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Ameaça de ultras acaba em um dos jogos mais bizarros da história


Johann Duwe

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Ameaça de ultras acaba em um dos jogos mais bizarros da história

Não é exclusividade do Brasil ver episódios em que torcidas organizadas intimidam jogadores. Nem só da América do Sul, onde os casos se tornam ainda mais frequentes. Os ultras também se acham donos de seus times na Europa. E um bom exemplo disso aconteceu neste domingo, na terceira divisão do Campeonato Italiano, durante o dérbi entre Salernitana e Nocerina, que não era disputado havia 25 anos.

Proibidos de irem ao estádio rival, por conta do histórico de brigas entre as torcidas, os ultras da Nocerina decidiram endereçar ameaças de morte ao elenco de seu time para que o confronto não acontecesse. E funcionou. Quando o ônibus do clube chegou ao estádio, os atletas não queriam seguir para o gramado. Foram necessários 40 minutos, com a intervenção de dirigentes da liga, para que o jogo fosse iniciado. Ainda assim, à revelia. Em sinal de protesto, o time vestiu seu uniforme branco, não o vermelho, principal.

A partida durou apenas 21 minutos. Após 50 segundos, a Nocerina já tinha gastado suas três substituições. A partir de então, uma epidemia de lesões tomou conta do gramado, com cinco atletas saindo por que teriam se machucado. Além disso, um dos atletas acabou expulso por arrumar briga com um adversário. Com seis jogadores da Nocerina em campo, o juiz foi obrigado a dar a vitória à Salernitana.

Dentro do estádio, os sete mil torcedores presentes não causaram nenhum incidente. O problema estava do lado de fora, onde ultras da Salernitana pararam diversos carros no trânsito e pediram os documentos dos motoristas, procurando residentes da cidade de Nocera Inferiore.

A indignação pela situação foi evidenciada pelo Carlo Perrone, técnico da Salernitana: “Essa é uma página terrível na história do futebol. Nós precisamos nos questionar sobre como isso aconteceu. Eu sou um homem do esporte e me sinto terrivelmente desapontado agora”. Uma postura até compreensiva com a situação difícil vivida pelos adversários.

Para piorar a situação, a diretoria inteira da Nocerina se demitiu, enquanto os jogadores foram ordenados a não conversar com a mídia. A Lega Pro já abriu uma investigação em sua Comissão Disciplinar, para ver as respostas sobre as substituições-relâmpago – na desculpa inicial dos dirigentes da Nocerina, o problema foi a falta de aquecimento. Mais do que isso, a entidade deveria descobrir quem foram os responsáveis pelas ameaças e puni-los criminalmente.

Sei que a notícia é meio antiga, mas não lembro dela por aqui e é realmente muito bizarro.

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    • Lowko é Powko
      Por Lowko é Powko
      Prefácio
      A partir de hoje (06/05/20) darei início a um projeto que idealizei há muito tempo e que veio se materializando nos últimos dias. Eu gosto muito de história e geografia, e o futebol me interessa, na maior parte, nos que se liga a essas matérias. A economia, as questões sociais, geopolíticas e históricas que envolvem o esporte são muito mais interessantes pra mim do que o jogo em si, “dentro das 4 linhas”.
      Há anos, editei um update no Football Manager com o título “O Sul é o meu País!”, no qual eu criei uma breve história sobre a separação da Região Sul do Brasil, tornando-se um país independente, com as devidas implicações disso no futebol. Vale ressaltar aqui que não sou nem nunca fui separatista, e fiz o update apenas para exercício intelectual e diversão. Da mesma forma, também separei a Padânia, região centro-norte da Itália, do resto do país, e cheguei a projetar um update parecido com a criação de República do Nordeste.
      Essas simulações ficam bem mais interessantes quando há de fato uma proposta, alguma movimentação sobre o tema. Por isso, uma criação da Euskadi (País Basco, Pátria Basca) é mais interessante do que, sei lá, uma eventual junção entre França e Itália (?). Se colocarmos a questão “como seria a seleção do Império Romano?”, as coisas já começam a mudar, e isso depende muito do público que está consumindo essa informação e esse entretenimento.
      Tentarei, na medida dos meus conhecimentos e habilidades, divagar com uma razoável demonstração do contexto histórico, situação política, apresentação de mapas e imagens, entre outras coisas, tentando tornar o exercício o mais profundo possível sem se tornar enfadonho.
      É claro, é sempre um exercício de imaginação, e não um estudo sério. É, no final, uma brincadeira. Por isso, vou utilizar este tópico para escrever algumas besteiras, e conto com a colaboração de vocês, apontando os erros e os acertos, as opiniões divergentes e as ideias para próximas análises.
       
