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Brasil é o 10º país com mais alunos em universidades americanas


Ariel'

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Brasil é o 10º país com mais alunos em universidades americanas

Segundo o relatório Open Doors, já são mais de 13 mil estudantes brasileiros em instituições de renome dos EUA

 

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Guilherme vai estudar na Virginia, nos EUA, com 70% dos custos pagos pela Washington & Lee

Foto: Anderson Fetter / Agencia RBS

 

Luísa Martins

[email protected]

 

A cada semestre, os estudantes americanos descobrem mais um pouco da cultura brasileira nos corredores dos campi universitários. Já não são poucos os que ouvem samba, vestem camiseta verde e amarela e oferecem pratos de arroz e feijão aos colegas de dormitório. Em busca de uma graduação que julgam diferenciada, jovens brasileiros recém saídos do Ensino Médio formam uma fatia generosa do número de estrangeiros em instituições de renome dos Estados Unidos. O Brasil já é o 10º "exportador" de alunos para universidades americanas: já são mais de 13 mil, segundo o relatório Open Doors, divulgado ano passado pela Missão Diplomática dos EUA no país.

 

O american dream da graduação não é lá muito fácil de alcançar. O processo de seleção difere muito do vestibular e do Enem, provas que definem — com base apenas nos escores — quem está dentro e quem está fora do Ensino Superior no Brasil. Nos EUA, a prova não é a única fonte de avaliação: são analisadas todas as notas do Ensino Médio, a participação em atividades extracurriculares, cartas de recomendação de professores e redações escritas em inglês.

 

Para tornar essas etapas menos pesadas e mais acessíveis aos adolescentes brasileiros (a maioria com menos de 18 anos), surgiram, há cerca de uma década, os programas de mentoria. Capitaneados por quem já passou por tudo isso com sucesso, as orientações auxiliam os candidatos a não se perder em meio a tantos detalhes. Cinco anos atrás, quando foi aprovado na Duke University (Carolina do Norte), o estudante Matheus Brum encontrou pouquíssimos compatriotas. O sentimento de solidão era compartilhado por outros brasileiros, que haviam sido aceitos em Harvard (Massachusetts), Brown (Rhode Island) e Stanford (California), outras três importantes universidades americanas.

 

— Sabíamos que as escolas do Brasil tinham alunos muito qualificados que só não estavam nessas instituições por falta de informação — conta Brum, que criou com os amigos um grupo no Facebook chamado Brazilian Student Council on Undergraduate Education (BSCUE).

 

Funcionava, em princípio, como uma ferramenta para tirar dúvidas de um grupo pequeno, de cerca de 50 pessoas. Em um ano, os organizadores viram este número aumentar para mil. Até sexta-feira, eram 5.983 membros na comunidade. Os posts variam entre convites para simulados do SAT (teste de aptidão escolar exigido para a entrada na faculdade), informações sobre o perfil das universidades, questionamentos sobre o processo de seleção, nível de competitividade das instituições… Atualmente, além desse fórum de discussão e compartilhamento de experiências, o BSCUE oferece aconselhamento personalizado e gratuito a cerca de cem alunos por ano, escolhidos a dedo em função do potencial acadêmico.

 

— Os mentores, alunos brasileiros de universidades americanas, acompanham de perto os candidatos em todas as etapas do processo de admissão — explica Brum.

 

Quando os "mentorados" são aprovados, não raro viram mentores dos candidatos do próximo ano. Foi o que aconteceu com Guilherme Portinho Baldresca, 17 anos, que teve a assistência do BSCUE e, agora, prestes a embarcar em um avião para Lexington, no estado americano de Virginia, onde será calouro da Washington & Lee University, vai virar mentor.

 

— A gente adquire tanto conhecimento que é impossível não dividir — diz o freshman, que, além da assessoria gratuita do BSCUE, também pagou por um serviço particular de consultoria.

 

Um sonho ao alcance da classe média

 

O relatório Open Doors mostrou, ainda, que de 2013 para 2014 o número de brasileiros que foram estudar nos EUA subiu 22%. Foi o segundo maior crescimento de estudantes estrangeiros, inferior apenas ao do Kuwait (43%).

 

— Há um pessimismo com as universidades brasileiras, seja em função da infraestrutura, das possibilidades de greve, da falta de segurança. Com ou sem crise econômica no Brasil, a demanda é sempre crescente — aponta a americana radicada no Rio de Janeiro Annie Kim Podlubny, consultora do Dux Institute, empresa que prepara os estudantes para o processo de seleção.

