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Adesão ao PROFUT já traz números positivos para o Flamengo


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Adesão ao PROFUT já traz números positivos para o Flamengo
 

O Flamengo liberou seu balancete correspondente ao terceiro trimestre, encerrado em 30 de setembro e os resultados, já incorporando as mudanças pela adesão ao PROFUT, são excelentes. Três pontos devem ser destacados:

 

- Redução do endividamento e melhoria no fluxo de caixa;

- Superávit no período de 12 meses consecutivos e nos 9 meses de 2015;

- Redução de despesas, mesmo com uma inflação acima de 8%.

 

Embora o resultado dos 9 meses esteja ligeiramente abaixo do que foi orçado, os resultados obtidos confirmam que a recuperação econômico-financeira do clube continua. Na apresentação desse balancete, o documento do clube fala em 2016 como “um ano de transição e investimentos fortes nas suas atividades fins para que possa consolidar a partir deste o início de um novo ciclo vencedor no plano esportivo.”

 

Ao torcedor, as únicas palavras que interessam em todo o documento são essas últimas da citação acima: “um novo ciclo vencedor”.

 

É natural e é o sonho de todo torcedor de futebol. O grande problema é que pela primeira vez o clube está pensando num ciclo vencedor sem trocar os pés pelas mãos, sem loucuras, sem a mínima consistência e conseguir tudo isso demora, não se alcança de uma hora para outra.

 

Para sorte do torcedor rubro-negro, até aqui a atual direção tem feito tudo que se propôs. Não se pode dizer que tenha sido feliz nos gramados, até porque a conquista da Copa do Brasil foi mais um acidente de percurso do que propriamente algo que estava no horizonte planejado. Como acontece com todas as direções de clubes no futebol, também a gestão Bandeira de Mello tem feito escolhas pouco felizes de técnicos e jogadores e tem errado no timing, especialmente no que diz respeito aos treinadores. Nada de anormal, porém, considerando o futebol brasileiro como um todo e nada que comprometa a gestão, principalmente considerando que a tarefa maior e de fato fundamental é recuperar o clube.

 

O futebol pode e deve esperar, por mais que o torcedor deteste ouvir ou ler essa consideração.

 

Receitas & Despesas e a vitória sobre a inflação

 

De 1º de janeiro a 30 de setembro de 2015, que é o período analisado pelo balancete, a Receita Bruta atingiu R$ 266 milhões, com um crescimento de 5,3% sobre o mesmo período em 2014. Na prática, entretanto, esse crescimento foi exatamente 1% menor que a inflação acumulada nesse período de 2015: 6,3%. Entretanto, considerando toda a conjuntura desse ano, foi um resultado excelente.

 

Nesse mesmo período, porém, sua Receita Líquida Recorrente, que é a receita operacional bruta sem os valores de transferências de atletas, e também já descontando os impostos e direitos de arena, foi de R$ 250 milhões, com um crescimento de 8,6%, o que representa um ganho real de 2,3% em relação à inflação desses nove meses.

 

Tomando o período de 12 meses consecutivos, novamente, a Receita Bruta bateu um novo recorde – R$ 361 milhões (sem arredondar: R$ 360,506 milhões), um aumento de 3,9% em relação ao total do ano de 2015. A Receita Líquida Recorrente nesses 12 meses (não esqueça: os 3 últimos de 2014 somados aos 9 primeiros de 2015) atingiu R$ 334,3 milhões, um novo recorde, também, com um crescimento de 6,3% sobre o ano anterior.

 

Se ganhar dinheiro é importante, gastar menos (e bem) é fundamental, sobretudo em momentos de crise ou de recuperação econômica, e no caso do Flamengo temos os dois: crise no país e recuperação no clube.

 

Nos primeiros nove meses de 2015 as despesas operacionais foram de R$ 164,6 milhões, valor que representou uma redução de 1,6% em relação a igual período no ano anterior. Como disse anteriormente, nesse mesmo período temos uma inflação (uso o IGP-M) de 6,3% ou de 8,3% considerando os 12 meses consecutivos – 1º de outubro de 2014 a 30 de setembro de 2015.

 

Esse é, a meu ver, o grande ponto a ser considerado e comemorado: mesmo com 6% de inflação, as despesas apresentaram uma redução superior a 1%! 

 

De acordo com a apresentação do balancete, essa redução foi conseguida com a aplicação de um programa de gestão de custos e os resultados vieram de economias com os gastos na folha de pagamentos e reduções nas despesas administrativas e gerais.

