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‘O ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular’


Ariel'

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‘O ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular’, diz educadora

Filósofa e professora Viviane Mosé critica modelo educacional do país

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Mosé: o professor é quem ensina a lidar com as novas mídias - Mônica Imbuzeiro

Para a filósofa Viviane Mosé, educadores precisam refletir sobre as reais demandas dos alunos e adequar o ensino aos novos tempos. Ela participará do encontro internacional “Educação 360”, que será realizado pelos jornais O GLOBO e “Extra” de 5 a 6 de setembro na Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio, em parceria com o Sesc e a prefeitura do Rio e apoio do Canal Futura

A sra. já disse que precisa haver uma revolução no ensino médio. Que revolução seria essa?

Se o ensino fundamental tem melhorado, o ensino médio permanece estagnado. Como trata da educação de adolescentes e jovens, é hoje o olho do furacão. Mesmo com oferta de vagas, com a melhora das condições físicas das escolas, muitos jovens abandonam os estudos, fenômeno que já aparece nos anos finais do ensino fundamental. A escola, do modo como está estruturada, não consegue atrair. Se esse fenômeno acontece em muitos países, em função da democratização do saber permitida pela internet, no Brasil se apresenta de modo ainda mais grave, já que o ensino médio se reduziu a uma preparação para o vestibular. Como as escolas públicas não conseguem competir com as particulares, jovens das classes populares não encontram nada na escola: nem acesso à universidade, nem ferramentas que o ajudem a viver melhor, nem acesso ao mercado de trabalho, nem espaço de encontro e experiências lúdicas. Muitas medidas paliativas têm sido tomadas, como as cotas para as escolas públicas nas universidades, mas nada disso resolverá o problema. O Brasil precisa repensar o ensino médio, que deve oferecer diferentes possibilidades, dependendo da vocação e do interesse do aluno.

O que torna um projeto educacional bem-sucedido?

Um projeto é bem sucedido quando as crianças aprendem e não abandonam a escola. Quando encontram na escola um espaço de crescimento não apenas intelectual, mas humano. A escola não deve se sustentar na administração de conteúdos, mas na aquisição de ferramentas para viver melhor. Os conteúdos estão disponíveis na rede, precisamos estimular a capacidade de ler e interpretar dados e sofisticar nossa habilidade de ler o mundo. Essa é uma escola que dá certo, pois permite que a pessoa continue aprendendo.

Qual o novo papel do professor?

Nós, professores, nos sustentávamos nos conteúdos que tínhamos e devíamos passar aos alunos. Hoje, esses conteúdos estão disponíveis, muitas vezes, com mais dinamismo e qualidade nas novas mídias. Então, nosso poder passa a ser o de preparar os alunos para lidar com as mídias. Isso significa incentivar a inteligência, o pensamento e, especialmente, a capacidade de filtrar dados e interpretá-los, para que não sejam levados por uma onda de informação manipulada ou de má qualidade. O professor não é mais quem sabe tudo, mas quem se interessa por tudo. A educação caminha para a formação de pesquisadores, e isso é muito favorável.

As escolas precisam olhar mais para as comunidades ao redor?

Elas devem se abrir para o mundo. Não podem mais se esconder por trás de altos muros. Os desafios do mundo devem ser questões presentes no cotidiano das escolas, não apenas questões acadêmicas abstratas. Mas esse mal, o isolamento, deve começar a ser vencido nas universidades, que nasceram dos conventos, com seus altos muros.

Muitos especialistas associam as manifestações do ano passado ao aumento do acesso à educação. Acredita nesta conexão?

De forma nenhuma. As manifestações são consequência do acesso às novas mídias, que rapidamente reúne pessoas. Mas essa reunião se deu em um momento em que as pessoas ainda não têm uma educação de qualidade, voltada para a vida, para as questões sociais. Sem rumo, elas se perderam, não produziram conquistas, desembocaram em violência. Em breve, teremos outro cenário: manifestações, sim, enormes, mas com direção, sentido, maturidade política e intelectual.

No encontro “Educação 360”, a senhora vai participar de uma mesa sobre as iniciativas de educação que partem do Brasil. As ações brasileiras guardam um diferencial comum?

