores, o que de fato há no Brasil é a pobreza didática que há principalmente nas matérias de bacharelado. Isso de fato há, não tem como negar. Lamentavelmente vejo uns professores bacharéis que não sabem simplificar o conteúdo. Deixá-lo mais fácil e palatável. No Brasil isso ocorre mesmo, muito mais do que nos países de alto índice de educação. Mas nas licenciaturas isso não ocorre. E o que vejo de situação de "pós-médio" do tipo "vamos todos embora para a professora tal não vai dar falta". Eu e mais uns três éramos os malas da sala que se negavam a isso. Eu que andava um monte a pé, chegava na faculdade suando para matar duas aulas? Vai se foder. Pior ainda era saber que tinha uns que já atuavam como professor na rede estadual. Eu quanto estava cansado, pegava minha mala e ia embora. Assumia as faltas que tinha.

Não sei como é a situação aí de vocês, mas tentem pensar sob os pés de um professor. Empatia. Todo mundo já foi aluno, mas nem todo mundo já foi professor. Enxergue bem a sua volta e veja tudo o que há de errado, não só aquilo que está entre o quadro e as carteiras de vocês.

 

 

 

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Problema? Pra mim é justamente o contrário. Também estudo na ufmg e coincide muito dos melhores professores terem um lattes gigante.

É um problema quando o cara dá aula apenas pela obrigação quando o que ele gosta de fazer é pesquisa. Claro que as vezes tem o contrario, tem os professores que curtem é o "dar aula". Por exemplo, no instituto aqui uma das melhores professoras simplesmente caga pra pesquisa e não publica quase nada. 

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É foda... Ninguém aparecia na monitoria pra ter aula comigo, mas no fim de semestre meu whatsapp não parava de tocar com gente querendo pagar pra eu fazer prova.

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É foda... Ninguém aparecia na monitoria pra ter aula comigo, mas no fim de semestre meu whatsapp não parava de tocar com gente querendo pagar pra eu fazer prova.

Moro com um cara que é monitor de uma matéria de Eng. Civil e é a mesma coisa.

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Mas temos que levar em conta que professor universitario mal tem contato com disciplinas de didatica (que é o básico para alguém ser professor), só tem aquelas docências orientadas no mestrado/doutarado que são ridiculas. 

Fico abismado como a grande maioria dos professores que eu já tive não consegue levantar debates e discussões nas aulas. Chegam la e só tocam artigos e capítulos de livros pra ler, prova, seminário e eras isso. Coisa mais broxante do mundo.

Isso é ilusão. Um dos motivos de eu não ter voltado para fazer licenciatura foi justamente o fato de não achar coerente ter aulas de didática com alguns dos piores professores que tive na graduação.

Da mesma forma essas docências só são ridículas se não são tocadas da forma certa. Se for bem feita o cara executa uma série de atividades como planejar, preparar e dar aulas, auxiliar na construção de provas e exercícios, corrigir provas e trabalhos...

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Eu estudo na UFRGS, e uma coisa que acho ridícula é obrigar os alunos a ter 75% de frequência nas aulas. Claro, nem todos professores fazem chamada, mas a maioria faz ou passa a lista pra assinar.

Acho que quem chegou no ponto de entrar numa federal sabe bem o que fazer da própria vida. Eu reclamo disso pois como alguns de vocês falaram aí, a maioria dos professores são na verdade pesquisadores e não sabem dar aula. No meu caso (faço Agronomia), a maioria dos professores dá as aulas com intermináveis slides que você perfeitamente pode abrir na sua casa no momento que você se sentir mais produtivo e fazê-lo. É uma benção quando você encontra 1 ou 2 professores bons por semestre, que não ficam apenas lendo a porra que tá escrita ali e te despertam o interesse por aprender e discutir algum assunto.

Sem falar na carga horária daqui que é bem diferente das cargas horárias de outros países. Ficar 4 horas dentro de uma sala de aula ouvindo o mesmo cara falar da mesma coisa chega a ser bizarro. Como alguém pode manter a concentração até o fim, ainda mais se a aula não for boa? Seria tão mais produtivo dar uma aula menor e fazer o aluno ler e buscar informações a partir do que o professor indica e depois resolver as dúvidas em um momento próprio para tal.

