Ir para conteúdo
AJUDE O FMANAGER! Seja Membro VIP ou faça uma DOAÇÃO! ×
  • Cadastre-se

The Sunset Limited


Ariel'

Posts Recomendados

The Sunset Limited

The-Sunset-Limited.jpg

SINOPSE

O evangélico e ex-condenado Black salva o professor ateu White, que ia se jogar na frente de um trem do metrô do Harlem, o Sunset Limited. Com os dois no apartamento de Black, que se recusa a deixar White sair, esses dois homens com um passado completamente diferente do outro, se vêm envolvidos num intenso debate sobre o valor das suas existências, discutindo religião, vida e morte.

FICHA TÉCNICA

Gênero: Drama

Direção: Tommy Lee Jones

Elenco: Samuel L. Jackson (black), Tommy Lee Jones (white)

Tempo de Duração: 91 minutos

Ano de Lançamento: 2011

Crítica

Interpretamos os acontecimentos. Negamos alguns, levamos outros para sempre e negligenciamos a maioria como frivolidades do cotidiano. Sem perceber, forjamos aos poucos a relação entre quem somos, o que acontece e o mundo.

Em uma plataforma do metrô de Nova Iorque, encontram-se os dois protagonistas de The Sunset Limited. Sem hora ou local marcado, o momento carrega os ares do imprevisto – porém pode ser um sinal. Embora desconheçamos esta cena, saberemos de sua importância.
img772-600x400.jpg
Com roteiro escrito por e baseado na peça homônima de Cormac McCarthy (Onde os fracos não têm vez e A Estrada), o diretor Tommy Lee Jones – o mesmo do bom Três Enterros (The Three Burials of Melquiades Estrada, 2009) – leva às telas um projeto autoral, de características atreladas ao diálogo e às atuações. O projeto prima por conservar as especificidades do escrito original – concebido para o teatro. Neste aspecto, as técnicas cinematográficas se adaptam a um naturalismo cênico. A história toda se passa na sala do apartamento de um dos protagonistas. A mise-en-scène, portanto, assume a rara dupla função de comportar a sequência de diálogos complexos e servir-lhes como ritmo, uma vez que os cortes estão preocupados primordialmente em não interferir no realismo das atuações.
Se por um lado torna-se evidente que a teatralidade amputa os recursos do cinema, por outro, espera-se que Tommy Lee Jones justifique o risco apresentando-nos um motivo que valha a pena. A suspeita se confirma ao abordarmos o enredo.

img378-600x337.jpg

Enquanto aguarda o metrô para seguir para o trabalho, o Negro (Samuel L. Jackson) percebe a estranha movimentação do Branco (Tommy Lee Jones). Aos decifrar as reais intenções do personagem de Jones, o Negro o aborda impedindo que se jogue contra o trem. A ação elipsada nos coloca na sala do apartamento do Negro, diante da primeira cena do filme. Aos poucos, os dois desconhecidos nos revelam seus pensamentos. Não há nomes, apenas dois ótimos atores e alcunhas. Por estas, a mensagem se faz ainda mais clara – sem recair abruptamente em um maniqueísmo descabido. Ambas são polaridades clássicas na interpretação do mundo. O Branco ocupa o papel clássico do professor culto, vigorosamente atado à razão, submetido à busca do pensamento claro e absoluto. Seu antípoda, o Negro, é um ex-presidiário acusado por crimes de uma violência impossível de descrever, como o próprio nos revela. Os passados dos personagens os levaram aos opostos: um convicto da lucidez niilista; o outro convicto dos desígnios religiosos. Reflexo perfeito do ocorrido no metrô, o Branco enxerga a situação como um acaso – por vezes percebemos o medo do personagem em vislumbrar outra possibilidade além da sua perspectiva – e o Negro está certo da missão que lhe fora entregue, afinal não é todo dia que temos a chance de recuperar uma vida.

The Sunset Limited apresenta o embate entre duas posições de mundo. A incredulidade e a crença. Se a disposição dos personagens parece apontar para posições dogmáticas simplistas, os diálogos trazem consigo a certeza de que nenhuma visão ancorada na retidão, seja a da razão ou da fé, contempla suficientemente a realidade. Tal qual Hamlets sem nobreza, almejamos compreender a existência, no entanto o máximo que nos é permitido serve apenas para aliviar a tensão dos questionamentos e esbarra naquilo daquilo que somos feitos – seja o átomo ou o barro.

img862.jpg

Na sala do apartamento, o jogo de argumentos passa de um para o outro. A solução final – aberta e inglória – aponta para o caminho daqueles que conhecem a obra de McCarthy. Serve, contudo, para uma reflexão de mais fôlego. Possibilidade a qual apenas os espectadores darão continuidade.

FONTE

TRAILER

http://www.youtube.com/watch?v=l0MSitTAYyA

IMDb

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Diretor Geral

Assisti ontem, e gostei.

7.0/10

O ponto principal do filme é mt óbvio: os diálogos, as argumentações. Mas as interpretações desses dois puta atores contribuem mt para que o telespectador se envolva, até porque se fossem atores ruins nesse caso eu teria dormido nos 20 minutos inciais.

Não é o caso, e aí é que vem o meu destaque: as atuações. Primorosas, que vão desde uma depressão profunda até a mais viva noção de felicidade. Tanto que, em determinado momento você acaba até se deixando levar pelos argumentos justamente pela forma como são colocados pelos atores e suas entonações e gestos, hehehe, prova cabal de que as atuações sustentam e mt o filme o tempo todo!

No 3o ato, até por estar um pouco sonolento eu me perdi nos argumentos finais do Branco hahaha, depois vou recuperar pra ver de novo mas, gostei mt da forma como o Negro expôs várias situações cotidianas. Tipo, sou católico e tal, não pratico mas tenho lá meu posicionamento, só que a forma como o filme te coloca essa religiosidade é mt diferente do habitual, achei mt gostoso nesse sentido ouvir nessas palavras.

Enfim, estou aberto ao debate, hahahaha!

Mais uma xícara de café, ou então eu vou embora hahahahahaha! :yeah2:

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Disserta pra nós!

Não sou bom nisso, mas vou fazer alguns comentários:

As atuações do Tommy e do Samuel são espetaculares. É impressionante um filme com apenas um local, dois personagens e 'numa sentada' ser tão bom.

O pano de fundo facilita - morte é assunto universal, que atinge (olhe só!) semianalfabetos e doutores.

Achei divertido o 'Nigger' dizendo 'you is' várias vezes haha

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Não me inscrevi nesse negocinho do filme porque sabia que eu ia deixar de ver vários filmes...E eu estava certo, mas agora que entraram as férias deu pra ver pelo menos esse.

Que puta atores!

Me identifiquei mais com o professor, talvez porque ele seja...Professor, assim sendo, explicou seus pontos de vista de forma que eu concordasse. E isso me deixou preocupado, daqui a alguns anos, se tiver trem em Floripa, espero que tenha um negão bacana pra me salvar. Hahaha

E não vi a felicidade estampada no Samuel L. Jackson, não sei se são dois personagens tão contrastantes do ponto de vista da felicidade, talvez da crença em algo sim.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Arquivado

Este tópico foi arquivado e está fechado para novas respostas.

×
×
  • Criar Novo...