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Marco.Oliveira

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Fala galera!

Como tenho visto frequentemente alguns tópicos e discussões sobre variados temas ditos "problematizado", resolvi criar esse tópico para que a gente pudesse centralizar o tema e debater a respeito. Até onde é preciso mudar e a partir de qual ponto é problematização pura?

Para começar a colaborar...

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Como escolha de times nas aulas de educação física pode deixar traumas nas crianças

 

Crianças jogam futebol em escola muncipal do Rio
A experiência que as crianças têm em aulas de educação física pode ter consequências a longo prazo, diz especialista

Mesmo uma pequena (e não científica) pesquisa entre colegas de trabalho ou entre amigos em um bar já pode mostrar que a prática de escolher times durante as aulas de educação física permanece gravada na memória de muitos como uma espécie de tortura.

"Me escolhiam sempre por penúltimo" e "ainda que não te escolhessem no final, você sabia que era ruim" são frases comuns quando esse período da infância é lembrado.

A prática ainda é comum em aulas de educação física ao redor do mundo, mas um professor especialista em formação de docentes, David Barney, da universidade americana Brigham Young, quer acabar com essa tradição.

De acordo com Barney, a prática pode fazer as crianças associarem exercícios a algo negativo.

Uma prática 'desconfortável'

Barney acredita que ser escolhido por último pode não apenas ser humilhante para um adolescente, como também ter consequências emocionais de longo prazo.

Alunos na aula de educação física
Professor sugere como alternativa escolher as equipes em particular

Em um artigo publicado recentemente na revista The Physical Educator, ele analisa os resultados dessa prática com jovens dos primeiros anos do ensino médio.

Para ele, esse momento "desconfortável" em que professores ou alunos selecionam o jogadores - publicamente, aunciando um de cada vez - para formarem as equipes de uma disputa esportiva, pode ter um impacto emocional profundo para os alunos.

Muitos dos estudantes que Barney entrevistou disseram não gostar de fazer exercícios, mas participavam dos jogos porque eram obrigados pelo professor.

"Se você escolhe equipes para jogar basquete, por exemplo, dentro de dois dias as crianças já não lembram quem ganhou", diz Barney.

"Mas se lembram de como se sentiam, lembram que foram escolhidas por último", acrescenta.

A prática não ajuda a dar confiança aos alunos e pode se tornar um ciclo vicioso que desencoraja crianças com pouco talento para o esporte.

Melhor no privado

Como alternativa, o especialista em educação sugere escolher as equipes de forma privada, para evitar humilhações.

Segundo Barney, se próprios professores fizerem as escolhas dessa forma, os alunos podem expandir seu círculo de amizades, sem se sentir envergonhados ou excluídos, e as equipes podem ficar mais equilibradas.

Por outro lado, as crianças e adolescentes podem avaliar seu desempenho segundo seu progresso pessoal e não de acordo com quanto tempo demoraram para serem escolhidas por uma equipe.

Além disso, observa, "se economiza muito tempo quando isso é feito no privado."

Objetivo: criar associações positivas

Crianças

Estudo da mesma universidade descobriu que crianças que sofreram bullying durante a aula de educação física fizeram menos do esporte no ano seguinte.

Barney acredita que ter uma boa experiência nas aulas de educação física pode ter uma correlação com a sensação de bem-estar no longo prazo.

De fato, um estudo de 2014 conduzido por psicólogos da mesma universidade descobriu que crianças que sofreram bullying durante a aula de ginástica faziam menos esporte no ano seguinte.

O professor tenta focar os resultados dos seus estudos em ações concretas que os professores podem tomar para melhorar essas experiências.

Uma sugestão feita pelo especialista em outro artigo é colocar música durante a aula.

De acordo com seu trabalho, estudantes com idades entre 9 e 10 anos ficavam quase 6 vezes mais propensos a aproveitar os exercícios se havia música, que tinha um efeito motivador.

Na moral... eu nem consigo acreditar que alguém se deu ao trabalho de avaliar isso.

