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A contratação de Coutinho e o futebol que não nos pertence


Danut

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A contratação de Coutinho e o futebol que não nos pertence

O punhado de superclubes europeus é um filme da Disney, enquanto o nosso time é o imenso lado de fora do cinema.

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Em uma primeira impressão, a contratação de Philippe Coutinho pelo Barcelona é motivo de orgulho e expectativa, afinal se trata de uma grande joia brasileira que passa a defender um dos principais clubes do mundo. Mas há um outro aspecto, tanto mais sombrio, da negociação que envolveu mais de R$ 620 milhões: o futebol morre um pouco cada vez que um dos atuais superclubes, como Barcelona, Real Madrid ou PSG, arranca um craque de um possível concorrente.

De forma acelerada, essa era das seleções planetárias transforma o futebol mais em exibição do que em competição. E isso é positivo apenas para as almas de índole duvidosa que se deliciam assistindo campeões nacionais serem humilhados em fases prévias da Champions League em nome da vazia excelência de um “futebol de elite”, que na verdade contribui muito pouco para o esporte como gostaríamos que fosse: competitivo, imprevisível, apaixonante e mais leal financeiramente. Numa lógica enviesada, bastante doentia, comemora-se a capacidade de investimento de um punhado de clubes de outro continente, como se isso indicasse uma superioridade inata (esportiva e até identitária), e não uma condição prioritariamente econômica.

Não se discute, obviamente, a decisão de Coutinho, senhor do seu próprio destino, que leva seu talento para onde quiser, ainda que seja um pouco mais difícil argumentar isso para os fanáticos do time inglês, que chegaram até a receber de volta a grana que investiram na camisa do jovem brasileiro, rapidamente rebaixado da condição de ídolo para a gaveta destinada aos traidores. Harry Kane, do Tottenham, atual maior centroavante do mundo, provavelmente também deve sair logo para uma VITRINE teoricamente mais chamativa. Criticar um cenário que se anuncia imutável por algum tempo aparentemente é gritar com nuvem, como faz o Vovô Simpson, mas por enquanto ainda não pagamos impostos para espernear: não admiti-lo como uma verdade irreversível, nem como uma consequência natural e buscar alternativas, como distribuições mais justas de cotas, já resulta em um bom começo de discussão.

O que gera este improdutivo e absurdo desequilíbrio é a distância financeira alcançada por alguns clubes, provocada pelos mais diferentes motivos: às vezes competência para negociar e explorar sua marca, é claro, mas em muitas outras ocasiões por uma injeção de dinheiro totalmente aleatória e com procedência mais do que duvidosa. E, quando citamos os clubes “vitimados”, não estamos falando de uns coitados, mas sim de um Liverpool, cuja história transforma os novo-ricos PSG e Manchester City em irrelevantes notas de rodapé do futebol mundial, por exemplo.

Quando os próprios gigantes tornam-se coadjuvantes, não há como considerar este cenário como sinal de um futebol, digamos, saudável. A Champions League, que para essas multinacionais do futebol é a única competição que importa, virou uma maçonaria movida pelo extrato bancário: nas últimas dez edições, tivemos apenas nove finalistas diferentes. Exceto por Internazionale e Dortmund, que chegaram uma vez na decisão, os finalistas se repetem numa ladainha incansável. Para compararmos, a Libertadores não teve sequer uma repetição: foram vinte finalistas diferentes nas últimas dez finais. O que é a nossa miséria, o que tem nos feito participar de um Mundial de Clubes apenas tentando evitar um fiasco, paradoxalmente também é o que nos permite vivenciar um futebol mais verdadeiro, em que as ilusões de muitos às vezes ainda prosperam, ao contrário do grotesco tabelionato que virou a elite do futebol europeu.

Esse punhado de superclubes nos seduz com um futebol que não faz parte da realidade, e muitos dos seduzidos querem nos convencer que é a condição a ser almejada. Saímos da frente do sofá após uma asséptica goleada do Barcelona como quem deixa o cinema depois de assistir a um filme da Disney, com princesas e flores e animais falantes que vivem em comunhão. Oncinha pintada. Zebrinha listrada. Coelhinho peludo. O imenso lado de fora do cinema, que pouco oferece mas vez que outra até nos atende, onde conseguimos às vezes até mostrar os dentes, é o nosso time, o lateral-direito desnorteado, o reforço que ninguém nunca viu. É o futebol que habita nossas rugas. O futebol que temos para hoje e para amanhã. Requentado e pronto para a viagem. Que nada promete e nunca nos falta.

Fonte: Blog Meia Encarnada (globoesporte)

Eu gosto muito dos textos desse blog, e achei esse bem interessante para iniciar uma discussão. Em especial, a parte sobre o futebol se transformar mais em exibição do que competição. Eu vejo as chamadas para jogos do campeonato espanhol, e assusta: quase nunca parece que tem dois times que vão se enfrentar, é só uma desculpa para ver Real Madrid ou Barcelona em campo, desfilando seus jogadores outra vez. E nos outros países europeus não está muito diferente.

