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A vida no exterior // Emigração


Ariel'

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É como o Salvaro disse. Tem que saber relativizar. Nem tudo são flores, também. Muitas das pequenas coisas que odiamos no Brasil têm suas correspondentes lá fora.

 

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E pra produção, que tipo de país procura?

 

Conheço um cara que fez produção e CsF na Alemanha, arrumou um estágio na Volkswagen e depois que se formou conseguiu um emprego fixo na sede de Campinas. Mas pra imigrar pra lá é mais difícil.

 

-------------------------

 

Outra engenharia que contratam muito lá fora é computação. Conheço um cara que saiu daqui direto pra Alemanha pra trabalhar na Bosch, logo depois de se formar.

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  • Vice-Presidente

Holanda é um mar de oportunidade para pessoas da área de TI, Sistemas de Informação, Computação, etc.

 

E pedro, esqueci de te quotar, mas a Noruega procura muito profissionais na área de Elétrica e Automação, eu iria ser muito feliz na Noruega sendo infeliz com a minha profissão.

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É como o Salvaro disse. Tem que saber relativizar. Nem tudo são flores, também. Muitas das pequenas coisas que odiamos no Brasil têm suas correspondentes lá fora.

 

Concordo perfeitamente com sua frase, nem tudo sao flores. Todos os paises tem defeitos e qualidades, uns com mais defeitos que outros, mas todos tem.

 

Sem contar os problemas basicos que voce vai enfrentar caso se mude pra qualquer outro pais como a distancia da familia e amigos, estar numa terra que nao eh sua lingua nativa, cultura diferente e etc. Cabe a voce colocar na balanca o que vale mais pra voce.

 

Depois de mais de um ano morando aqui nos EUA, a melhor frase que resume a diferenca daqui pro Brasil eh a seguinte:

 

"Aqui eh bom, mas eh ruim. No Brasil eh ruim, mas eh bom"

 

 

PS: Concordo com voce mas que video merda que voce usou como exemplo. Nos dez maiores problemas do Canada pro cidadao incluem:

 

- Pagar 5 centavos pela sacola plastica no supermercado

- O preco da maioria dos produtos terminam em ".99"

- A etiqueta dos produtos nao vem com o imposto embutido

 

:pkface:  :pkface:  :pkface:

 

 

Holanda é um mar de oportunidade para pessoas da área de TI, Sistemas de Informação, Computação, etc.

 

E pedro, esqueci de te quotar, mas a Noruega procura muito profissionais na área de Elétrica e Automação, eu iria ser muito feliz na Noruega sendo infeliz com a minha profissão.

 

Darei uma olhada com muito carinho nos paises nordicos. Hahhaa

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  • Vice-Presidente

Sem contar os problemas basicos que voce vai enfrentar caso se mude pra qualquer outro pais como a distancia da familia e amigos, estar numa terra que nao eh sua lingua nativa, cultura diferente e etc. Cabe a voce colocar na balanca o que vale mais pra voce.

 

 

 

Uma vez li as impressões que alguns estrangeiros retiraram do comportamento do brasileiro vivendo aqui. O que mais me chamou a atenção foi que eles falaram que o brasileiro é carente e tem dificuldade de cortar o cordão umbilical.

 

E eu fui passando a reparar depois disso, é a mais pura verdade. O tanto de gente aí que com 30, 35 anos, vida feita e que ainda pede autorização para os pais em tudo que vai fazer. Meus pais são muito importantes para mim, mas nunca deixaria de fazer as coisas que quero da minha vida por causa deles ou porque vou sentir saudades. Dia 17 de agosto desse ano vai fazer 6 anos que sai de casa, e só nas férias de janeiro nesse ano que fiquei mais de 1 mês em casa e tipo, casa da mãe é bom, mas ter seu espaço, sua liberdade, sua vida com base no que você acha que deve fazer, é esplêndido.

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Uma vez li as impressões que alguns estrangeiros retiraram do comportamento do brasileiro vivendo aqui. O que mais me chamou a atenção foi que eles falaram que o brasileiro é carente e tem dificuldade de cortar o cordão umbilical.