      E se... a Itália se separasse?
      _
       
      Um pouco de contexto
      A Padânia é uma região geográfica localizada no norte da Itália, cujo nome deriva do rio e do vale dominante na região, o Pó (Padus, em latim). Originalmente, a região era conhecida pelos romanos como Gália Cisalpina, e o termo Padânia, moderno, foi incorporado pelo movimento político regional Lega Nord (Liga Norte), federalista e, às vezes, separatista, como um possível nome para um país independente.
      O movimento Lega Nord, transformado num partido político, arrefeceu a luta pela independência e hoje tem se concentrado mais na proposta federalista, com um enfoque no “nacionalismo” e na maior independência da região. Em termos mais ou menos grosseiros, dá pra comparar a situação com a diferença entre a Região Nordeste brasileira em oposição às Regiões Sul e Sudeste, sendo a primeira a Itália e as outras a Padânia.

      Originalmente, o regionalismo se referia, como dito, ao vale do rio Pó. Entretanto, na década de 90, a nascente Lega Nord incorporou no conceito outras regiões, de acordo com uma proposta inicial de 1975, feita pelo antigo presidente do Partido Comunista de Emiglia-Romagna – onde ficam Bologna, Parma e Modena. A “Grande Padânia” incluiria, além de, inicialmente, Emiglia-Romagna, Veneto, Lombardia, Piemonte e Liguria, regiões circundantes, como Friuli, Trentino, Valle d’Aosta, Toscana, Marche e Umbria. A soma de todas essas regiões representa mais da metade da população e da área da atual República Italiana, e, quase com certeza, por volta de dois terços do PIB (embora eu não tenha feito as contas).

      De onde surge esse desejo? Podemos dizer que a separação econômica entre o norte e o sul da Itália é um fator determinante. O norte, historicamente mais industrializado, também se vê como mais “civilizado” - as instituições funcionam melhor, o povo é mais educado, entre outros. Do ponto de vista cultural, as regiões sofreram, via de regra, pressões de potência diferentes. O norte é muito marcado pelo Reino Lombardo, pelas repúblicas mercantes, pelo Sacro Império Romano-Germânico, pelas invasões napoleônicas. O sul, por sua vez, pelos Estados Papais, pelo controle bizantino e pelas invasões árabes. Vale ressaltar, também, que a geografia acidentada da península nunca foi uma facilitadora da unificação, com os Apeninos cruzando de norte a sul. Todos esses fatores em conjunto geraram condições para que os defensores da Padânia incluam regiões que originalmente não eram assim consideradas, por conta de similaridades nos padrões da sociedade civil, cidadania e governo.


       
      E se...
      Dito isso, passaremos a analisar como todos esses fatores influenciariam no futebol, sem criar uma história coesa para dar base a uma realidade alternativa onde a Itália se fragmenta. O interesse aqui é algo mais superficial, lúdico, e não acadêmico ou muito sério. Como seria o futebol nesses dois países? Primeiro, vamos elencar os times pertencentes a cada um dos países, Itália e Padânia, com base na separação já apresentada entre as regiões; segundo, vamos definir como seriam divididos os times nesses países – quantos times por divisão, a estrutura das divisões, etc.; terceiro, vamos especular como seria a distribuição das vagas nas competições europeias; quarto, vamos analisar a composição das seleções nacionais e suas potencialidades.
      Mas antes disso, e de forma conjunta, vamos abordar a quantidade de torcedores de cada time, segundo algumas pesquisas recentes.
      Segundo pesquisa do Instituto Demos & Pi, de 2010, a Juventus é o clube mais popular, com 29,0% dos torcedores, seguida por Internazionale, com 17,4%, e Milan, com 14,1%. Os três clubes seguintes são do sul do país, com Napoli (9,2%), Roma (7,4%) e Cagliari (2,1%). Fecham a pesquisa a Fiorentina (2,1%) e o Bologna (1,7%).