Enfim, achei que valia trazer o texto para cá.

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Achei o texto em si, bem ruim, discordo da maioria das coisas. A única coisa que concordo é o absurdo de coisas que estão entrando no futebol de origem duvidosa e os valores astronômicos recebidos/pagos em profissionais da área (e que os torcedores ajudam a financiar direta e indiretamente).

Essa ladainha de que X transforma Y em clube pequeno apagando história e etc, pra mim, é bem sem noção. O clube em algum momento não soube/sabe contratar e se ferrou/ferra, recebeu uma bolada por Coutinho, mas ninguém é insubstituível, contrata outro(s), é bem infantil responsabilizar o clube que compra pelo fracasso de quem vende, como se o cara tirasse ele de graça.

Sobre quem as pessoas querem ver, no futebol como exibição: clubes que não torço, eu quero ver os melhores jogos, por que eu iria querer ver Sevilla x Bétis? Eu moro no Brasil, tenho um clube que torço, o resto eu acompanho o que me dá vontade de ver, e não tenho a mínima vontade (e creio que a imensa maioria concorda) de ver um jogo ruim. Na Espanha vou ver jogo dos times que estão jogando melhor, o que quase sempre acaba em Barcelona, Real e Atlético.    

Futebol tem uma dose de sorte, mas eu não tenho vontade de assistir zebras, eu curto ver jogos bons de futebol, e quando um time que não sabe jogar, ganha com sorte eu não vibro pela emoção que foi, só vibro de emoção com o time que torço mesmo. Por isso futebol sem ser dos grandes, não atrai. Agora tem que se investigar até onde vai o investimento de fora e qual a origem, pra não chegar uns Kia Joorabchian da vida e desequilibrarem o campeonato pra lavar dinheiro. 

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  • Diretor Geral

Eu vejo essa "transformação" (se é que dá pra usar essa palavra) de futebol competitivo em futebol de exibicionismo como parte de uma engrenagem: O "NEGÓCIO FUTEBOL". Tá claro que, já há um bom tempo, o esporte futebol não é mais somente um esporte, mas sim um negócio — e bastante rentável sim, dependendo do contexto.

Essa bolha financeira que a gente tá querendo que estoure mas que só cresce (agora menos) a cada temporada, é outra parte da engrenagem. As cotas de Tv, mais uma. Os empresários, outra. E assim vai, desde quem ganha lá embaixo até as grandes empresas, que tem seus nomes estampados nas camisas e movimentam bilhões por ano, todos fazem essa roda girar.

Isso posto, me responda @Danut: quem tem mais capacidade de fazer isso tudo girar, 1) um espetáculo de técnica, de imagens e de gols ou 2) uma disputa mais equitativa entre 11 homens, onde o "espetáculo" nem sempre é garantia? Ninguém vai ao cinema pra se frustrar, concorda? Hahahaha embora aconteça. Então é isso.

 

Acho que a tendência é essa, o dinheiro como engrenagem principal. Não vejo com tanta negatividade assim, apenas aceito. Futebol deixou de ser disputa pra se tornar entretenimento. Não em toda sua esfera mundial, óbvio, mas nos pólos econômicos sem dúvida.

p.s: gostei do texto.

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12 horas atrás, Leho. disse:

Eu vejo essa "transformação" (se é que dá pra usar essa palavra) de futebol competitivo em futebol de exibicionismo como parte de uma engrenagem: O "NEGÓCIO FUTEBOL". Tá claro que, já há um bom tempo, o esporte futebol não é mais somente um esporte, mas sim um negócio — e bastante rentável sim, dependendo do contexto.

Essa bolha financeira que a gente tá querendo que estoure mas que só cresce (agora menos) a cada temporada, é outra parte da engrenagem. As cotas de Tv, mais uma. Os empresários, outra. E assim vai, desde quem ganha lá embaixo até as grandes empresas, que tem seus nomes estampados nas camisas e movimentam bilhões por ano, todos fazem essa roda girar.

Isso posto, me responda @Danut: quem tem mais capacidade de fazer isso tudo girar, 1) um espetáculo de técnica, de imagens e de gols ou 2) uma disputa mais equitativa entre 11 homens, onde o "espetáculo" nem sempre é garantia? Ninguém vai ao cinema pra se frustrar, concorda? Hahahaha embora aconteça. Então é isso.

 

Acho que a tendência é essa, o dinheiro como engrenagem principal. Não vejo com tanta negatividade assim, apenas aceito. Futebol deixou de ser disputa pra se tornar entretenimento. Não em toda sua esfera mundial, óbvio, mas nos pólos econômicos sem dúvida.

p.s: gostei do texto.

