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Narciso, Rivellino e o preconceito de boleiros contra quem estuda futebol


Leho.

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  • Diretor Geral

Narciso, Rivellino e o preconceito de boleiros contra quem estuda futebol

Mauro Cezar Pereira, blogueiro do ESPN.com.br

Programa "Cartão Verde", TV Cultura. Narciso, técnico do Penapolense, semifinalista do Campeonato Paulista, é perguntado sobre as categorias de base no futebol brasileiro. A resposta é direta: "Entrou muito cara de faculdade".

Como assim, Narciso? "Nas categorias de base você tem que ensinar(...). Duvido que o cara da faculdade, ele possa saber fazer isso". Duvida, Narciso? Mas há profissionais que erram clamorosamente em fundamentos básicos. Saberiam eles ensinar? Curiosa tese.

Ok, opiniões são opiniões, todos têm direito a ela, como Narciso e Rivellino, que no papel de comentarista do programa, atribuiu aos "caras da faculdade" o uso mais freqüente da força física no futebol. Então vou emitir meu ponto de vista: isso é que é defender reserva de mercado!

Como atribuir aos que trabalham no futebol sem terem sido atletas profissionais a responsabilidade pelo futebol mais físico? Quantos ex-jogadores armam seus times apoiados em marcação, força, faltas freqüentes? Quer um nome? Luiz Felipe Scolari, ele mesmo, o da seleção brasileira.

Ora bolas, ex-jogadores, por mais talentosos que tenham sido, não são e jamais serão obrigatoriamente bons professores de futebol. E nada impede que um "cara da faculdade" que não tenha sido profissional saiba, por exemplo, bater bem na pelota. Ou só profissionais jogam?

Existe espaço para ex-jogadores e acadêmicos, como ironiza Rivellino no programa. Não só no trabalho de base como também nos times profissionais. Em seguida, o jornalista Vítor Birner citou alguns nomes de técnicos com muito sucesso e que não foram jogadores. A tentativa de Rivellino de rebater a argumentação foi tão ruim quanto um chutaço nas nuvens.

Quem jogou tem que se preparar para ser um bom treinador, na base ou no time de cima. Terá que estudar, se informar, acompanhar a evolução do futebol. Não basta ter sido bom de bola. A fila anda, tudo muda, se transforma. Por essas e outras tantos ficam pelo caminho.

E aquele que não jogou profissionalmente pode, sim, dedicar sua vida inteira ao futebol. Jogando amadoristicamente, estudando, trabalhando e se aprofundando ao máximo. Inclusive para ensinar um garoto a bater na bola, a se posicionar, a jogar futebol.

Como diz o companheiro Paulo Calçade, médicos (homens) obstetras jamais tiveram ou terão filhos. Mas acompanham o parto como especialistas que são. Se o ser humano é capaz de aprender sobre isso sem dar a luz a uma criança, será que não aprenderia a bater numa bola?

É comum ex-jogadores com tal discurso. Para alguns deles, muitos talvez, quem não jogou bola não tem condições dirigir um time, nem de analisar futebol. É a tal defesa da reserva de mercado. Mais fácil bater em tal tese do que unir o conhecimento prático ao estudo, ao aprimoramento.

A experiência da cancha evidentemente ajuda muito. Desde que o ex-atleta seja atualizado, saiba passar seu conhecimento, tenham outros predicados além de bater na bola. Um outro exemplo? Tite, ex-jogador, formado em educação física, ou seja, um "cara da faculdade" também. E que se reciclou, muito, nos últimos anos. E o está fazendo outra vez.

Em tempo: sabe qual o líder em cartões vermelhos do Paulistão? O Penapolense, com sete expulsões. O time é quarto do ranking de amarelos, com 45. O técnico? Narciso, né? Futebol força, Riva?

Veja o vídeo abaixo com o programa, exibido em 25 de março. O trecho que motivou o post começa aos 43 minutos e 12 segundos:

E aí, o que acham da discussão?

Imagina o Douglas ensinando alguém a cruzar uma bola, ou o Damião a como se finalizar na pequena área oiauehoiuaheoiuhoae! Comédia.

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O ex-jogador de futebol tem muito mais conhecimento de como a máquina do futebol profissional funciona, de um modo geral. Não adianta negar isso, é fato, ponto final, e tem muito mais conhecimento de dentro de campo do que um cara com a mesma idade e que nunca fez nem categoria de base. Mesmo o pior dos ex-jogadores.

