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Por que suicídio mata mais do que homicídio e ninguém fala nada?


Visitante João Gilberto

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Visitante João Gilberto

Por que suicídio mata mais do que homicídio e ninguém fala nada?

Suicídio mata um número 2,5 vezes maior do que homicídios nos Estados Unidos todos os anos. Isto é, a chance de uma pessoa se suicidar supera o dobro da de ela ser assassinada. Ainda assim, pouco se fala no tema, a não ser quando alguém famoso, como Robin Wiliams, decide se suicidar.

De acordo com o Center for Disease Control and Prevention do governo americano, quase 40 mil pessoas se suicidam em média por ano nos EUA. Destas, cerca de 20 mil usam armas de fogo, outras 10 mil se sufocam e 6 mil se envenenam. Como comparação, 16 mil pessoas são assassinadas por ano nos EUA, sendo 11 mil delas por arma de fogo.

Para ficar mais claro

  • Suicídio - 40 mil mortes, sendo 20 mil por armas de fogo
  • Homicídio - 16 mil mortes, sendo 11 mil por armas de fogo
Em 2010, mais pessoas se suicidaram no mundo do que morreram em todas as guerras e assassinatos somados. Tenho certeza de que você conhece uma pessoa que se matou, mas talvez não conheça uma que tenha sido assassinada.

Apesar disso, vemos enormes campanhas que corretamente buscam aumentar a segurança e reduzir o número de homicídios. Mas são poucas que tratam do suicídio, visto como um tema tabu. Muitas vezes, como no caso de Robin Wiliams, o suicídio é motivado por uma crise de depressão que pode e deve ser tratada.

Diferentemente do que ocorre com uma pessoa quando ela é diagnosticada com doenças cardíacas, por exemplo, ser portador de uma condição psiquiátrica parece ser um crime. As pessoas têm vergonha de admitir que são portadoras desta condição temendo sofrer preconceito e mesmo seus familiares muitas vezes omitem. O certo, claro, seria buscar tratamento psiquiátrico.

Antes de terminar, mais um dado - o número de veteranos da Guerra do Iraque que se suicidou nos Estados Unidos é o dobro do número de americanos que morreram em combate no território iraquiano. Todos os dias, 22 veteranos de guerra dos EUA (Vietnã, Afeganistão, Iraque, Coreia e Segunda Guerra) se matam. Um em cada três veteranos de guerra já pensou em se matar. Dois em cada três veteranos que decidiram se matar cometeram o suicídio depois dos 50 anos.

Gustavo Chacra

E um dado do ano passado pra acrescentar:

Segundo OMS, suicídio mata mais que homicídios e guerras combinados

Os tristes palhaços

Ouvi uma piada uma vez: Um homem vai ao médico, diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.
O médico diz: “O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.”
O homem se desfaz em lágrimas. E diz: “Mas, doutor… Eu sou o Pagliacci.”
A fala acima, da série de quadrinhos Watchmen, resume bem uma das figuras clássicas da humanidade, a do palhaço trágico. Do Pierrot, que vivia triste por conta da Colombina na commedia dell’arte já no século XV até o antissocial Krusty, o palhaço distímico e viciado dos Simpsons, a figura do sujeito que expõe a contradição humana ao carregá-la em suas costas é constante.
As mortes do ator Robin Willians e do também humorista Fausto Fanti, ambas provavelmente por suicídio, são a face mais trágica de uma condição que se comprova mais comum do que imaginamos, segundo um estudo publicado nesse ano. Nada menos do que 523 comediantes foram convidados a preencher uma escala de sentimentos e experiências que avalia sintomas próximos do transtorno bipolar e da esquizofrenia:
A. Experiências inusitadas – como pensamento mágico, crença em telepatia e outras distorções da percepção;
B. Desorganização cognitiva – distraibilidade e dificuldade em focar os pensamentos;
C. Anedonia introvertida – capacidade reduzida de sentir prazer social ou físico, incluindo aversão à intimidade; e
D. Não-conformismo impulsivo – tendência à impulsividade e reduzido autocontrole.
Como comparação, 364 atores e 831 "não-artistas" também responderam às perguntas. Os resultados mostraram não só que os comediantes obtêm pontuações mais altas do que a população em geral em todos os aspectos, como também vão além dos atores, levando tais características ao limite. Ainda mais significativo, ao contrário dos atores, os humoristas apresentavam ao mesmo tempo altos níveis nas dimensões de anedonia e de impulsividade, o que para os pesquisadores é um paradoxo: uma apontaria para introversão e depressão, a outra para extroversão e euforia. Parece que para fazer rir é preciso ter uma personalidade parecida com a antigamente denominada psicose maníaco-depressiva.
De fato a capacidade de juntar elementos distintos é uma característica da criatividade, mas também das psicoses. Já a habilidade de fazê-lo de forma surpreendente e rápida é central para o humor, mas surge igualmente nos episódios maníacos. Sendo assim, o dom de criar piadas parece ser mais fácil para as pessoas que vivem perigosamente próximas tanto da psicose como dos picos e vales do humor. Ainda que não sejam doentes os comediantes caminham na corda bamba, e da mesma forma que o equilibrista nos emocionam justamente por correrem o risco de cair.
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Suicídio é uma decisão pessoal, do indivíduo para o indivíduo - condicionada socialmente, concordo, como tudo - mas ainda assim pessoal. Salvo casos de crianças vítimas de bullying, por exemplo, e outros casos excepcionais, tenho minhas dúvidas sobre até onde o Estado tem que fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

