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Visitante João Gilberto

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Visitante João Gilberto

Iih Zicou...

 

Cedo ou tarde, vamos perder... ninguém se ilude com essa colocação, nossa briga inicial é para fazer um campeonato estável e sem sustos, melhor que o do ano passado. Depois de terminado o primeiro turno a gente vê o que pode almejar além.

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Já elogio o Eduardo desde o meio do ano passado, além de tudo ainda dá muitas chances pra base

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Andrés Sanchez declarou recentemente que achava o Eduardo Baptista o melhor treinador dessa última leva.

 

Não sei se concordo, mas ele faz um trabalho muito digno no Sport. Em breve deve estar em algum clube do eixo.

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André fazendo gol com passe de Maikon Leite e metendo uma bola na trave... eu fico só imaginando a cara dos torcedores de Palmeiras e Atlético-MG!! hehehehe Mais um jogo seguro, tranquilo, na medida do possível e o time vai ganhando moral para enfrentar quem quer que seja dentro ou fora de casa! Temos um elenco, finalmente.... ainda precisando de reposição nas laterais, mas totalmente cobertos nos demais setores... nunca pensei em ver um Sport assim depois de muito tempo! Dá gosto de assistir!

 

A cara do torcedor do Galo é: Que faça uma boa temporada e que a gente consiga vender ele final do ano pra qualquer mercado lixo por aí. Apostar nesse cara pra uma temporada é SUICÍDIO.

 

Ele ainda vai comer banco pro Hernane.

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Na mira de clubes mexicanos, Maikon Leite pode gerar dinheiro ao Palmeiras

 

 

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Nam véi! Peraê, já?!?!

 

:kidding:

Ele chegou a fazer alguma partida pelo Palmeiras esse ano ??

Pq só pode jogar por 2 clubes por temporada, e já teria jogado por Parmeira e sport.

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Visitante João Gilberto

Ele chegou a fazer alguma partida pelo Palmeiras esse ano ??

Pq só pode jogar por 2 clubes por temporada, e já teria jogado por Parmeira e sport.

 

Nem sei te responder isso, mas provavelmente sim... não acredito que ele tenha ficado quase 6 meses lá sem jogar.

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Nem sei te responder isso, mas provavelmente sim... não acredito que ele tenha ficado quase 6 meses lá sem jogar.

 

No primeiro jogo do Palmeiras no Paulistão, o M.Leite foi titular.

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Nem sei te responder isso, mas provavelmente sim... não acredito que ele tenha ficado quase 6 meses lá sem jogar.

 

 

No primeiro jogo do Palmeiras no Paulistão, o M.Leite foi titular.

Então se encaixa no mesmo caso do Léo moura (jogou por Fla e pelo time lixo dos EUA) e não pode mais jogar em nenhum clube até 2016..

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Visitante João Gilberto
 
Detalhista e filho de mestre: Eduardo Baptista, o técnico longevo do Brasil
As histórias e as lutas do comandante do Sport, o líder do Brasileirão
 
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Os cabelos brancos, apesar de escondidos pelo boné, são a primeira pista. As feições do rosto e a incipiente calvície, que até certo ponto já o incomoda, a segunda. Basta meia dúzia de palavras e o timbre da voz com sotaque de ‘r’ puxado, típico do interior de São Paulo, para questionar. O orador é Nelsinho Batista? Calma lá. É só prestar atenção, ouvir e fugir do rótulo fácil. Quem fala é Eduardo Baptista, filho de Nelsinho, verdade, mas já com história própria. Cheia de idas e vindas, nuances e riquezas, uma delas, talvez, a mais importante para o futebol: o comandante do líder do Brasileirão é, ao mesmo tempo, o treinador mais longevo do Brasil na Série A. 
 
Não é mera coincidência, diz o chefe do Sport. No dia 30 de janeiro de 2014, Eduardo, 45 anos, natural de Campinas, assumiu o time da Ilha do Retiro - perdeu as contas de quantos colegas de profissão foram demitidos desde então, e só na Série A deste ano são dez trocas. Assumiu a equipe e começou a trabalhar de forma interina e inesperada, assim como uma série de outros eventos na vida, o que, curiosamente, contrastam com a principal característica do seu trabalho, o perfeccionismo e o planejamento. Mas deu certo. Virou referência.
 
