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Robertson, o coringa que separou Brian Clough e Peter Taylor


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Atacante e garçom no grande período da história do Nottingham Forest, John Robertson desfrutava de enorme moral com Brian Clough, seu técnico. Escocês viveu o auge nos anos 1980 e foi o estopim para o rompimento da relação entre Clough e seu assistente, Peter Taylor.

Treze anos de Nottingham Forest, dois títulos europeus, dois nacionais (um da primeira e outro da segunda divisão) credenciam o atacante escocês John Robertson como uma das figuras mais importantes que um dia já demonstraram seu talento em campos ingleses. Ponta esquerda consagrado com a façanha dos Reds nos anos 1970, o escocês era um dos queridinhos do técnico Brian Clough e seu assistente, Peter Taylor.

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Clough (centro) posa com Trevor Francis (esquerda) e Robertson, seus craques no Forest

Baixinho, rápido, explosivo e habilidoso, Robertson chegou como um desconhecido e conquistou definitivamente o coração das duas torcidas em Derby e Nottingham. Para se ter uma ideia do que ele significava para Clough, o homem responsável pelo seu sucesso, uma frase do treinador basta: “John era um cara pouco atraente. Se eu me sentisse um tanto quanto feio, desarrumado, sentaria ao seu lado e poderia achar que sou quase um Errol Flynn. Mas no campo, não se podia dar um mínimo espaço a ele, pois era um artista, um Picasso do nosso jogo“. A admiração de Brian pelo futebol de Robertson não parou por aí, afinal, o técnico sempre dizia que o escocês era um dos melhores praticantes do esporte que ele havia visto, ao lado dos italianos e brasileiros.

John foi revelado pelo próprio Forest. O seu primeiro passo no futebol, no entanto, aconteceu pelo Drumchapel Amateur, da Escócia, uma equipe especializada em formação de atletas. Desde os anos 1950, passaram por lá caras como Alex Ferguson, David Moyes, Andy Gray, John Wark e Archie Gemmill, que acabou sendo companheiro de Robertson nos Reds. Em poucos meses ele foi de promessa da base a jogador profissional do clube, em 1970. Mas só experimentou do prestígio quando Clough e Taylor desembarcaram no City Ground, em 1975.

A importância tática e ofensiva de John era determinante no estilo de jogo do Forest. Aliando dois ótimos meias como Martin O´Neill e Archie Gemmill, a equipe fluía muito bem entre passes e jogadas rápidas pelas pontas. Apesar de ter sido listado para transferências antes da chegada de Clough, John teve seu jogo readaptado e mudou do meio-campo para a ponta-esquerda. Ali fez um sucesso estrondoso. Foi campeão europeu em 1979 e 80, fez o gol do título continental em cima do Hamburgo, no jogo que decretou o bicampeonato do Forest no torneio.

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Foi crucial na campanha que culminou no terceiro lugar da segunda divisão inglesa em 1976-77. Com o acesso, o Forest se juntou aos times da elite e arrancou até um memorável título da primeira divisão em 1978. Só o escocês anotou 18 gols na campanha. Obviamente que a boa fase pelo clube iria refletir em convocações para a seleção, no que John aproveitou a onda e surfou para jogar duas Copas do Mundo como titular da Escócia.

Evidentemente que ele não seria o dono do time, mesmo porque tinha de concorrer diretamente com o talento inquestionável de seu rival Kenny Dalglish, ídolo do Liverpool, o grande opositor do Forest em sua ascensão meteórica. Contemporâneos, eram os grandes responsáveis pelo credenciamento dos escoceses para as Copas, de 1974 a 86, época de ouro para o futebol de lá.

John jogou por 13 anos consecutivos no Forest, antes de ingressar no Derby County em 1983, gerando discórdia entre Peter Taylor e Clough, à época não mais parceiros e treinadores das duas equipes. A briga da dupla se deu porque Taylor arquitetou a transferência sem o conhecimento de Clough, que só percebeu o que estava acontecendo quando Robertson apareceu na apresentação, vestindo a camisa dos Rams.

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Robertson com a camisa do Derby: duas temporadas decepcionantes em divisões inferiores

Clough nunca mais falou com Peter em virtude desta “traição”, e sempre que podia, alfinetava o ex-colega com declarações provocativas na imprensa. A mais célebre foi quando Brian afirmou que se visse Taylor em uma estrada com o carro quebrado e pedindo carona, recusaria oferecer ajuda e ainda o atropelaria. A mágoa não foi resolvida e Taylor morreu anos depois.

A verdade é que Robertson, o pivô dessa briga, acabou nem sendo tão importante no Derby. Em duas temporadas, marcou apenas dois gols na segunda e na terceira divisão, respectivamente, no que era um período de decadência para os Rams. Ainda houve tempo para que John retornasse ao Forest para encerrar sua carreira, passando em branco na temporada 1985-86.

Aos 33 anos, pendurou as chuteiras e na década seguinte virou assistente de Martin O’Neill em vários clubes. A parceria não teve tanto sucesso e Robertson se desligou do esporte em 2010.

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      Deixo também o trailer de I Believe in Miracles, um documentário sobre a guinada do Nottingham Forrest de Clough e Taylor:
       
       
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