Não há uma gente mais criativa que a nossa, eu penso. Depois de andar do Oiapoque ao Chui, tenho a honra de conhecer experiências incríveis e inéditas que dão muito certo. Muitas vezes, escolas muito pobres; em outras, mais ricas, sempre com criatividade e vontade, conseguem produzir uma educação de qualidade. Temos de valorizar essas práticas e compartilhá-las, precisamos adotar o modo brasileiro de educar que dá certo, e não importar modelos, o mundo inteiro repensa a educação.

O GLOBO

É ridículo ouvir o mesmo discurso em toda aula "estudar para a redação do ENEM", "passar isso porque cai no vestibular".

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É melhor você ficar 13 anos na escola (ensino médio+ensino fundamental) antes de seguir para sua profissionalização ou fazer um ensino de preparação com os conhecimentos básicos antes de estudar aprofundadamente algo que você tem interesse em se profissionalizar?

As pessoas vão à escola para aprendizados de preparação para os cursos superiores e de formação mais específica. Eu apoiaria até que não precisasse estudar tanta matemática no ensino médio, e o ENEM fosse apenas o exame de entrada para o curso superior, ou você fica 13 anos na escola sem que estivesse para fazer outra coisa?

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"Menos matemática no Ensino Médio"...

Acho que só quem fez algum curso de Exatas sabe o quanto nossa matemática no Ensino Médio é porca e deficiente. O pessoal de Engenharia ainda tem pré-Cálculo. Eu tive que aprender um monte de coisas "nas coxas" pra conseguir entender derivadas e geometria analítica.

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"Menos matemática no Ensino Médio"...

Acho que só quem fez algum curso de Exatas sabe o quanto nossa matemática no Ensino Médio é porca e deficiente. O pessoal de Engenharia ainda tem pré-Cálculo. Eu tive que aprender um monte de coisas "nas coxas" pra conseguir entender derivadas e geometria analítica.

Tá bom, mas o que é que o ensino médio tem que seja tão importante assim na formação de uma pessoa?

É claro que precisa ainda haver ampliação de mais vagas e mais universidades, mas com isso a melhoria do ensino público superior, catalogação de cases, e ainda sim falarão que o Ensino Médio será preparação para o "ENEM" porque o curso superior tem que existir.

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"Menos matemática no Ensino Médio"...

Acho que só quem fez algum curso de Exatas sabe o quanto nossa matemática no Ensino Médio é porca e deficiente. O pessoal de Engenharia ainda tem pré-Cálculo. Eu tive que aprender um monte de coisas "nas coxas" pra conseguir entender derivadas e geometria analítica.

E só quem é das Humanas sabe o quão inútil é se aprofundar em geometria e como perdeu tempo podendo estudar outras coisas.

Tudo depende do teu direcionamento. Não dá pra generalizar.

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"Menos matemática no Ensino Médio"...

Acho que só quem fez algum curso de Exatas sabe o quanto nossa matemática no Ensino Médio é porca e deficiente. O pessoal de Engenharia ainda tem pré-Cálculo. Eu tive que aprender um monte de coisas "nas coxas" pra conseguir entender derivadas e geometria analítica.

Não acho que geometria analítica ou derivadas sejam um conteúdo fundamental no ensino médio. E é improvável que alguém sem interesse por esses conteúdos ou que se dedique muito na repetição de exercícios para um vestibular concorrido vá conseguir entender de forma adequada.

Eu tive geometria analítica no ensino médio umas 8 aulas pelo menos. O tempo teria sido melhor aproveitado com coisas como lógica clássica e quantitativa, por exemplo. Ou mesmo para passar de forma mais adequada teoria dos conjuntos, funções e até geometria básica, entre outros. Hoje quando preciso de algo da matemática que não lembro/sei e vou atrás vejo como tudo foi dado de uma forma porca e que em raros casos poderia ser bem aproveitada...

Pela maioria dos testes nacionais o desempenho dos brasileiros em matemática não é ruim, é péssimo. Ou seja, o problema não está na geometria analítica, está no básico (como aquilo citei). Não tem sentido tentar ensinar coisas mais avançadas e específicas quando a gigante maioria não consegue compreender a base.

O que eu acho que deveria ser estimulado são cursos intensivos de um ou dois meses antes do início do semestre para nivelar e dar a base matemática necessária para todos que irão cursar engenharia, computação, etc..

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Não só o ensino médio e o ensino fundamental precisa de uma reestruturação como também o ensino superior.

O ensino no país como um todo vive uma calamidade que é vergonhoso.