- O Sport mostra que não é assim que se faz futebol. A minha permanência aqui se torna cada vez mais importante. Não importa se é um jovem ou um experiente, o que importa é a continuidade. Estamos na contramão. É ruim eu ser o único. Tinha de ter mais uns oito. Por isso, o futebol patina.
 
Os números de Eduardo
101 jogos
052 vitórias
022 empates
027 derrotas
 
E pensar que tudo aconteceu após o terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão em 2011, que o obrigou a voltar ao Brasil. Temia pela segurança da família. Abandonou o pai e o Kashiwa Reysol. O trabalho como preparador físico iria resultar na presença da equipe no Mundial de Clubes. Foi parar no Paulista de Jundiaí no fim daquele ano, mas logo depois voltou ao Sport, onde já havia passado em 2008, para desenvolver o que sabia: cuidar do fôlego dos atletas. A crise do ano passado fez a direção pensar no filho de Nelsinho, o campeão da Copa do Brasil de 2008.
 
Deu certo, mas não foi fácil. Depois de ser efetivado em 14 de fevereiro, foi campeão pernambucano e da Copa do Nordeste de 2014. No Brasileiro, ficaria oito jogos sem vencer. E a perda do título estadual e do da Copa do Nordeste de 2015 quase lhe custaram o emprego. Mas ele continuou...
 
16.jpg

 

Confira a entrevista completa: 

GloboEsporte.com: Quem é o Eduardo Baptista?
 
Eduardo: Um cara simples, meio perfeccionista. Que quer que as coisas aconteçam em uma velocidade que, talvez, não tenham como acontecer. Mas amadurecendo muito. Dentro da minha profissão, muito justo. Procuro ter critérios para que, quando as coisas aconteçam bem, seja de uma forma que todos ao meu entorno possam vencer.
 
Como assim velocidade?
 
Às vezes se planeja algo... o ser humano tem muito disso. Cada um tem a sua velocidade, cada uma responde no seu momento. O perfeccionista quer ser rápido e nem sempre é possível. Eu busco isso. E sempre tendo a acelerar.
 
Fala no sentido de gerir grupo?
 
É difícil. É um grupo grande. Tenho 20 anos no futebol, um ano e meio como treinador. O comando gere 30 jogadores, todo o staff, toda uma comissão técnica, é uma responsabilidade muito grande. Tem as suas particularidades. Por isso, tenho uma comissão inteligente. Para a gente estar sempre tentado fazer as coisas acontecerem respeitando todo mundo.
 
E quando não acontece? Como o Eduardo reage?
 
É preciso buscar soluções. É lógico que se algo não acontece da primeira vez, se olha para dentro. Ver se a gente não está tentando algo impossível. Mas se analisei e vi que é possível se tenta uma troca. Se muda o planejamento. O planejamento não é uma linha reta, se pode mudar, ajustar para que ela ande bem.
 
E quando acontece? É só elogio?
 
É importante o elogio. Mas ao mesmo tempo tem de se pregar o pé no chão, olhar para trás. Ver que o preço que se pagou na conquista foi caro. Lembrar que sempre vai ter de pagar caro para continuar atingindo. Chegar no topo é difícil, mas se manter nele as dificuldades triplicam.
 
Antes de virar treinador, as coisas na sua vida aconteceram de maneira não planejada. Estava no Japão, houve um terremoto e decidiu voltar ao Brasil...
 
Era 2011 e eu trabalhava com o Nelsinho. Estava estabelecido, como preparador físico. O fim desse trabalho que iniciei acabou no Mundial, contra o Santos. Houve o grande terremoto, seguido de tsunami e as usinas nucleares explodiram... eu estava muito próximo, com crianças pequenas. Foi preciso tomar uma decisão. Foi a de voltar para cá. Na minha vida, aprendi assim: sempre tenho um plano, mas, às vezes, eu não controlo o que vai acontecer. Aprendi também a lidar com isso, a saber aceitar bem as mudanças. Para tentar direcionar ela ao melhor caminho. A minha volta, um momento de muita dificuldade, consegui transformá-lo em momento bom.
 
