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Vamos nos acostumar a essa precocidade?

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Texto escrito por Leandro Stein

Desde que um rapaz mineiro de 17 anos arrebentou na Suécia para conquistar a Copa do Mundo, ver a eclosão de adolescentes no futebol não é uma novidade. Tantos craques começaram a surgir aos 17 ou 18 anos, com títulos inesquecíveis e lances assombrosos. Há exemplos até mais precoces, embora mais pontuais, desses fenômenos dos gramados. Até por essa raridade, chama atenção uma pré-temporada na qual dois garotos despontam como promessas, em clubes como Arsenal e Liverpool, do alto de seus 15 ou 16 anos – estou falando de Max Dowman e Rio Ngumoha, respectivamente. E isso quando Lamine Yamal soa como um veterano há tanto tempo nas manchetes, logo após completar 18 anos.

Não existe uma idade certa para a maturação do corpo e da mente no esporte de alto rendimento. O futebol é até um pouco tardio, se comparado com modalidades como a ginástica artística ou os saltos ornamentais. Os exemplos podem ser vários, inclusive bem recentes. Uma das revelações do Mundial de Esportes Aquáticos que ocorre em Singapura é a chinesa Yu Zidi, medalhista no revezamento aos 12 anos. Ficou a centésimos da medalha nos 200m medley, quarta colocada. Olhando para o próprio umbigo, o Brasil tem uma veterana em Rayssa Leal, que levou sua segunda medalha olímpica aos 16 anos. Na mesma modalidade, Ema Kawakami ganhou a primeira medalha no vert dos X-Games aos 10, mas tinha apenas sete quando repetiu Tony Hawk e executou o lendário 900.

A pergunta que essa pré-temporada europeia me deixa é: será que vai se tornar cada vez mais comum ver esses jovens talentos também no futebol? Pelé pode ter aberto portas há quase sete décadas, claro, mas era um extraclasse muito à frente de seu tempo em relação ao atleticismo e à mentalidade. Outros, não tão excepcionais como ele, tiveram eclosões tão precoces quanto – no Brasil temos uma porção de exemplos, de Coutinho a Endrick. Neste sentido, Yamal pode ser mais um caso. Contudo, pode também apontar um caminho a uma prática que se tornará mais comum entre os clubes de elite do futebol europeu.

A pré-temporada muitas vezes serve como uma abertura, nem sempre como um parâmetro do que acontecerá. Você também pode se lembrar de outros jogadores que ganharam chances com 15 ou 16 anos, mas cuja transição seria feita com um pouco menos de pressa rumo às principais competições – Lionel Messi tinha 16 quando estreou em amistoso contra o Porto, embora tenha esperado mais de um ano para disputar um jogo de La Liga. Pelo protagonismo que Dowman e Ngumoha tiveram nos últimos dias, talvez Arsenal e Liverpool não aguardem tanto para utilizá-los na Premier League.

A linha do tempo da “vida ativa” de um jogador de futebol se ampliou significativamente neste século, pensando em futebolistas mais velhos. É cada vez mais comum ver atletas de altíssimo nível quebrando recordes de longevidade e alcançando os 40 anos nas principais competições. Claro que lendas como Gianluigi Buffon, Fábio, Luka Modric e Cristiano Ronaldo precisam ser tratados como excepcionais exemplos. Mesmo assim, há uma evolução da medicina esportiva e da própria preparação que permite aos superprofissionais irem além do que a literatura normalmente sugere como idade ideal para pendurar as chuteiras. Talvez essa linha do tempo se estenda um pouco mais para baixo, facilitando a participação dos mais jovens?

Num futebol cada vez mais físico, seja pela intensidade das partidas ou pela frequência dos compromissos, exige-se uma evolução muscular para que a transição ocorra de forma mais segura à integridade do próprio atleta. Neste ponto, a medicina esportiva pode contribuir para a ampliação da linha do tempo de forma cada vez mais precoce. Contudo, a chegada aos profissionais possui um fator ainda mais preponderante no aspecto psicológico, de lidar com a pressão num esporte tão exposto e ter maturidade para encarar da melhor maneira os desafios no gramado. Isso depende da preparação em diferentes aspectos desde as categorias de base. Algo que vem sendo aprimorado nos clubes de maior investimento no setor formativo.