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E ele não precisa ser bom professor pra reclamar dos alunos. Qualquer um que conviva com a situação pode constatar o que ele citou, até mesmo outros maus alunos.

Essa sua frase resume minha opinião. Desculpa de aleijado é muleta, citando o post do André: " Maravilhe-me ou receba meu repúdio. Encante-me ou fale com a minha mão..."

Agora pro aluno se interessar em estudar tem que ter um John Keating lecionando. Hahahaha

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Sobre essa questão da lista de presença, eu penso igual vocês: acho um absurdo ter que ficar preocupando com lista de chamada. Entretanto, existem alunos que podem querer estudar em casa e alunos que não irão nas aulas, não irão estudar em casa e ainda vão chorar ponto pra passar (com ajuda da cola). Pelo menos no caso das públicas, você tá tirando uma vaga de alguém e o custo disso não sai só do seu bolso como nas particulares. Digamos que se for pra fazer uma matéria à distância há cursos EAD. Teoricamente a sala de aula permite ir muito além, com debates, esclarecimento de dúvida, etc. Portanto é uma questão extremamente delicada e eu, como professor, não saberia o que fazer.

[1] A gente tem que ver que o ângulo dos professores é que a gente que precisa deles, então o mínimo esperado dessa relação é que a parte mais interessada vá atrás, questione, mostre interesse pra ter em troca o que precisa. Se nem isso existe, qual o sentido do professor brigar, xingar, espernear pra ensinar pra parede?

Eu já vi das duas coisas. [2] Acho, sim, que os que cumprem sua parte e tentam ensinar apesar dos desinteressados merecem maior admiração, mas também não tenho como recriminar um que se sinta desmotivado perante essa situação. Ninguém, em nenhum cargo, gosta de sentir que seu trabalho não é apreciado.

Agora, se seu ângulo era que maus professores desmotivam alunos, também é verdade, mas ainda assim muitos desses casos são uma via de mão dupla. Tive muitos professores assim mas hoje sei que a gente também não ajudava. Poucas turmas tiveram o interesse de reclamar e/ou exigir algo, e geralmente isso acontecia porque o professor tinha dado uma prova difícil, senão provavelmente teria passado batido...

[1] Também acho que o aluno é que tem que correr atrás. Mas tem professor que é tão ruim, que estraga a matéria. Faz você tomar ódio de um assunto legal de modo a se tornar num lixo. Isso quando não desanima você do próprio curso. Ainda há alguns professores arrogantes, que se acham muito superiores e amarram conhecimento sendo que você tá ali é pra ele te passar isso. Alguns chegam a dizer que: "não vou te ensinar, você vai precisar da minha consultoria quando formar". Fiquei sabendo dessa pérola recentemente, isso é um absurdo. É da UFMG.

[2] Eu tive um professor ruim que entendia completamente: estava totalmente desmotivado em dar aula. O cara tem um conhecimento enorme, mas tava dando uma aula bem ruim. O pior de tudo: arbitrário na correção: não baseado em alunos preferidos, mas baseado em tudo que eu falo tá certo. Livro tal que eu recomendei? Tá errado. Eu julgo que estava meio gagá/doidão e ainda diziam que tava meio deprê por problemas pessoais. Acho que se fosse fácil ter acesso ao regulamento, quem procurar em cada caso, teriam muito mais professores andando na linha e alunos também. Se cada um exigir os seus direitos, ninguém engole ninguém. Não deveria precisar disso, mas...

Acho que depende da bolsa e do curso mas as que eu lembro colocavam a nota como limiar de corte (não pode concorrer quem tem média menor que X), mas o que decidia mesmo quem ganhava a bolsa era o projeto apresentado. Tem professor que não acha mas a maioria que eu conheci valorizava mais o conhecimento que o desempenho em provas.

[1] As listas de exercícios são um resquício do 2º grau, acho que não tem jeito. Hoje eu sei a importância que elas tinham mas na época você acaba priorizando o que vale ponto diretamente, principalmente quando chega época de provas e temos que racionar o tempo.. A orientação do curso era distribuir entre 20 e 30 pontos em trabalhos, então tinha professor que dividia o semestre em 3 e dava uma lista antes de cada prova, outros davam 1 ponto por lista. Acho que nenhum deu exercício sem valer ponto.