É parecido com o momento em que assumiu a equipe: tinha a pretensão de ser treinador e, ao mesmo tempo, falava que talvez não era o melhor momento. Aconteceu e hoje está consolidado no mercado...
 
Nunca pensei nisso, mas é parecido. Foi um terremoto. Quando voltei ao Japão, meu pai sempre foi um incentivador. Falava sempre que eu tinha o perfil de ser treinador. Que eu estudava. Tático. Durante o trabalhos com ele, me levava para a parte tática. Me mostrava, sempre conversou muito comigo. Quando fui embora, quando precisei deixa-lo lá, ele disse: ‘volta para o Brasil, mas tenta trilhar outro caminho, vai para o de treinador’. Tudo bem, mas as coisas aconteceram em outra velocidade. O Sport me chamou como preparador físico, eu precisava trabalhar. Eu continuei como preparador. Mas a sementinha estava na cabeça, a de ser treinador. Nem passava pela minha cabeça de que seria no Sport. Mas aconteceu e eu caí em uma situação de ter de assumir em um momento muito difícil. Grandes treinadores foram convidados, olharam o elenco e pularam para trás. Estavam com medo. Assumi, coloquei algumas coisas que aprendi e as coisas deram certo. Tudo muito rápido, vieram dois títulos, um início bom na Série A e consegui gerenciar bem tudo isso e agora estou aqui.
 
Como se faz para conciliar o desafio de treinar um time grande, como é o Sport, e ao mesmo tempo se qualificar?
 
Estudando sempre. O Sport me ajuda a estudar. Os nossos jogos eu assisto duas, três vezes. Esmiúço tudo. Passo tudo o que vejo aos atletas. Infelizmente, não temos muitos livros no Brasil para sentar e ler. Mas temos no mundo um repertório muito grande de campeonatos passando na televisão. Assistir de uma maneira analítica se tira algo. Se cria situações para dentro do Sport. Com isso, se cresce. Ainda tenho um plano de estudar, de fazer mais cursos. A CBF agora abriu cursos para treinadores de nível A. Sempre se busca o conhecimento. Daqui a dez anos, vou ter o mesmo pensamento.
 
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Por falar em formação... A sua principal veio pelo seu pai?
 
Sim. São dez anos vivendo lado a lado dele. Coloco o Nelsinho... convivi, enfrentei e cheguei a trabalhar com três grandes treinadores, falando taticamente. O Vanderlei Luxemburgo, o Tite e o Nelsinho. Taticamente, esses caras são imbatíveis. A leitura deles é incrível. Coisa que não é normal. Eu já tive, como preparador físico, ao lado do Nelsinho. Ele enfrentou o Vanderlei. Vi o que foi feito nos jogos, em vários deles. O Tite também. Então, tive um grande curso. Lógico que acabei criando a minha maneira de ver, treinar e jogar. Mas foi um grande aprendizado.
 
Esse é o lado bom. Tem o lado ruim de seguir a carreira do seu pai?
 
Eu passei mais dificuldade quando trabalhava como preparador físico com ele. Aí, acontecia: meu pai chegava nos clubes e perguntavam ‘quem era o preparador? O filho’. Isso era um peso. Mas transformei para o lado bom. O peso era ser o filho. Estar ali por ser o filho e não por ter qualificação. Sabia, então, que tinha de me preparar. Tenho pós-graduação em fisiologia, mestrado em ciência do desporto. Tinha de ser diferente. Fui estudar. Mas todo o clube em que eu chegava tinha a desconfiança. Com trabalho, as pessoas vão te conhecendo e elas te dão o valor. Quando cheguei ao Sport, tinha essa comparação. A expectativa era diferente: era de que eu fosse igual a ele. Nunca vou ser. Vou ter de ralar muito para alcançar o nível dele. Mas havia ainda a expectativa de que eu fizesse as mesmas coisas. Isso foi difícil mudar. Me perguntaram se me incomodava ser chamado de ‘filho do Nelsinho’. De maneira nenhuma. Sou fã desse cara, honesto, inteligente, trabalhador. Talvez um dia isso mude. Se não mudar, tudo bem. Eu sigo o meu caminho. E as coisas têm acontecido assim. 
 
