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BBC escolhe as '100 melhores séries de TV do século 21'; confira a lista


Douglas.

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BBC News Brasil

Nos últimos anos, a BBC Culture, departamento da BBC dedicado às artes, tem conduzido um levantamento anual entre críticos de cinema, especialistas e personalidades da indústria cinematográfica do mundo todo para escolher os melhores filmes em alguma categoria específica.

Você pode já ter visto a nossa lista de 100 melhores filmes dirigidos por mulheres, em 2019, e a nossa lista de 100 melhores filmes em línguas que não sejam o inglês, de 2018, entre outras.

Entretanto, este ano pareceu ser o momento de nós dedicarmos nossa atenção a outra forma de arte: a televisão.

Em parte porque a TV tem desempenhado um papel crucial nas nossas vidas nos últimos 18 meses, quando contamos tanto com a TV para informação, entretenimento, consolo e inspiração.

Mas também pareceu o momento certo de fazer um levantamento sobre o cenário da televisão porque, provavelmente, essa foi a forma de arte mais marcante dos últimos 21 anos.

Considerando que no passado, certo ou errado, ela era vista como a prima mais jovem e pobre do cinema, hoje em dia sua credibilidade artística é inquestionável.

A chegada das plataformas de streaming também deu aos programas a capacidade de atingir públicos ao redor do mundo, ao mesmo tempo, de forma nunca vista antes.

Então, para marcar a ascensão da TV, decidimos perguntar o seguinte: quais são as melhores séries de TV do século 21?

Embora a lista certamente não seja definitiva, as respostas que recebemos são fascinantes — e esperamos que inspirem os fãs de TV de toda parte para que tanto busquem novos títulos que ainda não tenham visto como discutam aqueles que já viram.

No total, 460 séries diferentes foram votadas pelos 206 especialistas — críticos, jornalistas, acadêmicos e pessoas da indústria da televisão — de 43 países da Albânia ao Uruguai.

Desses eleitores, 100 foram mulheres, 104 homens e 2 não-binários. Cada votante listou suas 10 séries favoritas do século 21, a quais demos pontos e listamos para produzir as 100 melhores, listadas abaixo.

O resultado é uma lista que serve como uma clara demonstração do poder, da versatilidade e da inovação do meio televisivo nas últimas duas décadas — da saga provinciana de "Gilmore Girls" e da meta-comédia mordaz "Curb Your Enthusiasm", ambas lançadas sob a sombra imediata do novo milênio, em outubro de 2000, à mais recente da lista, "The Underground Railroad", adaptação transcendental de Barry Jenkins de um épico histórico alternativo, que saiu em maio de 2021.

Ao mesmo tempo, enquanto a lista é bastante ampla considerando algumas métricas, há maneiras em que ela reflete algumas parcialidades significativas.

Noventa e duas das 100 séries têm o inglês como sua língua principal, enquanto o dinamarquês, o sueco, o francês, o espanhol e o alemão estão entre as outras línguas incluídas.

Além disso, 79 dos 100 programas foram criados por homens, e apenas 11 por mulheres, sendo que 10 são um esforço criativo combinado de homens e mulheres.

Essas estatísticas tratam de desigualdades sistêmicas na indústria da TV: embora séries que não sejam inglês estejam atraindo cada vez mais espectadores mundo afora, e haja uma amplitude de vozes mais diversificada, em termos de raça, gênero e orientação sexual, no controle criativo, o cenário da TV ainda pode ter mudanças de formas crucial e inspiradora no futuro.

Será certamente interessante ver quais resultados um levantamento semelhante terá daqui a cinco, dez ou 20 anos.

Como sempre, a lista não foi pensada como um fim em si mesmo, mas meramente como um ponto de partida para descoberta, diálogo e debates.

Você pode dizer o que achou usando a hashtag #TVOfTheCentury nas redes sociais da BBC News Brasil e da BBC Culture. Esperamos que fique tão inspirado e animado ao ler os resultados quanto nós ficamos.

Em conjunto, eles oferecem como poucos não apenas uma celebração da TV, mas também uma visão da era moderna.

1 - A Escuta (The Wire) (2002-2008)

2 - Mad Men (2007-2015)

3 - Breaking Bad (2008-2013)

4 - Fleabag (2016-2019)

5 - Game of Thrones (2011-2019)

6 - I May Destroy You (2020)

7 - The Leftovers (2014-2017)

8 - Os Americanos (The Americans) (2013-2018)

9 - The Office (versão original, britânica) (2001-2003)

10 - Succession (2018-)

11 - BoJack Horseman (2014-2020)

12 - A Sete Palmos (Six Feet Under) (2001-2005)

13 - Twin Peaks: The Return (2017)

14 - Atlanta (2016-)

15 - Chernobyl (2019)

16 - The Crown (2016-)

17 - 30 Rock (2006-2013)

18 - Deadwood (2004-2006)

19 - Lost (2004-2010)

20 - The Thick of It (2005-2012)

21 - Segura a Onda (Curb Your Enthusiasm) (2000-)

22 - Black Mirror (2011-)

23 - Better Call Saul (2015-2022)

24 - Veep (2012-2019)

25 - Sherlock (2010-2017)

26 - Watchmen (2019)

27 - Line of Duty (2012-2021)

28 - Friday Night Lights (2006-2011)

