clube do livro [CLUBE DO LIVRO] 3º Livro - O velho e o mar - Ernest Hemingway

[Pedrods]

Terceiro livro do clube, indicação do @bks.

 

O velho e o mar -  Ernest Hemingway

 

125 Páginas

 

Sinopse

Título mais vendido do autor no Brasil, foi agraciado com o Prêmio Pulitzer, em 1954.Depois de anos na profissão, havia 84 dias que o velho pescador Santiago não apanhava um único peixe. Por isso já diziam se tratar de um salão, ou seja, um azarento da pior espécie. Mas ele possui coragem, acredita em si mesmo, e parte sozinho para alto-mar, munido da certeza de que, desta vez, será bem-sucedido no seu trabalho.Esta é a história de um homem que convive com a solidão, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência e a inabalável confiança na vida. Com um enredo tenso que prende o leitor na ponta da linha, Hemingway escreveu uma das mais belas obras da literatura contemporânea Uma história dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.

 

Sobre o autor 

Ernest Hemingway (1899-1961) foi um escritor norte-americano. "Por Quem os Sinos Dobram" e "O Velho e o Mar", são os seus livros de maior destaque. Recebeu o Pêmio Pulitzer com o livro "O Velho e o Mar", em 1953 e o Nobel de Literatura em 1954.

Foi um dos principais representantes do ciclo literário norte-americano iniciado nos anos 20, o da “geração perdida”. Famoso pelo estilo de vida aventureiro, sua biografia e obra têm como cenários as touradas na Espanha, caçadas submarina em Cuba e safáris na África. Hemingway é fascinado pelo perigo e pela vida selvagem.

Ernest Hemingway levou para a literatura o estilo sintético do jornalismo. Nota-se essa concisão principalmente em obras que refletem sua experiência pessoal. No livro "O Sol se Levanta" relata o cotidiano de um grupo de expatriados boêmios, ingleses e norte-americanos, em Paris e Pamplona, depois da Primeira Guerra Mundial. No romance "Por Quem os Sinos Dobram" relata a história passada na Guerra Civil Espanhola, de um americano que se ligara à causa da legalidade na Espanha.

 

 

 

Prazo

 

Sexta-Feira, 06/05/2016

 

Seguindo a regra de 5 páginas por dia, dando uma gordurinha extra. Mais de um mês pra ler 125 páginas acredito ser um prazo bem razoável.

 

 

 

Todos são convidados a participar, quem ainda não manifestou interesse de entrar na lista de MP dos membros do clube use o tópico geral ou me envie uma MP. O objetivo do tópico do livro é pra discutirmos somente o livro.

 

Tópico geral: 

[Galford Strife]

Excelente escolha, quero ler esse livro faz tempo. kkkkk

[Amoba]

Quando o @bks comentou que era ganhador de Nobel e falou a década dele, fui procurar e bati o olho nesse, dai li algumas coisas e fiquei bem empolgado!

[ZMB]

Amigos.

Primeiramente quero parabenizá-los pela iniciativa. É uma ótima e saudável ideia o que vocês estão desenvolvendo aqui.

Infelizmente não estou participando do Clube da Luta do Livro por falta de tempo. Entretanto, não pude deixar de vir comentar sobre o título do mês.

Adquiri a obra a alguns anos, juntamente como For Whom the Bells Tolls, e ela se mostrou simplesmente sensacional.

Tenho certeza que vocês irão gostar muito. Façam bom proveito!

[felipevalle]

Poxa, já li vários dele. Estou tentando me lembrar o time de beisebol que o velho torce. Alguém se lembra?

[Amoba]

O que mais me encanta desse nosso Clube do Livro é que livros que talvez passassem desapercebido, você acaba lendo. Sei que o livro é premiadíssimo o autor idem, porém a temática acaba as vezes te distanciando. Um livro com a temática de pescaria talvez não me pegasse lendo a sinopse, e ai eu estaria perdendo essa obra prima. 

Spoiler

Uma das coisas que me distanciaria talvez desse livro é por associar a pescaria à algo monótono, e isso o autor não deixa acontecer um segundo, você fica com uma tensão desgraçada de acontecer algo com Santiago, ou o peixe se soltar depois de tanta luta. Monótono é a palavra que jamais resumiria esse livro, matei ele em um sábado e cada pagina que passava eu queria ler já a outra. Na volta, depois de seu troféu amarrado ao barco, quando os tubarões começam a aparecer, você leva fé de que Santiago irá chegar logo a costa e conseguir salvar o peixe quase intacto, mas depois eu só torcia pra que sobrasse ao menos o esqueleto do peixe, pra mostrar a vila que Santiago foi um guerreiro. 