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Eu tive um professor de matemática muito bom no 3º ano, um cara que ensinava e tinha paciência. Então eu acabo lembrando muito mais coisas de Geometria Analítica, i e Trigonometria do que eu realmente preciso. Em compensação, eu tive um monte de professores no primeiro ano, que foi um entra-e-sai do caralho de gente e só fui perceber isso quando cheguei na faculdade e não sabia lidar direito com logaritmos.

Também concordo com o Salvaro, o problema aqui tá no básico, e o fato de que o ensino médio tá servindo apenas de preparação pro vestibular é o menor dos problemas.

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Eu tive um professor de matemática muito bom no 3º ano, um cara que ensinava e tinha paciência. Então eu acabo lembrando muito mais coisas de Geometria Analítica, i e Trigonometria do que eu realmente preciso. Em compensação, eu tive um monte de professores no primeiro ano, que foi um entra-e-sai do caralho de gente e só fui perceber isso quando cheguei na faculdade e não sabia lidar direito com logaritmos.

Também concordo com o Salvaro, o problema aqui tá no básico, e o fato de que o ensino médio tá servindo apenas de preparação pro vestibular é o menor dos problemas.

A verdade é que a notação matemática utilizada para logaritmos é pouco clara. Ela é pouco natural quando comparada com outras como da divisão, potenciação e mesmo radiciação. É confusa mesmo para quem sabe o conceito.

Eu já tinha usado logaritmos para ajustar uma escala de crescimento, mas as propriedades algébricas eu só fui entender bem quando precisei estudar semestre passado para uma disciplina do doutorado que foi provavelmente a última que fiz na vida.

Apesar da notação ruim, definitivamente não é algo difícil. Superado o trauma de como isso foi dado no ensino médio é até bem fácil.

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A verdade é que a notação matemática utilizada para logaritmos é pouco clara. Ela é pouco natural quando comparada com outras como da divisão, potenciação e mesmo radiciação. É confusa mesmo para quem sabe o conceito.

Eu já tinha usado logaritmos para ajustar uma escala de crescimento, mas as propriedades algébricas eu só fui entender bem quando precisei estudar semestre passado para uma disciplina do doutorado que foi provavelmente a última que fiz na vida.

Apesar da notação ruim, definitivamente não é algo difícil. Superado o trauma de como isso foi dado no ensino médio é até bem fácil.

Em Economia, especialmente econometria, é mais frequente você ver. Matemática financeira, quando vc não tem as benditas tabelas, também usa um pouco as vezes.

Mas eu tinha muuuuito pouca noção do que era. Sabia que log sem base era logaritmo de base 10 e o conceito básico da coisa. Foi muito falho, eu tive que pegar um livrinho básico desses de matemática e aprender de novo. Matrizes também eu penei um pouco.

O que eu fico meio bobo é a quantidade de gente que entra não sabendo nada de estatística básica. Tinha gente que não sabia o que era mediana ou moda, mal sabia fazer uma média.

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E mais uma vez se entra na mesma discussão sobre o ensino médio. No final a gente só confirma que um dos motivos de o ensino ser a merda que é, é essa ideia de "não precisamos de tanta matemática", "não precisamos de tanta física", "não precisamos de tanto corte e costura".

Queria perguntar pros membros da sociedade dos poetas mortos... qual seria a alternativa para o foco do ensino?

Antes que venham com questões como ética, noções de política e afins... eu respondo que tudo isso se tinha em geografia, filosofia, sociologia, e grande parte dos que clamam por um modo de ensino alternativo, são aqueles que cagavam pra essas matérias e os pais iam reclamar quando eventualmente ficavam de recuperação ou aparecia um professor pirocudo ao ponto de querer reprovar alguém em alguma "ia" da vida.

Nem vou tocar no ponto da aversão as matérias exatas estarem diretamente ligadas a vagabundagem e burrice .

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Eu não tive Geometria Análitica no ensino médio, me fodi um monte na faculdade por causa disso.

De qualquer forma o problema da matemática em nosso país, é a matemática básica. Vejo quando vou em alguma loja algo assim, que nego faz troco na calculadora, de por exemplo o bagulho custar R$ 1,50 e eu dar uma nota de R$ 2,00, e nego usar a calculadora. Aliás aqui no meu trabalho tem uma guria que faz algo parecido.

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Eu não tive Geometria Análitica no ensino médio, me fodi um monte na faculdade por causa disso.