29 - Parks and Recreation (2009-2015)

30 - Girls (2012-2017)

31 - True Detective (2014-2019)

32 - Arrested Development (2003-2019)

33 - The Good Wife (2009-2016)

34 - The Bridge (2011-2018)

35 - Fargo (2014-)

36 - Downton Abbey (2010-2015)

36 - Band of Brothers (2001)

38 - O Conto da Aia (The Handmaid's Tale) (2017-)

39 - The Office (versão americana) (2005-2013)

40 - Borgen (2010-2022)

41 - Schitt's Creek (2015-2020)

42 - Peep Show (2003-2015)

43 - Money Heist (La Casa de Papel) (2017-2021)

44 - Community (2009-2015)

45 - The Good Fight (2017-)

46 - Homeland (2011-2020)

47 - Grey's Anatomy (2005-)

48 - Inside No 9 (2014-)

49 - The Bureau (2015-)

50 - Halt and Catch Fire (2014-2017)

51 - Small Axe (2020)

52 - This is England 86, 88 and 90 (2010-2015)

53 - Call My Agent! (2015-2020)

54 - Happy Valley (2014-)

55 - The Shield (2002-2008)

56 - The Big Bang Theory (2007-2019)

57 - O Jovem Papa (The Young Pope) (2016)

58 - Dark (2017-2020)

59 - The Underground Railroad (2021)

60 - House of Cards (2013-2018)

61 - Avatar: The Last Airbender (2005-2008)

62 - The Good Place (2016-2020)

62 - Pose (2018-2021)

64 - Detectorists (2014-2017)

65 - Orange is the New Black (2013-2019)

66 - Mare of Easttown (2021)

67 - RuPaul's Drag Race (2009-)

68 - Stranger Things (2016-)

69 - 24 (2001-2010)

70 - Battlestar Galactica (2004-2009)

71 - Enlightened (2011-2013)

72 - Gilmore Girls (2000-2007)

73 - Planeta Terra (Planet Earth) (2006)

74 - Utopia (2013-2014)

75 - Babylon Berlin (2017-)

76 - Rick e Morty (Rick and Morty) (2013-)

77 - American Crime Story (2016-)

78 - The Killing (versão original, dinamarquesa) (2007-2012)

79 - Mindhunter (2017-2019)

80 - House (2004-2012)

81 - OJ: Made in America (2016)

82 - Big Little Lies (2017-2019)

83 - Insecure (2016-2021)

84 - Normal People (2020)

84 - Narcos (2015-2017)

86 - Como Eu Conheci Sua Mãe (How I Met Your Mother) (2005-2014)

87 - The Comeback (2005-2014)

88 - The OA (2016-2019)

89 - Dexter (2006-2013)

90 - It's Always Sunny in Philadelphia (2005-)

91 - Westworld (2016-)

92 - Show Me a Hero (2015)

93 - Treme (2010-2013)

94 - Louie (2010-2015)

95 - Luther (2010-2019)

96 - Catastrophe (2015-2019)

97 - Hannibal (2013-2015)

98 - Crazy Ex-Girlfriend (2015-2019)

99 - Steven Universe (2013-2020)

100 - O Gambito da Rainha (The Queen's Gambit) (2020)

https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2021/10/bbc-escolhe-as-100-melhores-series-de-tv-do-seculo-21-confira-a-lista.shtml

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Muito legal a lista. Acho que vi aproximadamente a metade dessas aí.
 

Estranhei a ausência de The Sopranos (não achei na lista), já que é super elogiada por público e crítica (confesso que nunca assisti). 
 

EDIT: fui pesquisar e vi que a série estreou em 1999.

Editado por fabioaraujo89
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É interessante. Mas também é óbvio que qualquer tipo de lista (melhores séries, filmes, jogadores, etc) vai ser, no mínimo, polêmica. E basicamente, o critério foi gosto pessoal.

Uma lista com The Big Bang Theory e sem Friends é sacanagem, haha.

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3 minutos atrás, Raimundos disse:

É interessante. Mas também é óbvio que qualquer tipo de lista (melhores séries, filmes, jogadores, etc) vai ser, no mínimo, polêmica. E basicamente, o critério foi gosto pessoal.

Uma lista com The Big Bang Theory e sem Friends é sacanagem, haha.

Mas Friends começou em 1994.

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6 horas atrás, Lowko é Powko disse:

Game of Thrones poderia ter sido a melhor. Triste.

Eu ainda acho complicado colocar Game of Thrones como 5º melhor. As 2 últimas temporadas foram tão ruins tão ruins que afeta demais a minha opinião sobre essa colocação aí. Por exemplo, não consigo recomendar GOT pra ninguém começar agora, mesmo que tenha ficado completamente viciado nas primeiras temporadas.

Editado por Mantrax
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26 minutos atrás, Mantrax disse:

Eu ainda acho complicado colocar Game of Thrones como 5º melhor. As 2 últimas temporadas foram tão ruins tão ruins que afeta demais a minha opinião sobre essa colocação aí. Por exemplo, não consigo recomendar GOF pra ninguém começar agora, mesmo que tenha ficado completamente viciado nas primeiras temporadas.

