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Moral Machine


Lowko é Powko

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Teste legal. Extensão do famoso dilema do bonde (trolley problem): 

Um bonde está fora de controle em uma estrada. Em seu caminho, cinco pessoas amarradas na pista por um filósofo malvado. Felizmente, é possível apertar um botão que encaminhará o bonde para um percurso diferente, mas ali, por desgraça, se encontra outra pessoa também atada. Deveria apertar-se o botão? [wiki]

As perguntas mudam em cada teste. Elas servem para analisar sua preferência moral pela manutenção de um caminho pré-definido, o respeito às regras, a questão de gênero, a questão de utilidade social na valoração de cada vida, a questão animal, entre outros.

Tem algumas falhas, mas vale a brincadeira.

https://www.moralmachine.net/

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22 horas atrás, Mantrax disse:

Não gostei. A opção é matar um ou matar o outro. Mas cadê a opção de freiar? Kkkkkk

Mas aí tu quer mamãozinho com açúcar né.

---

Tem que ser pelo menos dois testes pra dizer algumas coisas e ter respostas suficientes, a meu ver.

https://www.moralmachine.net/results/-2072702460

https://www.moralmachine.net/results/1111417426

Tudo mais constante, meus critérios são: 1) espécie; 2) idade (se envolver crianças) 3) quantidade de vidas; 4) idade (se não envolver crianças); 5) respeito às regras; 6) gênero; 7) evitar intervenção; 8 ) proteger os passageiros; 9) valor social; e 10) condição física. Ao menos conscientemente. hehe

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  • Vice-Presidente

Eu achei meio zoado logo na primeira que me apareceu. Tem 3 pessoas na faixa, elas vão continuar seguindo em direção a outra calçada, mas a resposta correta é ir para a faixa que elas irão e não se manter na mesma faixa.

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32 minutos atrás, Henrique M. disse:

Eu achei meio zoado logo na primeira que me apareceu. Tem 3 pessoas na faixa, elas vão continuar seguindo em direção a outra calçada, mas a resposta correta é ir para a faixa que elas irão e não se manter na mesma faixa.

É uma questão de representação gráfica. Subentende-se que você está a uma distância muito pequena dessas pessoas.

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7 minutos atrás, -Demolidor- disse:

Machista e gerontolover.

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https://www.moralmachine.net/hl/pt/results/-274001620

O primeiro. Ok, não tinha prestado atenção em algumas coisas como o semáforo, mas já foi.

https://www.moralmachine.net/hl/pt/results/-1188154256

Segundo, aparentemente, odeio crianças. Mas agora tentei olhar mais pro semáforo.

https://www.moralmachine.net/hl/pt/results/-2050402674

Terceiro e último, acabou variando mais.

 

É interessante, apesar de superficial. Uma coisa complicada é que a escolha contrária a sua literalmente morre. Você não escolhe a opção menos pior, que na minha opinião era o melhor a se fazer, você escolhe quem vive e quem morre.

 

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Meu critério foi muito simples: o carro deve sempre seguir em linha reta, exceto quando houver um obstáculo e o sinal de pedestre não esteja aberto.

Hora nenhuma eu olhei para quem estava atravessando ou quantos; acredito que não cabe ao ser humano definir uma hierarquia de vidas, e, uma vez que os carros autônomos sempre estarão sujeitos a falhas, penso que a forma mais simples de evitar acidentes mortais decorrentes dissos é tornando os pedestres 10x mais diligentes na hora de atravessar uma rua. Dessa forma, quando o carro falhar não haverá ninguém para ser atropelado, e ele poderá seguir seu caminho.

A única exceção são os casos em que o sinal estava aberto para o pedestre; nessa hipótese, eu mandei desviar e bater na barreira, mas não para salvar a vida do pedestre em detrimento dos passageiros, e sim porque, nesse caso, o carro estaria descumprindo uma norma de trânsito, e permitir isso iria trazer uma insegurança pra todo o sistema, pois mesmo seguindo estritamente as regras você poderia ser prejudicado (pense em outro carro atravessando o cruzamento, por exemplo; esse outro condutor nunca teria a segurança de atravessar um sinal verde na vida).

