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Germain foi cabação demais, daí o Griezmann foi lá e ensinou como se faz quando se está livre na cara do gol.

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UEL é brincadeira pro Atletico. Esse time é top 5 da Europa, forçou cair na primeira fase da UCL só pra não perder pro Real de novo.

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Meu sonho é que contratassem o Luan para o lugar do Griezmann. Seria um clube, um campeonato e principalmente um posicionamento muito interessante pra ele.

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  • Leho. mudou o título para Marseille 0 x 3 Atlético de Madrid
Em 16/05/2018 at 18:19, Roman disse:

Meu sonho é que contratassem o Luan para o lugar do Griezmann. Seria um clube, um campeonato e principalmente um posicionamento muito interessante pra ele.

Falaram a mesma coisa do Ganso.

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  • Diretor Geral
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O Atlético de Madrid mostra que a tática do jogo é um reflexo da vida
Em seu 6º título no comando do time espanhol, Diego Simeone ajuda a entender como a identidade de jogo é um reflexo cultural da história de um clube

Por Leonardo Miranda
16/05/2018 18h25

O Atlético de Madrid mostra que a tática do jogo é um reflexo da vida

Os cursos e debates sobre gestão esportiva no Brasil discutem a ideia da “identidade de jogo” como exemplo de salvação financeira para clubes brasileiros. O pensamento prega que embalar os valores da torcida em um modelo de jogo dá retorno esportivo e financeiro, com a unificação de categorias de base e profissional jogando da mesma forma. A teoria foi propagada pelo sucesso do Barcelona, que já chegou a empilhar passes só com jogadores de base em campo.

Poucos exemplos são mais fiéis a essa cultura como o Atlético de Madrid. Simeone entendeu que os colchoneros valorizam o esforço, a disposição e o sofrimento como valores fundamentais para qualquer um que vista aquela camisa. Todos os conceitos táticos que norteiam as ações do time - da defesa ao ataque - são espelhos desses valores. É a mesma coisa que Diego Aguirre tenta fazer no São Paulo, ainda que a identidade são-caulina seja algo mais fluído e oblíquo.

Simeone também ajuda a entender o papel da tática como ferramenta de interpretação do futebol, não uma sentença com fim em si mesma. O time do Atlético aplica conceitos de jogo que têm nomes vindos do “tatiquês” e que necessitam de uma boa dose de virtudes humanas para dar certo. As coisas não se anulam, se complementam. E ajudam a abrir a mente e tirar a análise da identificação de números (4-4-2, 4-2-3-1, isso cada vez menos importa) e coloca o foco onde ele realmente está: dentro de campo.

Solidariedade como lema

Colchoneros enxergam a solidariedade como um fundamento básico para viver. É impossível ser feliz se o outro não está bem. Ser solidário é servir ao bem maior e também um exercício de humildade. Todos estão no mesmo patamar e todos precisam se sacrificar e dar um pouco de si. Aqui, protegendo sua área, é possível ver como a defesa atende ao objetivo mais com compactarão, alinhada em frente ao gol. É preciso muito sacrifício para ficar protegendo um espaço o tempo todo. Imagine como é difícil para Griezmann, habilidoso com a bola, se sacrificar para ficar correndo atrás? A superioridade numérica no setor da bola, marcada em amarelo, também é um reflexo disso: todo mundo se ajuda, vai para onde o adversário está jogando e ajuda a fechar o espaço.

Atletico de Madrid defendendo (Foto: Leonardo Miranda)
Atlético de Madrid defendendo (Foto: Leonardo Miranda)

Erro como oportunidade

Jogar no erro do adversário é ruim e feio? Ter iniciativa é sempre a melhor alternativa? E se você for pobre, quando a meritocracia fica na promessa e, mesmo com toda a iniciativa, não consegue igualar o esforço do mais rico? O erro do outro vira uma oportunidade de sucesso.

