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Lyon 1 x 0 Juventus


Henrique M.

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Que time horroroso essa Juventus. Sarri ainda não chegou perto de fazer o time jogar como ele gosta. 

Bruno Guimarães bem a vontade. Que meiuca ele e o Aoar. 

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  • Vice-Presidente
1 hour ago, Ighor S. said:

Que time horroroso essa Juventus. Sarri ainda não chegou perto de fazer o time jogar como ele gosta. 

Bruno Guimarães bem a vontade. Que meiuca ele e o Aoar. 

CR7 atrapalha o Sarrismo.

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Pior que é bem estranho o Sarri não fazer esse time jogar direito. Claro que o meio da Juve é zoadinho tirando o Pjanić, mas mesmo assim deveria ser capaz de jogar melhor.

Se bem que eu vejo a Juve parecida com o Barcelona em questão de time, parece que é um timaço fortíssimo mas se você olhar com atenção vê que falta pelo menos uns 4 titulares de alto nível ainda pro time ficar bem top.

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  • Vice-Presidente
10 hours ago, Ighor S. said:

Por favor, discorra.

Para você não pensar que é má vontade com sua pessoa, já iniciei a pesquisa para justificar minha opinião. Mas não sei quando sai.

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  • Leho. changed the title to Lyon 1 x 0 Juventus
Em 27/02/2020 em 06:31, Henrique M. disse:

Para você não pensar que é má vontade com sua pessoa, já iniciei a pesquisa para justificar minha opinião. Mas não sei quando sai.

Fico no aguardo então. Pelo que o Napoli do Sarri jogava, um jogador como Cristiano, não só por ser o Cristiano, era pra encaixar bem demais. Tanto nas pontas como no centro do ataque.

Agora, falando sobre a Juve, a forma como terminaram o jogo, com o Dybala pelo meio me pareceu beeem melhor. Rabiot também não pode ser titular em um time com as pretensões da Juve. Iria de 4-3-2-1 com Pjanic e Betancur, Robozão, Dybala e Cuadrado e Híguain.

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2 hours ago, Ighor S. said:

um jogador como Cristiano, não só por ser o Cristiano, era pra encaixar bem demais. Tanto nas pontas como no centro do ataque.

Eu esperava muito que o Sarri fosse o cara que fizesse o Cristiano virar centroavante de vez, porque ele tem totais condições de ser isso, mas continua na ponta na maioria das vezes.

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9 minutos atrás, EduFernandes disse:

Eu esperava muito que o Sarri fosse o cara que fizesse o Cristiano virar centroavante de vez, porque ele tem totais condições de ser isso, mas continua na ponta na maioria das vezes.

Era o que eu esperava com o passar do tempo também, mas a idade vem chegando e ele continua jogando na ponta. Se o Douglas Costa não fosse tão de vidro, poderia ajudar nessa mudança.

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  • Diretor Geral
On 2/26/2020 at 7:59 PM, EduFernandes said:

Pior que é bem estranho o Sarri não fazer esse time jogar direito. Claro que o meio da Juve é zoadinho tirando o Pjanić, mas mesmo assim deveria ser capaz de jogar melhor.

Se bem que eu vejo a Juve parecida com o Barcelona em questão de time, parece que é um timaço fortíssimo mas se você olhar com atenção vê que falta pelo menos uns 4 titulares de alto nível ainda pro time ficar bem top.

De uns anos pra cá a Juve tem tido uma postura no mínimo estranha pra montar seu elenco (e consequentemente, seu meio-campo). Os caras não procuram reforçar o plantel com jogadores de potencial, que se combinem, que tenham uma conexão mínima que seja e consigam formar um setor coeso, eles simplesmente trabalham com negócio de oportunidade.

O Ramsey é um caso do tipo. O cara é um bom meia? É, sem dúvidas, mas o Pjanic é um cara melhor e que tem características parecidíssimas com ele. Pra quê trazer então? Só porque ficou livre?

Porra...

