Lowko é Powko Postado 28 de Maio 2014 Denunciar Postado 28 de Maio 2014 Punir o sustentável Eibar só mostra como a estrutura do futebol espanhol está podre O Éibar precisou esperar 65 temporadas para celebrar a sua maior glória. Os armeros passaram mais de seis décadas militando nos níveis inferiores de La Liga, 26 anos apenas na segunda divisão, até se tornarem o 60ª clube a participar de La Liga. Disputar a chamada “liga das estrelas” parece muito para o clube que não tem mais do que 3,5 mil sócios, suficientes para encher o estádio de 5,25 mil lugares, encravado em uma cidade no País Basco com 27 mil habitantes. Porém, mais do que uma prova de perseverança, o Éibar é um exemplo de gestão. E por isso mesmo, pode ser impedido de participar da elite e ainda ser rebaixado à terceirona. O caso está longe de ser simples. Em campo, o Éibar cumpriu o seu papel. A equipe conquistou o segundo acesso seguido no Campeonato Espanhol. Em 2012/13, se impôs nos duros mata-matas da terceira divisão. Já nesta temporada, manteve a regularidade na segunda divisão, conquistando o acesso com duas rodadas de antecedência. Mais do que isso, pode até mesmo ficar com o título, já que assumiu a liderança neste final de semana, ajudado pela derrocada do Deportivo de La Coruña. Prêmio imenso para um clube que prefere se manter modesto e fechar as contas em dia, ao invés de dar passos maiores que suas próprias pernas. O valor de mercado do elenco do Éibar é o terceiro menor entre as 22 equipes da segunda divisão de La Liga, mostra de que os investimentos em jogadores são pequenos. Da mesma forma, a folha de pagamentos está entre as mais baixas, mas em dia, algo que não costuma ser tão comum no futebol espanhol – basta lembrar o que, em meio à crise econômica na qual o país está afundado, aconteceu recentemente com Málaga ou Oviedo. Contudo, apenas as contas no azul não são suficientes aos bascos. E eles precisarão da contribuição de seus torcedores e simpatizantes se quiserem mesmo disputar a primeira divisão do Espanhol. A Liga de Futebol Profissional (LFP), entidade que gere a liga no país, exige que os clubes que disputam os campeonatos profissionais tenham um capital mínimo. Na primeira divisão, as equipes precisam reunir cerca de € 1,725 milhões de seus sócios – já que a legislação nacional também obriga que todas as agremiações sejam compostas por “sociedades anônimas”. O problema é que o capital do Éibar não passa dos € 770 mil. Sem interesse em um magnata aventureiro que banque o clube (e deixe rombos quase irreversíveis, como os exemplos recentes mostram), o Éibar está apelando para a colaboração. O clube lançou a campanha ‘Defiende al Éibar’, oferecendo cotas de ações a partir de € 50 euros. “Trabalho, humildade, orgulho, união. O Éibar defende como nada os valores do povo que representa. Se você também crê neles, ajuda-nos a mantê-lo”, afirma o site dos bascos. Restam mais 71 dias para que o apelo dê certo e os armeros atinjam o valor referido pela LFP. Caso contrário, serão rebaixados à terceira divisão, por não cumprirem os requisitos mínimos para disputar os únicos dois níveis do país completamente profissionais. Na contramão, o alívio. Racing de Santander e Albacete conquistaram o acesso à segunda divisão também neste final de semana. Mais do que a subida de um degrau, foi a salvação para os dois clubes, com graves problemas financeiros. Em janeiro, o Racing se negou a enfrentar a Real Sociedad pela Copa do Rei, exigindo a demissão do conselho administrativo – que, além de denunciado por fraudes, também atrasava salários. Juntos, os dois clubes acumulam dívidas de € 62 milhões. O dinheiro dos direitos de transmissão, do aumento do preço dos ingressos e dos novos contratos publicitários que vêm junto com o acesso pode ser o incremento para evitar a falência. E, apesar de tudo isso, nenhum dos dois está ameaçado de conquistar o acesso, já que possuem o capital social mínimo exigido pela LFP. Já passou da hora do futebol espanhol repensar seu modelo de gestão. Não apenas por todos os benefícios para Barcelona e Real Madrid, que fazem muito de suas fortunas com o dinheiro da televisão e com as concessões públicas, mas também pela maneira como o contribuinte arca com os custos. Não é incomum a complacência do poder público com a dívida dos clubes menores, o que chegou até a ser motivo de investigação da União Europeia. E quando há um exemplo positivo como o Éibar, a própria estrutura de gastos insustentáveis se trata de soterrar. Trivela
guaipeca55 Postado 28 de Maio 2014 Denunciar Postado 28 de Maio 2014 Menos pior que no Brasil, onde pra entrar em divisões tem que se dar o "joinha" pra federação AHHA Aqui na minha cidade tanto o time de campo (que fechou pela grana necessária pra sustentar um time de campo no Brasil), como o time de salão (campeão da segunda nacional, já foi campeão mundial), não subiram por falta de $$$ de joinha AHAH É ridiculo.
treath Postado 28 de Maio 2014 Denunciar Postado 28 de Maio 2014 Lei é lei, não é algo que mudou agora do nada.
Lowko é Powko Postado 28 de Maio 2014 Autor Denunciar Postado 28 de Maio 2014 Lei é lei, não é algo que mudou agora do nada. O que não faz diferença nenhuma.
John the Baptist. Postado 28 de Maio 2014 Denunciar Postado 28 de Maio 2014 Por que exigir capital social mínimo? WTF? EDIT: Pra quem se interessou pela campanha: http://www.defiendealeibar.com/
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