[2] Você conhece outros alunos/professores de faculdades particulares? Porque os melhores que eu conheço são de maioria esmagadora da UFMG. Uns poucos que conheci na PUC fizeram mestrado lá depois.

[1] A lista pra mim tem que ser uma sugestão. Quer fixar a matéria e não sabe quais exercícios pegar? Toma esses! Quer fazer uns exercícios mais complexos? Tem uns no final dessa lista. Você pegar uma matéria de exatas e ficar dando ponto em lista, só vai ajudar quem não estudou nada, mandou mal nas provas e quer garimpar uns pontinhos na base da malandragem. Tanto é verdade que é muito comum aluno pedir lista "pra ajudar".

[2] Sei que na PUC também tem professor escroto. Mas já fiquei sabendo de caras bons dando aula lá também. Alunos a termos de comportamento dentro da sala eu não tenho nem ideia.

Já peguei DP por 0,2 e não fui choramingar no final do semestre com o fessô. Acho isso ridículo.

[1] É engraçado esse negócio de nota. Tenho dois amigos meus que manjam bastante de suas respectivas áreas de atuação, estão muito bem empregados e profissionalmente muito bem encaminhados também. Suas notas? O famoso "básico pra não reprovar". Em contrapartida, uma das pessoas mais vazias das quais eu conheci (em todos os sentidos) tem o melhor CA da nossa turma e deve ser o primeiro a se formar também.

Quanto aos professores, nos quatro anos em que estou aqui, apenas um ou dois realmente sabem lecionar e, principalmente (que julgo o mais difícil) deixar o aluno interessado pela matéria. O resto, embora até tivessem domínio do conteúdo não conseguiam passar o mesmo de uma forma decente. E aliás, o que falar de uma professora com doutorado que fala SEJE nas aulas!?

E convenhamos, esse negócio de lista de frequência numa Universidade, pra mim, é algo absurdo. Todo mundo já é bem grandinho pra saber de suas obrigações. Tanto que vários dos meus professores só fazem chamada pra constar no sistema, pois são obrigados, mas não reprovam ninguém por isso.

[1] Isso é muito relativo. Eu já aprendi mais com matéria que tirei nota baixa do que em matéria que tirei nota maior. Inclusive a gente aprende muito com um erro de prova, por exemplo. Nota não quer dizer absolutamente nada. Até porque tenho colega que é uma porta, coitada, e tem uma média melhor que eu e que muita gente, nunca tomou um pau. Tem uns que tem nota e não sabem conversar com a galera num momento de descontração, só conversam de coisa de aula. E por aí vai.

De todo modo, hoje eu tento estudar pra tirar notas boas não porque só assim vou aprender, mas é como um desafio pessoal de dominar uma matéria bem a ponto de saber explicá-la de todas as formas possíveis, num seminário, numa prova, prum colega... Em suma eu voltei a ver os estudos como um desafio mental. Se eu estudava pra fechar provas no EM, vou ficar estudando pra passar com 60, eu tenho mais capacidade que isso, porra.

Essa educação brasileira... Paulo Freire praticamente destruiu duas gerações de brasileiros e se encaminha para destruir a terceira...

[1] O que eu vejo, aliás muito em posts como esse, é que o brasileiro continua com a velha história de jogar a culpa de sua falta de interesse no professor. Maravilhe-me ou receba meu repúdio. Encante-me ou fale com a minha mão...

A impressão que dá é que nos países desenvolvidos os professores são muito melhores ou diferentes. O que posso dizer acompanhando vídeos de aulas estrangeiras e relatos de alunos é que elas são tão "engessadas" quanto as nossas. A mesma quantidade de professores ruins que há lá, há aqui também. A bem da verdade, escola e faculdade é tudo igual em qualquer canto do planeta. Alguns países desenvolvidos estão começando a sentir os efeitos da indisciplina justamente porque andam afrouxando a tanga. E aqui ainda há uma diferença é que a relação entre professores e alunos tende a ser muito mais próxima do que lá, onde dificilmente um professor e aluno conversem mais.

Não adianta, muitos alunos não querem se sentir responsáveis de que grande parte de suas falhas de aprendizagem ou são por sua causa ou por causa dos colegas (sim, [2] alunos que só conversam em sala mesmo que você preste atenção fodem completamente o teu aprendizado).