Além do que tá cheio de meio-campista em fase descendente nesse time. Fica difícil dessa forma.

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2 hours ago, Leho. said:

De uns anos pra cá a Juve tem tido uma postura no mínimo estranha pra montar seu elenco (e consequentemente, seu meio-campo). Os caras não procuram reforçar o plantel com jogadores de potencial, que se combinem, que tenham uma conexão mínima que seja e consigam formar um setor coeso, eles simplesmente trabalham com negócio de oportunidade.

O Ramsey é um caso do tipo. O cara é um bom meia? É, sem dúvidas, mas o Pjanic é um cara melhor e que tem características parecidíssimas com ele. Pra quê trazer então? Só porque ficou livre?

Porra...

Além do que tá cheio de meio-campista em fase descendente nesse time. Fica difícil dessa forma.

Pois é. O meio é cheio de jogador Box-to-box mas com pouquíssima criatividade.

Pra ver o nível, contrataram o Can e continuaram com o Khedira, sendo que a característica era quase a mesma. E ainda venderam o Can agora e continuaram com o Khedira, que claramente tá decadente.

Fora ter no elenco gente como De Sciglio, Danilo e por isso precisar improvisar o Cuadrado na LD.

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  • Vice-Presidente
6 minutes ago, EduFernandes said:

Pra ver o nível, contrataram o Can e continuaram com o Khedira, sendo que a característica era quase a mesma. E ainda venderam o Can agora e continuaram com o Khedira, que claramente tá decadente.

Fora ter no elenco gente como De Sciglio, Danilo e por isso precisar improvisar o Cuadrado.

Khedira é um monstro sagrado do futebol. Devem existir poucos meio-campistas com a mesma inteligência que ele. Compará-lo com o Can é sacanagem. Quem é Can na fila do pão? O problema do Khedira é que o corpo dele já não aguenta mais as exigências do futebol de alta competitividade.

Cuadrado só foi improvisado porque DeSciglio e Danilo machucaram mesmo.

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4 minutes ago, Henrique M. said:

Khedira é um monstro sagrado do futebol. Devem existir poucos meio-campistas com a mesma inteligência que ele. Compará-lo com o Can é sacanagem. Quem é Can na fila do pão? O problema do Khedira é que o corpo dele já não aguenta mais as exigências do futebol de alta competitividade.

Cuadrado só foi improvisado porque DeSciglio e Danilo machucaram mesmo.

Concordo, mas aí o que eu disse vai nessa linha mesmo, Khedira tá decadente já, e fechando com o Can, não faz sentido você manter o Sami, deviam buscar uma reposição a ele, com essa característica de ser um jogador mais inteligente, já que o Can é mais físico.

Isso do Cuadrado deram sorte, até porque ele improvisado é melhor que os dois.

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  • Vice-Presidente
On 2/26/2020 at 10:51 PM, Ighor S. said:

Por favor, discorra.

Para falar disso, é impossível não analisar as quatro temporadas anteriores do Sarri, os erros e os acertos. Por isso, temos que voltar até a temporada 2014/2015, antes do Sarri chegar ao Napoli e seguir até hoje. O Napoli ficou em 5º lugar, no final da temporada, decidiu não continuar o trabalho de Rafa Benítez. Ao invés disso, preferiu buscar um técnico que estava fazendo o Empoli jogar muito acima das pretensões, aliando boas atuações com resultados acima do esperado para a equipe. O Empoli havia acabado de retornar à Serie A e a expectativa é que caísse. Ficou em 15º e sem jogar o futebol tradicional das equipes que normalmente sobem na bota.

O time do Napoli jogava em diversas variações de quatro zagueiros e 5 meio-campistas, sendo a mais comum o 4-2-3-1 . Com o 11 inicial que mais jogou sendo composto por Rafael Cabral (lesionou e Andújar terminou a temporada), Maggio/Mesto, Koulibaly, Albiol, Ghoulam, Inler, David López, Callejón, Hamsik, Mertens e Higuaín. 