 

Os números poderiam ser ainda melhores, mas algumas receitas não se repetiram em 2015, como, por exemplo, a premiação pelo Carioca de 2014 e as receitas obtidas com os jogos finais desse campeonato. A inflação crescente também impactou negativamente a redução de despesas e, por fim, há um fator ainda não dimensionado com clareza, e não só pelo Flamengo, que é o impacto crescente da recessão econômica sobre os gastos dos torcedores, tanto nas adesões aos programas de sócios, como nas compras de produtos licenciados e idas aos estádios.

 

Dívida cai e PROFUT incrementa o superávit

 

O resultado operacionaldo Flamengo atingiu novo recorde: R$ 88,4 milhões nos primeiros nove meses de 2015, com um crescimento nominal de 16,4% em relação ao mesmo período de 2014. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado operacional atingiu novo recorde de R$ 117 milhões.

 

superávit do exercício, que abate do resultado operacional os gastos com as despesas financeiras e não considera os ganhos financeiros por conta da adesão ao PROFUT, atingiu R$ 53,1 milhões, um pequeno aumento de 0,5% em relação ao período de 2014. No acumulado dos últimos 12 meses, ele atingiu R$ 64,5 milhões, aumento de 0,4%.

 

Já o superávit total do exercícioincluindo os ganhos financeiros extraordinários de R$ 89 milhões por conta da adesão ao PROFUT, atingiu R$ 142,1 milhões, com o acumulado dos últimos 12 meses chegando a R$ 153,6 milhões, um aumento de 138,8%.

 

É importante destacar, como lembra a apresentação feita pelo clube , que mesmo que não houvesse o PROFUT o Flamengo teria apresentado bom desempenho, tanto no resultado operacional quanto no superávit do exercício. E tudo isso vivendo em meio aos desafios imensos da economia brasileira nesse período.

 

endividamento líquido atingiu R$ 463 milhões, uma redução de 15,9% em relação ao valor de 30/6/2015 e redução de 30,9% em relação ao valor em 31/12/2014.

 

endividamento bruto foi reduzido em mais de R$ 113 milhões nesse trimestre, atingindo R$ 574,2 milhões.

 

Segundo o documento de apresentação, esse números já mostram os impactos positivos do PROFUT na redução significativa das rubricas de imposta a pagar e também da redução da provisão de contingências. O clube ressalta, mais uma vez, que os valores de adiantamento de contratos mesmo estando no passivo não devem ser tratados como dívidas.

 

Tecnicamente, essa posição é correta, mas para efeitos práticos, considerando que eles terão que ser pagos, eu preferiria considera-los como dívidas. Mas, repito, essa é uma posição pessoal e baseada numa visão “conta de padaria”.

 

Desde o início de 2013 até 30 de setembro de 2015, um prazo de apenas 33 meses, somando-se juros e amortização do principal da dívida, o Flamengo já dispendeu como esforço financeiro de pagamento de dívidas e juros o total de R$ 332 milhões.

 

Esse valor é o equivalente a um ano inteiro de receitas do clube.

 

Como resultado, o principal da dívida bruta foi reduzido em R$ 203 milhões (queda de 26%) e a dívida líquida foi reduzida em R$ 256 milhões (queda de 36%).

 

Apesar disso, o clube considera fundamental que tanto a dívida líquida ao fim de 2016 se estabeleça abaixo do valor da receita líquida quanto a dívida de curto prazo esteja menor que os recebíveis de curto prazo.

 

Esse esforço adicional de desalavancagem do Flamengo é primordial e premissa absoluta para a sustentabilidade do ciclo de investimentos que se inicia.

 

Vou repetir o parágrafo acima, que copiei do texto de apresentação do balancete:

 

Esse esforço adicional de desalavancagem do Flamengo é primordial e premissa absoluta para a sustentabilidade do ciclo de investimentos que se inicia.

 

E por aqui termino o post. Há muitos outros números e considerações, mas considero que o importante para o torcedor está exposto. 

 

E o fundamental, especialmente para o flamenguista, está contido nesse alerta feito pelo próprio clube e que fiz questão de copiar e repetir.

 

Em tempo: nem é preciso falar da importância do PROFUT e da Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte. Muitos torcedores até se aborreceram com o número de posts a respeito e com a demora na tramitação, que chegou a quase três anos, mas esse post mostra os primeiros resultados concretos da nova lei. Por enquanto só para os torcedores do Flamengo, mas acredito que os efeitos positivos da LRFE atingirão todos os clubes.