E para por aí. Isso não significa saber gerenciar um elenco, entender de tática e estratégia, entender de rotatividade de elenco e de muitos outros meandros que podem e DEVEM ser estudados por um técnico.

O texto é pouco específico, anda muito em volta e ataca pouco, no meu modo de ver. Não cita as vantagens ou desvantagens de ser um ex-jogador de futebol, só se apoia no fato de terem jogadores com deficiências técnicas (e eu garanto, o Douglas ia meter todas na cabeça do centroavante na pelada de vocês, e o Damião não ia perder uma na frente do goleiro), e isso não é um grande mérito.

Concordo com a ideia, em suma, mas não da forma com que foi atacada.

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Gostaria que o Rivelino me dissertasse sobre aprendizagem motora, como ela funciona e o que trbalhar em cada idade baseado nisso...

O profissional independente da sua procedência tem que se qualificar, eu realmente não sei bater na bola que nem eles, mas será que eles entendem alguma coisa sobre a fisiologia do treinamento???

Não foi os "caras de faculdade" que fizeram o futebol virar força...

Foi a evolução da ciência aplicada ao esporte que desenvolveu melhor os atletas no que se refere a parte física...Quem fugir dessa tendência tentando manter a plástica jamais fará sucesso no futebol moderno...

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Vaz já falou quase tudo.

Teria um ex-jogador competência pra, por exemplo, usar um software de biomecânica pra avaliar o padrão motor de um atleta (principalmente da base) para que a execução de um movimento seja corrigido e/ou aperfeiçoado?

Teria um ex-jogador competência pra, por exemplo, usar princípios da Psicologia esportiva pra ativar seus atletas??

Pois é, eu, "um cara da faculdade", tenho...

Tudo relacionado a motricidade, valências fisiológicas não será aprendido jogando. Assim como a "malandragem" do futebol não será aprendida estudando.

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  • Diretor Geral

[...]

Concordo com a ideia, em suma, mas não da forma com que foi atacada.

Sim, foi mais um "ataque" do que propriamente um fomento ao debate da questão. Mas eu pelo menos entendi como uma indignação do Mauro ao criar esse texto e fazê-lo dessa forma, só "no ataque". O Dassler Marques também apenas elencou os fracassos dos ex-jogadores argentinos campeões mundiais em 86, não foi além.

Agora, Narciso e Riva praticamente colocaram TODA a culpa dos problemas das categorias de base "nos caras de faculdade". Isso é o que incomoda. Até parece, né? Puta que pariu, que argumentinho mais chulo, acho que daí partiu a indignação do Mauro e o consequente teor da coluna.

É óbvio que um ex-jogador tem VÁRIOS pontos positivos ao trabalhar na base, assim como os catedráticos também os tem. A junção dos dois é o ideal na minha opinião, mas mesmo assim um cara que nunca foi profissional pode mt bem se tornar vitorioso na profissão, se conseguir se preparar o suficiente e ter talento para tal (Mourinho?), assim como um ex-jogador.

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Esse pessoal então não perde por esperar. Hoje é o pessoal da Educação Física que tá entrando. Amanhã vão ser Advogados, Economistas, Engenheiros, Estatísticos... gente que nunca conseguiu dominar uma bola direito vai estar tomando decisões extremamente importantes no futebol. E isso não é erro, é progresso, terão que lidar com isso. Quero ver como Narciso vai lidar quando um sujeito gordinho e baixinho, que joga na pelada de fim de semana mais pra rir que pra jogar, contestar as escolhas dele com base em estudos estatísticos.

Claro que vai ter espaço pra quem foi ex-jogador. Realmente, a experiência de estar ou ter estado no meio do futebol é extremamente importante. Mas é só mais um atributo em meio a vários necessários para um clube de futebol ser gerido eficientemente.

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Vou dar uma de advogado do diabo mas sem ser especificamente sobre a argumentação fraca deles ou ao menos pegando só uma parte pequena.

No contexto só da base, pode ter um pouco a ver na questão de escolher os jogadores mais fortes e até aquilo de pegar os que nasceram no 1º semestre. Porquê? Pelos resultados - e aí a implicação de que ex-jogadores não seriam tentados a seguir o mesmo caminho. Na visão deles, pode ser que achem que quem começou isso foram os que não jogaram.

Agora, alguém sabe quando isso começou pra tentar ver se tinham ex-jogadores na captação ou não?