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Além disso, o elenco já contava com um Insigne que passou boa parte da temporada machucado, e um Jorginho que entrava em regime de rotação no meio-campo. Ou seja, do 11 inicial do Napoli naquela temporada, boa parte dos jogadores que iriam brilhar sob o comando de Sarri já estava lá antes de sua chegada. Com isso, Sarri chega no verão europeu de 2015 e começa o seu trabalho. O Napoli contrata Hysaj, que esteve com ele no Empoli, Allan (Udinese), Valdifiori, que também esteve com ele no Empoli, Chiriches, Gabriel, Chalobah, Reina e Maiello.

O time começou mal, mas engrenou e chegou a ser campeão de inverno. Alavancados pela excelente parceria criativa entre Hamsik e Jorginho, e o faro de gol de Higuaín, que marcou 36 gols na Serie A e bateu um recorde histórico da competição. Além disso, o centroavante surpreendeu muita gente ao se adequar bem ao Sarrismo. Na pré-temporada, como Sarri é um treinador muito exigente e de personalidade forte, achavam que os dois teriam grandes problemas, pois acreditavam que Higuaín não aceitaria se sujeitar aos métodos do novo treinador. A controvérsia foi superada, Higuaín demoliu as defesas da Serie A e foi contratado pela Juventus pela bagatela de 90 milhões de euros, numa transação realizada basicamente como demonstração de força da equipe de Turim.

O trabalho excepcional pelos lados do campo, o incansável Allan que ajudava e muito na pressão ofensiva, e a organização a partir da defesa de Jorginho e a criatividade e talento de Hamsik começaram a aparecer nessa temporada. Curiosamente, outro expoente dessa passagem, Dries Mertens, era meramente substituto de Insigne, tendo uma minutagem inferior a 1000 minutos com relação ao italiano, mesmo assim, Mertens se mostrou um excelente 12º homem nessa temporada. Contudo, das novas contratações, apenas Hysaj, Reina e Allan compuseram a equipe mais utilizada por Sarri. 

Esse 11 inicial acaba por ser a fundação de todo o fenômeno proporcionado pelo Sarrismo. Os laterais intensos e capazes de cobrirem toda a lateral do campo, dando apoio aos pontas, dois jogadores extremamente criativos controlando os dois terços principais do campo, facilitando a criação de jogadas e o jogo pelo meio em toques rápidos e curtos, o todo-campista que diminui espaços em todos os setores que a bola está, um ponta que abraça a linha e aparece tanto para finalizar quando a bola está vindo do lado oposto, quanto vai ao fundo para criar situações pelo seu lado. O outro ponta que joga infiltrando e abrindo espaço para as ultrapassagens do lateral e o atacante que contribui tanto na fase ofensiva, quanto na fase defensiva. Além, é claro, da combinação de técnica e força na zaga.

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Chega a nova temporada e as expectativas são muitas, Giaccherini, Maksimovic, Zielinski, Rog, Pavoletti, Diawara, Tonelli e Milik chegam para substituir saídas e dar mais profundidade ao elenco napolitano, que no regime de Sarri, mal viu rotação. A única mudança que teve no 11 inicial foi a adição de Milik, já que Higuaín foi embora. Entretanto, Milik se lesionou no meio da temporada e o Sarri resolveu testar Mertens como o homem da frente. Essa pequena mudança transformou Mertens e sua carreira. De um ponta reserva, ele passou a ser um atacante goleador. Com 28 gols na Serie A, Mertens se firmou no time do Napoli e reescreveu seu status no futebol. Entretanto, as dificuldades em se adaptar a perda de Milik custaram ao Napoli alguns preciosos pontos, e o clube terminou uma posição abaixo da primeira de Sarri.

Essa segunda temporada serviu para firmar o Napoli como uma das equipes mais atrativas de se ver no cenário europeu. Além disso, Allan, Jorginho, Insigne e até mesmo Callejón, tiveram suas carreiras reavaliadas e todos se tornaram jogadores cobiçados. E isso, sem voltar a mencionar o novo homem gol do time.