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  • Vice-Presidente

O problema hoje em dia é que todo pai vende para o filho que ele é especial, único e o melhor ser vivo do universo, enquanto 99,99% dos seres vivos vão viver a vida toda oscilando entre abaixo da média ou acima da média em diversas fases, porque não tem como ser o melhor em tudo e a vida vai te lembrar constantemente disso.

Se os pais ensinassem para o filho sobre como a vida é injusta e dura, a geração hoje seria diferente, mas uma vez, vi alguém do meu círculo familiar, que já criou os filhos, vida feita, etc., que hoje em dia, as pessoas tem filhos para realizar as próprias vontades e o filho acaba ficando escanteado, já que ele é mais uma ferramenta de preencher uma ambição ou uma vontade do que realmente a vontade efetiva da maternidade e procriação da espécie. E vendo os pais de hoje em dia, é complicado não pensar nisso.

Somos a geração que tem dezenas de desordens psicológicas e qualquer coisa que afaste a criança da norma, é tratada como doença e não como formas de ensiná-lo a superar os obstáculos da vida, já que ele é um floquinho de neve especial e não pode sofrer e nem ter nada de errado com ele.

Os pais da próxima geração, tecnicamente, são quem tem nesse momento entre 20 e 30 anos e sinceramente, não vejo um caminho de retorno interessante, já que estamos mais focados no avanço do individuo do que no avanço do coletivo. 

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O ser humano é essencialmente individualista, e por isso que não estão focados em avanço do coletivo. Antigamente haviam riscos e ameaças que tornava mais importante a formação de valores coletivos.

Os homens são mais individualistas que as mulheres. Para todo lugar tem coletivo feminista, com formação de valores que influem na forma de relacionar e na seleção dos parceiros. Daí existem questões que desagrada a muitos homens, pela forma de sermos tratados. Até preferência partidária e ideológica, ou até a impressão que essas pessoas tem de cada um influenciam. E muitas vezes erram, porque somos todos seres humanos e erramos.

Os valores conflitantes adicionado a falta de privacidade e um alto nível de bisbilhotice geram as discórdias que passamos a nos acostumar, as perseguições e as contraperserguições. Uma tentativa de utilizar os constrangimentos morais com valores cristãos, por exemplo, tem sido usado para tentar barrar esses valores individualistas que avançam em nossa sociedade, sendo os alvos as feministas e os gays que fazem questão de assumir e de "demonstrar seu orgulho". Incomoda, porque eles deveriam ser menos orgulhosos, pois isto não é uma virtude.

Fiz uma rápida pesquisa sobre "virtudes e vícios", e de cara apareceu essa pesquisa, que pode ser interessante para consulta neste debate: VIRTUDES E VÍCIOS EM ARISTÓTELES E TOMÁS DE AQUINO: OPOSIÇÃO E PRUDÊNCIA, de Cláudio Henrique da Silva.

Podemos problematizar a vida do outro? Não, pois a vida do outro cabe a ele. Problema é que usam isso para influenciar os outros, e quando isso acontece, vira um problema de todos. Nessa Era da Informação, a privacidade diminuiu, mas também o orgulho de assumir alguma esquisitice ou algo fora do padrão é utilizado para (tentar) influenciar indivíduos fora de conjunto daqueles grupos minoritários. O problema não é então a vida do outro, mas sim quando o outro utiliza seu "orgulho" para tentar parecer "mais feliz, melhor etc.", e por isso é compreensível a reação de "conservadores dos valores morais", pois sentem-se agredidos pela utilização oportunista disso.

Mais prudência faz bem e não nos faz perder tempo com mesquinharias. Enquanto sociedade, mesmo individualista, temos questões importantes para tratar. Dividimos o mesmo espaço e as mesmas ruas, e é esse que deveria ser o foco dos debates políticos. A política (do prefixo pólis, cidade) havia surgido para debater sobre os espaços públicos, e não sobre valores morais, e não sobre a vida do outro, e não sobre "polir costumes da nova geração", e não sobre doutrinas e dogmatismos ideológicos, que é este para mim o erro da política na modernidade.

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37 minutos atrás, Matias_ disse:

E o medo que eu tinha de cair no time sem camisa deixando a mostra toda minha BANHA?

Isso me traumatizava mais do que não ser escolhido.