Nelsinho foi campeão no Sport, é ídolo da torcida. Essa expectativa de fazer o que o ele faria, talvez, tenha sido a maior dificuldade no começo?
 
Sim, sim. Não foi uma barreira clara que dificultou o trabalho. Mas você sente. É silencioso. Tem essa comparação, teve, na verdade. Hoje não. A partir do momento em que há insucesso, a comparação fica mais forte. Nunca vou ser igual a ninguém. Procuro ser eu mesmo. A minha formação tática é com ele. Não tem como ser diferente, foram dez anos de convivência. Mas cada um seguiu esse caminho.
 
Quem faz essas comparações?
 
A imprensa foi tranquila. É mais o próprio torcedor, que te para na rua, no shopping. Nunca de maneira pesada, ofensiva. Mas há. Nunca me incomodou também. Até me ajuda. O Nelsinho aqui é o treinador do time dos sonhos, a seleção histórica do clube. E falamos de um clube de 110 anos. Então, tem um peso. Tem uma parte boa: ser filho dele me ajudou a abrir as portas para uma interinidade. Me deu talvez um pouco mais de paciência no começo. A imprensa eu acho até que me blinda um pouco. As críticas não são tão pesadas por ser filho do Nelsinho. Não que me protejam. Mas vejo que outros treinadores sofrem mais.
 
O olhar de desconfiança citado antes, aquele de ser o preparador físico do seu pai, impediu, alguma vez, o acerto com algum clube?
 
Não. Já tive dificuldades com atletas. Às vezes, o atleta tinha algum problema com o Nelsinho e não tinha coragem de fazê-lo. E eu era o canal direto. Hoje sou um cara muito mais tranquilo, mas como preparador físico já tive muito sangue quente. Tive de me policiar nisso. Não podia arrumar briga com um atleta por causa disso. Essa dificuldade, de relacionamento, sim, eu tive. Uns dois ou três casos aconteceu.
 
Sangue quente... quando começou a carreira de jogador, de zagueiro, costumava ser expulso...
 
Verdade. Tentei ser jogador. Não posso dizer que fui jogador. Tenho quatro ou cinco partidas no histórico de profissional. Estava em bom momento meu, no sub-20 da Ponte Preta. Meu pai nunca podia me ver. Quando eu jogava, ele treinava. Foi me ver duas vezes, as duas fui expulso. Na segunda, me abraçou e disse: ‘chega desse negócio aí, vai estudar’. Eu tinha 18 anos, comecei a faculdade com 19. Segui os conselhos deles. Eu era viril, pancada mesmo. nunca fui expulso por reclamação. Aí, o cara levantava e queria bater nele. Era meio maluco. Como preparador físico, trouxe um pouco disso. Menos. Mas acontecia. De ter pouca paciência. Mas o engraçado, algo contado pela minha esposa, a pessoa mais próxima, é de que quando viro treinador, mudo completamente. Quando assumi, pensei que seria o foco de tudo. Mudou uma personalidade forte. Não posso estourar por qualquer motivo. Ainda me policio, mas menos. Foi automático. O sangue quente não é só de estourar. Era também de comemorar gol. E isso é bom. Mas dei uma diminuída. Como treinador, tento crescer a todo jogo. Me analiso. Sou a referência de tudo.
 
Como é o Eduardo fora de campo?
 
Do mesmo jeito que sou perfeccionista aqui, sou em casa. É a minha maneira: faço as coisas certas, as coisas honestas, as coisas justas. Isso eu cobro e tento mostrar aos meus filhos. E é assim no trabalho. O Sport, hoje, acho que é o time mais disciplinado do campeonato. É uma conversa minha diária com ele. Na hora que tem de fazer a falta, faz. Toma o cartão. Mas também não vamos bater boca e levar cartão de graça. Para poder cobrar, não posso ficar me digladiando com o juiz. Tenho de dar esse exemplo. Uma vez ou outro escapa. Mas vem dando certo. Isso lá na frente é ganho técnico pois não perderei jogador. Temos de evitar as reclamações.
 
Exemplo, justiça... e quando um jogador passa da linha: seja disciplinar ou seja dentro de campo?
 