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Uma nova temporada chegou e o Napoli havia se transformado na principal esperança de o campeonato italiano ter um campeão que não fosse a Juventus. Chegam Mário Rui, Milic, Machach e Ounas. Mário Rui já havia trabalhado com Sarri no Empoli, e a lesão de Ghoulam ao longo da temporada acabou proporcionando ao jogador mais tempo de jogo do que o esperado. Tirando isso, o Napoli era o mesmo, mas esse ano parecia que seria o ano. O time liderou grande parte do primeiro turno e estava na ponta até uma dupla sequência de maus resultados, uma goleada por 4 x 2 sofrida para a Roma no San Paolo e empate com a Inter por 0 x 0 no Giuseppe Meazza. O time abandonou a liderança ao término da 28ª rodada, mas parecia que dava para buscar a invencível Juventus.

Entretanto, uma sequência de três empates, intercalados por duas vitórias, após o empate contra a Inter, pareciam mostrar que o gás havia acabado. Contudo, o Napoli botou fogo ao vencer a Juventus no Allianz Stadium, faltando quatro rodadas para acabar a Serie A. Aquilo parecia que seria o ponto de virada e ao menos uma última chance de pressionar a Juventus, mas logo na rodada seguinte, diante da Fiorentina, tudo foi por água abaixo. Um ressoante 3 x 0 enterrou a disputa e o Napoli não conseguiu se recuperar daquilo. No fim, parecia que Sarri não era talhado para ser o treinador de conquistas. Contudo, a marca indelével do Sarrismo havia ficado e o Chelsea, cansado dos anos de pragmatismo sob a tutela de Mourinho e Conte, resolveu buscar um treinador que parecia ser capaz de mudar o marasmo do futebol do clube londrino.

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Depois de um grande imbróglio com o Napoli, Sarri chegou à Londres e com ele, Jorginho, Kepa, Kovacic, e na metade final da temporada, Higuaín. A transição inicial do estilo reativo dos antecessores para o futebol de Sarri começou muito bem, mas, à medida que perceberam que era só marcar Jorginho individualmente, as coisas começaram a mudar para o italiano no Stamford Bridge. Os resultados pararam de sair e nem a Europa League (seu primeiro troféu) convenceu os azuis a segurarem o treinador depois que a Juventus decidiu não continuar mais com Allegri.

A controvérsia Kanté e Jorginho foi enorme, com Kanté substituindo a função de Allan, mas sem os mesmos recursos ofensivos do brasileiro. E sem uma válvula criativa além do meia Jorginho, o time acabava dependendo do talento de Hazard para resolver as coisas. Kovacic e Barkley não eram capazes de fazer o que Hamsik fazia ofensivamente e por isso, muitas vezes, o Chelsea era presa fácil nos jogos mais complicados. Mas, existia uma grande diferença entre o que se passava no Napoli e no Chelsea. O time do Napoli trabalhava extremamente bem sem a bola para pressionar e recusar espaços ao adversário. O Chelsea não. E a filosofia de Sarri não é só baseada em toques curtos e rápidos para chegar ao ataque, talvez a parte mais importante, seja a pressão incessante durante 90 minutos para a recuperação da bola.

E entra outro problema muito grande, Hazard não é um jogador muito esforçado na fase defensiva. Ele sabe disso, os técnicos que trabalharam com ele sabe disso, o mundo sabe disso. Ele faz o mínimo necessário e num esquema onde a pressão e o coletivo vem antes do individual, as falhas no modelo de Sarri começaram a aparecer. E esse é o ponto mais importante, enquanto em Nápoles, todo mundo comprou a ideia, em Londres, a história foi diferente.