De qualquer forma o problema da matemática em nosso país, é a matemática básica. Vejo quando vou em alguma loja algo assim, que nego faz troco na calculadora, de por exemplo o bagulho custar R$ 1,50 e eu dar uma nota de R$ 2,00, e nego usar a calculadora. Aliás aqui no meu trabalho tem uma guria que faz algo parecido.

O Kumon tinha uma proposta pra essa matemática basicona, agora os que eu conhecia fecharam tudo. Lembro que não passei do bloco de divisão, mas minha mentalidade na época que eu fiz era completamente outra, fora o acesso a esse trabalho e a condição (embora eu acho que é mais caro manter um (proprietário) do que o aluno, entrando interesse etc..

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Aqui nos EUA eh totalmente diferente. Voce faz algumas provas que vao determinar se voce vai conseguir ser aceito e conseguir uma bolsa na universidade. Sem contar que o SAT voce pode fazer varias vezes no ano, nao eh igual ao ENEM que so tem uma vez e se voce perder ou nao estiver num bom dia.. espere mais um ano.

Brasil eh muito atrasado nesse sentido mesmo, high school dos EUA te oferece um milhao de alternativas.

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E só quem é das Humanas sabe o quão inútil é se aprofundar em geometria e como perdeu tempo podendo estudar outras coisas.

Tudo depende do teu direcionamento. Não dá pra generalizar.

Mas aí é que está, não é inútil. Do mesmo modo que eu não acho que perdi tempo estudando Geografia e História. Nem Filosofia e Cultura Religiosa no ensino superior.

Idealmente haveriam matérias opcionais a mais, não no lugar de outras. O que estudamos é o básico do básico. Por isso em qualquer curso superior o primeiro semestre é quase um complemento ao segundo grau e introdução ao curso, de fato.

Não acho que geometria analítica ou derivadas sejam um conteúdo fundamental no ensino médio. E é improvável que alguém sem interesse por esses conteúdos ou que se dedique muito na repetição de exercícios para um vestibular concorrido vá conseguir entender de forma adequada.

Eu tive geometria analítica no ensino médio umas 8 aulas pelo menos. O tempo teria sido melhor aproveitado com coisas como lógica clássica e quantitativa, por exemplo. Ou mesmo para passar de forma mais adequada teoria dos conjuntos, funções e até geometria básica, entre outros. Hoje quando preciso de algo da matemática que não lembro/sei e vou atrás vejo como tudo foi dado de uma forma porca e que em raros casos poderia ser bem aproveitada...

Pela maioria dos testes nacionais o desempenho dos brasileiros em matemática não é ruim, é péssimo. Ou seja, o problema não está na geometria analítica, está no básico (como aquilo citei). Não tem sentido tentar ensinar coisas mais avançadas e específicas quando a gigante maioria não consegue compreender a base.

O que eu acho que deveria ser estimulado são cursos intensivos de um ou dois meses antes do início do semestre para nivelar e dar a base matemática necessária para todos que irão cursar engenharia, computação, etc..

Mas eu não disse que deveríamos ver isso no segundo grau e sim que quando cheguei no curso superior tinham vários degraus até eu poder entender isso que tiveram que ser aprendidos na marra. Justamente porque o que deveria ter vindo antes disso foi muito mal ensinado.

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Mas aí é que está, não é inútil. Do mesmo modo que eu não acho que perdi tempo estudando Geografia e História. Nem Filosofia e Cultura Religiosa no ensino superior.

Idealmente haveriam matérias opcionais a mais, não no lugar de outras. O que estudamos é o básico do básico. Por isso em qualquer curso superior o primeiro semestre é quase um complemento ao segundo grau e introdução ao curso, de fato.

Mas eu não disse que deveríamos ver isso no segundo grau e sim que quando cheguei no curso superior tinham vários degraus até eu poder entender isso que tiveram que ser aprendidos na marra. Justamente porque o que deveria ter vindo antes disso foi muito mal ensinado.

Qual a utilidade de geometria pra um curso de Direito? E de Psicologia? De História? Qual a utilidade de tu aprender uma porra duma báskara num curso de Português?

O que eu defendo é muiito simples: coisas de conhecimento geral e que tu usa no dia-a-dia são muito, mas muito mais importantes que tu saber fazer uma equação de segundo grau que tu só vai usar num sistema de ensino falido, defasado e que serve pra te tirar o foco de um panorama geral do país.