 

E eu fui passando a reparar depois disso, é a mais pura verdade. O tanto de gente aí que com 30, 35 anos, vida feita e que ainda pede autorização para os pais em tudo que vai fazer. Meus pais são muito importantes para mim, mas nunca deixaria de fazer as coisas que quero da minha vida por causa deles ou porque vou sentir saudades. Dia 17 de agosto desse ano vai fazer 6 anos que sai de casa, e só nas férias de janeiro nesse ano que fiquei mais de 1 mês em casa e tipo, casa da mãe é bom, mas ter seu espaço, sua liberdade, sua vida com base no que você acha que deve fazer, é esplêndido.

 

Tamo falando de coisas diferentes, Henrique. 

 

O que quis abordar eh a saudade e a falta que os familiares (falo de pai mae e irmaos) e seus amigos vao fazer. Isso nao vai ser um impedimento pra realizacao do seu sonho (concordo com voce), mas vai ser um fator constante e presente na sua vida que voce vai ter que aprender a lidar.

 

Voce pode sair da casa dos seus pais no Brasil e "cortar seu cordao umbilical" que ainda tera contato com eles. Voces ainda vao estar juntos no natal, em aniversarios, dia das maes, dos pais. Voce vai estar presente em momentos importantes da vida de seus familiares e amigos (formaturas, casamentos, etc). 

 

Morando no exterior o maximo que voce podera fazer eh uma visita uma vez por ano e so vai ver essas memorias e acontecimentos pelas fotos do Facebook. E isso eh muito dificil, a saudade bate pesado. Imagina o seu irmao casando e voce nao podendo ir ? 

 

 

Essa dificuldade de cortar o cordao umbilical do brasileiro como voce citou existe mesmo, mas tento enxergar isso como algo cultural. Por exemplo, nos EUA a maioria esmagadora dos jovens que estao numa universidade estao afundados em dividas, existem varios estudos e materias por ai abordando isso, do jovem medio americano hoje estar sufocado de dividas pra pagar.

 

Tudo por que quando fazem 18 anos eles cortam o cordao umbilical. Indo pra faculdade ou nao, o jovem medio americano vai sair de casa e ja vai se virar. Qual a real necessidade disso ? Tem que ter um meio termo. 

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PS: Concordo com voce mas que video merda que voce usou como exemplo. Nos dez maiores problemas do Canada pro cidadao incluem:

 

- Pagar 5 centavos pela sacola plastica no supermercado

- O preco da maioria dos produtos terminam em ".99"

- A etiqueta dos produtos nao vem com o imposto embutido

 

Não é o vídeo inteiro, não são todas as coisas. Foi só pra exemplificar que muitas coisas desagradam a muita gente. Calma, cara.

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Uma vez li as impressões que alguns estrangeiros retiraram do comportamento do brasileiro vivendo aqui. O que mais me chamou a atenção foi que eles falaram que o brasileiro é carente e tem dificuldade de cortar o cordão umbilical.

 

E eu fui passando a reparar depois disso, é a mais pura verdade. O tanto de gente aí que com 30, 35 anos, vida feita e que ainda pede autorização para os pais em tudo que vai fazer. Meus pais são muito importantes para mim, mas nunca deixaria de fazer as coisas que quero da minha vida por causa deles ou porque vou sentir saudades. Dia 17 de agosto desse ano vai fazer 6 anos que sai de casa, e só nas férias de janeiro nesse ano que fiquei mais de 1 mês em casa e tipo, casa da mãe é bom, mas ter seu espaço, sua liberdade, sua vida com base no que você acha que deve fazer, é esplêndido.

 

Tem uma série de motivos, os dois principais imagino ser culturais e econômicos.

 

Econômicos porque habitação é um negócio consideravelmente caro, então se possível o cara só sai de casa quando casa ou quando muda de cidade (por causa de emprego ou estudo).

 

Cultural porque ao menos aqui no Sul a influência italiana é forte. E na cultura italiana não é incomum os filhos deixarem a casa dos pais apenas quando casam. E mais que isso, pela cultura geralmente o filho mais novo nem sai de casa, fica cuidando dos pais e depois recebe toda a herança ou a maior parte dela (isso quando começou a ter possibilidades de aprenderem outros ofícios e saírem de casa).

 

Claro que isso está meio em desuso para a próxima geração a receber heranças (pessoal na faixa dos 50~60 hoje), mas no caso da minha bisavó foi assim, ficou tudo para o filho mais novo.

Tamo falando de coisas diferentes, Henrique. 

 

O que quis abordar eh a saudade e a falta que os familiares (falo de pai mae e irmaos) e seus amigos vao fazer. Isso nao vai ser um impedimento pra realizacao do seu sonho (concordo com voce), mas vai ser um fator constante e presente na sua vida que voce vai ter que aprender a lidar.

