Bayern Bayern, Guardiola e o novo-velho

[Ricardo Bernardo]

Muito se criticou o Bayern de Munique e as mudanças feitas no esquema tático por Pep Guardiola neste início de temporada. Extraindo um pouco da loucura de Van Gaal na Copa de 2014 no Brasil e misturando ao seu estilo tiki-taka, Guardiola tentava e buscava a perfeição no seu modo de reinventar o futebol do Bayern, o seu estilo e, por que não, o modo como tem se jogado o futebol mundialmente.

Tentava e buscava, pois as duas últimas vitórias – 6×0 contra o Werder Bremen e 7×1 diante da Roma – provam que o time de Munique se reinventou e achou-se na loucura e sabedoria de Guardiola.

Posicionamento ofesnivo do Bayern contra o Werder. Xabi Alonso dono do meio e movimentação constante pelas pontas

Implementando o esquema 3-4-3, muito utilizado por Louis Van Gaal na Holanda durante a Copa, Guardiola tem mostrado variações distintas em um mesmo esquema de jogo. Com um elenco rico em opções e jogadores inteligentes taticamente, o Bayern depois de algumas rodadas vem encantando ainda mais do que já encantava.

Com a defesa sempre “alta”, Xabi Alonso comandando e ditando o ritmo do meio de campo, Lahm, Robben e Müller trocando de posições na direita, Alaba, Bernat e Götze pela esquerda, Guardiola, além da sua tradicional obsessão pela posse de bola, resolveu ser mais vertical e investir ainda mais na troca de posições e movimentação não só da sua parte ofensiva, como de toda equipe.

Sem posicionar os jogadores fixamente, buscando uma recomposição rápida quando perde a bola e manter a equipe compacta, Guardiola tem como inspiração não só a Holanda de Louis Van Gaal, como também a laranja mecânica de Johan Cruijff e companhia da década de 70. Estudioso e sempre inovador no que faz, o técnico entendeu a frase do saudoso Chacrinha de que nada nesse mudo se cria, tudo se copia. Mas, mais do que copiar, é preciso aprimorar, e isso o espanhol faz como ninguém.

O Bayern ofensivamente contra a Roma. Uma aula de posse de bola, movimentação e de como ser objetivo sem perder o controle do jogo

Nos últimos dois jogos, foram 13 gols marcados e apenas um sofrido. Contra Werder Bremen, pelo Campeonato Alemão, um acachapante 6×0, e pela Liga dos Campeões, diante da tão badalada Roma, um inapelável 7×1.

Como um rolo compressor, os baváros humilharam e mostraram não só pra Alemanha, como pra toda a Europa, que possuem um dos técnicos mais brilhantes de todos os tempos e um elenco vasto de opções, capaz de vencer e dominar qualquer concorrente na briga pelo título da Champions.

Sem Thiago Alcántara, Javi Martínez, Bastian Schweinsteiger e Badstuber, a pergunta que fica no ar é: até onde vai esse Bayern de Munique. Com um elenco rico e um técnico inovador, tem tudo para levar as principais competições em disputa.

Enquanto o Bayern pode conquistar, Guardiola já conquistou. O espanhol está, sem dúvidas, entre os maiores de todos os tempos. E, para sorte dos amantes do bom futebol, possui apenas 43 anos.

http://www.doentesporfutebol.com.br/2014/10/bayern-guardiola-e-o-novo-velho/

O Guardiola é muito inteligente mas o nível dos times que ele comandou ajudou bastante, só olhar o elenco que ele teve no Barça e o que ele tem agora no Bayern.