Yamal é uma exceção da exceção. O que fez no Barcelona, a partir dos 16 anos, é um absurdo. Ser insistentemente decisivo numa Eurocopa às vésperas de completar 17 é uma raridade. Mas também parece indicar a outros clubes que a transição não precisa esperar tanto. Além dos aspectos técnicos, Yamal se destaca pela tomada de decisão e pela maturidade do raciocínio com a bola. O trabalho na base pode apontar que outros adolescentes de idade próxima estão preparados para grandes passos, sobretudo em posições que exigem mais agilidade que força propriamente dita. Que não se aproximem de Yamal, Dowman e Ngumoha podem seguir sua trilha e ampliar essa percepção.

E existe até um fator financeiro que o caso de Yamal ajuda a quebrar receios: o de lançar atletas tão jovens que, sem um contrato de longo prazo assinado, podem servir de presas fáceis a ofertas de outros clubes. Equipes menores tendem a continuar temerosas, mas as potências europeias têm dinheiro o suficiente para amarrar seus fenômenos. O Barcelona, apesar das dificuldades dos últimos anos, não perdeu Yamal. Liverpool e Arsenal têm condições até melhores para segurar seus prodígios. E, afinal, com o fluxo de informações, tantas dessas promessas são conhecidas por volta dos 12 anos. O impacto inicial no time adulto costuma ser a prova cabal do que se projeta desde antes.

Toda a precocidade vista nesta pré-temporada pode ser circunstancial. Porém, não parece ser mera coincidência. Da forma como o futebol evolui, as mudanças ajudam a estabelecer tendências, que não precisam ser também uma verdade absoluta. É ver como o futebol lança jogadores mais jovens e discute outros temas importantes, como a exposição ao sucesso e o direito desses garotos de viverem fases da vida que são fundamentais – mas que se perdem quando são submetidos tão cedo à rotina profissional ou à falta de privacidade. Outras modalidades estão à frente do futebol nesse sentido.

Fonte: newsletter ◐ Meio-campo

 

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E aí, o que acham do tema? É uma nova realidade mesmo ou apenas casos de exceção de alguns craques?

Postado

Acho que sinceramente antes dos 18 anos devia ser proibido um jogador jogar futebol senior, seja em amigaveis ou onde for, talvez o ideal seria que so podessem no ano em que forem completar 19 anos, é que o problema não é na questao fisica mas sim mental, por mais que queiram nenhum jogador esta pronto para ser profissional aos 17 quanto mais aos 15 ou 16, ah mas e o Yamal, basta ver tudo o que se tem passado a volta dele fora dos relvados para se perceber que se calhar a nivel mental a coisa pode estar a abrir portas indesejadas, mas o problema não é o Yamal, não é o Mora ou o Quenda, mas sim jogadores como o Kaio Jorge ou Reinier que ja eram estrelas aos 16 e agora ninguem se lembra deles, o problema é a pressão que colocam em miudos que nessas idades so querem jogar futebol, ainda me lembro bem da primeira vez que ouvi falar no Endrick tinha ele 15 anos e ja se falava em novo Pelé, isso traz uma pressão inimaginavel porque o miudo que tem apenas 18 anos ja esta a ser taxado de flop porque nao rendeu no Real aos 18 anos.

Dando um exemplo dos mil casos que existem, o Ivan Fresneda lateral direito do Sporting veio para o clube a dois anos com 18 anos e como não se impos logo ja toda gente dizia que o miudo era horrivel e que tinha que ir embora e tudo mais, mas agora ao fim de duas epocas no clube, fez uma final de Supertaça em que esteve inrrepriessivel, eu ate achava que ele ja tinha 22 mas nao tem apenas 20 anos e "so" agora esta a afirmar-se.

Mais uma vez o problema nao é o Yamal, o problema é o Fredy Adu, Halilovic,Carsoso Varela, Fabio Paim,Simao Sabrosa,Bruma,Karamoko Dembele,joao felix e muitos mais que iam ser mega estrelas e no final não chegaram nem perto do potencial que podiam ter tido pela pressao que lhes puseram em cima

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