 

Voce pode sair da casa dos seus pais no Brasil e "cortar seu cordao umbilical" que ainda tera contato com eles. Voces ainda vao estar juntos no natal, em aniversarios, dia das maes, dos pais. Voce vai estar presente em momentos importantes da vida de seus familiares e amigos (formaturas, casamentos, etc). 

 

Morando no exterior o maximo que voce podera fazer eh uma visita uma vez por ano e so vai ver essas memorias e acontecimentos pelas fotos do Facebook. E isso eh muito dificil, a saudade bate pesado. Imagina o seu irmao casando e voce nao podendo ir ? 

 

 

Essa dificuldade de cortar o cordao umbilical do brasileiro como voce citou existe mesmo, mas tento enxergar isso como algo cultural. Por exemplo, nos EUA a maioria esmagadora dos jovens que estao numa universidade estao afundados em dividas, existem varios estudos e materias por ai abordando isso, do jovem medio americano hoje estar sufocado de dividas pra pagar.

 

Tudo por que quando fazem 18 anos eles cortam o cordao umbilical. Indo pra faculdade ou nao, o jovem medio americano vai sair de casa e ja vai se virar. Qual a real necessidade disso ? Tem que ter um meio termo. 

 

A impressão que eu tenho é que nos EUA por ter muitas universidades, por elas serem caras (e variarem no preço) e por não ter um critério objetivo de aceitação nas universidades a mudança de cidade para cursar parece ser muito maior. Além da necessidade de assumir uma dívida considerável que famílias menos providas não tem condições de bancar.

 

Você tá em qual região pedro?

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  • Vice-Presidente

Pra quem deseja saber mais da Austrália: http://www.brazilaustralia.com/razoes-por-que-australia-brasil-que-deu-certo/

 

Tem certos exageros no discurso do post, mas o site é legal, mas dá para ter uma noção do que é o pessoal lá.


E me identifiquei muito com esse texto, todos os sentimentos e pensamentos e ideias: http://projetodraft.com/por-que-desejo-criar-meu-filho-fora-do-brasil/

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https://www.youtube.com/watch?v=WwS8ra5lKLo

 

https://www.youtube.com/watch?v=mY5ltVGmfiA

 

https://www.youtube.com/watch?v=r8bwGR64FGg

 

some new shit

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  • 1 mês depois...

180 dias na Índia | Na estrada #13

Não faço ideia da temperatura naquele dia, só sei dizer que era madrugada e o calor era enorme. Como acontecia todas as noites, por volta de 3h da manhã, eu acordei. Abri os olhos na hora exata em que o ventilador começava se movimentar mais devagar, transformando o quarto em uma sauna insuportável.


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Ruas de Hyderabad

Era a hora do racionamento: enquanto a luz não voltasse para aquela parte deHyderabad, uma das maiores cidades da Índia, eu não conseguiria dormir. Fui até o banheiro e tomei um banho completamente frio. Molhado, voltei para a cama e tentei aguentar o calor, procedimento que repeti três vezes até a energia elétrica voltar.

Essa foi apenas uma das experiências que tive ao longo dos seis meses em que morei na Índia, do final de 2011 até maio de 2012. Experiência que mudou minha vida pra sempre, mas não da forma que eu tinha esperado antes de sair do Brasil.

Em 2011, eu vivia os piores dias da minha vida -- problemas familiares graves, emprego ruim... e, em meio a isso, resolvi morar um tempo no exterior, trabalhando na minha área de atuação, o jornalismo.

Só que, após meses de procura, não tinha rolado nada -- pelo menos não algo que eu conseguisse pagar. Até que surgiu uma vaga numa empresa de tecnologia da informação de Chandigarh, cidade do norte da Índia que tem fama de moderna. Com relutância, aceitei. No meio disso tudo ainda entrou uma viagem de volta ao mundo,como já contei aqui no Papo de Homem.

Sabe aquela história de que a primeira impressão é a que fica? Minha primeira impressão da Índia foi péssima. A segunda também. Pegamos um voo em Londres -- Nova Délhi depois de 17 dias na Europa. Quando eu olhei pela janela do avião, segundos antes de pousarmos na Índia, eu não vi nada, nem mesmo a pista do aeroporto, tamanha era a poluição que pairava na capital do país.