      Pesquisa dos Instituto Doxa, de 2003, indicava a seguinte distribuição: Juventus com 31,0%, Internazionale com 22,2%, Milan com 16,4%, Roma com 6,0%, Napoli com 4,2%, Lazio com 3,5%, Fiorentina com 2,7% e Torino com 1,9%.
      Outra pesquisa, apresentada em parte no site Statista.com, sem indicação de fonte e maiores detalhes (serviço pago) apresenta os seguintes números: 35% para a Juventus, 17% para a Inter, 14% para o Milan, 10% para o Napoli, 7% para a Roma, 3% para a Lazio e 2% para a Fiorentina.
      Por último, uma pesquisa de 2018 indicou o nível de apoio popular dos clubes que disputaram a Série A na temporada 17/18:


       
      Médias de público
      Dada a concentração das equipes no norte do país, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, é de se esperar que a média de público das três maiores equipes não sofra um baque tão grande. A situação é diferente no sul, onde rivais como Juventus, Inter e Milan serão substituídos por equipes do nível de Trapani, Cosenza e Monopoli, e mesmo se considerarmos um campeonato composto por menos clubes. As maiores equipes dos centros menos fortes (ou mais pobres) são quase sempre as mais beneficiadas por um futebol unificado, já que podem doutrinar sua base com um componente cultural e/ou regional e participar da divisão de um dinheiro ao qual de outra forma não teria acesso. É o caso do Athletic Bilbao, dos times da Itália e até mesmo da dupla de Porto Alegre.
       
      Vagas europeias
      Como ficaria a distribuição de vagas nas competições europeias? Pra definir isso de forma não muito aprofundada, mas com algum pé na realidade, decidi somar os pontos de todos os times de cada país e dividir por 7 (quantidade de vagas da Itália atualmente) em ambos. Essa conta resultou num resultado aproximado do que eu acho razoável, sem que nenhum país comece do zero, dado que nenhum deles é fraco, e com a possibilidade de crescer ao longo das temporadas.
      A Padânia, com 32,1 pontos, seria a 12ª colocada no ranking de países, enquanto a Itália, com 28,1 pontos, seria a 14ª. Essa diferença não teria efeitos práticos, já que para ambas as colocações as alocações da temporada 21/22 serão de 2 vagas na UCL, 1 vaga na UEL e 2 vagas na nova competição continental que a UEFA está criando para dar mais chances aos países menores.
      O meu palpite é que, com a passagem do tempo, a Padânia fosse ocupar o 5ª lugar, talvez brigando com a França pra ficar em 4º, e a Itália disputaria um degrau abaixo, com Portugal e Rússia.