Tu saber escrever é muito importante. Tu saber a situação política do mundo é muito importante. Tu saber como gerir o teu dinheiro é muito importante. Tu saber quanto % é algo de algo, porque tu usa isso quase que diariamente, é muito importante. Agora, eu saber log me ajuda em que? Quando é que eu vou usar uma merda dessas?

Pra mim não é básico. Básico é tudo o que eu uso no dia a dia. Deixou de ser isso, não é mais básico. Já falei aqui que em detrimento de coisas ridículas que passam em matemática, física e por ai vai, tu poderia ter uma aula de educação no trânsito, de filosofia, de política, de economia, planejamento. Porra, tem 5 mil coisas mais úteis que isso, pelo amor de deus.

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Concordo com o Silveira, acho que todos devem ter uma base de cada coisa, mas o aprofundamento vem logo mais à frente.

É muito mais importante ter-se aulas de primeiro-socorros, noções básicas de carpintaria, de culinária, de empreendedorismo e etc... Eu estudo numa escola particular e fico abismado com algumas coisas que eu vejo por lá, estou no primeiro ano e tem nego que nao tem a noção básica do mundo, nao sabe absolutamente nada sobre saúde e etc... Eu vejo com melhores olhos o sujeito entrar na faculdade com essas noções da "vida" do que saber a porra de uma formula de Bháskara e o estudo de algumas coisas na filosofia.

Tem que parar de ter essa noção do ensino como ser dividido em matérias, tem que mostrar pro aluno que tudo se interliga, sua pratica no mundo, assim que se mostra o mundo ao aluno e se faz tê-lo interesse no estudo.

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Cara, matemática tem áreas que são potencialmente úteis a quase todos os cursos como lógica e estatística.

Não é questão de mais ou menos matemática.O problema é que o ensino médio deveria desenvolver o raciocínio matemáticos e dar as ferramentas básicas para o prosseguimento. Hoje ele não atende isso e tenta forçar o pessoal a descobrir a equação da reta quando a maior parte da turma não tem nem o básico.

Embora eu discorde totalmente de adicionar ao currículo atividades que claramente tem natureza extracurricular como no post acima.

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Qual a utilidade de geometria pra um curso de Direito? E de Psicologia? De História? Qual a utilidade de tu aprender uma porra duma báskara num curso de Português?

O que eu defendo é muiito simples: coisas de conhecimento geral e que tu usa no dia-a-dia são muito, mas muito mais importantes que tu saber fazer uma equação de segundo grau que tu só vai usar num sistema de ensino falido, defasado e que serve pra te tirar o foco de um panorama geral do país.

Tu saber escrever é muito importante. Tu saber a situação política do mundo é muito importante. Tu saber como gerir o teu dinheiro é muito importante. Tu saber quanto % é algo de algo, porque tu usa isso quase que diariamente, é muito importante. Agora, eu saber log me ajuda em que? Quando é que eu vou usar uma merda dessas?

Pra mim não é básico. Básico é tudo o que eu uso no dia a dia. Deixou de ser isso, não é mais básico. Já falei aqui que em detrimento de coisas ridículas que passam em matemática, física e por ai vai, tu poderia ter uma aula de educação no trânsito, de filosofia, de política, de economia, planejamento. Porra, tem 5 mil coisas mais úteis que isso, pelo amor de deus.

Do mesmo modo tem mil coisas de maior utilidade prática do que saber quais os animais característicos do serrado. As plantas características de mata atlântica. Quem foi o penúltimo presidente da ditadura. Quando e porquê ocorreu a revolta do chá.

Eu sei que estudei tudo isso e não lembro de nada. História do Brasil, eu penava já naquela época, imagina hoje.

Se eu não tivesse estudado nada disso e, ao invés disso, tivesse tido aulas de carpintaria (alguém falou; é a única dentre as citadas que não tive em algum momento até o Ensino Médio), provavelmente teria tido o mesmo desfecho porque tudo que estudamos e não usamos acaba esquecido. Dá pra ter aquele lampejo mas, mesmo assim, 10 anos depois já não é aquela coisa...

Eu tive matemática financeira. Quem disse que sei calcular juros compostos hoje sem cola?

Então, pra mim a função do Ensino Médio não é ensinar coisas pra vida toda (apesar de algumas coisas acabarem ficando) e sim te preparar pro que vem a seguir. Formar uma pessoa com conhecimento multidisciplinar, capaz de escolher qualquer curso de ensino superior e dar prosseguimento sem maiores problemas.