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  • Vice-Presidente

Suicídio é uma decisão pessoal, do indivíduo para o indivíduo - condicionada socialmente, concordo, como tudo - mas ainda assim pessoal. Salvo casos de crianças vítimas de bullying, por exemplo, e outros casos excepcionais, tenho minhas dúvidas sobre até onde o Estado tem que fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

Mas eu acho que o cerne da questão não é o suicídio, é o preconceito que pessoas que sofrem de problemas psiquiátricos na sociedade moderna recebem dos outros e muitas vezes dela mesmo. Muita gente que acha que depressão é frescura, bobagem, que é culpa do cara estar deprimido, etc. Eu acho que o Estado tem a obrigação de conscientizar as pessoas que é uma doença séria, grave e muito comum. O suicídio pode ser uma decisão pessoal, mas a depressão não é.

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Visitante João Gilberto

Sinceramente, pra mim depressão é sintoma de uma sociedade que deu errado.

O Japão tem uma taxa de suicídio enorme entre os jovens, tu acha que eles são uma sociedade que deu errado?! Ou está se referindo ao mundo como um todo?!

Outros dados:

10 países com as maiores taxas de suicídio no mundo

Rio Grande do Sul lidera estatísticas de suicídio no país

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A resposta é muito simples, a taxa de homicídios depende diretamente da postura do Estado, suicídio não, tanto é que os países com os maiores índices de suicídio são os países nórdicos, onde a taxa de homicídio é baixíssima, portanto, suicídio não tem ligação direta com ações do Estado.

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O Japão tem uma taxa de suicídio enorme entre os jovens, tu acha que eles são uma sociedade que deu errado?! Ou está se referindo ao mundo como um todo?!

Outros dados:

10 países com as maiores taxas de suicídio no mundo

Rio Grande do Sul lidera estatísticas de suicídio no país

acho que é um sintoma da pressão que a sociedade exerce nas pessoas hoje em dia, que se pressionam ainda mais

a gente ve noticias, facebook, etc e acha que todo mundo vive uma vida perfeita e bla bla bla, e na verdade, a coisa é bem diferente disso.

sobre o preconceito da sociedade, eu acho que isso é muito mais da midia e de desinformados do que da sociedade em geral, acredito que todos nós conhecemos alguem com diagnostico de depressão, e sabemos o quão dificil é o tratamento dessa doença

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"Ouvi uma piada uma vez: Um homem vai ao médico, diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.
O médico diz: - O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.
O homem se desfaz em lágrimas. E diz: - Mas, doutor... Eu sou o Pagliacci.
Boa piada. Todo mundo ri. Rufam os tambores. Desce o pano."

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Acho muito fácil jogar tudo na conta do Estado, a questão é mais embaixo.