Cara, eu concordo contigo que isso é resultado da comercialização cada vez maior. O futebol não é mais esporte, é espetáculo. E espetáculo tem que correr dentro do previsto. Por isso tem protocolo de entrada em campo, tem showzinho programado em jogos importantes (imagina deixar nas mãos da torcida decidir o que vai ser mostrado? é perigoso), tem que ter espaço para as estrelas brilharem, e de preferência um resultado já previsível. O cara que paga uma grana pra ter a assinatura pra assistir ao Real Madrid na América do Sul ou na China não quer pagar tudo isso para ver o time dele perder.

Até aí nós concordamos. Também já aceitei que isso é um caminho sem volta - só me resta aproveitar os últimos anos de relativo equilíbrio no futebol brasileiro, que isso logo acaba também.

No que discordamos é de que isso não seja tão negativo assim. Eu acho a morte do esporte. No dia em que chegar no Brasil, eu vou virar torcedor de vôlei ou qualquer outra coisa assim.

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  • Diretor Geral
1 hora atrás, Danut disse:

[...]

No que discordamos é de que isso não seja tão negativo assim. Eu acho a morte do esporte. No dia em que chegar no Brasil, eu vou virar torcedor de vôlei ou qualquer outra coisa assim.

Esquece que não chega, aioehiouaheouihaoeuoae!

Mas pensando por esse seu lado, "a morte do esporte", e as ligas norte-americanas, o que você me diria? Não dá pra traçar um paralelo aí também? Seriam os esportes americanos meros espetáculos do entretenimento e não propriamente esportes disputados e competitivos?

 

Não sei...

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5 minutos atrás, Leho. disse:

Esquece que não chega, aioehiouaheouihaoeuoae!

Mas pensando por esse seu lado, "a morte do esporte", e as ligas norte-americanas, o que você me diria? Não dá pra traçar um paralelo aí também? Seriam os esportes americanos meros espetáculos do entretenimento e não propriamente esportes disputados e competitivos?

 

Não sei...

Cara, eu acho que tem duas coisas diferentes aí. Os esportes americanos tem vários problemas na minha visão, com essa coisa de ser tudo montado para o espetáculo, de ter um clima muito "falso" (ou, ao menos, incentivado por um departamento de marketing e passos bem definidos por esse departamento de marketing), e assim vai. Mas eles tem um equilíbrio significativamente maior nas disputas do que o futebol europeu atual (ao menos o que eu acompanho dos esportes americanos, que não é muito). Gostando ou não, os sistemas deles lá ajudam a manter o nível das ligas mais próximo entre si.

Por isso não sei se seria possível dizer que é menos disputado e competitivo naquele caso. Em princípio, tendo a dizer que é mais disputado.

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  • Diretor Geral
1 minuto atrás, Danut disse:

Por isso não sei se seria possível dizer que é menos disputado e competitivo naquele caso. Em princípio, tendo a dizer que é mais disputado.

Pois então, se eles encontraram uma forma de equilibrar a dose de espetáculo com a competitividade inata do esporte, porque o futebol também não conseguiria? Creio que existem meios possíveis sim, acho bastante radical cravar "a morte do futebol" apenas pela questão do marketing.

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2 minutos atrás, Leho. disse:

Pois então, se eles encontraram uma forma de equilibrar a dose de espetáculo com a competitividade inata do esporte, porque o futebol também não conseguiria? Creio que existem meios possíveis sim, acho bastante radical cravar "a morte do futebol" apenas pela questão do marketing.

Porque no futebol atual não há nenhum movimento nesse sentido. O que há é um movimento cada vez maior para a criação dessas seleções planetárias. E não tem craque suficiente no mundo para criar mais do que uma ou duas dessas por país (forçando um pouco, dá pra falar em três na Inglaterra).

Não acho que o único caminho possível para o marketing seja o atual na Europa. Mas acho quase impossível que a Europa siga para um caminho diferente do seu atual. E espero que o Brasil não siga o mesmo caminho, mas é só ver quanto ganham com TV certos clubes por aqui que dá para ficar com medo do futuro, sim.

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Foda, entendo perfeitamente esse texto. Futebol Europeu "matou" o futebol sul americano e matou a competitividade no próprio continente. Times de Portugal e Holanda não arrumam nada na UCL. A França também era ridícula até a compra do PSG e o francês agora consegue ser um campeonato mais merda que o Espanhol. Agora vamos ver até quando isso vai ser viável.

Por mais que um filme seja foda, se vc assistir ele 30x, você continua gostando mas perde a adrenalina de quando você viu a final pela primeira vez. Na UCL, sabemos que vamos ter Real e Barça pelo menos na semi e provavel que um deles na final. Se continuar assim, vai chegar uma época que vai ser difícil renovar a geração de torcedores pelo desinteresse dos pais pelo esporte.

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