E, mais do que isso, desenvolver as diferentes áreas do cérebro da maneira mais uniforme possível. Porque você pode não precisar mais usar bhaskara pro resto da vida mas o esforço mental feito pra entender isso na época permanece e o desenvolvimento do raciocínio lógico pode te ajudar em coisas que você nem vai perceber.

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Do mesmo modo tem mil coisas de maior utilidade prática do que saber quais os animais característicos do serrado. As plantas características de mata atlântica. Quem foi o penúltimo presidente da ditadura. Quando e porquê ocorreu a revolta do chá.

Eu sei que estudei tudo isso e não lembro de nada. História do Brasil, eu penava já naquela época, imagina hoje.

Se eu não tivesse estudado nada disso e, ao invés disso, tivesse tido aulas de carpintaria (alguém falou; é a única dentre as citadas que não tive em algum momento até o Ensino Médio), provavelmente teria tido o mesmo desfecho porque tudo que estudamos e não usamos acaba esquecido. Dá pra ter aquele lampejo mas, mesmo assim, 10 anos depois já não é aquela coisa...

Eu tive matemática financeira. Quem disse que sei calcular juros compostos hoje sem cola?

Então, pra mim a função do Ensino Médio não é ensinar coisas pra vida toda (apesar de algumas coisas acabarem ficando) e sim te preparar pro que vem a seguir. Formar uma pessoa com conhecimento multidisciplinar, capaz de escolher qualquer curso de ensino superior e dar prosseguimento sem maiores problemas.

E, mais do que isso, desenvolver as diferentes áreas do cérebro da maneira mais uniforme possível. Porque você pode não precisar mais usar bhaskara pro resto da vida mas o esforço mental feito pra entender isso na época permanece e o desenvolvimento do raciocínio lógico pode te ajudar em coisas que você nem vai perceber.

Exatamente. Mas isso tem sido feito de modo MUITO errado. Eu sou professor e cara, é engraçada a situação do ensino médio. Parte das minhas aulas é bem contextualizada e bastante relevante pros alunos, acredito que pro resto da vida ( dou aulas de Biologia). Porém, eu acredito que o aluno saber que o NADPH faz é formado na fase clara da fotossíntese é meio inútil pro futuro dele, e obviamente isso tira o interesse do adolescente. Eu não sou muito a favor das políticas publicas de educação Estados Unidenses, mas a parte de currículo do ensino médio deles eu acho mais interessante. Você tem um mínimo de matérias obrigatórias e algumas optativas, que o aluno pode moldar o seu aprendizado de acordo com as suas aptidões. Aí, o cara que quiser ter aula sobre fotossíntese mesmo procura fazer essa matéria no colégio, e o cara que quer aprender geometria linear (que eu aprendi, não uso diretamente, mas me fez desenvolver competências diferentes) vai fazer lá a optativa que abrange isso.

Pra mim, falta isso no ensino médio brasileiro, esse engessamento causado pelo ENEM é tenebroso, uma vez que força o conteúdo do Ensino Médio pra uma direção só, já que a prova tem uma "tendência" de conteúdos e exige apenas algumas competências dos candidatos.

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Exatamente. Mas isso tem sido feito de modo MUITO errado. Eu sou professor e cara, é engraçada a situação do ensino médio. Parte das minhas aulas é bem contextualizada e bastante relevante pros alunos, acredito que pro resto da vida ( dou aulas de Biologia). Porém, eu acredito que o aluno saber que o NADPH faz é formado na fase clara da fotossíntese é meio inútil pro futuro dele, e obviamente isso tira o interesse do adolescente. Eu não sou muito a favor das políticas publicas de educação Estados Unidenses, mas a parte de currículo do ensino médio deles eu acho mais interessante. Você tem um mínimo de matérias obrigatórias e algumas optativas, que o aluno pode moldar o seu aprendizado de acordo com as suas aptidões. Aí, o cara que quiser ter aula sobre fotossíntese mesmo procura fazer essa matéria no colégio, e o cara que quer aprender geometria linear (que eu aprendi, não uso diretamente, mas me fez desenvolver competências diferentes) vai fazer lá a optativa que abrange isso.