       
      O futebol na Padânia
      Assim como na capacidade econômica, o futebol na Padânia é muito mais forte que na Itália. Dos 113 títulos nacionais do antigo país, 105 pertencem à região norte. Juventus, Internazionale e Milan dominaram o futebol nacional, com 71 títulos combinados. Além disso, conquistaram todos os 12 títulos que a Itália possuía no mais alto nível europeu, atual Champions League. Tudo isso é, agora, história.
      Credita-se à forte imigração sulista parte da força que os times nortenhos, em especial a Juventus, têm sobre o imaginário nacional. Os bianconeri têm, com folgas, a maior torcida do país, seguidos por, em ordem, Inter e Milan. A tese é que os trabalhadores que se empregavam no norte industrializado passavam a torcida pelo time que adotavam para seus familiares no sul. Uma das maiores empresas contratantes era a Fiat, da família Agnelli, cujos laços com a Juventus remontam à década de 20 e se mantêm até hoje.
      E aqui entra uma tese minha (no sentido de que eu não lembro de ter copiado diretamente de ninguém, embora, com certeza, já deva ter sido abordada e estudada por várias pessoas): o período em que a dominação da Juve se reforça coincide com a maioria dos fortalecimentos de vários clubes europeus, como o Liverpool, na Inglaterra, o Bayern, na Alemanha, e o Real Madrid, na Espanha. Esse período se dá entre as décadas de 60 e 70, com o surgimento e o fortalecimento das transmissões televisivas em países desenvolvidos. Os motivos são diversos, desde apoio político, cultura local mais associada ao futebol, crescimento econômico, combinados com investimentos e “gerações de ouro” em boa parte desses times.
      O quanto o sucesso influenciou o apoio popular e o quanto o segundo influenciou o primeiro dependeria de uma análise mais profunda, mais tempo e mais linhas, o que não farei aqui. O fato é que não há comparação entre o tamanho das torcidas dos times do norte da península com os times do sul. O que podemos dizer com certa segurança é que o tamanho relativo da torcida bianconera ao novo país seria bem menor do que é hoje, dado que a Juventus tem apoio em todo o território italiano, sendo a única torcida verdadeiramente nacional.
      Sem mais delongas, vamos ao formato da nova competição. O Padanão seria composto por 20 times, dado que a tradição e a capacidade econômica da região comportam bem essa quantidade. Os 15 times da primeira divisão seriam acompanhados por 5 vindos da atual Série B. Esses times foram definidos por colocação na atual competição paralisada, e são Pordenone, Spezia, Cittadella, Chievo e Empoli. Decidi não considerar a possibilidade de uma primeira divisão com apenas 16 times, embora fosse viável e bem possível que assim fosse, dada a tendência de concentração do futebol atual. Além disso, estamos ignorando a criação de uma Liga Europeia, da qual pelo menos a Juventus com certeza faria parte.
      A segunda divisão segue com todos os times nortenhos atuais, que são 7 (desconsiderando os 5 anteriores, guinchados à primeira), mais 13 vindos dos grupos A e B da Série C, também em ordem de classificação. A terceira divisão, não idealizada, seria composta pelo resto dos times 25 times regionais na Série C mais o necessário para fechar uma divisão que seria formada, provavelmente por dois grupos regionais.
      __
      Obs: me perdoem por algumas imagens que estão com aviso de corretor, não quis editar todas novamente.
      Além do fato já apontado sobre o possível enfraquecimento da Juventus, ao menos no curto prazo, podemos dizer que os grandes prejudicados por essa remodelação das fronteiras são Inter e Milan. Se olharmos apenas para a última década, pode não parece, mas duas das quatro vagas que a Itália tinha na UCL iam inevitavelmente para a dupla de Milão. Com apenas duas vagas e, eventualmente, três, fica mais difícil ambos irem ao mesmo tempo para a principal competição de clubes do mundo. Ainda assim, o baque não é tão grande.
      Sempre é de se considerar um ressurgimento de blues de grande torcida e/ou de grandes cidades. Esse fenômeno seria mais forte no sul, entretanto, pela quantidade de clubes representantes regionais que andam mal das pernas. No norte, os clubes estão mais ou menos se espera que esteja, com a maior exceção história sendo o Venezia. O Bologna também é um bom candidato pra um renascimento.
      A divisão também traria mais possibilidades para a península como um todo. Se a Padânia realmente ficasse em 5º lugar no ranking da UEFA e a Itália em 7º, por exemplo, teríamos um combinado de 5 vagas na UCL, 3 na UEL e 3 na UEL. A Itália, em 2022, terá apenas 4, 2 e 1, respectivamente. Ainda que se leve em consideração em que fase os times entrariam, me parece que é uma melhora, no geral.
      Pordenone, Spezia e Cittadella disputariam a primeira divisão nacional pela primeira vez.
      ¹ O Chievo Verona tem uma média de público horrível nessa temporada, o que me saltou aos olhos. Entretanto, o clube costumava manter uma média bem maior na Série A, por volta dos 11 mil torcedores por jogo.
       