Eu idem. Uma vez fiz uma lista das que eu mais gostei, e acho que GoT ficou em 3º lugar. Mas eu não vi muitas séries e não tenho certeza dessa colocação porque não sei onde está a lista. hehehe

Tenho a impressão de que se eu tivesse visto mais algumas, não ficaria entre as cinco primeiras. A tristeza é que as três primeiras foram fenomenais, coisa de líder de ranking. A quarta e a quinta já demonstravam queda, a sexta sacramentou e as duas últimas foram um esgoto bolsonarista.

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43 minutos atrás, Darknite disse:

Mad Men e Fleabag são tão boas assim?

O pessoal que assiste gosta muito. Mad Men nunca me atraiu, que nem The Crown.

 

O bom e ruim dessas listas é descobrir um monte de coisa mas ao mesmo tempo de colocar pressão pra gente gostar das coisas. Eu tentei ver Breaking Bad umas 3 vezes e não consegui, idem pra The Office. Succession e Atlanta estão na lista há anos mas nunca animo. Aí contabilizei que assisti 17 das 100... 😂

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The Office é uma série que eu penso em assistir, mas sempre pensei que a versão americana fosse melhor que a do Gervais, talvez porque pelo pouco que eu assisti, tenha gostado bastante do Steve Carell. Alguém já viu as duas e concorda com a lista (a UK ser bem melhor que a americana)?

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14 horas atrás, Lowko é Powko disse:

Eu idem. Uma vez fiz uma lista das que eu mais gostei, e acho que GoT ficou em 3º lugar. Mas eu não vi muitas séries e não tenho certeza dessa colocação porque não sei onde está a lista. hehehe

Tenho a impressão de que se eu tivesse visto mais algumas, não ficaria entre as cinco primeiras. A tristeza é que as três primeiras foram fenomenais, coisa de líder de ranking. A quarta e a quinta já demonstravam queda, a sexta sacramentou e as duas últimas foram um esgoto bolsonarista.

Cara, nenhuma série me gerou tanto hype e tanta frustração como GoT (a que chega mais perto foi Lost, mas essa eu já vi as últimas temporadas já sem nenhuma expectativa de salvação)

Em 2019 fiz uma viagem para o Reino Unido e incluí algumas locações e tours da série, que ficam principalmente na Irlanda do Norte. E eu fui bem em maio, quando a última temporada estava no ar, eu cheguei a ver o último episódio já lá, bem no começo da viagem.  
 

Claro que eu já sabia, pela temporada anterior, que a série estava num viés de queda, mas sinceramente achei (olha a ingenuidade) que o final ia ser digno. Eu fiquei puto com o último episódio. Depois disso, todas todas as atividades que fiz de GoT ficaram meio sem graça, não conseguia me empolgar (em parte pela própria natureza dessas atividades, mas principalmente por culpa do final). 

Lembro que a única que eu realmente gostei foi uma exposição com as roupas e peças do figurino originais da série e o pub em que o elenco foi (até porque aí não tinha nada a ver com a série si, o lugar que era legal mesmo).

Editado por fabioaraujo89
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52 minutos atrás, Douglas. disse:

O pessoal que assiste gosta muito. Mad Men nunca me atraiu, que nem The Crown.

 

O bom e ruim dessas listas é descobrir um monte de coisa mas ao mesmo tempo de colocar pressão pra gente gostar das coisas. Eu tentei ver Breaking Bad umas 3 vezes e não consegui, idem pra The Office. Succession e Atlanta estão na lista há anos mas nunca animo. Aí contabilizei que assisti 17 das 100... 😂

Sobre essa pressão aí, eu penso que se tanta gente gosta e as séries estão nesse tipo de lista, é pq alguma coisa de boa deve ter. Então geralmente eu insisto...

Foi assim com The Office e GoT, por exemplo. No começo não gostei, e depois vi que são muito fodas.

Breaking Bad eu assisti 3x, e pretendo começar a 4ª vez logo logo, hahahahaha. Mas reconheço que a primeira temporada dela é bem devagar.

 

23 minutos atrás, Bruno Caetano. disse:

The Office é uma série que eu penso em assistir, mas sempre pensei que a versão americana fosse melhor que a do Gervais, talvez porque pelo pouco que eu assisti, tenha gostado bastante do Steve Carell. Alguém já viu as duas e concorda com a lista (a UK ser bem melhor que a americana)?

Cara, eu assisti a americana primeiro (vi uma temporada), achei boazinha. Mas acabei parando.

E há pouco tempo comecei a britânica. Achei meio fraca no começo, mas depois melhora bastante. Ela apela muito mais pro lado constrangedor do que a americana, as vezes até demais. Do que eu vi até agora das duas, diria que estão no mesmo nível. Tem momentos que prefiro a britânica e tem momentos que prefiro a americana.

 

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6 horas atrás, Bruno Caetano. disse:

The Office é uma série que eu penso em assistir, mas sempre pensei que a versão americana fosse melhor que a do Gervais, talvez porque pelo pouco que eu assisti, tenha gostado bastante do Steve Carell. Alguém já viu as duas e concorda com a lista (a UK ser bem melhor que a americana)?

Depende do estilo de humor que você gosta. A britânica é mais crua, o chefe é um completo babaca, as pessoas se odeiam, o ambiente de trabalho é uma porcaria, não dá pra simpatizar com quase ninguém, então tem que gostar muito daquele humor de vergonha alheia.