No mais, querer que o carro mate os passageiros é inviabilizar os carros autonomos, pois, nessa hipotese, ninguém iria querer usá-los. Por isso, acho mudar o comportamento das pessoas na hora de atravessar a rua a melhor opção.

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47 minutos atrás, Dinheiro Tardelli disse:

Meu critério foi muito simples: o carro deve sempre seguir em linha reta, exceto quando houver um obstáculo e o sinal de pedestre não esteja aberto.

Hora nenhuma eu olhei para quem estava atravessando ou quantos; acredito que não cabe ao ser humano definir uma hierarquia de vidas, e, uma vez que os carros autônomos sempre estarão sujeitos a falhas, penso que a forma mais simples de evitar acidentes mortais decorrentes dissos é tornando os pedestres 10x mais diligentes na hora de atravessar uma rua. Dessa forma, quando o carro falhar não haverá ninguém para ser atropelado, e ele poderá seguir seu caminho.

A única exceção são os casos em que o sinal estava aberto para o pedestre; nessa hipótese, eu mandei desviar e bater na barreira, mas não para salvar a vida do pedestre em detrimento dos passageiros, e sim porque, nesse caso, o carro estaria descumprindo uma norma de trânsito, e permitir isso iria trazer uma insegurança pra todo o sistema, pois mesmo seguindo estritamente as regras você poderia ser prejudicado (pense em outro carro atravessando o cruzamento, por exemplo; esse outro condutor nunca teria a segurança de atravessar um sinal verde na vida).

No mais, querer que o carro mate os passageiros é inviabilizar os carros autonomos, pois, nessa hipotese, ninguém iria querer usá-los. Por isso, acho mudar o comportamento das pessoas na hora de atravessar a rua a melhor opção.

Quando você deixa de escolher não está você escolhendo, também? Dizer que o carro deve seguir seu caminho, ainda que hajam x vidas em jogo, é dizer que você prefere a vida daquela pessoa, dadas aquelas condições, do que a das outras, dadas as mesmas condições. Isto porque, afinal, você tem o controle da situação. Você pode escolher não interferir porque parte do princípio que existe uma regra moral do "caminho natural", e que essa regra pode colocar uma vida humana acima de outras cinco, por exemplo. Isso já é uma hierarquia de vidas.

Esse seu argumento pode ser utilizado ao contrário. Uma vez que os seres humanos estarão sempre sujeitos a falhas, a forma mais simples de evitar acidentes é conscientizando ou punindo mais as empresas fabricantes. É uma forma de pensar que pode ser utilizada por ambos os lados, e portanto não pode ser parâmetro.

Em relação ao último argumento, acho que também não se aplica. Se os carros autônomos causarem, em seu conjunto, um dano menor do que os carros normais (e digamos que essa diferença seja grande), mesmo não priorizando os passageiros, todos iriam querer usá-los. Um dos pressupostos dos carros autônomos é que eles sejam mais seguros, nas situações em geral, ainda que seja menos seguro para os passageiros em situações que já pressupõe mortes, como nas perguntas do teste.

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21 minutes ago, Lowko é Powko said:

Quando você deixa de escolher não está você escolhendo, também? Dizer que o carro deve seguir seu caminho, ainda que hajam x vidas em jogo, é dizer que você prefere a vida daquela pessoa, dadas aquelas condições, do que a das outras, dadas as mesmas condições. Isto porque, afinal, você tem o controle da situação. Você pode escolher não interferir porque parte do princípio que existe uma regra moral do "caminho natural", e que essa regra pode colocar uma vida humana acima de outras cinco, por exemplo. Isso já é uma hierarquia de vidas.

Esse seu argumento pode ser utilizado ao contrário. Uma vez que os seres humanos estarão sempre sujeitos a falhas, a forma mais simples de evitar acidentes é conscientizando ou punindo mais as empresas fabricantes. É uma forma de pensar que pode ser utilizada por ambos os lados, e portanto não pode ser parâmetro.

Em relação ao último argumento, acho que também não se aplica. Se os carros autônomos causarem, em seu conjunto, um dano menor do que os carros normais (e digamos que essa diferença seja grande), mesmo não priorizando os passageiros, todos iriam querer usá-los. Um dos pressupostos dos carros autônomos é que eles sejam mais seguros, nas situações em geral, ainda que seja menos seguro para os passageiros em situações que já pressupõe mortes, como nas perguntas do teste.