[3] Muito nego esquece que aqui a indisciplina é uma doença social. E muita gente se acostuma com ela ou mesmo julga normal que certas coisas sejam consideradas. E isso existe devido as regras frouxas as quais estamos acostumados que independente de idade, sempre aparecem principalmente para aqueles que colaboravam com ela. E desfazer isso exige uma postura e uma concentração muito grande. Muitos já deveriam ter essa consciência de serem mais independentes e exigir uma postura melhor por parte dos colegas de classe e refletir aquilo que faz errado. 

[4] Muita gente não faz isso. Ou o que eu mais vejo é dizer "se o professor fizesse eu me interessar, eu prestava atenção". Mas a maioria que fala isso mente. Não admite o próprio erro. Jamais pensaria na possibilidade de estar fazendo errado.

Com relação aos professores, o que de fato há no Brasil é a pobreza didática que há principalmente nas matérias de bacharelado. Isso de fato há, não tem como negar. Lamentavelmente vejo uns professores bacharéis que não sabem simplificar o conteúdo. Deixá-lo mais fácil e palatável. No Brasil isso ocorre mesmo, muito mais do que nos países de alto índice de educação. Mas nas licenciaturas isso não ocorre. E o que vejo de situação de "pós-médio" do tipo "vamos todos embora para a professora tal não vai dar falta". Eu e mais uns três éramos os malas da sala que se negavam a isso. Eu que andava um monte a pé, chegava na faculdade suando para matar duas aulas? Vai se foder. Pior ainda era saber que tinha uns que já atuavam como professor na rede estadual. Eu quanto estava cansado, pegava minha mala e ia embora. Assumia as faltas que tinha.

Não sei como é a situação aí de vocês, mas tentem pensar sob os pés de um professor. Empatia. Todo mundo já foi aluno, mas nem todo mundo já foi professor. Enxergue bem a sua volta e veja tudo o que há de errado, não só aquilo que está entre o quadro e as carteiras de vocês.

[1] Não precisa chegar a tanto pra ser considerado bom. Uma aula ortodoxa sem muito mais que isso é suficiente. Tem professor aí, estilo o Clóvis, que te encanta com a aula. Será que é difícil chegar nesse nível? Entretanto, é preciso, sim, não ser ruim. No cursinho era fácil gostar de todas as matérias, os professores se dedicavam a fazer a gente aprender e, consequentemente, a passar. O sucesso e a qualidade deles era medida pelo quanto de aprovações eles proporcionariam, por isso tanto empenho deles. 

[2] No meu primeiro período eu conversava pra caralho em algumas aulas e não tava nem aí. Hoje me arrependo e sinto que fui um idiota. Mas era raro ver um aluno fazer "sssshhhhh". E quando fazia, eram os tidos como pau no cu. Sendo assim, o cara tá enchendo pq é pau no cu. Se a maioria, incluindo amigos, se indignar com isso, nego vai ver que tá fazendo papel de ridículo. Hoje eu fico irritado com aluno falando na aula.

[3] Essa questão da indisciplina vem desde cedo quando você deixa as crianças comerem doce antes do almoço, abrirem os presentes antes da manhã de natal, etc. São ações tão pequenas mas que aos poucos vão incutindo a antecipação da recompensa e construindo um hábito que ainda durará por anos até que começam a só querer recompensas. Já postei no PP, se você não viu, procure no google: Operando com Marshmallows. Primeiro link.

[4] Na minha fase de mau aluno eu já avaliava quantos professores ruins eu tinha e já era completamente ciente que eu não era um bom aluno também e já observava o comportamento de vários outros maus alunos. Enquanto tem professores que jogam um turbilhão de informações sem dar nem tempo pra processar ou fazer os questionamentos pertinentes, outros parecem que estão dando aula pra mobral, em pleno 5º período de uma engenharia, isso é um prato cheio pra geração da tecnologia e da multi-tarefa se dispersar. Hoje fico até com o celular no modo avião durante as aulas (economizo bateria e não tem notificação chegando e acendendo o led), de modo geral, e posso garantir que faz uma puta diferença saber a hora de se recompensar. De todo modo, ainda prestando atenção no que o cara tá falando, é difícil ingerir certas aulas de tão lixo que são.