Emerson Gonçalves - Olhar Crônico Esportivo
@globoesporte.com

A cada dia que passa, os clubes vão recebendo cobranças por uma administração profissional. Patrocinadores, governo federal e muitos outros envolvidos no esporte querem essa mudança.

E o Flamengo vem com essa proposta há um tempo e tem potencial (se a politicagem não atrapalhar) para concretizar seu plano. Enfim, acho que passou da hora de mais ações como essas e espero que dê certo para que profissionalismo e desempenho esportivo podem caminhar juntos.

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Melhor trabalho extracampo de um time de futebol moderno no Brasil, mas um trabalho bem porco no tocante ao futebol. Enquanto não conseguirem aliar os dois vão continuar sendo criticados.

E esse texto explica um pouco essa gestão do Flamengo e o trabalho de um clube que estava atolado em dívidas. O único problema é que houve um racha então ninguém sabe como vão ser os próximos 3 anos.

http://www.flamengo.com.br/site/noticia/detalhe/21284/conheca-a-visao-da-ey-sobre-a-reestruturacao-rubro-negra

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O melhor trabalho extracampo que já vi no Flamengo, mas, como disse a reportagem, o clube pecou no futebol. O que me dá raiva, é muitos olharem apenas para o futebol, para o que acontece dentro das 4 linhas, mas não olham o ótimo trabalho que o BDCCCCX faz. Tenho medo das eleições, porque há muitos ignorantes como esses que citei acima, e tomara que não tragam diretorias horríveis como a da Patrícia Amorim de volta.

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Claro que erros haverão no caminho. Mas se conseguirem avançar na questão do estatutos já será um avanço enorme para o clube.

Legal saber da parceria deles com a EY.

O melhor trabalho extracampo que já vi no Flamengo, mas, como disse a reportagem, o clube pecou no futebol. O que me dá raiva, é muitos olharem apenas para o futebol, para o que acontece dentro das 4 linhas, mas não olham o ótimo trabalho que o BDCCCCX faz. Tenho medo das eleições, porque há muitos ignorantes como esses que citei acima, e tomara que não tragam diretorias horríveis como a da Patrícia Amorim de volta.

Muitos irão olhar apenas para o futebol. Me lembro de dirigente (não lembro o clube, acho que aqui de SP) dizendo que não dava pra ser profissional porque ou ele ganhava títulos ou cuidava das finanças. Realmente, é torcer para que a próxima diretoria, se for de oposição, não destrua tudo isso.

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Claro que erros haverão no caminho. Mas se conseguirem avançar na questão do estatutos já será um avanço enorme para o clube.

Legal saber da parceria deles com a EY.

Muitos irão olhar apenas para o futebol. Me lembro de dirigente (não lembro o clube, acho que aqui de SP) dizendo que não dava pra ser profissional porque ou ele ganhava títulos ou cuidava das finanças. Realmente, é torcer para que a próxima diretoria, se for de oposição, não destrua tudo isso.

A modernização do clube passa por diversos setores, inclusive a modernização do estatuto. É um absurdo como os clubes movimentam milhões mas não seguem mínimas regras de transparência. Vários clubes não sabem dizer nem quanto deve realmente (Flamengo fez uma auditoria no começo dessa gestão e a dívida simplesmente dobrou), aí fica extremamente fácil roubar. Olha o que o Aidar fez no São Paulo, Eurico no Vasco, Patrícia Amorim no Flamengo etc. Somos reféns de corjas instaladas nos nossos clubes.

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Acho engraçado que a galera mete o pau falando que não adianta estar indo bem na gestão e mal no futebol, parece até que antigamente era o contrario né, que Flamengo ia se enrolando em divida e conquistando tudo.

Futebol continua a mesma zona de antes (menos pior um pouco, pelo menos os vazamentos de informações diminuiu), demitindo tecnico adoidado, cheio de panela no elenco, jogadores sem compromisso.. 

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O problema que nesses 3 anos tentaram demasiadamente justificar a incompetência do futebol com a competência em outras áreas. Esportes olímpicos, financeiro/administrativo, futebol etc. têm que ser vistos de forma separada. Utilizar do argumento de "as dívidas estão sendo pagas" pra justificar as incompetências do futebol é de uma pobreza tremenda. Do mesmo jeito que é tosco criticarem o pagamento de dívidas quando o time vai mal. São coisas independentes, não serve como argumento nem pra quem defende nem pra quem ataca.