A primeira temporada da versão americana é parecida, mas a partir da segunda eles fazem uma abordagem mais leve, aí o chefe deixa de ser um escroto para ser um bobão sem noção mas com bom coração, e mesmo personagens mais “malvados” como o Dwight mostram suas vulnerabilidades e dá pra se apegar mais aos personagens, e muito do humor vem de situações mais leves (embora as situações de alheia sejam o traço distintivo da série).

eu particularmente gosto mais da versão americana, a britânica me deixa tão desconfortável que eu não consigo achar graça, só fico tenso mesmo.  

Editado por fabioaraujo89
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1 minuto atrás, Darknite disse:

Sobre essa pressão aí, eu penso que se tanta gente gosta e as séries estão nesse tipo de lista, é pq alguma coisa de boa deve ter. Então geralmente eu insisto...

Foi assim com The Office e GoT, por exemplo. No começo não gostei, e depois vi que são muito fodas.

Breaking Bad eu assisti 3x, e pretendo começar a 4ª vez logo logo, hahahahaha. Mas reconheço que a primeira temporada dela é bem devagar.

 

Cara, eu assisti a americana primeiro (vi uma temporada), achei boazinha. Mas acabei parando.

E há pouco tempo comecei a britânica. Achei meio fraca no começo, mas depois melhora bastante. Ela apela muito mais pro lado constrangedor do que a americana, as vezes até demais. Do que eu vi até agora das duas, diria que estão no mesmo nível. Tem momentos que prefiro a britânica e tem momentos que prefiro a americana.

 

The Office americana muda muito o tom da primeira  para a segunda. Vira praticamente outra série.

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As comédias dos EUA têm 2 problemas principais, primeiro o estilo de humor e depois a estrutura procedural. Antes de Ted Lasso, a mais bem-sucedida que eu assiti foi B99 e embora tenha se mantido engraçada na maior parte do tempo pra mim, o estilo procedural faz cair na mesmice às vezes, então perdem um pouco da qualidade à medida que se esticam. As européias às vezes pecam no sentido contrário, por serem sempre mais curtas, mas acaba sendo melhor ficar o gosto de "quero mais" que o de "já deu".

Aí, ultimamente tenho tentado explorar as mais diferentes como foram Why Women Kill e The White Lotus esse ano. Até assistir You're The Worst eu nunca tinha olhado por esse lado da estrutura. Life in Pieces e Schitt's Creek (que está na lista do tópico) seriam outras.

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1 hora atrás, Bruno Caetano. disse:

The Office é uma série que eu penso em assistir, mas sempre pensei que a versão americana fosse melhor que a do Gervais, talvez porque pelo pouco que eu assisti, tenha gostado bastante do Steve Carell. Alguém já viu as duas e concorda com a lista (a UK ser bem melhor que a americana)?

Vi alguns episódios da americana e achei a britânica melhor. Mas uma não é tããão superior à outra.

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28 minutos atrás, Douglas. disse:

As comédias dos EUA têm 2 problemas principais, primeiro o estilo de humor e depois a estrutura procedural. Antes de Ted Lasso, a mais bem-sucedida que eu assiti foi B99 e embora tenha se mantido engraçada na maior parte do tempo pra mim, o estilo procedural faz cair na mesmice às vezes, então perdem um pouco da qualidade à medida que se esticam. As européias às vezes pecam no sentido contrário, por serem sempre mais curtas, mas acaba sendo melhor ficar o gosto de "quero mais" que o de "já deu".

Aí, ultimamente tenho tentado explorar as mais diferentes como foram Why Women Kill e The White Lotus esse ano. Até assistir You're The Worst eu nunca tinha olhado por esse lado da estrutura. Life in Pieces e Schitt's Creek (que está na lista do tópico) seriam outras.

Essa questão do estilo de humor é realmente cultural, mas a da estrutura procedural eu tenho a impressão de estar mudando por conta dos streamings.

Essas séries longas e procedurais eram feitas porque funcionam bem na TV (mais ainda na TV aberta), pela exibição ser espaçada e para facilitar para quem pega a série “no meio”.

Com o hábito de ver no streaming, em que se pode ver desde o início a hora que quiser e em que tem que estar contemplado o binge watching (mesmo quanto a série tem episódios lançados semanalmente), eu tenho visto que até as comédias se preocupando mais com arcos de personagens mais bem acabados. 
 

uma comédia muito boa que não está na lista e não tem esse vício de estrutura procedural é Barry. Muito boa (e curiosamente não é de um streaming, mas da HBO).

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Ouvir vocês falando de The Office me gera perguntas.

Eu tenho um sério problema com vergonha alheia. Sempre que a situação chega e a vergonha alheia é grande, simplesmente não consigo assistir. Acho que me coloco no lugar do personagem e me sinto mal pra caralho. Prefiro não assistir. Alguém mais tem uma parada assim?

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40 minutes ago, Mantrax said:

Ouvir vocês falando de The Office me gera perguntas.

Eu tenho um sério problema com vergonha alheia. Sempre que a situação chega e a vergonha alheia é grande, simplesmente não consigo assistir. Acho que me coloco no lugar do personagem e me sinto mal pra caralho. Prefiro não assistir. Alguém mais tem uma parada assim?