 

Os motivos são vários. Vão desde a concepção madura de aperfeiçoamento profissional até a pura necessidade de sair do conforto de casa para ter uma vivência no Exterior. E se antes estudar nos EUA era privilégio de poucos (os de maior poder aquisitivo), especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que, cada vez mais, jovens de classe média têm conseguido vagas em universidades americanas. Muito por causa da ampla oferta de bolsas de estudo, seja por mérito ou por necessidade.

 

A University of Pennsylvania, por exemplo, custeia 60% dos estudos do graduando Lucas Gabriel de Barros Silva, 20 anos, formado pelo Colégio Militar, em Porto Alegre. Os outros 40% ele conseguiu angariar via crowdfunding (financiamento coletivo). Selecionado durante o Ensino Médio para uma simulação da ONU — estudantes se tornam diplomatas de países-membros da organização, encenando procedimentos de negociação internacional — em Harvard, onde passou uma semana, Lucas ficou maravilhado.

 

— A possibilidade de ter aulas com vencedores de prêmios Nobel, participar de atividades extracurriculares das mais diversas e ser graduado por uma universidade de posição alta nos rankings mundiais me fez pensar que eu deveria, pelo menos, tentar — relembra ele, de férias na Capital (volta às aulas em agosto).

 

De acordo com o diretor financeiro da Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta), Marcelo Albuquerque, o jovem de hoje não está mais preocupado em juntar dinheiro para ter um carro, mas, sim, em investir na formação.

 

— Não só pelo ensino de qualidade, até porque temos ótimas universidades também no Brasil, mas pela experiência internacional, que traz um enriquecimento cultural forte. O aluno vai ter contato com pessoas do mundo inteiro. E, pensando financeiramente, o preço compensa — afirma.

 

A University of Florida custa, em média, U$ 7 mil por ano (cerca de R$ 21 mil), ilustra Annie, do Dux Institute:

 

— Não é nada exorbitante. Comparado com algumas universidades particulares brasileiras, é até mais barato.

 

Por exemplo: a mensalidade do curso de Arquitetura e Urbanismo da Mackenzie, em São Paulo, é de R$ 2.442 — em um ano, soma um investimento de R$ 29.304. No Rio Grande do Sul, o valor médio das mensalidades de instituições privadas de Ensino Superior é de R$ 956 (R$ 11,4 mil por ano), segundo levantamento de 2014 da consultoria Hoper Educação.

 

Aulas para administrar a saudade

 

De malas quase prontas, Guilherme Baldresca ganhou 70% de bolsa da Washington & Lee.

 

— A universidade pede para que a família comprove renda, conclui com quanto ela pode colaborar e, se possível, banca o restante — conta Guilherme.

 

Desde que recebeu a notícia do aceite, em março, dedica-se a assistir a vídeos institucionais sobre a faculdade, procurar informações da nova cidade e contatar os novos colegas pelas redes sociais. A fase que se avizinha é como uma evolução formal para a vida adulta de um garoto que só havia passado um mês, no máximo, longe da companhia da mãe e da irmã, com quem divide o teto em Porto Alegre.

 

— Mas ele está muito estável para ir. Foi uma decisão que partiu dele, de mais ninguém. E é bom ver os filhos atingindo os objetivos que desejam. Ele vai tirar de letra qualquer dificuldade, tenho certeza — orgulha-se a mãe, Maria Cristina Portinho.

 

A saudade é algo administrável. A Fundação Estudar, que também oferece programas de mentoria e obteve índice de aprovação de 93% no ano passado, não deixa o assunto de fora da preparação. Fazem parte do "treinamento" encontros periódicos com as famílias para falar sobre este período importante de transição.

 

— A mensagem que tentamos passar é de que a saudade é normal, mas os pais têm de focar nas partes positivas. Então, o ideal é marcar um horário fixo na semana para uma videoconferência. O compartilhamento de fotos e experiências nas redes sociais também ajuda a diminuir a aflição dos pais. É preciso um equilíbrio entre o "ficar em cima" e o "deixar viver" — enumera a consultora de estudos no Exterior da Fundação Estudar, Carolina Lyrio.

 

A maior diferença é justamente aprender a se virar. Declarar os próprios impostos, abrir conta em banco, saber o que fazer quando fica doente — ser adulto, enfim. O que inclui, também, administrar o próprio tempo e estabelecer a própria agenda de estudos.

 

— E aí você começa a gastar em dólar, a assistir a jogos de futebol americano, a conhecer pessoas de dezenas de países, a falar inglês todo dia… A ficha vai caindo, sua visão de mundo vai mudando e seu raciocínio crítico se desenvolvendo — conta Lucas Gabriel, "veterano" da University of Pennsylvania.