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[1] Isso é muito relativo. Eu já aprendi mais com matéria que tirei nota baixa do que em matéria que tirei nota maior. Inclusive a gente aprende muito com um erro de prova, por exemplo. Nota não quer dizer absolutamente nada. Até porque tenho colega que é uma porta, coitada, e tem uma média melhor que eu e que muita gente, nunca tomou um pau. Tem uns que tem nota e não sabem conversar com a galera num momento de descontração, só conversam de coisa de aula. E por aí vai.

De todo modo, hoje eu tento estudar pra tirar notas boas não porque só assim vou aprender, mas é como um desafio pessoal de dominar uma matéria bem a ponto de saber explicá-la de todas as formas possíveis, num seminário, numa prova, prum colega... Em suma eu voltei a ver os estudos como um desafio mental. Se eu estudava pra fechar provas no EM, vou ficar estudando pra passar com 60, eu tenho mais capacidade que isso, porra.

[1] Não precisa chegar a tanto pra ser considerado bom. Uma aula ortodoxa sem muito mais que isso é suficiente. Tem professor aí, estilo o Clóvis, que te encanta com a aula. Será que é difícil chegar nesse nível? Entretanto, é preciso, sim, não ser ruim. No cursinho era fácil gostar de todas as matérias, os professores se dedicavam a fazer a gente aprender e, consequentemente, a passar. O sucesso e a qualidade deles era medida pelo quanto de aprovações eles proporcionariam, por isso tanto empenho deles. 

[2] No meu primeiro período eu conversava pra caralho em algumas aulas e não tava nem aí. Hoje me arrependo e sinto que fui um idiota. Mas era raro ver um aluno fazer "sssshhhhh". E quando fazia, eram os tidos como pau no cu. Sendo assim, o cara tá enchendo pq é pau no cu. Se a maioria, incluindo amigos, se indignar com isso, nego vai ver que tá fazendo papel de ridículo. Hoje eu fico irritado com aluno falando na aula.

[3] Essa questão da indisciplina vem desde cedo quando você deixa as crianças comerem doce antes do almoço, abrirem os presentes antes da manhã de natal, etc. São ações tão pequenas mas que aos poucos vão incutindo a antecipação da recompensa e construindo um hábito que ainda durará por anos até que começam a só querer recompensas. Já postei no PP, se você não viu, procure no google: Operando com Marshmallows. Primeiro link.

[4] Na minha fase de mau aluno eu já avaliava quantos professores ruins eu tinha e já era completamente ciente que eu não era um bom aluno também e já observava o comportamento de vários outros maus alunos. Enquanto tem professores que jogam um turbilhão de informações sem dar nem tempo pra processar ou fazer os questionamentos pertinentes, outros parecem que estão dando aula pra mobral, em pleno 5º período de uma engenharia, isso é um prato cheio pra geração da tecnologia e da multi-tarefa se dispersar. Hoje fico até com o celular no modo avião durante as aulas (economizo bateria e não tem notificação chegando e acendendo o led), de modo geral, e posso garantir que faz uma puta diferença saber a hora de se recompensar. De todo modo, ainda prestando atenção no que o cara tá falando, é difícil ingerir certas aulas de tão lixo que são.

[1] Cara, muita gente tem o hábito de elogiar professor de cursinho, mas eu quando estive em um achei um tremendo saco. Aula de cursinho dificilmente te faz aprender para o resto da vida, é mais naquela questão de aprender para passar no vestibular e acabou. Sem contar aqueles que mais posavam de modernão e legalzão, mas que eram de uma futilidade enorme. Pior ainda era ver uma plateia, tão fútil quanto, caindo em risadas por causa de cada historinha boboca que contavam. Não que isso seja completamente inútil, é efetivo para muita gente e de certa maneira cumpre seu objetivo que é o de aprovar no vestibular, mas não funciona no longo prazo e muitas vezes, tinha a sensação de perda de tempo. Serve para aquele um mês que precisa estudar antes de uma prova, mas esse tipo de ensino para uma aprendizagem de seis meses a um ano não se faz. Tanto é que em escola particular ninguém é assim, e isso que as escolas particulares conseguem resultados muito superiores da escola pública.