Com qualquer situação HAHA! E não é nem porque algum parente ou amigo está passando vergonha, só de estar no local onde uma pessoa qualquer está vacilando ou de ver um vídeo qualquer, eu fico doido pra sair dali ou parar de assistir!

Editado por Bruno Caetano.
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1 hora atrás, Mantrax disse:

Ouvir vocês falando de The Office me gera perguntas.

Eu tenho um sério problema com vergonha alheia. Sempre que a situação chega e a vergonha alheia é grande, simplesmente não consigo assistir. Acho que me coloco no lugar do personagem e me sinto mal pra caralho. Prefiro não assistir. Alguém mais tem uma parada assim?

Eu tenho, é justamente por isso que eu não consigo ver The Office britânica e outras séries assim, me dá uma agonia imensa e eu tenho que parar. 

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Eu tinha essa vibe em relação a vergonha alheia também. Muitos episódios de The Office eu pausava hahahaha, era MUITA vergonha pra uma série só. Mas com o tempo, a própria série me ensinou a rir dessas situações. Hoje em dia se eu vejo uma situação dessas no trabalho, por exemplo, rio por dentro. kkkkkkkkkk

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O que me incomoda nessa lista aí é Parks and Recreation estar na frente da versão Americana de The Office. Não que parks seja ruim, mas não é uma série que eu revejo, por exemplo, ao contrário de The Office. Por ser dos mesmos criadores e seguir, em partes, a ideia de documentário fake, acho até injusto estar na frente.

The Office é disparada a melhor série de humor já feita. Como falado por alguns aí, a primeira temporada é diferente por ser uma "cópia" da versão britânica, na verdade, a primeira temporada só fica boa depois da primeira vez que você vê a série toda. Embora eu tenha que admitir que penúltima temporada de The Office seja bem fraquinha se comparada às outras temporadas, o arco do Andy é muito forçado e chato.

Aliás, acho que tirando Breaking Bad, todas as séries tem temporadas ruins. E mesmo o Breaking Bad demora um pouquinho pra engrenar. O que o pessoal reclama é só o episódio da Mosca lá, mas eu acho aquele episódio fenomenal. 

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Em 27/10/2021 em 15:37, Mantrax disse:

Ouvir vocês falando de The Office me gera perguntas.

Eu tenho um sério problema com vergonha alheia. Sempre que a situação chega e a vergonha alheia é grande, simplesmente não consigo assistir. Acho que me coloco no lugar do personagem e me sinto mal pra caralho. Prefiro não assistir. Alguém mais tem uma parada assim?

What We Do In The Shadows foi a única desse molde que consegui assistir. Life in Pieces seria outra que até tem seus momentos também mas geralmente são aquelas vergonhas que a gente passa em família. Tem a ver com o estilo de humor que não casa bem pra você.

 

Pra mim pega mais a falta de história e personagens carismáticos. Acho que por isso tentei ver algumas da lista mas só consegui Schitt's Creek e HIMYM até então. Agora estou vendo e gostando daquela Only Murders in the Building mas também é algo onde o humor é só auxiliar, então acho que quanto mais diluída for a comédia, mais fácil pra gostar. Talvez seja esse o maior problema de séries nesse estilo The Office, que elas tentar ser engraçadas o tempo todo e isso começa a ter o efeito oposto ao desejado.

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  • Diretor Geral

Pra se ter uma opinião bem abalizada numa discussão dessas é claro que teríamos que assistir a quase tudo daí, e a gente sabe que a maioria aqui não deve ter visto nem 20% dos nomes citados, hahahahaha. O @Douglas. falou em 17 que ele viu, eu acho que não devo chegar nem a 15 hahahahaha!

Por isso gera tanta polêmica, porque cada um fala do que viu, e a maioria não viu tudo hehe. Mas é gostoso tanto pra bater papo sobre, quanto pra pegar dicas e até fazer as nossas próprias listas, sei lá.

O que me chamou atenção foi algumas PUTA séries que eu vi estarem tão mal ranqueadas: True Detective, Black Mirror, Handmaids Tale, Sherlock e por aí vai. Porra, sacanagem hahahaha! Mereciam colocações melhores, sem dúvida nenhuma.

 

Em 26/10/2021 em 19:47, Mantrax disse:

Eu ainda acho complicado colocar Game of Thrones como 5º melhor. As 2 últimas temporadas foram tão ruins tão ruins que afeta demais a minha opinião sobre essa colocação aí. Por exemplo, não consigo recomendar GOT pra ninguém começar agora, mesmo que tenha ficado completamente viciado nas primeiras temporadas.

Em 26/10/2021 em 20:15, Lowko é Powko disse:

Eu idem. Uma vez fiz uma lista das que eu mais gostei, e acho que GoT ficou em 3º lugar. Mas eu não vi muitas séries e não tenho certeza dessa colocação porque não sei onde está a lista. hehehe

Tenho a impressão de que se eu tivesse visto mais algumas, não ficaria entre as cinco primeiras. A tristeza é que as três primeiras foram fenomenais, coisa de líder de ranking. A quarta e a quinta já demonstravam queda, a sexta sacramentou e as duas últimas foram um esgoto bolsonarista.

Em 27/10/2021 em 10:52, fabioaraujo89 disse:

Cara, nenhuma série me gerou tanto hype e tanta frustração como GoT (a que chega mais perto foi Lost, mas essa eu já vi as últimas temporadas já sem nenhuma expectativa de salvação)

[...]