Além disso, existe uma gritante diferença na defesa do Napoli e na defesa dos azuis. Rüdiger e David Luiz não são nem sombra dos zagueiros que Albiol e Koulibaly são. Rüdiger pode ter a mesma capacidade física que o senegalês, mas como zagueiro, não tem nem comparação. E David Luiz então, nem se fala. Uma pergunta constante na carreira do brasileiro é como ele ainda continua jogando na zaga, pois, parece que tem zero cacoete para tal função. Nas laterais, Marcos Alonso tem um perfil adequado, já que é capaz de fazer toda a lateral e é proficiente tanto no ataque quanto na defesa. Já Azpilicueta, é um lateral bastante confiável, mas se firmou como lateral-defensivo, sendo usado muitas vezes como zagueiro. E Sarri precisa de laterais que se envolvam na fase ofensiva. Nas pontas, o perfil permanece o mesmo, apesar da qualidade individual de Hazard ser inquestionável, e Pedro e Willian serem jogadores capazes de substituir o trabalho de Callejón, as coisas pecavam lá na frente, com Morata e depois Higuaín, perdendo muitos gols e atrapalhando a equipe.

Fica meio difícil olhar para esse time do Chelsea e tentar entender como eles não conseguiram jogar um futebol ofensivo e interessante. Mas, como Hazard não abaixou a cabeça e trabalhou defensivamente como Higuaín fez, o treinador já perdeu um dos principais elementos do seu trabalho: o trabalho coletivo. Além disso, no meio-campo, Kovacic ou Barkley não são jogadores com o mesmo perfil de Hamsik, logo, a criatividade do time ficava nos pés de Hazard e Jorginho. Quando se limitava um, o outro precisava resolver individualmente, e Jorginho não é jogador para resolver individualmente. Se Hazard estava num dia ruim e Jorginho limitado pelo oponente, o Chelsea não conseguia jogar.

Além disso, Jorginho e Kanté jogam na mesma posição, mas são jogadores diferentes. Talvez tenha faltado a Sarri a percepção de que fosse melhor avançar Jorginho e confiar na capacidade defensiva de Kanté para equilibrar a descompensação que Hazard causa na fase defensiva. E essa descompensação também é chave para explicar o que importa: Cristiano Ronaldo atrapalha o Sarrismo.

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Na Juventus, tanto Sarri como a diretoria do clube decidiram ousar e trabalhar diferente do que haviam mostrado nos anos anteriores. Sarri teria um dos jogadores mais letais do planeta e um elenco com jogadores interessantes. Logo, a expectativa é que a Juventus só não fizesse chover na bota. Entretanto, Lazio e Atalanta é que tem os maiores poderios ofensivos até o momento. Quanto ao trabalho de Sarri, começou como o esperado, com o tradicional 4-3-3. Tendo Pjanic no papel de Jorginho, muita coisa não seria perdida aqui. E obviamente, a força defensiva de Bonucci e Chiellini seria importante. Além, é claro, da capacidade técnica acima da média de Bonucci. Logo, Sarri voltava ter uma dupla de zaga tecnicamente elevada, tanto para as pretensões de construções, quanto para defender.

Os laterais mostram aptidões físicas e técnicas para fazer o apoio e a pressão alta. No meio-campo, a expectativa é que Ramsey fizesse a trinca com Matuidi reprisando o papel de Allan. Na frente, com Douglas Costa, CR7, Higuaín e Dybala, tudo parecia que seria fácil. Mas na pré-temporada, Khedira acaba convencendo mais um treinador que é imprescindível na Juventus, aliada a lesão de Ramsey e a Juventus perde Chiellini. Logo, a equipe esperada se torna bastante diferente do esperado em algumas posições.

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Sem Chiellini, De Ligt é alçado a titular. O holandês tem um começo difícil e a Juventus parecia acabar defensivamente quando Khedira saía de campo. O alemão passava a impressão de segurar sozinho a defesa do time. Danilo tem as características físicas necessárias para o modelo de jogo, mas falta qualidade técnica. Douglas Costa é um talento enorme e seria importante para o treinador, mas vive no estaleiro. Matuidi é um todo-campista como Allan, mas lhe falta refinamento técnico para contribuir mais na fase ofensiva. Ramsey se recupera, os dois laterais se lesionam e Sarri é obrigado a abandonar o 4-3-3. Surge então, o 4-3-1-2.