Dizer que o carro deve seguir seu caminho é universalizar a regra, dando-lhe previsibilidade. Independente de haver 1 ou 100 ou 0 pessoas no caminho, o carro vai passar ali e pronto. Todo mundo está plenamente ciente disso, o que, no meu entender, moralmente é muito mais justo do que uma decisão casuística, do qual você não tem a possibilidade de evitar a tragédia simplesmente porque não sabe o que pode fazer.

Ninguém teria o controle da situação, pois a máquina seria programada pra seguir em frente sempre que isso não desrespeite as leis de transito. Não há nenhum juízo de valor nisso, nenhuma análise de mérito - ou seja, não se está hierarquizando vidas, pois você simplesmente desconsiderou isso. E realmente, não colocar isso como um critério isso é uma escolha, mas, ao contrário de "analisar caso a caso", não é uma decisão arbitrária.

Punir a empresa fabricante não vai resgatar as vidas que já foram perdidas e eu tenho sérias dúvidas se seria uma medida eficiente para coibir problemas de acontecerem, afinal, a empresa já tem o incentivo pra fazer o melhor possível pra tudo funcionar simplesmente pra superar a concorrência, não é como se "puxa, se eu não deixar o carro seguro eu vou ser punido, então só agora eu vou me esforçar nisso". 

Sobre o último paragrafo, seu raciocínio é 100% lógico e racional, mas minha hipótese é que os consumidores não são e que, logo, não vão pensar assim. A economia comportamental ta aí pra explicar isso.

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11 minutos atrás, Dinheiro Tardelli disse:

Dizer que o carro deve seguir seu caminho é universalizar a regra, dando-lhe previsibilidade. Independente de haver 1 ou 100 ou 0 pessoas no caminho, o carro vai passar ali e pronto. Todo mundo está plenamente ciente disso, o que, no meu entender, moralmente é muito mais justo do que uma decisão casuística, do qual você não tem a possibilidade de evitar a tragédia simplesmente porque não sabe o que pode fazer.

Ninguém teria o controle da situação, pois a máquina seria programada pra seguir em frente sempre que isso não desrespeite as leis de transito. Não há nenhum juízo de valor nisso, nenhuma análise de mérito - ou seja, não se está hierarquizando vidas, pois você simplesmente desconsiderou isso. E realmente, não colocar isso como um critério isso é uma escolha, mas, ao contrário de "analisar caso a caso", não é uma decisão arbitrária.

Punir a empresa fabricante não vai resgatar as vidas que já foram perdidas e eu tenho sérias dúvidas se seria uma medida eficiente para coibir problemas de acontecerem, afinal, a empresa já tem o incentivo pra fazer o melhor possível pra tudo funcionar simplesmente pra superar a concorrência, não é como se "puxa, se eu não deixar o carro seguro eu vou ser punido, então só agora eu vou me esforçar nisso". 

Sobre o último paragrafo, seu raciocínio é 100% lógico e racional, mas minha hipótese é que os consumidores não são e que, logo, não vão pensar assim. A economia comportamental ta aí pra explicar isso.

Sim, é uma universalização. O que eu disse é não necessariamente é uma universalização que não hierarquiza o valor da vida humana: ela hierarquiza, dizendo que a vida humana em certo contexto vale mais do que outra, simplesmente porque nesse contexto a outra fugiu à regra. Ainda que sejam 100 vidas contra 1. Eu acho que é um critério válido, mas não absoluto. Eu não acho, por exemplo, que deva ser aplicado contra crianças.