Quanto ao restante, eu na minha experiência pessoal, digo o seguinte: estudo não é para ser divertido, legal ou mesmo prazeroso no momento em que você se debruça aos livros e exercícios. O estudo é um investimento, para muitos cansativo ou mesmo doloroso, pode até ter momentos de prazer mas que não são a regra geral, e no mais é o que vai te catapultar para coisas maiores. Isso não impede que você tenha lá uma ou duas aulas a cada mês que sejam diferentes, mas no geral, é esforço e cansaço. A base de um estudo de sucesso é professor dominar a matéria e o aluno trabalhar e respeitar as regras. Quando um dos dois falha nesse quesito, qualquer tipo de aprendizado sai prejudicado.

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Na esfera pública, mesmo estudando no IF, eu sofri muito com desinteresse, faltas e metodologias falhas dos professores. Claro que também não vivia o auge do meu empenho com as matérias, mas quando o professor conseguia me cativar - todos que logo de cara me desafiassem - eu fazia questão de estudar e mostrar pra ele que eu conseguia superar qualquer tipo de barreira que ele colocasse. Nessa mesma escola também era interessante pegar a diferença entre os professores de humanas e exatas. Como a maioria do curso era exatas - telecomunicações - muitas aulas eram verdadeiras palestras, com professor falando por duas horas e sendo muito rígido. Fazendo contraste a isso, sociologia, geografia e história eram aulas de debate durante toda sua duração, onde os alunos "guiavam as aulas" e foi aí que tive os melhores professores: Quando eles faziam somente a mediação e "puxavam o fio da meada" para que a turma implodisse em busca de respostas.

Porque o colégio não tinha interesse em preparar seus alunos para o vestibular, acabei indo parar em uma rede particular de ensino de Florianópolis para fazer pré-vestibular. E o tratamento com os alunos e a estrutura são muito diferentes. Nesse cursinho o colégio trata os alunos como filhos, abraçando-os e sempre "em cima" dele fazendo com que estude, propondo exercícios, aulas extras, novos meios de chegar ao conteúdo. No IF era cada um por si e vamo que vamo - um tratamento que o colégio se vangloriava porque "preparava para a vida adulta" - e os professores pareciam mais engessados na sua forma de trabalhar. Encontrando outra forma de trabalhar no pré-vestibular eu tô criando interesse por outras matérias que antes eu tinha aversão, como física por exemplo, só de assistir algumas aulas que o professor dá com uma paixão cativante.

Todo esse relato foi pra corroborar com a maioria: O trilho tem que ser feito pelos dois lados. Os professores precisam buscar os alunos e estes, por sua vez, darem-se ao trabalho de, pelo menos em respeito, fazer o que o mestre propõe. É importante chegar em cada aluno, em como cada um aprende melhor, a forma de trabalhar com eles. Sei que é difícil fazer isso onde cada professor tem que dar aula em 3 colégios e pra 600 alunos, mas esse é outro ponto de toda essa avalanche chamada problemas na educação

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[1] Cara, muita gente tem o hábito de elogiar professor de cursinho, mas eu quando estive em um achei um tremendo saco. Aula de cursinho dificilmente te faz aprender para o resto da vida, é mais naquela questão de aprender para passar no vestibular e acabou. Sem contar aqueles que mais posavam de modernão e legalzão, mas que eram de uma futilidade enorme. Pior ainda era ver uma plateia, tão fútil quanto, caindo em risadas por causa de cada historinha boboca que contavam. Não que isso seja completamente inútil, é efetivo para muita gente e de certa maneira cumpre seu objetivo que é o de aprovar no vestibular, mas não funciona no longo prazo e muitas vezes, tinha a sensação de perda de tempo. Serve para aquele um mês que precisa estudar antes de uma prova, mas esse tipo de ensino para uma aprendizagem de seis meses a um ano não se faz. Tanto é que em escola particular ninguém é assim, e isso que as escolas particulares conseguem resultados muito superiores da escola pública.

Quanto ao restante, eu na minha experiência pessoal, digo o seguinte: estudo não é para ser divertido, legal ou mesmo prazeroso no momento em que você se debruça aos livros e exercícios. O estudo é um investimento, para muitos cansativo ou mesmo doloroso, pode até ter momentos de prazer mas que não são a regra geral, e no mais é o que vai te catapultar para coisas maiores. Isso não impede que você tenha lá uma ou duas aulas a cada mês que sejam diferentes, mas no geral, é esforço e cansaço. A base de um estudo de sucesso é professor dominar a matéria e o aluno trabalhar e respeitar as regras. Quando um dos dois falha nesse quesito, qualquer tipo de aprendizado sai prejudicado.