Eu tbm kkkk mas depois de um tempo eu nem ligava mais kkkk só queria jogar bola kkkkk

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Eu achei que esse tópico era pra conversar com um tom um pouco mais sério kkkk

"sociedade moderna", "problematizar"

deve ser porque essa geração de filhotes protegidos que se acham os mais especiais do mundo (ou do universo, como queiram...) tem aquela do vaidade do tipo "ai, vamos falar sério só quando queremos, porque o problema são só os outros kkkk"

Pior que isso é chamá-los de nutella ou criar termos linguisticos até então inexistentes porque para ele parece que faz sentido.

Todos querem estar certos, sempre. Todos querem ver apenas os defeitos dos outros. Na hora da seleção, os menos defeituosos no ataque são os primeiro a serem lembrados e escolhidos para um time.

Por isso na hora da seleção pra jogar futebol, é bom ser o zagueiro/becke mais temido, pois assim eles lembrarão de você quando perceberem que sua vontade de roubar a bola é maior que sua preguiça de se mexer e fazer o que é necessário.

 

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Falando sério, eu não consigo entender certos "problemas" atuais, pois nunca fui estimulado a encará-los assim.

Meus pais nunca foram de tratar eu e minhas irmãs como "especiais", meu pai mesmo sempre pegou no pé da gente dizendo que se a gente não faz por onde se destacar ninguém ia notar a gente mesmo.

Não tenho filhos ainda, mas quando tiver acredito que vou seguir a mesma linha do meu pai.

Essa coisa de "vamos evitar que as crianças se frustrem", vai criar o que lá na frente? Não sou psicólogo nem nada, mas acho que a associação negativa a episódios como esses é mais em função de como as pessoas próximas abordam o problema com a criança, do que o problema em si.

Ex.: Eu tenho uma sobrinha de 1 ano e 10 meses, e toda vez que ela cai, ela fica olhando pra cara da gente pra ver nossa reação. Se tem alguém perto que já corre pra levantar ela ficar com mimo, ela abre o berreiro. Agora, quando é comigo, eu fico brincando com ela mandando levantar...ela dá risada e fala "caiiiiuuuu" levanta e sai correndo de novo. Ela se condicionou a chorar pra receber mais mimo.

 

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Como falei em outro tópico, eu não julgo ninguém que sofreu algum tipo de trauma em sua vida decorrente dessas coisas.

Eu sempre fui o último ou penúltimo a ser escolhido no futebol, sempre me esforcei pra ser melhor, porém eu sou ruim, não adianta. Eu confesso que não ligava de ser o último, mas eu não sou todo mundo, não é mesmo? Porém, eu tenho um pouco de dificuldade de trabalhar em grupo, tendo a querer fazer tudo sozinho, isso pode ser reflexo disso (com certeza tem muito mais coisas no meio disso).

Depois que eu comecei a dar aula, eu comecei a observar que muitas das atitudes/coisas que acontecem na escola/adolescência/infância, influenciam MUITO no que a gente vai ser como adulto (óbvio né?), porém eu comecei a refletir e ver que, muito do que eu sou (MUITO MAIS DO QUE EU ACHAVA), tem a ver com tudo o que ocorreu nos meus tempos de escola. E comecei a entender um pouco mais essas questões de bullying, exclusões sociais, convivência etc...

Enfim, é muito fácil dizer que alguém problematiza tudo, que alguém vê problema em tudo, que alguém é politicamente correto e chato. Difícil é se colocar no lugar do outro e tentar entender o que a pessoa passa. Cada um é cada um, o que me atinge pode não atingir você, ou atingir diferentemente, ou atingir de uma forma sutil que só vai transparecer no futuro.

Mas pra não perder o costume, o autor do tópico/matéria está problematizando quem problematiza, contraditório né?

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18 minutos atrás, Léo R. disse:

Como falei em outro tópico, eu não julgo ninguém que sofreu algum tipo de trauma em sua vida decorrente dessas coisas.