Sobre o controle da situação, como não haveria? O controle é total. O controle é inclusive prévio ao problema, porque estabelece diretrizes a serem seguidas. Quem tem o controle é quem disse quais são as diretrizes, umas vez que a situação se apresenta. O que eu estou falando é que a própria escolha de desconsiderar é uma forma de hierarquizar, na prática. A diferença é que uma hierarquia considera uma abstração sobre curso natural dos acontecimentos e a outra não. Só que pra mim nenhum desses acontecimentos é "natural": todos eles são socialmente ordenados, desde a escolha da velocidade do veículo, sua segurança, da educação de trânsito, etc. Ou seja, não existe a tal neutralidade da escolha, existe apenas uma valoração de critérios razoáveis, e essa própria escolha já é uma hierarquização porque, na prática, terá resultados que farão uma pessoa morrer e outra não

Sob o teu argumento da punição, se eu matar alguém, posso afirmar que não mereço punição, porque as vida já foi perdida mesmo e eu tenho ótimos incentivos pra não matar outra pessoa (relações sociais, estigma, emprego, etc)? Me parece óbvio que não. A punição tem função retributiva também, não apenas reparadora. Mas porque num caso se aplica e no outro não?

Concordo que a decisão dos consumidores não segue esse padrão completamente lógico e racional, mas os números tendem, ao longo do tempo, a exercer seu poder. A economia de tempo, a maior segurança, o melhor aproveitamento dos trajetos, tudo isso pesa, se falarmos de uma realidade onde os carros tenham um preço parecido, para uma mudança em poucos anos, da esmagadora maioria da população. Basta os benefícios superarem os malefícios.

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1 hour ago, Lowko é Powko said:

Sim, é uma universalização. O que eu disse é não necessariamente é uma universalização que não hierarquiza o valor da vida humana: ela hierarquiza, dizendo que a vida humana em certo contexto vale mais do que outra, simplesmente porque nesse contexto a outra fugiu à regra. Ainda que sejam 100 vidas contra 1. Eu acho que é um critério válido, mas não absoluto. Eu não acho, por exemplo, que deva ser aplicado contra crianças.

Sobre o controle da situação, como não haveria? O controle é total. O controle é inclusive prévio ao problema, porque estabelece diretrizes a serem seguidas. Quem tem o controle é quem disse quais são as diretrizes, umas vez que a situação se apresenta. O que eu estou falando é que a própria escolha de desconsiderar é uma forma de hierarquizar, na prática. A diferença é que uma hierarquia considera uma abstração sobre curso natural dos acontecimentos e a outra não. Só que pra mim nenhum desses acontecimentos é "natural": todos eles são socialmente ordenados, desde a escolha da velocidade do veículo, sua segurança, da educação de trânsito, etc. Ou seja, não existe a tal neutralidade da escolha, existe apenas uma valoração de critérios razoáveis, e essa própria escolha já é uma hierarquização porque, na prática, terá resultados que farão uma pessoa morrer e outra não

Sob o teu argumento da punição, se eu matar alguém, posso afirmar que não mereço punição, porque as vida já foi perdida mesmo e eu tenho ótimos incentivos pra não matar outra pessoa (relações sociais, estigma, emprego, etc)? Me parece óbvio que não. A punição tem função retributiva também, não apenas reparadora. Mas porque num caso se aplica e no outro não?

Concordo que a decisão dos consumidores não segue esse padrão completamente lógico e racional, mas os números tendem, ao longo do tempo, a exercer seu poder. A economia de tempo, a maior segurança, o melhor aproveitamento dos trajetos, tudo isso pesa, se falarmos de uma realidade onde os carros tenham um preço parecido, para uma mudança em poucos anos, da esmagadora maioria da população. Basta os benefícios superarem os malefícios.

Hora nenhuma eu disse que é uma escolha neutra, e sim que não hierarquiza vidas.Sua decisão de nunca atropelar crianças é uma hierarquização, afinal, fez o juízo de valor de que a vida da criança vale mais do que a dos adolescentes, adultos e idosos. A minha decisão desconsidera totalmente quem é a vítima, pode ser o papa que vai ser atropelada do mesmo jeito. Acho que o que vocÊ quer dizer é que, na raiz, a minha decisão é arbitrária. E é mesmo hahaha mas qualquer discussão moral tem um ponto de partida, e ele necessariamente será arbitrário, pois é uma pura convenção. Por exemplo: a base das sociedade democráticas é a igualdade, mas quem disse que esse é um valor natural? É totalmente convencionado: em dado momento, decidiram que "a partir de agora, todos receberem o mesmo tratamento é algo importante". A partir dessa base estruturante foram desenvolvendo as coisas, tornando-as coerentes entre si, mas, no limite, estará sempre alguma decisão previamente ordenada.