Assim que deixamos o aeroporto, percebemos que os meses que ficaríamos ali não seriam só um pouquinho complicados. Seriam desafiadores.

Desafio 1 - problemas de infraestrutura

Do aeroporto, seguimos para a rodoviária. Eu sei que esse tipo de lugar não costuma ser bacana em canto nenhum do Brasil, mas o que vimos lá superou todas as minhas expectativas negativas. Tanto é que aquela rodoviária tinha a fama de pior lugar do mundo entre os estrangeiros que viveram comigo. Paredes quebradas, lixo por todos os lados, lugares escuros e cheiro forte de merda e mijo.

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Lixo na Índia

O desafio com a infraestrutura aumentava a cada dia que passamos no país. Foi o começo de um tempo em que a única opção para lavar nossas roupas era um balde e o próprio esforço. Banhos? Quase sempre frios, e eu cheguei no inverno, numa das regiões mais geladas do país.

Quando viajávamos, os ônibus pareciam veículos prontos para entrar no noticiário local. Todos os pneus carecas e com a lataria amassada em cada centímetro, por conta de batidas anteriores.

Ainda tinha o lance da falta de energia elétrica.

Racionamento por lá era coisa séria. Todas as cidades onde estive, até metrópoles com milhões de habitantes, tinham períodos sem energia diariamente, nem sempre de madrugada.

Fazer compras no supermercado ou comida de micro-ondas então... esqueça, não vai rolar. Quer um dado para provar os problemas de infraestrutura da Índia? Segundo uma pesquisa da Unicef, seis em cada 10 indianos não têm banheiro em casa, número que representa mais de 600 milhões de pessoas, gente que faz as necessidades ao relento, por pura falta de opção.

Desafio 2 - as pessoas

Muita gente acha que ele não existe, mas o tal do choque cultural é mesmo um tremendo soco no estômago.

Na Índia quase tudo é diferente. Com 1,2 bilhões de habitantes, o país tem maioria hindu, mas centenas de milhões de muçulmanos. O estado em que morei, o Punjab, tem uma grande população Sikh, religião monoteísta que nasceu na área hoje dividida entre Índia e Paquistão.

Com tantas pessoas diferentes, óbvio que o choque cultural é forte. Da noção de espaço pessoal ao barulho, das questões religiosas ao estilo de trabalho: tudo muda. E não são eles que agem de forma estranha, mas o estrangeiro -- no caso, eu. Então, cabe ao viajante entender e agir com equilíbrio, certo?

Sem dúvida.

Só que falar é fácil. Aguentar o impacto do choque cultural é outra história.

Turbante-indiano-600x450.jpg
Turbante indiano

Desafio 3 - o machismo

Sim, o Brasil é machista.

Só que, certamente por fazer parte do gênero que sofre menos nessa questão, eu poucas vezes me preocupava com isso antes de viver na Índia. Se aqui o problema é grave, lá ultrapassa todas as barreiras que conhecemos. Há, é claro, o choque cultural novamente envolvido, mas tem coisas que ninguém é obrigado a aceitar. Fora que o próprio povo indiano sofre muito com isso, como provaram as manifestações por conta do estupro coletivo que aconteceu meses atrás, em Nova Délhi.

Homens que encaram mulheres o tempo inteiro, falando coisas que felizmente estrangeiros não entendem. Homens que tentam tocar essas mulheres, uma atitude quase corriqueira. Estupros infelizmente comuns. Chefes que sequer escutam o que as funcionárias têm a dizer, tratando mulheres como lixo e dando tapinhas no ombro de caras preguiçosos.

Some a tudo isso a falta de mulheres do país, num problema que cresce como uma terrível bola de neve -- na Índia, bebês mulheres são mortas com frequência, a ponto do ultrassom ser prática proibida. Segundo uma matéria do The Times of India, para cada 1000 meninos, cerca de 70 meninas menores de seis anos são mortas. E muitas mulheres adultas não saem ou saem pouco de casa, o que explica porque as ruas do país parecem estar sempre lotadas somente de homens.

Homens que raramente têm contato próximo com mulheres antes da vida adulta.

O que a Índia me ensinou

Sim, houve desafios. Mas isso não significa que minha experiência na Índia tenha sido ruim. Mesmo com todos os problemas, de vez em quando eu tenho saudades do que vivi lá e até vontade de voltar. Na Índia, viajei de norte a sul, por isso falo com convicção: o país é incrível, inacreditável. Inclusive, são exatamente essas as palavras usadas na propaganda oficial da nação.