Em termos de campo, se tem de ter o equilíbrio. Se tem de analisar uma expulsão ou um cartão bobo. Cabe uma advertência, se for o caso. Não se pode deixar repetir. Fala uma ou duas vezes, na terceira, se toma providência. Fora de campo... eu e toda a comissão e a diretoria montamos um elenco para não ter problema fora de campo. Não que todos sejam santos aqui. O cara pode tomar a cerveja dele, ter as namoradas dele. Mas a gente procura trazer um perfil que nos ajude. É esse perfil que vai conquistar os resultados. Quando acontece a indisciplina, se conversa para que não aconteça mais e a diretoria que resolve. O nosso elenco é de, principalmente, muito caráter.
 
Você tem esse histórico mesmo, mas o Sport contratou um jogador que é conhecido por ter problemas fora de campo. É o André. Como foi lidar com essa contratação?
 
O André, tecnicamente, é indiscutível. Pela qualidade dele, nem deveria estar no Brasil. Quando chegou o nome dele e as circunstâncias do negócio, com ele se propondo a fazer isso, vi nele uma mostra de que deseja algo novo. Ele tem um contrato de performance. Não sei os moldes. Ou seja, ele tem de produzir. O contrato é curto, de seis meses. Quando ele se propõe a fazer isso, quebro um pouco essa regra. Vou acreditar no homem. Coloquei todas as minhas fichas nele, banquei ele aqui. Ele sabe disso. E confio nele. Acho que ele vai nos ajudar demais aqui, ele sabe. Se ele não render aqui, vai ter dificuldade quando acabar o contrato. Ele sabe que está reconstruindo a carreira. Vi nele essa vontade. Tenho certeza de que valeu a contratação.
 
 
É muito difícil lidar com jogador de futebol?
 
Já foi mais. Hoje, aquele jogador boleirão, que se atrasa, que não leva o treino a sério, que pensa que treino é treino e jogo é jogo... esse cara está perdendo mercado. As grandes equipes não contratam mais. Há uma seleção natural. Tive a oportunidade de trabalhar no Japão, onde a disciplina é muito grande. Vai fazer um trabalho de quatro contra dois, tem de mandar colocar a caneleira pois é sério, é pegada, é limite. Se treinava 50 minutos e era suficiente. Essa seriedade, sei que na Europa é assim também, é o que queremos. Estabelecemos isso para contratar jogadores. E a gente deixa de lado bons jogadores que não tenham comprometimento. Então, para o Sport hoje, é fácil lidar com o jogador. A gente elimina esse tipo de jogador ao não contratá-lo. O nosso jogador mais velho aqui, o Durval (tem 34 anos), ele chega uma hora antes e foi o último a sair do campo. E ele sempre quer mais. No último treino antes do jogo contra o Vasco, precisei falar a ele que tinha jogo e mandei ter calma. Guarda a energia. Não temos esse tipo de complicação. Se amanhã eu for a um clube que tenha, posso vir a ter dificuldade. Vejo ainda que os inteligentes estão mudando. Vejo que os jogadores que eram mais largados, se arrumaram e voltaram a um patamar melhor.
 
Ampliando a visão, saindo um pouco da realidade do Sport, em que estágio está o Brasil comparando a outros centros do futebol?
 
Em termos de treinos, evoluímos muito. Mas precisamos aperfeiçoar mais a base. Exemplo: o brasileiro acha que não precisa fazer treino técnico. Ele acha que sabe passar, que sabe fazer lançamento, que sabe cabecear... ele não gosta. O europeu e o asiático trabalham muito isso pois sabem que é uma deficiência. Por isso, o equilíbrio. Precisamos, desde a base, inserir trabalhos técnicos. Aí, no treino, o cara quer dar de três dedos, de chapéu. Só que no jogo ele não vai fazer isso. Aí, erra pois deixou de treinar. A gente vê a Seleção errando passes laterais lances bobos. E a gente era o melhor nisso. Perdemos pois deixamos de treinar.
 
São vários garotos da base do Sport com quem você trabalhou. Joelinton, Neto Moura, Ronaldo, Adryelson... O que significa essa base?
 