E pra quem quer materializar a imaginação em forma de imagens, está aqui o curta que disputou o Oscar: 

Em 08/04/2016 at 21:08, felipevalle disse:

Poxa, já li vários dele. Estou tentando me lembrar o time de beisebol que o velho torce. Alguém se lembra?

New York Yankees 

 

[@Temujin]

Esse curta é demais, mas DEMAIS mesmo, consegue transmitir com louvor toda a ambientação do livro, e o traço em pintura a óleo é de encher os olhos. 

[Aleef]

Gostei do livro. O Santiago queria provar para todos que não era um peso morto. Ernest também caracteriza algo que é nítido no nosso cotidiano que o velho tem que ficar de boa, não presta para o sistema ( só para dar trabalho) essas paradas assim, na verdade ele cadencia algo que mostra o lado do ser humano. O sofrimento! Santiago ( quero saber porque santiago) Sabe? Acho que era muito na cara que o santiago era esforçado e lutava com ferocidade, mas será que hoje temos santiagos por ae?Já pararam para pensar que as vezes está uma calmaria, mas do nada vem um tubarão e dá uma mordida no seu troféu? Mas ao contrário do Santiago, as vezes deixamos que os tubarões comam a carne e que fique por isso mesmo. Não irei estender essa análise, mas de uma forma geral o Livro como um todo mostra que nós nascemos, vivemos e sobrevivemos lutando contra tubarões e que as vezes temos que deixar a maré trabalhar para que o objetivo que está na frente seja concretizado. Belíssimo livro!  

[Lowko é Powko]

Por acaso passei o olho por aqui e recentemente li o livro. Esse curta me interessou, favoritei aqui.

 

Sobre o livro, é bom, embora eu não tenha gostado muito da escrita. Pelo que tinha ouvido, esperava mais.

 

Ou pode apenas ser o caso de eu ser burro. Já teve livro que eu achei +-, fui ler análise depois e fiquei tipo "caraaaaaaio".

[Yago Passos]

Cheguei no fim do prazo, uma pena! Mas é um excelente livro.

[Galford Strife]

 Já li 1/3 do livro, vou tentar agilizar pra não perder o prazo. Correria tah foda :/

[Ariel']

LIVRÃO HEIN VAI TOMAR NO CU

Spoiler

FINAL DE MERDA FIQUEI PUTO

Mas o livro é muito bem escrito e angustiante. Fica aquela tensão de "caralho o que vai acontecer agora?". Foda, li em umas 6h.

Maluco, tem alguma teoria metafórica bizarra? Eu tentei montar algumas, mas...

[@Temujin]

Em 23/04/2016 at 16:03, Aleef disse:

 

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Gostei do livro. O Santiago queria provar para todos que não era um peso morto. Ernest também caracteriza algo que é nítido no nosso cotidiano que o velho tem que ficar de boa, não presta para o sistema ( só para dar trabalho) essas paradas assim, na verdade ele cadencia algo que mostra o lado do ser humano. O sofrimento! Santiago ( quero saber porque santiago) Sabe? Acho que era muito na cara que o santiago era esforçado e lutava com ferocidade, mas será que hoje temos santiagos por ae?Já pararam para pensar que as vezes está uma calmaria, mas do nada vem um tubarão e dá uma mordida no seu troféu? Mas ao contrário do Santiago, as vezes deixamos que os tubarões comam a carne e que fique por isso mesmo. Não irei estender essa análise, mas de uma forma geral o Livro como um todo mostra que nós nascemos, vivemos e sobrevivemos lutando contra tubarões e que as vezes temos que deixar a maré trabalhar para que o objetivo que está na frente seja concretizado. Belíssimo livro!  

 

 

Spoiler

Então, no começo ele realmente luta com tudo para tentar impedir mas num dado momento ele meio que desiste (quando não tinha mais arpão nem outra arma) e só espera a maré levar de volta para casa. 

Como você comentou, ele não deixou por isso mesmo e lutou até onde deu mas uma hora não tem como continuar.

[Pedrods]

Terminei o livro ontem mas so hojte tive tempo de vir aqui comentar, em cima do prazo haha.

Gostei, leitura rápida e prazerosa, quando comecei a achar a achar meio maçante (um pouco no começo), logo começou a engrenar. Confesso que achei o livro bom, mas nao o suficiente, ate que eu li uma resenha..

https://mscamp.wordpress.com/paginas-escritas/o-velho-e-o-mar-ernest-hemingway/

Ja responde uma pergunta..  O nome “Santiago” significa se auto-conhecer no sofrimento

 

Vou pegar alguns trechos interessantes da resenha, que me fizeram enxergar o livro de outra forma. 