Não te prometem um país lindo, organizado e limpo. Prometem uma experiência marcante, para o bem e para o mau. Lá, não vale a regra do ame-o ou deixe-o. Qualquer pessoa que tenha somente um desses sentimentos não conheceu a Índia real, que inspira grandes doses de amor e ódio ao mesmo tempo.

Varanasi-India-599x800.jpg
Varanasi, Índia

Na Índia, dormi no deserto. Andei no lombo de camelos. Visitei vilas perdidas no tempo, andei pelo Himalaia e nadei em rios sagrados. Mas também fiz coisas normais, do dia a dia, como trabalhar, pagar contas, conversar com colegas de trabalho e tentar viver como um local. Com isso, fiz amizades duradouras, com indianos e estrangeiros que encontrei por lá.

Os problemas de infraestrutura me ensinaram várias coisas, inclusive a valorizar o Brasil. Temos, sim, milhares de problemas, mas muitos países -- a maioria deles, inclusive -- são menos desenvolvidos que o nosso. Também aprendi a valorizar mais as coisas simples da vida, como a possibilidade de tomar uma banho quente ou ter energia elétrica 24 horas por dia, coleta de lixo na porta de casa ou um sistema de transporte público lotado pelos padrões brasileiros, não indianos.

Ao mesmo tempo, aprendi que não preciso do monte de tralhas que nos acostumamos a acumular. Uma vida sem tanto consumismo não é só possível, mas desejável. Imagine o que aconteceria com o mundo se todos os indianos resolvessem (e pudessem) ter um carro do ano na garagem ou o mesmo padrão de consumo da classe média brasileira?

O choque cultural, por mais doído que seja, sempre é positivo. Ele ajuda a alargar o modo de pensar e a visão que temos do mundo. Quem viaja pelo ocidente ou mesmo dentro do Brasil sente um pouco desse impacto, e normalmente sai fortalecido e com a mente mais aberta após o encontro com novas culturas.

Só que os lugares que brasileiros costumam viajar são predominantemente cristãos, religião que transmite mais ou menos os menos padrões em todos os lugares do mundo. Fora quando não são sempre Miami e a Disney.

Na Índia, fui forçado a entender que o mundo vai muito além da lógica judaico-cristã, que inclusive não tem a menor lógica para a maior parte das pessoas que vive no planeta. Entendi que o preconceito existe sim e que ninguém, nem mesmo eu, está completamente livre dele. O preconceito nasce exatamente do medo e da incompreensão com o diferente.

Enquanto vivia na Índia, precisei aceitar que outras pessoas têm o direito de ter outros valores e outra forma de ver o mundo.

Enfim, eu já disse antes aqui no PdH que viajar mudou minha vida. Morar na Índia fez mais do que isso, já que lá eu fui além do turismo. Tive que viver a vida real, o típico dia a dia, que costuma ser chato e explorador em qualquer canto do planeta. Vivi sim algumas dificuldades, mas eu só ganhei ao sair da minha zona de conforto.

publicado em 13 de Agosto de 2013, 07:00

@Papo de Homem

Foda. 

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Eu visitaria a Índia. Mas provavelmente não moraria lá.

No começo do ano eu visitei a Turquia e apesar de (ao menos a parte turística) Istambul ter uma urbanização muito bem feita (melhor do que o centro de grande parte das cidades brasileiras) já dá para perceber que tem muita diferença cultural. Muito mais do que qualquer outro país que eu fui (e isso que fiquei na parte central da principal cidade).

O comportamento das pessoas é bem diferente também, principalmente com relação as mulheres. Mas no pouco que fiquei lá encontrei umas figuras engraçadas. No primeiro dia ao sair da Blue Mosque tinha alguns turcos que falavam um português semi-fluente (sério, o suficiente para trocar idéia haha) tentando vender tapetes. A fama de compradores compulsivos dos brasileiros é enorme por lá, o cara me perguntava (em português) "mas porque vocês não querem comprar nada? vocês não são brasileiros! vamos na minha loja". No Grand Bazaar um outro falava da namorada brasileira dele (e mostrava uma foto dele com a Mariana Ximenes hahaha).

É um lugar que talvez volte para visitar com mais tempo, mas de forma geral é meio estranho. Morar lá ia ser bem complicado, a começar pelo fato que eles não tem bacon hahaha.

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