Sarri mostrou muito mais flexibilidade em seu começo no clube do que nos quatro últimos anos. Cuadrado vai para a lateral-direita e demonstra algum valor. Demiral começa a ganhar chances e chega até a ser titular até se lesionar. Alex Sandro ainda não pegou seu talento de volta com os aliens do Space Jam depois que foi especulado há alguns anos no City. Khedira se machuca, Pjanic parece cansado, mas Bentacur parece florescer ofensivamente sob a batuta do novo treinador. Além disso, o tridente formado por Higuaín, Dybala e Ronaldo forneceu opções para tirar o time do marasmo e Sarri vem tentando se adaptar.

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Mas mesmo com toda sua flexibilidade, mesmo com toda sua tentativa, a Juventus ainda continua chata de se assistir, como nos anos de Allegri. O time parece não mostrar muitos sinais de ter entendido a filosofia do treinador e são raros os momentos do jogo que a equipe parece ser treinada pelo mesmo. Mas não é difícil entender porque. O time tem a mesma dificuldade criativa que o Chelsea tinha. Pjanic teve um bom momento entre novembro e dezembro, mas a lesão de Khedira faz com que o atleta jogue sem parar.

A Juventus não tem meio-campo para auxiliar o ataque mais, e tem dificuldades em defender. A pressão incessante que marca o estilo parece não existir mais. E é só voltarmos para o ano passado que passamos a encontrar semelhanças. Cristiano Ronaldo tem ainda menos responsabilidades defensivas que Hazard, mesmo que pareça ser uma decisão deliberada do treinador, já que Cristiano Ronaldo é um jogador acima da média, isso e o fato dele ser um jogador que naturalmente, queira ele ou não, centraliza as ações ofensivas da equipe, prejudica tanto o aspecto coletivo quanto o individual do time.

No Real Madrid, havia uma estrutura e jogadores para compensar essa falta de responsabilidade defensiva. Atualmente, a Juventus só tem Matuidi no meio-campo com essa característica, mas ele é usado como Allan, ou seja, sua função não é fazer essa compensação, tal qual era a função de Casemiro. Isso tudo, aliado a má fase técnica de alguns e as inaptidões para o futebol de outros no elenco, acabam impossibilitando o Sarrismo de florescer. E o Cristiano Ronaldo é o principal expoente disso. Você tem um jogador do nível dele e não consegue extrair algo de diferente ou superior

A culpa não é de Sarri, a culpa não é de Cristiano Ronaldo. A culpa é de uma diretoria que vive de mais-valia. Não existe uma filosofia de contratação no clube, apenas aquela que gere maior potencial de lucro. É umas das equipes europeias com a melhor relação entre gastos em transferências e vendas futuras. Quando o objetivo seja de ser esportivo e é apenas financeiro, você acaba tendo um elenco deficiente. O próprio treinador já disse que ele tem jogadores muito bons como Higuaín, Dybala e Ronaldo que lutam por duas posições no ataque, e que são completamente diferentes, mas que, salvo raras exceções, é impossível usar os três juntos.

Mas você vê outras posições e nota que a mesma abundância de qualidade não existe. Pjanic não tem reserva, Khedira é um um dos jogadores mais inteligentes da última década, mas não tem físico para o futebol de alto rendimento e não tem alguém que seja meramente capaz de ao menos espelhar o que ele faz. Danilo e De Sciglio são piadas de mau gosto, principalmente se pensarmos que Cancelo era o titular na temporada passada. Alex Sandro não tem, sequer, uma boa fase a pelo menos duas temporadas. Douglas Costa é excelente, mas quase não joga. Cuadrado é um bom reserva, mas vive jogando de titular porque não tem opção. Não adianta nada ter Dybala, Higuaín e Cristiano Ronaldo e tentar sustentar isso com jogadores que não tem nível adequado nas outras posições.