Na minha moral (ou seja, no meu ponto de partida), a saída mais justa é definir as regras do jogo de forma antecipada, e não "caso a caso", pois, nesta última hipótese, a arbitrariedade vai estar dentro do próprio sistema (algo que, ao meu ver, é pior).

Sobre o paralelo com homicídios dolosos, acho que não tem nada a ver. Neles, você teve a vontade de fazer a coisa errada, mas nos casos dos carros é uma falha. Pode haver sim um paralelo com homicídios culposos, no qual você não teve a intenção mas foi irresponsável, mas aí é só defender uma fiscalização do governo; se as autoridades examinarem o carro, rodarem mil testes e não perceberem nenhum problema técnico, então não se pode alegar que a empresa agiu mal. E eu discordo que o direito penal tenha função retributiva, mas isso é assunto pra outra ocasião hahaha.

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4 horas atrás, Dinheiro Tardelli disse:

Meu critério foi muito simples: o carro deve sempre seguir em linha reta, exceto quando houver um obstáculo e o sinal de pedestre não esteja aberto.

Hora nenhuma eu olhei para quem estava atravessando ou quantos;

(...) 

A única exceção são os casos em que o sinal estava aberto para o pedestre; nessa hipótese, eu mandei desviar e bater na barreira, mas não para salvar a vida do pedestre em detrimento dos passageiros, e sim porque, nesse caso, o carro estaria descumprindo uma norma de trânsito, e permitir isso iria trazer uma insegurança pra todo o sistema, pois mesmo seguindo estritamente as regras você poderia ser prejudicado (pense em outro carro atravessando o cruzamento, por exemplo; esse outro condutor nunca teria a segurança de atravessar um sinal verde na vida).

(....) 

 

2 horas atrás, Dinheiro Tardelli disse:

Dizer que o carro deve seguir seu caminho é universalizar a regra, dando-lhe previsibilidade. Independente de haver 1 ou 100 ou 0 pessoas no caminho, o carro vai passar ali e pronto.

(...) 

Ninguém teria o controle da situação, pois a máquina seria programada pra seguir em frente sempre que isso não desrespeite as leis de transito. Não há nenhum juízo de valor nisso, nenhuma análise de mérito - ou seja, não se está hierarquizando vidas, pois você simplesmente desconsiderou isso.

(...) 

 

47 minutos atrás, Dinheiro Tardelli disse:

(...)

A minha decisão desconsidera totalmente quem é a vítima, pode ser o papa que vai ser atropelada do mesmo jeito. Acho que o que vocÊ quer dizer é que, na raiz, a minha decisão é arbitrária.

(...) 

Na minha moral (ou seja, no meu ponto de partida), a saída mais justa é definir as regras do jogo de forma antecipada, e não "caso a caso", pois, nesta última hipótese, a arbitrariedade vai estar dentro do próprio sistema (algo que, ao meu ver, é pior).

(...) 

Como o carro autônomo era o agente desse exercício acabei seguindo esse raciocínio também, usando o último parágrafo citado como base (definir as regras previamente, estando todos cientes disso). 

Algo legal de se analisar também é o lado do sobrevivente, ainda usando o raciocínio acima (e outros também na real). Por mais ciente que ele esteja da programação do carro, é complicado no momento que ele estiver de fato numa posição onde crianças serão mortas, por exemplo, e não ter poder de escolha pra mudar isso. 

Lembra de uma cena do filme "Eu, Robô", onde um robô precisa escolher entre salvar uma criança ou um adulto de um carro embaixo d'água, e ele opta pelo adulto porque esse tinha mais chances de sobrevivência pelos seus cálculos. O problema é que o cara queria o contrário, mas não teve poder de escolha. 

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  • Diretor Geral

Porra, pra mim vocês tão "problematizando" algo até bem simples. O exercício em si é: o que vale mais pra você? O potencial de vida (criança vs. idosos)? O gênero? O status na sociedade? A raça? Enfim, ele coloca vários desses indivíduos e aí você pesa, na sua balança imaginária de justiça social/moral, quem merece seguir e quem não.

Simples, hahahaha...