O Atlético pressiona sem parar o adversário porque interpreta os erros dos outros como oportunidade. Mas pressiona sem dó, sem cansaço, sem biquinho do mais talentoso. O gol que abriu o passeio de 3 a 0 é um ótimo exemplo. Veja como o time está postado com duas linhas de 4 bem estreitas, diminuindo o raio de ação do adversário. O que é perfeito no lance são as ações de Diego Costa e Griezmann. O primeiro corre para tirar a visão do goleiro, impedindo um passe seguro para Luiz Gustavo. Faz isso de forma rápida, tirando o tempo de pensamento na jogada. Na adrenalina do jogo, o goleirão liga com a única opção que parece ser segura.

Detalhe do 1º gol do Atlético (I) (Foto: Leonardo Miranda)
Detalhe do 1º gol do Atlético (I) (Foto: Leonardo Miranda)

Desistir não é uma opção

Construir oportunidades a partir do erro do adversário não é um jogo sem iniciativa. Pelo contrário. É preciso jogar muito futebol, mas nem sempre com a bola. O movimento de Gabi é de quem está há tanto tempo no clube que tem esse valor em cada jogada. Ele vê a opção pelo centro que vai receber a bola, sai do alinhamento e corre para roubar a bola. Ele sabia que o adversário ia errar o domínio? Não. Mas acredita que pode ajudar o time fechando o espaço da jogada.

Detalhe do 1º gol do Atlético (II) (Foto: Leonardo Miranda)
Detalhe do 1º gol do Atlético (II) (Foto: Leonardo Miranda)

A pressão na bola que Gabi faz na origem do 1º gol é coisa de time treinado há tempos. Porque é preciso muita repetição e exemplo pra convencer que tanto sacrifício resultará em algo. Gabi, assim como Griezmann, é técnico e confia em ter a bola para resolver uma partida. Mas ele joga sem a bola, perfeitamente, porque o objetivo do time é maior.

Essa tensão entre o que o jogador quer para si e o que o técnico quer do time compõe uma das principais tarefas do treinador: a do convencimento. O técnico é um negociador de ideias, está o tempo todo cedendo e impondo junto ao seu grupo. Um time vencedor é aquele que combina o melhor para o time encontra o melhor para o jogador, um casamento difícil e que dá certo para poucos a cada temporada.

O jogo de sacrifício de Simeone ajuda a colocar as coisas em perspectiva. Observe: a explicação para as imagens acima combina explicações emocionais com explicações táticas. Porque os dois são ferramentas para entender o jogo, e ao contrário do pensamento popular, não se excluem, muito menos configuram-se numa guerra de quem tem a voz mais alta. Ideias táticas precisam de uma boa dose de virtude humana para acontecer, do mesmo modo que humanidade sem organização vira caos.

Diego Simeone Atlético de Madrid x Olympique de Marselha (Foto: Reuters)
Diego Simeone durante Atlético de Madrid x Olympique de Marselha (Foto: Reuters)

Também clareia certas noções jurássicas que temos sobre o jogo. Ideias como “retranca como feio” e “defender como covardia” não são verdades, são narrativas vindas da década de 1950 que se tornaram verdades que guiam de modo errático a gestão e o jogo de vários clubes no Brasil. Como chamar o Atlético de Madrid de time defensivo, com um placar de 3x0? Se ser defensivo é ficar na defesa e abdicar da bola, como um time com mais posse de bola nem sempre vence? Ter ou não a bola são escolhas. É natural - e benéfico - que exista uma ou outra preferência estética. E estética, assim como beleza, é algo subjetivo, algo cultural.

Abra a mente para a cultura de vida e de jogo de Diego Simeone. As ideias táticas do Atlético são as crenças de vida de se torcedor. Porque o futebol é um reflexo do que somos: humanos.

@GLOBOESPORTE.com

E pra quem não gosta dessas análises táticas com imagens, é só pegar o vídeo do 1o gol e fazer a leitura que o cara fez:

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