Um time como o Sport que não tem o poder financeiro de outros, não pode contratar tanto. A base é a saída. Tem de ter 40% do elenco formado pela base. Para você poder competir e, com o dinheiro que sobrar, contratar. Mas não adianta falar de base se não tiver estrutura. A vinda ao Centro de Treinamento foi fundamental. Não adiantava falar em base e o profissional treinar na Ilha do Retiro e a base, no CT. Eu não sabia nem quem eram os meninos. O caso do Joelinton é muito disso. Ele estava com a gente, tinha deficiência, voltou a base para fazer trabalhos específicos, alguns fundamentos. Um dia perdemos dois jogadores, e puxei o Joelinton. E ele fez dois gols no treino. Talvez naquele dia, se estivesse na Ilha e ele aqui, não o teria chamado e as coisas não teriam acontecido. A vinda para cá foi uma luta minha. Temos um trabalho forte para trazer mais jogadores. Ter mais olheiros. Investir. Nosso foco é muito o Nordeste. Se tem times que ‘roubam’ aqui do Nordeste, temos roubar deles também. Colocar cara no Sul em São Paulo e trazer meninos para cá.
 
E como é a sua relação com esses meninos?
 
Eu gosto muito da base, vim da base. Comecei como preparador físico do sub-20 da Portuguesa. Por quatro anos. Vejo a solução para o futebol na base. E sei que são meninos carentes. A família está longe, tem problema social. Não tem como. A gente se envolve ao ouvir a história. Quando faz gol, vou lá nele e digo para ter calma pois as dificuldades vão aparecer. Quando está mal, sou o primeiro a ir. Digo que as coisas vão melhorar. Muitas vezes estou mais tempo com eles do que com os meus filhos.
 
Por qual motivo é tão difícil um treinador em início de carreira ter apoio?
 
Tivemos uma safra de treinadores excepcional. Coloco aí Nelsinho, Vanderlei, Felipão, Levir, Abel... é uma geração altamente ganhadora. A que veio depois, não teve sucesso ao substituir. Faltou resultado. Por isso, a volta. Agora, tem a terceira. Espero estar inserido nela. Por isso, o perfeccionismo. Vi o que aconteceu na primeira, na segunda e quero estar na terceira. Sei que a paciência com o novo treinador é menor. Esse cara novo que perde três...a imprensa e a torcida pressionam, opa, pega um grandão que é escudo. A direção se protege. O Sport mostra que não é assim que se faz futebol. A minha permanência aqui se torna cada vez mais importante. Não importa se é um jovem ou experiente, o que importa é a continuidade. Estamos na contramão. É ruim eu ser o único. Tinha de ter mais uns oito. Por isso, o futebol patina.
 
É preciso haver um amadurecimento dos dirigentes?
 
Não falta amadurecimento ao dirigente. Falta ele saber o que quer. Planejamento. Se ele quer que o time jogue de uma forma ofensiva, tem de buscar um treinador que pense da mesma forma. Não adianta querer usar a base, e o treinador só usar medalhões. Já está errado aí. Esse é o ponto principal. Tive algumas especulações, não convites, mas só escuto alguma coisa quando acabar o ano aqui. Não vou abandonar. A classe do treinador também precisa ser cobrada. Não é um dinheiro a mais que vá fazer quebrar um contrato. Daqui só saio se os dirigentes acharem que têm de me trocar.
 
 
Você viveu dois momentos de muita dificuldade: oito partidas sem vencer na Série A do ano passado e agora a perda do Pernambucano e a Copa do Nordeste. Como foi a pressão?
 
Foram dois momentos de muita pressão. O primeiro, no ano passado, a gente vinha de um bom momento. Mas no departamento médico, tinha muita gente. Sabia que as coisas iriam melhorar dali a 15 dias com a volta de quatro titulares. Ali me deu uma tranquilidade. A direção entendeu assim. Passou a fase e melhoramos. O momento mais complicado foi agora. Era o mesmo grupo. Fomos eliminados duas vezes em dez dias. A pressão foi muito grande. Perdemos um jogo em Chapecó, pela Copa do Brasil, e o presidente me chamou para conversar. Não sabia exatamente o que iria acontecer. Poderia ser algo de que se não ganhar a próxima fica difícil. O que deixou contente e me deu força foi uma pergunta que ele fez: ‘o que temos de fazer para sair dessa situação?’. A pergunta mudou todo o cenário. Conversamos sobre os nossos erros, a maneira de jogar e o que iria acontecer. Foi um momento de tensão. Mas ele colocou o dedo, sem cobrança, e a partir dali a gente reverteu.
 