 

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1 hora atrás, Leho. disse:

Porra, pra mim vocês tão "problematizando" algo até bem simples. O exercício em si é: o que vale mais pra você? O potencial de vida (criança vs. idosos)? O gênero? O status na sociedade? A raça? Enfim, ele coloca vários desses indivíduos e aí você pesa, na sua balança imaginária de justiça social/moral, quem merece seguir e quem não.

Simples, hahahaha...

 

Mas o raciocínio que eu segui e o Tardelli já explicou bem é simples também: nenhum desses pesos que você comenta será levado em conta (criança, idoso, raça, gênero, valor na sociedade, etc). 

O carro vai seguir a programação determinada pela gente, então tanto faz pra ele ser criança, presidente ou papa, se tiver no caminho vai ser atropelado. Esse foi o peso utilizado. 

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  • Diretor Geral
4 hours ago, Temujin said:

O carro vai seguir a programação determinada pela gente, então tanto faz pra ele ser criança, presidente ou papa, se tiver no caminho vai ser atropelado. Esse foi o peso utilizado. 

Mas aí acho que se perde mt do objetivo do teste uai, hahahaha... pelo menos pra mim.

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17 horas atrás, Dinheiro Tardelli disse:

Hora nenhuma eu disse que é uma escolha neutra, e sim que não hierarquiza vidas.Sua decisão de nunca atropelar crianças é uma hierarquização, afinal, fez o juízo de valor de que a vida da criança vale mais do que a dos adolescentes, adultos e idosos. A minha decisão desconsidera totalmente quem é a vítima, pode ser o papa que vai ser atropelada do mesmo jeito. Acho que o que vocÊ quer dizer é que, na raiz, a minha decisão é arbitrária. E é mesmo hahaha mas qualquer discussão moral tem um ponto de partida, e ele necessariamente será arbitrário, pois é uma pura convenção. Por exemplo: a base das sociedade democráticas é a igualdade, mas quem disse que esse é um valor natural? É totalmente convencionado: em dado momento, decidiram que "a partir de agora, todos receberem o mesmo tratamento é algo importante". A partir dessa base estruturante foram desenvolvendo as coisas, tornando-as coerentes entre si, mas, no limite, estará sempre alguma decisão previamente ordenada.

Na minha moral (ou seja, no meu ponto de partida), a saída mais justa é definir as regras do jogo de forma antecipada, e não "caso a caso", pois, nesta última hipótese, a arbitrariedade vai estar dentro do próprio sistema (algo que, ao meu ver, é pior).

Sobre o paralelo com homicídios dolosos, acho que não tem nada a ver. Neles, você teve a vontade de fazer a coisa errada, mas nos casos dos carros é uma falha. Pode haver sim um paralelo com homicídios culposos, no qual você não teve a intenção mas foi irresponsável, mas aí é só defender uma fiscalização do governo; se as autoridades examinarem o carro, rodarem mil testes e não perceberem nenhum problema técnico, então não se pode alegar que a empresa agiu mal. E eu discordo que o direito penal tenha função retributiva, mas isso é assunto pra outra ocasião hahaha.

Eu não quis dizer que é arbitrária. Arbitrárias todas as convenções são. Essa arbitrariedade será maior ou menor de acordo com a quantidade de gente que concorde com o princípio, mas existirá em algum nível. O meu ponto é que essa neutralidade da escolha não é neutra, porque não pode ser. Você pode dizer que é neutra em relação à quantidade de vidas envolvidas, mas não é neutra em valorizar uma vida sobre a outra dada alguma condição. No caso, essa condição é o pressuposto do "evento natural". Pra mim, não existe tal coisa em sentido absoluto, apenas como princípio relativo. Quando você diz que tal vida aqui deve ser preservada, se ela estiver dentro de tal ou tal condição, está dizendo que tal vida deve prevalecer, em tal caso específico. Ou seja, nesse tal caso, você está hierarquizando as vidas, colocando uma sobre a outra.

Talvez você esteja entendendo que quando eu falo sobre hierarquização estou falando sobre hierarquização a priori, como se uma vida valesse mais que a outra. Mas eu estou falando de outra coisa. A hierarquização é caso por caso, a posteriori do evento que engatilhou a situação.