      O futebol na Itália
      O primo pobre do futebol da Padânia, ao menos no quesito clubes, conta com algumas forças sólidas e internacionalmente bem reconhecidas, como a Roma, a Lazio e o Napoli. Entretanto, enquanto o norte coleciona 105 títulos, o sul possui apenas 8, sendo 3 dos giallorossi, 2 dos biancocelesti, 2 dos partenopei e 1 dos rossoblu (Cagliari).
      Embora Roma seja a capital, a quarta maior torcida da atual Itália e a maior dessa Itália dividida é a do Napoli. O clube do Maradona tem inclusive mais torcedores que os dois times de Roma combinados, o que é impressionante, de um lado, e lamentável, de outro. Roma, ainda que seja uma das cidades mais conhecidas do mundo, ficou sempre no meio desse embate étnico entre o norte e o sul da península, o que, na minha opinião, enfraqueceu a noção de que a capital deve ser o centro cultural de um país, que nem Mussolini e sua centralização conseguiram impor. A nacionalidade italiana não se concentra em Roma, da mesma forma que a nacionalidade alemã não se concentra em Berlim. No fim, o futebol ou está ligado a um forte senso de pertencimento, ou a uma forte economia, ou os dois. No caso de Roma, nenhum deles está presente.
      O futebol da nova Itália começa enfraquecido, com apenas cinco times na primeira divisão presentes na atual Série A, sendo os quatro campeões já citados mais o Lecce. A esses, se juntariam mais oito da atual Série B e três da atual Série C, fechando um campeonato de 16 times. Na segundona, o campeonato é formado por mais 16 times, todos da atual Série C, com exceção de dois. Cabe notar que há times muito tradicionais fora das duas primeiras divisões, como o Palermo, o Foggia e o Messina (considerando qualquer um dos dois atualmente existentes).
      __
      Aqui as mudanças são mais consideráveis. Com as fortes equipes do norte fora do caminho, abre-se um espaço para os clubes mais mediterrâneos. Primeiro, há a possibilidade de maior apoio ao futebol local no médio e longo prazos, principalmente se estamos tratando das equipes insulares mais o Lecce. A possibilidade de frequentar as competições europeias é bastante atrativa, tanto financeiramente quanto pela questão competitiva.
      O ressurgimento, aqui, seria bem mais notável, também. A separação daria um incentivo moral à reorganização de Palermo, Catania, Messina, Bari e Reggina, que são os centros de regiões metropolitanas de razoável tamanho. Dessa forma, a primeira divisão tende a se fortalecer após alguns anos, com os times citados que estão de fora, mas até lá, serão alguns anos nos quais a UEL terá como representantes italianos prováveis o Cagliari e o Lecce. Essas vagas podem beliscadas com alguma sorte por times de um degrau mais baixo, como Benevento e Frosinone.
      ² O Ternana, da segunda divisão, está com uma média de público anormalmente alta, ao contrário do Chievo. De um ano pro outro, um aumento aproximadamente 350% não é normal. A média de público mais comum do clube é de 3 mil pessoas.
      ³ Não foram achados dados sobre a as médias de Palermo, Messina e Foggia. Há que se destacar, entretanto, que o Palermo levava com frequência 20 mil pessoas por jogo na Série A, o Messina variou muito (de 30 pra 21 pra 10, nos três anos de Série A, temporadas 05, 06 e 07) e o Foggia levou 10 mil por jogo na Série B de 18/19. O Catania também leva bem mais gente em boas fases, a.k.a Série A.
       
      Seleções nacionais
      Levando consideração que os jogadores seriam selecionados pelos países nos quais nasceram, e não por prováveis outras regras adicionais:

      Como podem notar, faltam três jogadores. Eu preferi deixar esses espaços em branco mesmo, já que não faz tanta diferença. Vale ressaltar também que, no caso de jogadores que nasceram em outros países, meu critério foi a região do clube onde mais tempo jogou.
      Não achei nenhuma das duas especialmente fortes, embora a seleção sulista seja, pra mim, claramente melhor que a nortenha, ao menos no papel. Mas futebol é dentro das quatro linhas.
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