Embora concorde bastante e até compartilhe desse sentimento de frustração e emputecimento com o desfecho, eu não consigo simplesmente ignorar TODA A OBRA de GoT. Eu entendo quem pense diferente, como o Mantrax aí mesmo diz, mas mesmo terminando daquela forma a série foi uma das melhores coisas que eu já assisti, sem brincadeira. É claro que frustrou, na época eu também fiquei com raiva e tals, mas "baixada a poeira" e analisando mais friamente e como um todo, não vejo porque não considerá-la uma excelente série.

Óbvio que o péssimo desfecho derruba ela do trono (tudum-bass!) de melhor série de todos os tempos, mas ainda assim acho justo um TOP+5 por exemplo.

 

Em 27/10/2021 em 09:18, Darknite disse:

Mad Men e Fleabag são tão boas assim?

Mad Men sempre ouvi falar mt bem — contudo nunca tive vontade de ver, já que "não faz meu tipo" de série preferida —, agora essa Fleabag aí me pegou de surpresa. Porra, TOP+4?! Sei lá eu, hahahaha.

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      "A Knight of the Seven Kingdoms: The Hedge Knight" pode ser traduzido para "O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Cavaleiro Andante". "The Hedge Knight" é o nome da primeira das três novelas compiladas em "O Cavaleiro dos Sete Reinos" e foi publicada originalmente em 1998 nos Estados Unidos.
      O livro reúne ainda mais duas novelas, "The Sworn Sword", de 2003, e "The Mystery Knight", de 2010. As histórias acompanham as aventuras de Sor Duncan, o Alto, também conhecido como Dunk, e do jovem Aegon V Targaryen, ou Egg — daí o outro nome pelo qual as histórias são conhecidas, que pode ser traduzido para "Contos de Dunk e Egg". Os eventos se passam 90 anos antes dos de "As Crônicas de Gelo e Fogo".
      "Um século antes dos eventos de 'Game of Thrones', dois heróis improváveis percorriam Westeros", narra a sinopse oficial. "Um cavaleiro jovem, ingênuo, mas corajoso, Sor Duncan, o Alto, e seu escudeiro diminuto, Egg. Ambientado em uma época em que a linhagem dos Targaryen ainda detinha o Trono de Ferro e a memória do último dragão ainda não tinha sumido da memória viva, grandes destinos, inimigos poderosos e feitos perigosos esperam esses amigos improváveis e incomparáveis".
      George R.R. Martin, autor de "As Crônicas de Gelo e Fogo", vai dividir o roteiro e a produção executiva da série com Ira Parker, que também esteve ao seu lado em "A Casa do Dragão". Ryan Condal e Vince Gerardis, que estiveram envolvidos com "Game of Thrones", também assinam como produtores executivos.
      https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/04/o-que-se-sabe-sobre-a-knight-of-the-seven-kingdoms-preludio-de-got.shtml
       
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      Moderadamente animado. De todas as histórias, sempre falei que era a mais fácil de adaptar, mas também não sei dizer se tem o mesmo potencial das outras porque não tem dragões nem núcleos mais fixos. Até comentei no tópico de The Last of Us que imagino um desenvolvimento parecido, com muitos personagens secundários que entram e saem de cena e a gente tendo certeza antecipada que os protagonistas sairão vivos, senão ilesos sempre, então o conflito da história vai ter que ser diferente.
      Ainda tem sempre a possibilidade de não sair do papel como foi com outras...
    • ZMB
      Por ZMB
      Minha opinião, por ora: Em que pese não tenha jogado os games, sei que existe uma hype enorme em cima da história (tanto é que virou série, afinal).
      Tenho achado o ritmo bom/diferente. Mais acelerado e com o potencial de não virar um TWD, que não sabe aonde quer chegar, e fica esgotando os personagens e história até enjoar.
      No mais, tanto a fotografia quanto a maquiagem estão dignas de louvor. Os zumbis são MUITO massa.
      Por fim, tenho gostado bastante dos personagens. Essa série maldita me deixa triste toda fucking vez, haha.
       