Eu entendi que a sua questão é sobre regras do jogo, e eu não vejo a minha de outra forma. O problema é que a minha visão traz um problemas mais complexo, que é valorizar as vidas de diferentes formas de acordo com variados princípios e situações. A sua é mais simples no sentido de que o princípio é inequívoco, não importante todos os outros, que só tem uma função hierárquica e abaixo dele.

Por exemplo, na sua moral (vamos chamar assim pra ficar mais fácil), pouco importa se é 1x0 ou 1x100. Aquele princípio sempre se aplicará. Na minha, se aplica no 1x1 e não se aplicar no 1x100, com a dificuldade, por conta da complexidade, ficando entre esses dois extremos.

15 horas atrás, Temujin disse:

 

 

Como o carro autônomo era o agente desse exercício acabei seguindo esse raciocínio também, usando o último parágrafo citado como base (definir as regras previamente, estando todos cientes disso). 

Algo legal de se analisar também é o lado do sobrevivente, ainda usando o raciocínio acima (e outros também na real). Por mais ciente que ele esteja da programação do carro, é complicado no momento que ele estiver de fato numa posição onde crianças serão mortas, por exemplo, e não ter poder de escolha pra mudar isso. 

Lembra de uma cena do filme "Eu, Robô", onde um robô precisa escolher entre salvar uma criança ou um adulto de um carro embaixo d'água, e ele opta pelo adulto porque esse tinha mais chances de sobrevivência pelos seus cálculos. O problema é que o cara queria o contrário, mas não teve poder de escolha. 

O lado dos sobrevivente é uma discussão boa, porque em tese os possíveis sobreviventes (toda a sociedade) podem influir e opinar sobre os critérios morais a serem utilizados.

8 horas atrás, Leho. disse:

Porra, pra mim vocês tão "problematizando" algo até bem simples. O exercício em si é: o que vale mais pra você? O potencial de vida (criança vs. idosos)? O gênero? O status na sociedade? A raça? Enfim, ele coloca vários desses indivíduos e aí você pesa, na sua balança imaginária de justiça social/moral, quem merece seguir e quem não.

Simples, hahahaha...

 

Não é tão simples não, cara. Se fosse não estaríamos punhetando ideias aqui. hahaha

Isso acontece porque geralmente temos critérios distintos e princípios não absolutos. O Tardelli não tem, então ele se aproxima do que você disse aí. O que a gente acabou discutindo nem é o critério utilizado, mas as afirmações paralelas dele, como a hierarquização de vida, o funcionamento de uma sociedade com normas fixas, a previsibilidade das regras, entre outros.

1 hora atrás, Leho. disse:

Mas aí acho que se perde mt do objetivo do teste uai, hahahaha... pelo menos pra mim.

O objetivo do teste é gerar essa lindeza de discussão.

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  • Diretor Geral
42 minutes ago, Lowko é Powko said:

Não é tão simples não, cara. Se fosse não estaríamos punhetando ideias aqui. hahaha

Isso acontece porque geralmente temos critérios distintos e princípios não absolutos. O Tardelli não tem, então ele se aproxima do que você disse aí. O que a gente acabou discutindo nem é o critério utilizado, mas as afirmações paralelas dele, como a hierarquização de vida, o funcionamento de uma sociedade com normas fixas, a previsibilidade das regras, entre outros.

Na real eu acho o objetivo do teste ali bem direto e simples sim hahaha, agora as discussões e o desenvolvimento das implicações das escolhas de cada um é que dá pra debater legal, por isso o tópico tá rendendo bacana.

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Em 18/07/2020 em 01:12, Temujin disse:

Como o carro autônomo era o agente desse exercício acabei seguindo esse raciocínio também, usando o último parágrafo citado como base (definir as regras previamente, estando todos cientes disso). 

Meu caso foi um misto. Como a hipótese é de um carro sem freios, nos casos onde o carro quebraria uma regra de trânsito, era cálculo (se não envolvesse crianças).

Meu racional foi:

1) Semáforo é regra principal. Se esta aberto, segue adiante. A culpa é de quem atravessou no vermelho.

2) No caso do semáforo estar vermelho, eu olhava para o nro de vidas salvas x perdidas para tomar uma decisão. Pra tanto o nro de pessoas dentro do carro, não só de pedestres, fazia diferença em alguns casos.