Eu sempre fui o último ou penúltimo a ser escolhido no futebol, sempre me esforcei pra ser melhor, porém eu sou ruim, não adianta. Eu confesso que não ligava de ser o último, mas eu não sou todo mundo, não é mesmo? Porém, eu tenho um pouco de dificuldade de trabalhar em grupo, tendo a querer fazer tudo sozinho, isso pode ser reflexo disso (com certeza tem muito mais coisas no meio disso).

Depois que eu comecei a dar aula, eu comecei a observar que muitas das atitudes/coisas que acontecem na escola/adolescência/infância, influenciam MUITO no que a gente vai ser como adulto (óbvio né?), porém eu comecei a refletir e ver que, muito do que eu sou (MUITO MAIS DO QUE EU ACHAVA), tem a ver com tudo o que ocorreu nos meus tempos de escola. E comecei a entender um pouco mais essas questões de bullying, exclusões sociais, convivência etc...

Enfim, é muito fácil dizer que alguém problematiza tudo, que alguém vê problema em tudo, que alguém é politicamente correto e chato. Difícil é se colocar no lugar do outro e tentar entender o que a pessoa passa. Cada um é cada um, o que me atinge pode não atingir você, ou atingir diferentemente, ou atingir de uma forma sutil que só vai transparecer no futuro.

Mas pra não perder o costume, o autor do tópico/matéria está problematizando quem problematiza, contraditório né?

Bom, não foi minha intenção problematizar algo já problematizado, até por que o termo, em si, é muito complexo se a gente for analisar a fundo.

Eu trabalho em escolas a uns 10 anos já, já dei aula de informática também e reparo numas coisas que, assim como você disse, com certeza vão impactar a vida da molecada lá na frente, mas o que eu realmente questiono é: até onde algo realmente é um problema e a partir de onde é o anseio de alguém de livrar a sociedade de algo que foi problema apenas para ela ou para poucos?

A 4 anos eu trabalho na secretaria de uma creche (4 meses a 6 anos) e, talvez, o que eu percebo que mais faz diferença na vida dessas crianças é o contato reduzido com os próprios pais, é uma molecada que acaba criando um comportamento competitivo pra chamar a atenção das professoras e demais funcionários, as vezes de maneira agressiva uns com os outros. Isso eu acredito que seja um catalisador na formação do indivíduo adulto. Essa questão abordada no artigo (sobre ser o ultimo...) acredito que tenha muito mais a ver com essa questão dos pais que tratam os filhos como os melhores e mais superiores seres do universo (como citou o @Henrique M.) do que com o ato em si.

Acho que é consenso geral aqui, que é impossível criar um ambiente onde as pessoas estarão livres de frustrações e de conflitos sociais. O que eu percebo é, talvez, uma sistematização do "problema" como se fosse regra que a questão "x" é um problema constante para a população "y".

Logo, eu só lancei o tópico para que a gente pudesse debater o assunto.

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5 minutos atrás, Matias_ disse:

Problematizaram a Black Friday:

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Isso não pode ser sério... não mesmo (Jesus me diz que não é vdd... por favor!).

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  • Vice-Presidente
6 horas atrás, Léo R. disse:

Enfim, é muito fácil dizer que alguém problematiza tudo, que alguém vê problema em tudo, que alguém é politicamente correto e chato. Difícil é se colocar no lugar do outro e tentar entender o que a pessoa passa. Cada um é cada um, o que me atinge pode não atingir você, ou atingir diferentemente, ou atingir de uma forma sutil que só vai transparecer no futuro.

Mas acredito que a ideia nem é esse lance de problematizar tudo, existem coisas que são realmente problemas e acabam se perdendo quando as pessoas problematizam como no exemplo do @Matias_. E também essa questão do bullying é um problema sério, o problema, são todas as outras coisas, que levaram a essa geração de fanfics e lacres nas redes sociais, que acabam por diminuir lutas sérias, como o racismo, o bullying, assédio moral, assédio sexual e tantos outros fatores sérios e que necessitam ser discutidos.

O problema não é o que se problematiza, é a forma como se problematiza. Acaba tirando valor de quem está lá lutando seriamente contra essas questões, pois todo mundo só vai lembrar, do revoltado que achou que x era y e postou bobagem no facebook para aparecer.

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