E vai continuar sem ter, porque a diretoria não mostra sinais de mudança. Vivem especulando o Guardiola, mas ele teve carta branca para exigir jogadores. Isso não existe na Juventus e custou os cargos do Conte, que cansou de brigar com a diretoria por isso, e do Allegri, que cansou de ter que toda temporada ouvir um "se vira aí, meu filho". Ele queria mais liberdade e autonomia para conduzir uma renovação no clube, tinha acabado de renovar contrato, mas foi-se embora, pela mesma razão do Conte. Vivem gastando dinheiro em jogadores livres inflacionados que não compõem e agregam em nada. Can veio e já foi. Ramsey alterna momentos bons e ruins. Rabiot parece que vai, mas nunca vai. Vivem gastando dinheiro garimpando os jovens que se destacam no futebol italiano para não usar ninguém. Fazem isso porque no final das contas, pagam x em um jogador que se destacou e vão receber pelo menos 1,5x depois.

Futebolisticamente, a Juventus está longe do Sarrismo. Ela continua sendo carregada pelos talentos individuais de seus jogadores. É o maior poderio financeiro da Itália e usou isso para criar um abismo competitivo, que parece estar sendo fechado cada vez mais, a seu favor. Vai continuar sendo assim, enquanto não aprenderem a trabalhar com aquilo que o treinador necessita e não com o impacto financeiro que produzem.

 

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TL;DR: gastaram trocentos milhões no Cristiano Ronaldo, mas o dinheiro teria sido muito melhor gasto em jogadores que efetivamente agregassem nos pontos fracos da equipe (e que combinassem com o estilo do treinador).

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  • Vice-Presidente
4 hours ago, Danut said:

TL;DR: gastaram trocentos milhões no Cristiano Ronaldo, mas o dinheiro teria sido muito melhor gasto em jogadores que efetivamente agregassem nos pontos fracos da equipe (e que combinassem com o estilo do treinador).

É esse tipo de coisa que gera isso:

On 2/26/2020 at 10:58 PM, Henrique M. said:

Morro de vontade, mas a preguiça não deixa.

Perco sei lá quanto tempo fazendo algo bem detalhado e bem explicadinho, para não acharem que é algo vindo do emocional ou sem embasamento. Daí vem um resuminho abaixo. É brincadeira. Hahaha

Não é só gastar milhões no Cristiano Ronaldo. Não é só usar o dinheiro de uma maneira mais eficiente. É toda uma filosofia que não preza pelo futebol.

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  • Diretor Geral

Baita análise, amigo @Henrique M.... gostosa a leitura, e mt informativa também.

No fim só confirmou aquilo que eu também já diagnosticava na Juve: só trabalham com negócio de oportunidade. Montar um elenco coeso, com boas peças em todos os setores e que se encaixem dentro de um mesmo estilo ninguém ali parece querer.

E aí foda-se o técnico né, ele que se vire.

 

Assim como no Barcelona atual, que desperdiça os últimos anos de carreira do Messi, na Juve o CR7 também acaba sofrendo do mesmo mal.

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5 hours ago, Henrique M. said:

É esse tipo de coisa que gera isso:

Perco sei lá quanto tempo fazendo algo bem detalhado e bem explicadinho, para não acharem que é algo vindo do emocional ou sem embasamento. Daí vem um resuminho abaixo. É brincadeira. Hahaha

Não é só gastar milhões no Cristiano Ronaldo. Não é só usar o dinheiro de uma maneira mais eficiente. É toda uma filosofia que não preza pelo futebol.

Haha, desculpa. Eu curti teu texto. Mas ainda acho que a contratação do CR foi um erro feio.

Mas entendi que teu ponto não é esse.

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  • Vice-Presidente
8 hours ago, Leho. said:

Baita análise, amigo @Henrique M.... gostosa a leitura, e mt informativa também.