Flamengo gastou dinheiro suficiente pra ter times melhores e não ter anos tão broxantes. Em pleno Flamengo 2015 pagar dívidas não deve ser mais motivo de orgulho e sim de obrigação. Já passou do tempo disso ser usado de muleta pra toda vida que o clube é incompetente em algo. Seja chapa azul, seja chapa verde, o belíssimo trabalho financeiro e administrativo tem que andar junto com o futebol. Só cuidar do futebol ou só cuidar do financeiro é fácil, fazer os dois já é algo complicado e que nenhum clube brasileiro conseguiu no passado recente. Espero que no próximo triênio o Flamengo consiga os dois, caso abdique de algum as críticas têm que ser cada vez maiores.

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Em pleno Flamengo 2015 pagar dívidas não deve ser mais motivo de orgulho e sim de obrigação. Já passou do tempo disso ser usado de muleta pra toda vida que o clube é incompetente em algo.

Concordo com tudo. Porém precisamos elogiar o trabalho de quem consertou a merda que a Era de Patrícia Amorim e outros fizeram.

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O problema que nesses 3 anos tentaram demasiadamente justificar a incompetência do futebol com a competência em outras áreas. Esportes olímpicos, financeiro/administrativo, futebol etc. têm que ser vistos de forma separada. Utilizar do argumento de "as dívidas estão sendo pagas" pra justificar as incompetências do futebol é de uma pobreza tremenda. Do mesmo jeito que é tosco criticarem o pagamento de dívidas quando o time vai mal. São coisas independentes, não serve como argumento nem pra quem defende nem pra quem ataca.

Flamengo gastou dinheiro suficiente pra ter times melhores e não ter anos tão broxantes. Em pleno Flamengo 2015 pagar dívidas não deve ser mais motivo de orgulho e sim de obrigação. Já passou do tempo disso ser usado de muleta pra toda vida que o clube é incompetente em algo. Seja chapa azul, seja chapa verde, o belíssimo trabalho financeiro e administrativo tem que andar junto com o futebol. Só cuidar do futebol ou só cuidar do financeiro é fácil, fazer os dois já é algo complicado e que nenhum clube brasileiro conseguiu no passado recente. Espero que no próximo triênio o Flamengo consiga os dois, caso abdique de algum as críticas têm que ser cada vez maiores.

Sinceramente prefiro muito mais não ir pra libertadores e ficar meio de tabela em 2013, 2014, 2015 mas pagar tudo o que pagamos de dívida do que ir pra liberta/g4 esses 3 anos e não vencer ela/brasileirão. Poderíamos ter montado times melhores nesses últimos anos sem gastar mais ? Sim. Os recursos poderiam ser melhor aproveitados. Mas de qualquer forma não tínhamos como montar times para disputar grandes títulos. Apesar disso, no fim desse triênio de sacrifícios ainda vamos sair com uma Copa do Brasil. Em 2016 com esses avanços já pode se falar de uma "obrigação" de entrar no g4...

Pagar essas dívidas é prioridade máxima, se o Flamengo seguir nesse caminho vai atingir uma qualidade absurda em 2020, tanto em elenco quanto em estrutura.

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Não acho que sejam coisas correlatas, muito pelo contrário, o investimento bem feito no futebol traz retornos expressivos no tocante ao financeiro. Flamengo ganhou MUITA grana naquele finalzinho de CDB, tanto com o aumento exponencial do ST como com a bilheteria estrondosa ali na final contra o Cruzeiro. A contratação do Guerrero do ponto de vista financeiro também aumentou demais tanto a venda de camisas e produtos em geral, como também o sócio torcedor. Um time bem feito no futebol é algo que repercute de forma positiva em todos os aspectos do clube, inclusive haveria uma maior paciência de boa parte da torcida.

Não to pedindo pra rasgarem a austeridade, como disse, isso já tem que ta enraizado no clube. Mas com o dinheiro gasto já era suficiente pro Flamengo fazer melhores campanhas e não termos um técnico a cada 3 meses. Criticas bem feitas sempre são bem-vindas, essa proteção exacerbada faz é mal pro clube. O que irrita é utilizarem a muleta do financeiro tanto pra defender como pra atacar qualquer incompetência do futebol. São coisas separadas, ao meu ver. Futebol tem um orçamento hoje. Se ele é mal gasto isso tem que ser criticado.

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