 

Diário Catarinense

 

Pátria educadora, aquela que os alunos aprendem fora do país.

 

Dado legal demais, bom saber que tem muita gente tendo esse tipo de oportunidade.

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Pátria educadora, aquela que os alunos aprendem fora do país.

 

Dado legal demais, bom saber que tem muita gente tendo esse tipo de oportunidade.

 

Que drama! Parece que é 1.3Mi e não 13mil alunos nessa situação.

 

Fora que para a graduação em si - considerando o objetivo de formar profissionais e não o de pesquisa - as principais federais e estaduais não ficam atrás de grande parte das universidades de lá.

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Que drama! Parece que é 1.3Mi e não 13mil alunos nessa situação.

 

Fora que para a graduação em si - considerando o objetivo de formar profissionais e não o de pesquisa - as principais federais e estaduais não ficam atrás de grande parte das universidades de lá.

 

Ironia, salvaro! Tá com o escudo muito levantado, lek, relaxa hahahah

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Ironia, salvaro! Tá com o escudo muito levantado, lek, relaxa hahahah

 

Pô, é que ultimamente todo mundo anda exagerando tanto para qualquer coisa que não dá mais pra saber o que é ironia hahahaha.

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  • Vice-Presidente

Qual é a porcentagem contribuindo e qual a porcentagem fazendo turismo?

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Qual é a porcentagem contribuindo e qual a porcentagem fazendo turismo?

 

O que eh "contribuir" pra voce ? Todos estao estudando em uma universidade, isso ja basta. O que acontece alem disso nao significa nada. 

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O que eh "contribuir" pra voce ? Todos estao estudando em uma universidade, isso ja basta. O que acontece alem disso nao significa nada. 

 

O que é "estudar" para você? 

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O que é "estudar" para você? 

 

 

Frequentar uma faculdade eh um bom indicio de que alguem esta estudando e adquirindo conhecimento, ao menos tendo contato com as ferramentas necessarias para isso. Qualquer suposicao alem disso eh puro achismo. 

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  • Vice-Presidente

Frequentar uma faculdade eh um bom indicio de que alguem esta estudando e adquirindo conhecimento, ao menos tendo contato com as ferramentas necessarias para isso. Qualquer suposicao alem disso eh puro achismo. 

 

Eu durante dois anos frequentei uma universidade e estudar e adquirir conhecimento foram renegados ao último plano, por opção própria e hoje pago o pato. Ou seja, poderia aplicar seu mesmo raciocínio do puro achismo aqui quanto a frequentar uma faculdade.

 

O que queremos é algo para qualificar e não quantificar o fato de que somos x no ranking de universidade. Eu, apesar dos 2 anos que desperdicei, tento qualificar minha passagem pela universidade depois disso. Não gostaria de ser apenas uma estatística sem valor, como fui durante um bom tempo.

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  • 2 semanas depois...
Retirando essas despesas de manutenção, ainda temos uma espécie de ´salário´ no valor de mais de R$ 20 mil. Essa é a quantia que utilizamos para o dia dia e para manter a vida social", enumera Breno Barcellos, 21 anos, estudante da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), que voltou do intercâmbio no Reino Unido em janeiro deste ano.

 

 
Quem lê e é meio lerdo, pode achar que recebem 20 mil reais por mês de bolsa. 
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Interessante ter sido lembrado aqui haha.

 

Tem sim aqueles que fazem (apenas) turismo, (é possível fazer turimso e aprendizagem ao mesmo tempo) mas tem também aqueles que com certeza vão trazer coisas positivas para o Brasil (que são maioria). Intercâmbio além de trazer um benefício individual muito grande, abre a mente das pessoas ao fazê-las ver políticas, tecnologias, culturas diferentes. Isso pode parecer clichê e bobagem, mas uma pessoa que viaja pro exterior e volta pro seu país com a mente aberta e trazendo coisas interessantes, espalha isso pelo menos ao seu redor. Quando se fala de mais estudantes então, o benefício é ainda maior, como se fosse uma pirâmide. Acredito que daqui há alguns anos vamos ver alguns resultados com relação a isso.

 

O incentivo ao estudo fora é uma ótima política que um país pode ter. Alguns países como Japão estão aí pra comprovar isso. O que não significa que eu concorde 100% com o maior programa brasileiro a respeito disso, mas acho ele muito bom.

 

E vagabundo que não quer estudar, tem de todo país. Por experiência própria também. Alías pelo que vi, os estudantes brasileiros se saem muito bem nas universidades se comparados com outros internacionais, e até mesmo americanos.

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