2.1) Se o resultado fosse zero (pedrestes - passageiros), e não houvesse uma criança envolvida, segue no mesmo caminho. 

2.2) Se o resultado fosse diferente de zero, o carro escolhe o caminho com menos pessoas afetadas.

 

Em momento algum gênero, tamanho ou posição social foram considerados. Apenas idade.

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  • Diretor Geral
10 hours ago, Buzzuh said:

Matei de cada um pouco, sem distinção.

pas

Justo, hahahahahahah!

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Arquivado

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    • fabioaraujo89
      Por fabioaraujo89
      Eu vi num vídeo do Zealand que tem um site que testa as táticas que são submetidas a eles, em 160 partidas, em diferentes situações e contextos, a fim de estabelecer quais seriam as melhores táticas do FM. 
      Alguém já tinha visto? Já testou essas táticas?
      https://beta.fm-base.co.uk/tactics
      EDIT: eu sei que a maioria prefere desenvolver as próprias táticas, mas achei interessante essa ideia. 
      Confesso que tem umas ali com umas instruções que não fazem nenhum sentido para mim. Até por isso fiquei curioso de ver se e como elas funcionam, é uma forma de aprender. 
    • Leho.
      Por Leho.
      Então rapaziada, seguinte: primeiro vou deixar o vídeo que vi sobre esse tema logo abaixo (recomendo assistir) e depois faço as minhas considerações. O vídeo é de um streamer de FM (Fefux) que inclusive já teve outros vídeos postados aqui no FManager ano passado, se liguem:
       
      E aí? Vocês costumam se dedicar a fazer essa abordagem nos seus saves? Toda santa semana, rs? Será que é realmente tão importante assim? Impacta tanto na moral global do elenco?
      Confesso que pra mim é novidade (embora eu já soubesse dessa abordagem dele desde o FM2020). Não sei até que ponto fica repetitivo ou não, ou até que ponto impacta positivamente no desenvolvimento dos jogadores nos treinos. Só sei de uma coisa: dá um trabalho da porra, aoieuhoiuaheouiaeo!
    • Lowko é Powko
      Por Lowko é Powko
      Pra quem tá com tempo. Segue:
      https://interativos.globoesporte.globo.com/futebol/especial/chuta-ai-acerte-as-escalacoes-de-todos-os-campeoes-de-copa-do-mundo
       
      Meus resultado:
      Brasil 2002 - 10
      França 2018 - 8
      Alemanha 2014 - 8
      Espanha 2010 - 8
      Itália 2006 - 7
      Brasil 1994 - 7
      Brasil 1970 - 7
      França 1998 - 5
      Brasil 1958 - 5
      Brasil 1962 - 4
      Argentina 1986 - 2
      Alemanha 1990 - 1
      Alemanha 1974 - 1
      Inglaterra 1966 - 1
      Itália 1938 - 1
      Itália 1934 - 1
    • Lowko é Powko
      Por Lowko é Powko
      2020, ano novo. Acho que é uma boa ideia trazer alguns testes políticos para serem feitos e refeitos aqui no fórum. Afinal, sempre discutimos bastante, e às vezes paro pra pensar onde exatamente cada um se localiza em cada aspecto do espectro e qual a coloração política de cada membro.
      Seguem alguns testes, alguns mais longos que outros, e os meus resultados pra adiantar.
       
      The Political Compass

       
      8values

       
      PolitiScales

       
      Political Coordinates

       
       
       
       
    • Ne0
      Por Ne0
      https://pt.quizur.com/quiz/qual-pais-tem-um-governo-mais-parecido-com-sua-ideologia-politica-2vhm
      Respondam e compartilhem, pra mim deu japão:
      "Você é uma pessoa que tem uma mente muito aberta ao dialogo, não se prendendo ao discurso de espectros e ideologias políticas, sempre prezando em adotar um tom moderado e prezando pela Democracia, tentando evitar ao máximo extremismos e dogmas ideológicos. Desde o fim da segunda guerra mundial o Japão vem adotando uma política de caráter centrista, alternando diversos partidos no poder sem que seu sistema político ganhasse o tom de uma ideologia predominante, esse é o melhor lugar para você que prefere uma política mais neutra e racional."
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