No fim só confirmou aquilo que eu também já diagnosticava na Juve: só trabalham com negócio de oportunidade. Montar um elenco coeso, com boas peças em todos os setores e que se encaixem dentro de um mesmo estilo ninguém ali parece querer.

E aí foda-se o técnico né, ele que se vire.

 

Assim como no Barcelona atual, que desperdiça os últimos anos de carreira do Messi, na Juve o CR7 também acaba sofrendo do mesmo mal.

Valeu, Leleco.

Na realidade, o que fazem é o oposto disso. É que normalmente só vemos as contratações para o time principal. Aí parece que tem essa sensação. É sempre muita gente entrando e saindo. Estou atrás de um levantamento bacana que um jornalista já fez, mostra bem o que quero dizer. Se não, faço eu mesmo depois.

4 hours ago, Danut said:

Haha, desculpa. Eu curti teu texto. Mas ainda acho que a contratação do CR foi um erro feio.

Mas entendi que teu ponto não é esse.

Eu acho que o maior erro dos últimos 5 ou 6 anos, e já falei aqui, foi não terem montado um time ao redor do Dybala. Ele tinha potencial para ser muito mais do que é hoje. Poderia estar facilmente no patamar de Salah, Mané e outros do mesmo nível. Já teve fases assim, mas, nunca pensaram nisso. Sempre olharam com o olho de grão em grão, a galinha enche o papo.

E a contratação do CR7, de um ponto de vista financeiro, que é o que importa para a diretoria da Juventus, foi maravilhosa. O campo que se foda.

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8 minutes ago, Henrique M. said:

Eu acho que o maior erro dos últimos 5 ou 6 anos, e já falei aqui, foi não terem montado um time ao redor do Dybala. Ele tinha potencial para ser muito mais do que é hoje. Poderia estar facilmente no patamar de Salah, Mané e outros do mesmo nível. Já teve fases assim, mas, nunca pensaram nisso. Sempre olharam com o olho de grão em grão, a galinha enche o papo.

E a contratação do CR7, de um ponto de vista financeiro, que é o que importa para a diretoria da Juventus, foi maravilhosa. O campo que se foda.

Não acompanho futebol italiano né. Achei interessante tu falar do Dybala, porque nos poucos jogos que vejo ele nunca parece jogar bem. Mas também sempre parece que tá fazendo alguma função que não é a que ele deveria estar fazendo mesmo.

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  • Diretor Geral
11 minutes ago, Henrique M. said:

Na realidade, o que fazem é o oposto disso. É que normalmente só vemos as contratações para o time principal. Aí parece que tem essa sensação. É sempre muita gente entrando e saindo. Estou atrás de um levantamento bacana que um jornalista já fez, mostra bem o que quero dizer. Se não, faço eu mesmo depois.

Opa, então vou ficar no aguardo. Informação assim nunca é demais. 😉

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  • 1 mês depois...
  • Vice-Presidente
On 3/1/2020 at 7:50 PM, Leho. said:

Opa, então vou ficar no aguardo. Informação assim nunca é demais. 😉

Eu fui atrás do levantamento e o jornalista nunca me respondeu no Twitter. Fui fazer eu mesmo e quando descobri que o balanço acumulado da era Agnelli (10/11 até hoje) é de 452,77 milhões de euros negativos, já fica fácil desmascarar que esse lance de oportunidade de mercado é balela.

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  • Diretor Geral
11 hours ago, Henrique M. said:

Eu fui atrás do levantamento e o jornalista nunca me respondeu no Twitter. Fui fazer eu mesmo e quando descobri que o balanço acumulado da era Agnelli (10/11 até hoje) é de 452,77 milhões de euros negativos, já fica fácil desmascarar que esse lance de oportunidade de mercado é balela.

Vlw linduxo!

Agnelli pelo visto então andou dando cursos de gestão pra diretoria do SPFC, do Cruzeiro, e por aí vai... hahahahaha, né?

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