      E aí, mais alguém está acompanhando a nova série da HBO, que é baseada nos jogos de PlayStation? Em caso positivo, o que estão achando?
    • Leho.
      Por Leho.
      Caralho, pagaram U$250Mi só pelos direitos? Hahahahah é mt dinheiro, puta que pariu.   O potencial do universo Tolkiano é mt foda, mas não sei se conseguem superar GoT. O que vocês acham? De qualquer maneira, já fico ansioso pra caralho hahahaha, como bom amante do gênero.
    • Pancaldi
      Por Pancaldi
      Alguém aqui assiste? Qual time vocês gostariam de ver nessa série?
    • Leho.
      Por Leho.
      Por Pedro Henrique Ribeiro,
      21 de julho de 2021
      Você já fez terapia ou pelo menos se consultou com um psicólogo? Essa é uma prática muito boa que deveria se tornar hábito. Assim como algumas pessoas vão ao dentista duas vezes por ano, todos deveríamos reservar um tempinho para conversar com um psicólogo e organizar a mente. Isso serve para pessoas comuns, mas também para super-heróis. Nos últimos anos, ficou cada vez mais comum vermos super-humanos tentando resolver problemas que tinham dentro da cachola. Para isso, ou eles dão uma passadinha no “divã” da terapia, ou tentam botar a angústia para fora. Por causa disso, estamos perdendo aquela imagem de super-herói perfeito e invulnerável, e os estúdios estão investindo nessas narrativas para dar um ar de profundidade às histórias.
      “Nos primeiros 40 anos dos quadrinhos, uma narrativa mais simplificada dominou o mercado dos quadrinhos. Graças ao Stan Lee e seus quadrinhos da Marvel, o super-herói passou a ter uma vida pessoal, problemas psicológicos e se aproximar mais dos problemas do leitor. Esse modelo fez muito sucesso com as histórias do Homem-Aranha, Quarteto Fantástico e Capitão América, e é reproduzido até hoje pela indústria”, explica o pesquisador do Núcleo de Pesquisas de Histórias em Quadrinhos da USP, Waldomiro de Castro.
      Nas telinhas e telonas vemos vários heróis assumindo a importância de conversar, como o Utópico, em O Legado de Júpiter, e Bucky Barnes, em Falcão e Soldado Invernal”. Em WandaVision vemos a Feiticeira Escarlate cruzar as fases do luto após a morte de seu marido, Visão, em Vingadores: Guerra Infinita”. Em Watchmen – O Filme, o cruel Rorschach se consulta com um psiquiatra após ir para a prisão. Durante os testes – que dão nome ao personagem -, ele consegue identificar os próprios traumas, mas mente para não ser considerado doente.
      Rorschach se consulta com psiquiatra após ser preso em Watchmen. Imagem: Reprodução/Prime Video
      O professor e pesquisador de quadrinhos, Mario Marcello Neto, explica que muitos desses debates encontrados nas HQs fazem parte de um sentimento de dívida dos autores estadunidenses. “Essa geração pós-Guerra do Vietnã está muito imbuída em uma sociedade que tem muitas dívidas a pagar, seja com minorias ou com eles mesmos. Esse aparecimento do ‘divã’ nos contextos mais atuais, reflete um certo avanço no reconhecimento da importância da saúde mental. Porém, uma coisa que dita isso [ter ou não o divã] é o ritmo da história. Eu acho que se houver muito conflito pessoal, as pessoas saem do cinema. Eu não consigo ver uma cena como a consulta do Soldado Invernal acontecendo em um filme dos Vingadores, porque [o filme] é muito frenético”.
      Sam Wilson (Falcão) e Bucky Barnes (Soldado Invernal) cara a cara na terapia. Imagem: Reprodução/Disney Plus
      “E, às vezes, você pode ser um herói ou um vilão dependendo do contexto. Um super-herói é um sujeito que também tem fragilidades, acontece com muitos personagens, não apenas nos seus traumas, mas também na questão da agressão. Isso sem dúvida abre muito campo para explorar novas histórias e narrativas. Eu acho positivo, porque tira a ideia de que há um super-homem em cada um desses heróis. Isso está afinada aos debates atuais”, explica a pesquisadora de história da arte Vanessa Bortulucce.
      À medida em que as décadas avançam, a postura do super-herói se modifica. Em alguns momentos, como na década de 1960, muitos heróis se envolveram no movimento pacifista. Já na década de 1980, vemos personagens com personalidades mais assertivas e mais agressivos. Agressividade essa geralmente associada aos traumas que deram origem ao lado heroico deles, como as mortes dos pais de Bruce Wayne (Batman) e do tio de Peter Parker (Homem-Aranha) e até mesmo o suicídio do pai de Utópico. Com isso, esses personagens apresentam uma postura muito mais agressiva em relação aos criminosos. “Você nunca viu um Batman tão violento como o da década de 1990”, afirma Castro.
      Utópico buscou ajuda psiquiátrica após problemas com a família. Imagem: Reprodução/Netflix
      Ascensão em meio ao desastre
      A Crise de 1929, também conhecida como “A Grande Depressão”, marcou um dos momentos mais caóticos do capitalismo na era moderna. Ela teve origem nos Estados Unidos, que na época já tinha se consolidado como a maior economia do mundo. Com a crise, muitas empresas quebraram e o desemprego saltou de 4% para 27%. Foi um verdadeiro caos econômico que em pouco tempo trouxe sérias consequências para a sociedade. Esse tsunami de problemas que sucedeu a crise foi crucial para a revolução das comics. 
      Para Vanessa Bortulucce, a principal relação entre a Grande Depressão e as HQs é a mudança do cenário das histórias. “Como a Crise de 29 envolveu o mercado de ações, os bancos e etc, você tem as cidades como um lugar marcado por desastres e más notícias. Então, os quadrinhos sofrem um certo refluxo nesse ambiente”, explica ela. Fora do ambiente das cidades, novos cenários começaram a ganhar força, como o espaço sideral de Flash Gordon e Brick Bradford. 