Por qual motivo há poucos times do Nordeste na Série A?
 
É triste isso. É um povo apaixonado por futebol. Lota estádios. A gente vê os estádios do Sul com 5 mil pessoas. E falam que tem bom público. Aqui, com 20 mil, tem pouca gente. Fizemos a final da Copa do Nordeste ao mesmo tempo de um jogo do Flamengo na Libertadores. Lá, tinha 50 mil. Aqui, 70 mil. O povo é apaixonado, compra a marca, apoia. Mas falta organização. A organização que o Sport tem falta aos outros. A organização administrativa, financeira, de tudo... Fico triste. O povo gosta de futebol. Essa falta de organização prejudica o Nordeste como um todo. A solução demora. Não é de dia pra outro. No Sport, dura dez anos. Teve dificuldades, caiu de divisão. Mas manteve o plano. Não se pode ter torcedor no comando. O dirigente tem de ser empresário, ter visão. Tem muito clube do Nordeste que começa bem, mas perde três jogos e demite treinador. Ao final do ano, troca todo o time. Não tem dinheiro para pagar, vira uma bola de neve. Aqui no Sport mantivemos 70%. Isso gera economia. É um processo longo.
 
Qual o seu sonho não realizado?
 
No Sport, é o dia em que eu pegar o Globo.com, o Lance!, o Jornal do Commércio e ver, no começo do Brasileiro, uma indicação de que o Sport é candidato a G-4 e não ao Z-4. O Sport tem de ser visto como time grande. Isso é de dentro para fora. Temos de fazer um bom campeonato, conseguir manter o elenco, ou a base dele, substituir as peças que a gente venha perder, e qualificar. O deste ano é melhor do que o do ano passado. E assim tem de ser no ano que vem. Falo que G-4 não é assim: ‘esse ano vai dar’. É muito complexo. No ano passado, ficamos no grupo dos seis primeiros até a vigésima rodada. Machucaram oito jogadores, ficamos 20 pontos atrás. É escadinha. Esse ano mais forte, ano que vem mais forte. Quem sabe a gente bate G-4, ano que vem pode disputar algo a mais. O meu sonho é ser apontado, não como Z-4 ou time intermediário, mas candidato. Mudar a visão. Como profissional, é conseguir dirigir grandes equipes. Pelo Brasil e pelo mundo.
 
Qual o seu maior medo?
 
Sou um cara muito família. Vivo no Recife com minha esposa e filhos. Sou feliz. E quando sair? Se perde três e é demitido, não poderei levar a minha família. Ela tem uma base. É meu porto seguro. Quando não estou bem, chego no meu sofá, a minha esposa vem, faz um carinho... é isso que me dá força. Meu medo é, pela instabilidade da profissão, não poder levar a minha família. Tenho uma filha que deseja ser jornalista, quem sabe ela não vira minha assessora de imprensa.
 
Todas as vezes em que citou o seu pai, pelo lado afetivo, usou a palavra pai. Todas as referências ao treinador, usaram o nome Nelsinho...
 
Faço essa diferença. No trabalho, chamava ele de Nelsinho. Quando saia, era pai. Foi uma maneira de resolver isso. Não poderia chamar ele no campo de pai. Nelsinho é um personagem. Meu pai é meu pai. Sou fã dele.
 
Por qual motivo o treinador brasileiro tem dificuldade de ter sucesso no Exterior?
 