Homicídio?? Quando falta educação, estrutura pública minimamente aceitável, saneamento básico, distribuição de renda de forma mais igualitária e segurança pública bem equipada, na conta de quem mais isso seria colocado?? Da população?

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Essa lista de países com mais depressão me lembrou um artigo que li a um tempo atrás, e que nunca mais achei, sobre os países ricos, a falta de objetivos (tudo é tão fácil, tu consegue tua grana tão rápido) que nem dá graça, é uma parada meio Ouro de Tolo do Raul Seixas, se a gente pelear demais pra chegar, capaz de nem chegar, mas se chegar vai achar que foi fácil demais.

A diferença entre salários nos países decentes desse mundo é pequena, é bem distribuído, até demais, perde a competitividade do capitalismo, assim como uma ausência de crescimento também tiraria a vontade de viver. Essa parada é interessante de se analisar, na Suécia que temos uma das menores taxas de diferença de salários, vemos um crescimento novo da religião justamente a essa depressão que o país sofre.

São tantos fatores, pra tantos países, pra tantos casos (que muitas vezes são isolados) que dá pano pra 50 páginas haha

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Não lembro qual REVISTA que classificou o suicídio como a "doença do século".

Até agora, a pesquisa tem se provado verdadeira.

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O Japão tem uma taxa de suicídio enorme entre os jovens, tu acha que eles são uma sociedade que deu errado?! Ou está se referindo ao mundo como um todo?!

Outros dados:

10 países com as maiores taxas de suicídio no mundo

Rio Grande do Sul lidera estatísticas de suicídio no país

Sim, eu acho. Japoneses trabalham 18 horas por dia com coisas desinteressantes, pra mim isso é uma sociedade que deu muito errado. Não é porque eles andam de terno e tem o rótulo de 'bem-sucedidos' que podem ser associados a terem dado certo.

Mas pensando bem dar certo é relativo, pode ser uma sociedade que deu certo pra muita gente aí. Muita gente que não vê a luz do sol há dias porque tá num escritório de contabilidade brincando de Excel.

Vou ser utópico e idealista nesse meu próximo comentário, mas enfim, alguém se suicida no Camboja? São todos budistas e acima disso procuram entender coisas que julgam mais importantes do que se preocupar com os sapatos que vestem (e se vestem). Embora tenha parecido que isso foi uma apologia ao budismo, se você pegar as estatísticas a maioria dos japoneses é budista junto com outra religião que não me lembro o nome agora, mas a questão é compreender do que se trata a vida, talvez. (até porque tentar responder essa pergunta é muita prepotência, mas não custa tentar).

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Homicídio?? Quando falta educação, estrutura pública minimamente aceitável, saneamento básico, distribuição de renda de forma mais igualitária e segurança pública bem equipada, na conta de quem mais isso seria colocado?? Da população?

Suicídio. Lamento se não fui claro.

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Depressão não é uma doença orgânica, relacionada a alterações fisiológicas e a produção de determinadas substâncias químicas dentro do cérebro?

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Visitante João Gilberto

Depressão não é uma doença orgânica, relacionada a alterações fisiológicas e a produção de determinadas substâncias químicas dentro do cérebro?

Existem fatores orgânicos, mas não resume-se apenas a isso, tanto que qualquer bom psiquiatra além de medicar aconselha acompanhamento psicológico no sentido de fortalecer as defesas contra novos episódios depressivos. Fosse apenas orgânico, já haveria cura ou controle, mas o que se dá é justamente o contrário: aumentam mais e mais os casos a cada ano.

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Talvez por causa do imenso preconceito que existe contra pessoas deprimidas...

Pessoas deprimidas, especialmente homens como nós, são geralmente consideradas fracas, moles, afeminadas, e existe toda uma tendência de esconder essas "falhas", o que dificulta, imagino, a aceitação da própria pessoa e de sua família que tem essa doença, que por conseguinte torna o tratamento mais complicado..

Mesmo quando é praticamente fato conhecido que a pessoa tem depressão, independente do sexo, algumas pessoas fingem que não tem nada de ruim acontecendo com elas, que está tudo bem, e que não há a necessidade de se preocupar (tenho uma tia que me parece ser assim, mas de uma forma que eu diria ser mais leve).

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