Embora tenha gente que só gosta de professor de cursinho por causa das gracinhas, acho que têm seu valor os que sabem dosar essas brincadeiras e usam no momento de quebrar um pouco o ritmo de uma aula mais pesada pra descontrair um pouco antes de continuar. É difícil manter a concentração por dois horários consecutivos dependendo do assunto.

Têm escolas particulares que contratam professores de cursinho que se destacam, ao menos por aqui. E muitas delas passaram a dar seus próprios cursinhos preparatórios.

No fim, todo exagero faz mal. Mas algumas interrupções têm seus benefícios.

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[1] Cara, muita gente tem o hábito de elogiar professor de cursinho, mas eu quando estive em um achei um tremendo saco. Aula de cursinho dificilmente te faz aprender para o resto da vida, é mais naquela questão de aprender para passar no vestibular e acabou. Sem contar aqueles que mais posavam de modernão e legalzão, mas que eram de uma futilidade enorme. Pior ainda era ver uma plateia, tão fútil quanto, caindo em risadas por causa de cada historinha boboca que contavam. Não que isso seja completamente inútil, é efetivo para muita gente e de certa maneira cumpre seu objetivo que é o de aprovar no vestibular, mas não funciona no longo prazo e muitas vezes, tinha a sensação de perda de tempo. Serve para aquele um mês que precisa estudar antes de uma prova, mas esse tipo de ensino para uma aprendizagem de seis meses a um ano não se faz. Tanto é que em escola particular ninguém é assim, e isso que as escolas particulares conseguem resultados muito superiores da escola pública.

Quanto ao restante, eu na minha experiência pessoal, digo o seguinte: estudo não é para ser divertido, legal ou mesmo prazeroso no momento em que você se debruça aos livros e exercícios. O estudo é um investimento, para muitos cansativo ou mesmo doloroso, pode até ter momentos de prazer mas que não são a regra geral, e no mais é o que vai te catapultar para coisas maiores. Isso não impede que você tenha lá uma ou duas aulas a cada mês que sejam diferentes, mas no geral, é esforço e cansaço. A base de um estudo de sucesso é professor dominar a matéria e o aluno trabalhar e respeitar as regras. Quando um dos dois falha nesse quesito, qualquer tipo de aprendizado sai prejudicado.

Eu discordo completamente e concordo com o Douglas. Tinha professores que ainda por cima contavam piadas ruins, repetidas. Eu mesmo na fase da segunda etapa, quando trabalhava de manhã e estudava pela noite, tava completamente cansado, já não ria de mais quase nada. Ia pra aula e era concentração e cansaço puro. De todo modo, as brincadeiras são fundamentais pra dar uma respirada e deixar uma quantidade maior de ar oxigenar o cérebro, o que salvo engano é cientificamente comprovado que causa alívio de stress.

Sobre o estudo, inevitavelmente você enfrentará matérias que não te cativam e que serão um tormento. Mas muitas delas tem potencial, outras não (talvez por aquilo não ser exatamente sua praia). Contudo, é perfeitamente possível e desejável que o estudo seja um prazer. É um investimento, é cansativo e é doloroso*. Mas isso não impede o prazer. Isso só vai ser uma realidade distante se você tiver estudando pelo dinheiro que vai ganhar naquela profissão. Agora, é preciso tentar ver um pouco de prazer onde inicialmente não se vê nada, também. Se ficar desde a primeira aula já dizendo pra si mesmo que não gosta, que odeia... vai ser um tormento até o fim.

* Sobre o doloroso: pesquisas recentes mostram que antecipar uma atividade que você não quer fazer (uma obrigação, estudar, lavar a louça) acende no cérebro as mesmas regiões relacionadas à dor e ao sofrimento. A boa notícia é que isso passa rápido depois de uns minutinhos fazendo a tal atividade, é só você persistir um pouco. 

Quanto ao cansaço, muita gente não sabe estudar direito. Fica horas sentado, não se recompensa com pequenos intervalos, com um alongamento, uma levantada pra beber água e não beber a jarra de 5L de água que você deixou na mesa pra não ter que levantar, persistem na mesma matéria, etc.

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Aliás, só para deixar claro: não sou contra piadas ou histórias em aulas. O que eu não gosto é de professor show man. 

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