Pra mim, falta isso no ensino médio brasileiro, esse engessamento causado pelo ENEM é tenebroso, uma vez que força o conteúdo do Ensino Médio pra uma direção só, já que a prova tem uma "tendência" de conteúdos e exige apenas algumas competências dos candidatos.

Mas isso é +/- o que eu falei lá atrás. Só não sei se seria bom fazer uma troca de conteúdos. Eu acho que mesmo com as optativas eles acabam cobrindo mais coisa que a gente, então talvez nossa grade que deveria ter ainda mais coisa, agregando as optativas ao que já é ensinado.

Mas, como solução de compromisso, e com uma grade apenas um pouquinho mais esticada (coisa de 30m a 1h a mais), daria pra reduzir a carga horária de alguns conteúdos mais específicos e já adicionar algumas coisas mais práticas. Uma que eu acho que seria interessante, até pra quebrar o ritmo, descontrair um pouco e fazer pensar seria Filosofia já que dá pra cobrir vários assuntos.

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Uma coisa é certa, o sistema de ensino brasileiro esta em crise, defasado, ineficiente e tudo mais. Isso reflete diretamente na nossa sociedade, na questão cultural, econômica e por ai vai.

O Ensino Médio tem seus problemas mas o fundamental também se encontra em crise, professores mal remunerados, falta de estrutura, falta de incentivo, falta de vontade política... A questão não é o EM ter matérias ou conteúdo que não precisa ser aplicado, nessa eu to com o Douglas, é preciso ter tudo, mesmo que o cara irá seguir uma carreira na área humanas, precisa aprender matemática, física, química. O mesmo vale pro contrário. A questão não é essa, é o quanto de cada coisa deve ser vista. Eu concordo que não é preciso aprofundar em todas, biologia, matemática, história... até mesmo porque o certo seria o aluno chegar do fundamental com uma boa base nessas matérias. Eu por exemplo quando vi no Médio História, Geografia, boa parte da Matemática, Português, já sabia muita coisa por causa da boa base do fundamental. O problema é que a maioria dos alunos (principalmente rede pública) chegam ao médio sem base alguma, e isso se arrasta até chegarem na faculdade sem base alguma também.

Tendo isso em vista, o ideal seria o Médio ser uma transição pro superior, uma preparação propriamente dita, não ficar com a simplória tarefa de preparar o aluno pra um exame. Ideal seria o aluno ver todas as matérias nos 2 primeiros anos, porém de forma mais superficial, e dai como o Pedro falou citando o modelo americano, no último ano o aluno poderia se aprofundar nas matérias que ele consideraria mais importantes, fora algumas obrigatórias.

Outra coisa é a desvalorização de algumas áreas, por exemplo a Filosofia que o Douglas citou mas já faz parte. Eu vi Filosofia e na época não me interesse nem um pouco, hoje sou fã. Tive um professor desinteressado e era notório o desinteresse da própria escola com essas matérias, pois o foco era vestibular. Quando alguém fala que faz Filosofia a maioria já olha torto, pensa que é vagabundo. Mas ai pega países que valorizam matérias como essas, Filosofia, Sociologia, pega o nível cultural do cidadão médio. Dai vemos a diferença.

Outra coisa, o desinteresse dos alunos e a falta de querer mudar isso por parte do estado, falta do incentivo a leitura, a busca pelo conhecimento. Falta de programas de integração das escolas com a família, falta de vontade política em fazer uma reforma profunda pra tentar mudar isso, pra aumentar a carga horária, o que significaria maiores gastos, mas deixaria os alunos mais tempo na escola e poderiam até encaixar a ideia do Silveira, de ensinar coisas de aplicação mais prática, estudo da legislação, constituição, educação financeira, etc.

Eu fico vendo o Salvaro batendo na tecla do quanto o governo atual tem feito na área da educação, sobretudo superior. Mas eu não consigo entender esse vislumbramento, ainda mais partindo dele que é da área acadêmica. Maiores investimentos é algo bom, sem dúvidas, mas se não houver uma mobilização do governo federal pra efetuar reformas, investir e fiscalizar os investimentos na educação de base, não vai adiantar de nada. É louvável programas como Prouni, da pessoa que nunca teria condições poder cursar o superior, mas de que adianta se virar um programa pra mostrar que tem algo na área de inclusão e só, não fiscaliza, dai o cara faz uma uniesquina, forma sem saber porra nenhuma e o diploma não vale de nada. De que adianta construir vários centros técnicos (outra atitude louvável) mas vivemos processo de desindustrialização preocupante por falta de investimentos em outras áreas, medidas econômicas duvidáveis. O problema desse governo é que, apesar de ter acertado em algumas coisas, a maioria das ações, principalmente na área da educação, são de cunho populista e visam somente a perpetuação atual do poder, não pensam no longo prazo, não pensam em mudar de verdade, pra melhor...