      Essa fragilização acabou criando o conceito do “herói extraordinário”, aquele que resolve problemas com facilidade, sem quebrar a cabeça, e assim entrega uma aventura fantástica que restaura a esperança do leitor, que não tem muita paciência para novos problemas. 
      Em 1938, quando foi lançada a primeira HQ do Superman, o herói absorveu muitas características da época, especialmente nas edições lançadas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O kryptoniano era invencível, imparável, como se estivesse passando uma mensagem. O mesmo pôde ser vista nas revistas da Capitã Marvel. Assim surgiram os primeiros aspectos para se discutir o mito do herói nas comics.
      Mito do herói no traço e na tela
      Contar sobre a vida dos personagens humanizou os super-humanos e até mesmo os alienígenas como Clark Kent. Isso reforçou a ideia de que um herói pode ser qualquer pessoa, como um fazendeiro do Kansas, um jovem franzino do Brooklyn ou um nerd do Queens.
      “O Super-Homem é um alienígena, mas o leitor olha para o Clark Kent, que é um homem comum. Ao se mostrar como um homem comum, ele estabelece um reconhecimento, e o leitor pensa em um Super-Man que estaria, simbolicamente, dentro dele. Com os heróis da Marvel, Stan Lee tem uma importância vital nesse sentido, porque ele inverte a lógica do Super-Homem: você não tem um herói que se passa por um homem comum, mas um homem –  ou mulher – comum que pode se mostrar como herói”, diz Bortulucce.
      Pensando sobre essa afirmação da pesquisadora, alguns nomes do MCU vêm em mente, como Viúva Negra, Falcão, Gavião Arqueiro, Homem de Ferro, Homem-Formiga, Vespa e muitos outros. Esses heróis sem poderes “mágicos ou alienígenas” usam tecnologia e habilidades de combate para derrotar os vilões. Porém, diferentemente dos heróis do século 20, os personagens da Marvel nos cinemas não carregam consigo um senso inabalável de justiça e têm em comum traumas que precisam ser tratados seriamente.
      Heróis enlatados
      Todo esse roteiro de heróis traumatizados e órfãos é bem conveniente para os enredos, como vimos até aqui. Por isso essa jornada entre perda e poder foi reproduzida em larga escalada para as dezenas de heróis que surgiram nas décadas seguintes aos anos 1960. Esses heróis chamados de enlatados basicamente mudam de nome, o lugar de origem, mas a essência segue sendo a mesma. Essa zona de conforto permitiu que grandes estúdios e produzissem vários heróis sem perder o trunfo de uma história dividida entre vida civil e vida com uniforme, como explica Mario Marcello Neto.
      “Algumas coisas se repetiriam, como a ideia da orfandade como característica para ser super-herói. Nisso a gente tem desde Shazam até o Batman. Parece até que o critério para ser herói é não ter os pais e mães [biológicos]. Na década de 1940 era pior e os heróis que sobreviveram daquela época para cá são muito poucos. Naqueles anos a gente via heróis que eram plágios. O próprio Shazam se envolveu em um processo de plágio por causa das semelhanças com o Superman”. 
      Heróis e política
      Entre as influências que as histórias de super-heróis podem ter na sociedade está a política. Assim como foi o caso do governo de Reagan nos anos 1980, as políticas e as HQs fazem essa troca de signos. Além de exercer uma influência natural com seus enredos, as histórias em quadrinhos também podem ser utilizadas como ferramenta política, como explica Bortulucce. “Muitos personagens surgem por causa da Segunda Guerra Mundial, como o Capitão América. Guerra do Vietnã? Homem de Ferro. Corrida espacial? Quarteto Fantástico. O medo e a maravilha do poder atômico? Hulk e Homem-Aranha. Minorias e lutas sociais? Pantera Negra e X-Men. Os quadrinhos são uma grande ferramenta política”. 
      Um bom e recente exemplo aconteceu durante as manifestações de 2013 contra o então governo de Dilma Roussef (PT). Muitos manifestantes foram às ruas com camisas da CBF e máscara do personagem V, de V de Vingança. A intenção era mostrar que “o povo” estava disposto a ir longe, como V foi. Na história em quadrinhos, o personagem adota um tom professoral e filosófico em seus discursos, e tem todo o tipo de ideia para derrubar um governo fascista que governava a Inglaterra. Entre as ações de V está a explosão do Parlamento Britânico.
      Essa ideia de que todo mundo pode ser um herói se mostra nesses tipos de situação. Na época, Alan Moore, o autor da HQ, chegou a comentar sobre o caso em entrevista ao site UOL. “Há 30 anos eu estava apenas respondendo à situação da Inglaterra da minha perspectiva. Não eram premonições do que aconteceria no futuro”, disse ele sobre a produção de V de Vingança. “Acho que não tenho muito a dizer a respeito [do uso das máscaras], porque eu sou apenas o criador da história. E eu não tenho uma cópia de ‘V’ em casa, isso foi tirado de mim por grandes corporações”, completou.
      Esse uso do V por manifestantes em 2013 é apenas um exemplo da relação entre quadrinhos e política. “As histórias em quadrinho influenciam em termos de filosofia de vida. Os leitores acabam se influenciando pelas ideias e propostas, acabam acreditando na visão de mundo daqueles heróis. Mas eu não acredito que uma pessoa normal seja influenciada aponto de vestir uma máscara ou uma roupa e sair por aí batendo nas pessoas resolvem os problemas do mundo”, diz Castro.
      Então, da próxima vez que você assistir a uma série, filme ou ler uma HQ e se perguntar: isso não está realista demais? Lembre-se de que a resposta é sim! Tudo vai ficar cada vez mais real enquanto continuaremos a ver homens voadores atirando raio laser pelos olhos.
      @Bitniks
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