Santiago quer mostrar suas forças, mas para isso precisa resgatar o lado “menino” que existe dentro dele, que não envelhece, e vai à busca do encontro consigo mesmo. O mar é o local apropriado para se interiorizar, pois representa a travessia da vida, é um lugar tranqüilo que o leva a refletir e recordar as lembranças. O encontro do velho com a criança que mora dentro de si, é que lhe dá a capacidade de se aventurar, a coragem de persistir nos seus sonhos, proporcionando a disposição de se arriscar, de usar a criatividade na solução dos problemas, de ter esperança, espontaneidade, enfim, de ir à busca do que lhe dá prazer: “pescar”.  

A criança lhe dá a motivação, e forças emocionais para lutar, prosseguir e não desanimar, mas isso não é suficiente, ele precisa também das forças físicas de seu tempo de menino, porém a carcaça envelheceu, o seu corpo e seus braços não correspondem mais aos seus desejos. “Queria muito que o menino estivesse aqui comigo” – queria as forças de menino. 

Mas Santiago não desiste de sua jornada, segue em frente, enfrenta momentos de sofrimento e prazer. A consciência de que tem um objetivo a ser alcançado o faz levantar mesmo com dor, e prosseguir rumo ao seu alvo. Inesperadamente, encontra forças para resistir, agora começa a ver uma saída, anteriormente estava tão confuso que não podia enxergar o que fazer “antes eu não enxergava, agora enxergo”, no momento em que se dispôs a agarrar aquela linha de esperança, podia enfrentar o “peixe” de maneira diferente, a paz interior reina em seu coração.  

No mar o velho afronta uma imensa batalha com o “peixe grande”, que representa seu sonho maior, a luta parece infinita, mas em meio a ela consegue pescar os “peixes menores”, que o alimenta e lhe dão a sustentação do corpo para continuar, renovando-lhe as forças, ou seja, a superação dos problemas mais simples serve de fortalecimento para os desafios maiores, são eles que constroem os degraus para se chegar ao objetivo, e conquistar a vitória.  

 

[_Matheus_]

Eu vou estourar o prazo. Tentar finalizar amanhã, mas esse FDS tá foda, cheio de parada da faculdade pra fazer.

[Ariel']

5 horas atrás, Pedrods disse: oculto

 

Santiago quer mostrar suas forças, mas para isso precisa resgatar o lado “menino” que existe dentro dele, que não envelhece, e vai à busca do encontro consigo mesmo. O mar é o local apropriado para se interiorizar, pois representa a travessia da vida, é um lugar tranqüilo que o leva a refletir e recordar as lembranças. O encontro do velho com a criança que mora dentro de si, é que lhe dá a capacidade de se aventurar, a coragem de persistir nos seus sonhos, proporcionando a disposição de se arriscar, de usar a criatividade na solução dos problemas, de ter esperança, espontaneidade, enfim, de ir à busca do que lhe dá prazer: “pescar”.  

A criança lhe dá a motivação, e forças emocionais para lutar, prosseguir e não desanimar, mas isso não é suficiente, ele precisa também das forças físicas de seu tempo de menino, porém a carcaça envelheceu, o seu corpo e seus braços não correspondem mais aos seus desejos. “Queria muito que o menino estivesse aqui comigo” – queria as forças de menino. 

Mas Santiago não desiste de sua jornada, segue em frente, enfrenta momentos de sofrimento e prazer. A consciência de que tem um objetivo a ser alcançado o faz levantar mesmo com dor, e prosseguir rumo ao seu alvo. Inesperadamente, encontra forças para resistir, agora começa a ver uma saída, anteriormente estava tão confuso que não podia enxergar o que fazer “antes eu não enxergava, agora enxergo”, no momento em que se dispôs a agarrar aquela linha de esperança, podia enfrentar o “peixe” de maneira diferente, a paz interior reina em seu coração.  

No mar o velho afronta uma imensa batalha com o “peixe grande”, que representa seu sonho maior, a luta parece infinita, mas em meio a ela consegue pescar os “peixes menores”, que o alimenta e lhe dão a sustentação do corpo para continuar, renovando-lhe as forças, ou seja, a superação dos problemas mais simples serve de fortalecimento para os desafios maiores, são eles que constroem os degraus para se chegar ao objetivo, e conquistar a vitória.  

 

 

 

Essa última parte que você colocou no spoiler foi justamente o que eu tirei do livro. Perseguição de objetivo.