(Saindo da defesa) me parece mais a inversão de causa e efeito.

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Vou dar uma de advogado do diabo mas sem ser especificamente sobre a argumentação fraca deles ou ao menos pegando só uma parte pequena.

No contexto só da base, pode ter um pouco a ver na questão de escolher os jogadores mais fortes e até aquilo de pegar os que nasceram no 1º semestre. Porquê? Pelos resultados - e aí a implicação de que ex-jogadores não seriam tentados a seguir o mesmo caminho. Na visão deles, pode ser que achem que quem começou isso foram os que não jogaram.

Agora, alguém sabe quando isso começou pra tentar ver se tinham ex-jogadores na captação ou não?

(Saindo da defesa) me parece mais a inversão de causa e efeito.

Se pegar a convocação do Gallo no último mundial, a grande maioria era dos primeiros 3 meses de /96 e todos com a maturação quase completa já, tanto que duvido a maioria chegar a jogar um brasileiro de primeira divisão com destaque... E o Gallo foi jogador...

Isso de futebol força nos destaques da base vem muito antes dos "caras da faculdade" tomarem conta da base dos maiores clubes...

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Mas não é só no futebol, na maioria das áreas de trabalho, o pessoal mais jovem, estudado, com idéias, e métodos, muitas vezes não é bem visto pelos mais velhos que fazem a mesma coisa na mesma empresa por exemplo.

É até meio normal isso, é a resistência ao novo.

Sobre o assunto, nego fala fala fala que o futebol era mais bem jogado que não exigia tanto do físico, pega um jogo dos anos 80 e vê a carnificina que era naquela época, a própria seleção de 70 batia muito. Hoje em dia o jogo é muito mais jogado e rápido do que era, e isso não é culpa dos estudados, como o vaz falou.

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Sim, foi mais um "ataque" do que propriamente um fomento ao debate da questão. Mas eu pelo menos entendi como uma indignação do Mauro ao criar esse texto e fazê-lo dessa forma, só "no ataque". O Dassler Marques também apenas elencou os fracassos dos ex-jogadores argentinos campeões mundiais em 86, não foi além.

Agora, Narciso e Riva praticamente colocaram TODA a culpa dos problemas das categorias de base "nos caras de faculdade". Isso é o que incomoda. Até parece, né? Puta que pariu, que argumentinho mais chulo, acho que daí partiu a indignação do Mauro e o consequente teor da coluna.

É óbvio que um ex-jogador tem VÁRIOS pontos positivos ao trabalhar na base, assim como os catedráticos também os tem. A junção dos dois é o ideal na minha opinião, mas mesmo assim um cara que nunca foi profissional pode mt bem se tornar vitorioso na profissão, se conseguir se preparar o suficiente e ter talento para tal (Mourinho?), assim como um ex-jogador.

Concordo integralmente contigo, Léo! É bem por aí. Na realidade, eu acho que a culpa do negócio ter piorado no Brasil, e melhorado na gringa, passa por essa mentalidade do ex-jogador brasileiro de não procurar aperfeiçoamento, achar que só a cancha que ele adquiriu durante o período como jogador vai ajudar alguma coisa.

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Concordo integralmente contigo, Léo! É bem por aí. Na realidade, eu acho que a culpa do negócio ter piorado no Brasil, e melhorado na gringa, passa por essa mentalidade do ex-jogador brasileiro de não procurar aperfeiçoamento, achar que só a cancha que ele adquiriu durante o período como jogador vai ajudar alguma coisa.

E os clubes são um dos principais culpados nisso tudo. Afinal de contas, sempre fazem a rotatividade com os nomes de sempre, os macacos velhos e não arriscam com técnicos "teóricos".

Porque vou estudar, se os clubes grandes ainda insistem em me contratar? É a tal da zona de conforto...

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Por quê não juntar os dois?

Enquanto estava lendo, me ocorreu que na NFL/NBA tem um técnico pra tudo. Na NBA por exemplo, tem o técnico, o técnico de ataque, técnico defesa, e o técnico de arremesso, por exemplo.

O Vaz falou ali o que um ex-jogador saberia sobre capacidade motora e o caralho. Ele tá certo, óbvio. Mas por que não juntar o conhecimento do ex-jogador a isso?

Do tipo, "Moleque, se você bater de três dedos na bola acontece isso e isso, se você pegar de chapa.. ". Ou "Tem que cabecear de olho aberto", "Você tá matando a bola errado"..

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