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E você acha que o Aécio seria a solução para os problemas? Olhe só aqui em minas, não é um problema só do governo federal, é de cada governo estadual também e de seus anteriores. Os professores daqui de MG reprovam as gestões tucanas. Acho que o Aécio seria mudar de presidente e perpetuação dos problemas. Já os outros, parecem terem cara de inovação também.

As pessoas que fazem Ensino Médio sabem que precisam visar a continuação dos estudos. É só você não se importar em ouvir ENEM, porque afinal isso é resultado da federalização dos serviços públicos.

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    • F J
      Por F J
      Pessoal esse ano não estarei disponibilizando de graça o arquivo.
      Eu tenho me dedicado há 15 anos à comunidade do FM, tanto no oficial quanto em MODs gratuitamente (sim a pesquisa não é paga), e tem sido cada vez mais penoso, maçante e com pouca recompensa, é muito fácil "roubar" arquivos disponibilizados e falar que foi você quem fez e ainda cobrar, já vi vários casos de gente usando coisas que eu fiz em seus MODs cobrados, eu realmente não me importava antes mas agora mudou.
      Estarei cobrando um valor simbólico, é quase uma vida de trabalho em cima disso e pela primeira vez decidi fazer algo do tipo.
      --
      Estou disponibilizando aqui um SAVEGAME degustação, nele está jogável somente a Série A com a database mínima, e as outras podem serem vistas para vocês testarem e se gostarem do que verem, podem entrar em contato comigo na DM que estarei repassando as informações de como adquirir o arquivo completo.
      ▶️ https://drive.google.com/file/d/1L4cN_JZZm5xih4QUdTaS3TGqvVgeCL4P/view?usp=sharing
      --
      Lembrando que A ÚNICA COISA EDITADA NO UPDATE É A SÉRIE D, todo o resto está igual ao jogo original e não dou suporte para coisas não relacionadas.
      É necessário estar com a última versão (no momento 24.3) do FM. Caso saia outras estarei adaptando e repassando a quem já adquiriu (ou em último caso devolvendo o dinheiro se não conseguir o funcionamento apropriado).
    • RafaelFS98
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      Olá pessoas, estou criando alguns adboards para deixar o FM mais imersivo, dou designer e já criei os adboards estáticos do campeonato, agr to criando os animados
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      Por Kapiroto
      Olá, pessoal!
       
      Não sei mexer muito bem nas regras avançadas do editor do FM, mas na base da engenharia reversa (analisar o trabalho da concorrência e copiando a estrutura para meu arquivo), consegui fazer uma liga no brasil da seguinte forma:
       
      Séries A, B e C: ida e volta, pontos corridos, sobem 4 e descem 4.
       
      Série D: 4 grupos regionalizados de 16 times cada. Caem os 2 últimos de cada grupo e classificam os oito primeiros para o mata-mata. Quem se classificar para as semifinais garante o acesso.
       
      Série E: 8 grupos regionalizados de 16 times cada. Caem os 4 últimos de cada grupo e classificam os quatro primeiros para o mata-mata. Quem se classificar para as quartas de final garante o acesso.
       
      Já testei e está tudo direitinho. O único problema que eu preciso resolver para considerar tudo pronto é que na série D, por exemplo, o 1º colocado do grupo pela o 8º colocado do mesmo grupo no mata-mata, em vez do 1ª colocado do grupo A pegar o 8ª do B e assim vai.
       
      Se alguém puder me orientar sobre como solucionar isso, e não houver nenhuma objeção do pessoal que administra o fórum, posso disponibilizar o arquivo ainda hoje.
    • civilEN
      Por civilEN
      Estou criando uma base de dados do Brasil em formato real, com classificação da série D via estaduais, e com campeonatos amadores e de várzea, caso alguém puder ajudar, eu agradeceria muito
    • JGDuarte
      Por JGDuarte
      Brasil e Venezuela enfrentam-se hoje, 12 de outubro de 2023, às 21h30, em jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. 
      Escalações:


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