O dia a dia do treinador brasileiro é muito bom. O preconceito que fica é que para ele trabalhar na Europa precisa ter o curso deles, o da UEFA. Porque nós temos de ir lá fora e fazer o curso? Temos de ter isso aqui, coma CBF. O nosso tem de ser reconhecido, ter uma formação boa. Isso vai qualificar o conhecimento que temos. Gerenciar um grupo no Brasil é muito diferente. Na Europa, não tem a figura do preparador físico. Treino é às 9h, começa às 9h. Treinador não quer saber se fez musculação e tal. Não à toa todos os grandes jogadores brasileiros levam preparador para fora. A metodologia é diferente. A cabeça do jogador europeu é mais fácil de administrar. O brasileiro tem de estudar. Tem de buscar qualificar. Esse movimento é importante.

 


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Visitante João Gilberto

Vacilo demais esse empate no final do jogo, o time recuou demais! Era jogo pra conseguir a primeira vitória fora de casa, que pelo jeito não serão muitas, visto que o time fora tem uma postura totalmente diferente.

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O uniforme reserva do Sport em 2015

 

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“Inspirado pela moda e as últimas tendências de estilo de vida. Com uma base preta combinando com laranja e cinza, traz o Leão para o seu habitat natural – o campo de futebol”.
 
Esta é a descrição do segundo uniforme do Sport para esta temporada, segundo o catálogo da Adidas, vazado na imprensa em dezembro 2014. A nova camisa, para os jogos fora de casa, circulou nas redes sociais antes do anúncio oficial do clube devido ao “trabalho” meticuloso de torcedores rubro-negros, vasculhando a web. O padrão listrado horizontalmente, em preto e cinza, traz a frase “uma razão para viver” nas costas.
 
Confira as versões masculina e feminina.
 
Ainda pela manhã deste 1º de julho começaram a ser postadas imagens da camisa em lojas do Recife, confirmando o design. O preço deve ser equiparado ao dos padrões recentes do Sport, de R$ 229.
 
Em relação ao catálogo da fabricante alemã, o texto apontava três novas camisas em 2015. Uma maio, o padrão em homenagem aos 110 anos do Sport, uma em julho, agora conhecida, e uma em setembro, misturando as cores azul, branco e vermelho, num “visual futurista”, segundo o catálogo.
 
Torcedor rubro-negro, o que você achou da camisa?
 
 
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Sei lá, não curti muito não.. se em vez de laranja fosse vermelho ficaria melhor.

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Visitante João Gilberto

E a maratona começou!!!!
 
- Internacional [C]
- Avaí [F]
- Atlético-MG [F]
- Palmeiras [C]
- São Paulo [C]
- Grêmio [F]
- Cruzeiro [C]
- Atlético-PR [F]
- Corinthians [F]
- Ponte Preta [C]
 
Vamo que vamo!!!!
 

:megusta:

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Falando dele, algo que passou batido no tópico do último jogo:

 

Quem o Sport não pode deixar sair é Eduardo Baptista. Nelsinho era mediano e pro nível que o Sport tinha em sua época tava até bom. Já o Eduardo, ele sim é diferenciado. Se eu não via o pai dele como técnico de seleção, ele ao menos tem muito potencial.


E porque digo que é ele que não pode sair? Porque é difícil o Sport passar incólume pelas janelas de transferências, e a esperança de manterem um bom nível passa justamente pelo comando. Sem o Eduardo Baptista, pra mim, o risco de rebaixamento volta, pois um novo treinador teria dificuldades com a falta de elenco e nem os titulares são grande coisa.
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Falando dele, algo que passou batido no tópico do último jogo:

 

Não passou batido, mas é que não tem muito o que comentar. Isso dependia muito dos resultados que graças a Deus deram certo e também da diretoria que teve peito pra segurá-lo quando vinha mal no início da temporada e foi eliminado nas semi-finais do PE e da Copa do Nordeste. EU sempre acreditei no trabalho dele e desde o ano falo que a diretoria deveria mantê-lo pelo máximo de tempo possível, porque enxerguei nele esse potencial... é um cara que estuda pra caralho e sabe trabalhar com a base, com jovens. Se de pendesse do imediatismo da torcida (tipo o Batata), ele já estaria fora há tempos. Mas agora, mesmo que o Sport não fique entre os 4 ao final da temporada, segurá-lo vai ser MUITO difícil! Espero que o clube tenha um projeto muito bom para que ele continue, porque também perderemos muitos jogadores importantíssimos! Seja por venda, seja por idade, mas enfim, vamos por etapas. 

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