[bks]

Bom, acho que a maior qualidade desse livro não é o plot em si, é esse jeito transcendental que ele tem, essa força do ser humano. É comovente pra caralho por causa disso. Apesar de não ter nada lá muito novo no jeito de escrever em si, o Hemingway escreve de um jeito seco, enxuto que consegue passar muito bem isso.

[Pedrods]

A escrita dele eh muito boa mesmo, fica bem atemporal, se eh que posso falar isso hahaha.

Livro foi escrito em 1900 e bolinha e mesmo assim ainda parece atual. 

[Galford Strife]

Gente, peço desculpas, mas fiquei de molho por alguns dias (bronquite violenta) e não consegui terminar ainda, farei o possível para falar minhas impressões no meio dessa semana.

[_Matheus_]

Li, gostei, mas também não me impactou pra caralho. Vou até ler a análise.

Spoiler

O começo eu achei, sim, mais monótono. A parte que pra mim foi o ápice foi o início das movimentações que trariam o peixe à tona. Pensei que em meio a tontura ele perderia o peixe ali. Quando começaram as mordidas, já imaginei a derrota e o osso no final de tudo. Isso já meio que ofuscou as nuances que o autor queria passar, ficou só a nítida luta. No final ele se sentiu até certo ponto querido, pela preocupação, reconhecido pelo osso, mas ainda senti que isso ainda era pouco pra ele. 

Foi uma persistência de objetivo, mas não sei até que ponto foi um sucesso ou um fracasso. O fracasso de perder linha, equipamentos e não conseguir um tostão, sequer comeu tantas partes do peixe quanto poderia após os ataques. Que ao menos colocasse um pedaço da carne dentro do barco, ou comesse algo pra não deixar só pros tubarões. O sucesso foi o reconhecimento das capacidades dele, mas isso, no papel de leitor, eu já sentia desde o começo, como o garoto.

 

[bks]

12 horas atrás, _Matheus_ disse:

Li, gostei, mas também não me impactou pra caralho. Vou até ler a análise.

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O começo eu achei, sim, mais monótono. A parte que pra mim foi o ápice foi o início das movimentações que trariam o peixe à tona. Pensei que em meio a tontura ele perderia o peixe ali. Quando começaram as mordidas, já imaginei a derrota e o osso no final de tudo. Isso já meio que ofuscou as nuances que o autor queria passar, ficou só a nítida luta. No final ele se sentiu até certo ponto querido, pela preocupação, reconhecido pelo osso, mas ainda senti que isso ainda era pouco pra ele. 

Foi uma persistência de objetivo, mas não sei até que ponto foi um sucesso ou um fracasso. O fracasso de perder linha, equipamentos e não conseguir um tostão, sequer comeu tantas partes do peixe quanto poderia após os ataques. Que ao menos colocasse um pedaço da carne dentro do barco, ou comesse algo pra não deixar só pros tubarões. O sucesso foi o reconhecimento das capacidades dele, mas isso, no papel de leitor, eu já sentia desde o começo, como o garoto.

 

Spoiler

Mas você acha que isso é relevante pro livro? Se foi um sucesso ou um fracasso? Acho que a mensagem é persistência, não importa o que acontecer, não importa se der errado, algo até meio irracional.

 

[_Matheus_]

Agora, bks disse:

Spoiler

Mas você acha que isso é relevante pro livro? Se foi um sucesso ou um fracasso? Acho que a mensagem é persistência, não importa o que acontecer, não importa se der errado, algo até meio irracional.

 

Spoiler

De fato não é de importância pro livro. Mas eu fico me questionando porquê persistência se não se chega onde quer chegar? A ideia é chegar em algum lugar, curtindo a caminhada, a travessia, mas chegando em algo, mesmo que isso não valha nada para os outros. Bom, de certo modo ele chegou onde queria. E perdeu tudo e isso não importa tanto pra ele.

Na análise o que achei mais legal é que a saudade do garoto, na verdade era uma metáfora para a vontade dele de ainda ser jovem.

De resto, a interpretação segue conforme a minha, mas com mais romantismo e valoração de todas as mensagens que o livro quis passar. De todo modo, foi uma leitura bem legal. Só não deu aquele match que me fez terminar o livro com aquela sensação de pensar que tudo é persistência e tal. Saca?

 

[Galford Strife]

Termine

 

Muito bom. A luta do velho tentando provar que ainda é util, que ainda consegue desempenhar sua função. A solidão dele desde que o menino parou de trabalhar com ele. As coisas poderiam ter sido melhores pra ele no final, mas acho que a maior prova foi pra si mesmo, por todo o tempo que ele conseguiu ficar lutando mesmo com a idade avançada.