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'Relato fiel', diz primo de Rodolfo nos 20 anos de 'Puteiro em João Pessoa'


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A vida presentou Rodolfo Abrantes, ex-líder da banda Raimundos, com dois primos já marmanjos, Augusto e Bessanger, e o músico retribuiu o presente transformando a tarde ensolarada com os primos no hino 'Puteiro em João Pessoa', uma das marcas do rock brasileiro nascido nos anos 90. A canção completa 20 anos nesta segunda-feira (12), data de lançamento do primeiro álbum da banda.

O engenheiro mecânico de 61 anos Bessanger Abrantes, o primo safado de 'Puteiro em João Pessoa', garante que a aventura vivida e cantada por Dudu, como carinhosamente chama Rodolfo, é quase completamente verídica. “A música é um relato fiel do que aconteceu naquele dia. Aliás, quase fiel, porque aqueles adjetivos que ele usou para me descrever não condizem com a realidade [risos]”, contou.

O episódio que originou a música aconteceu cerca de cinco anos antes de integrar o primeiro disco do Raimundos, que levou o mesmo nome da banda e foi lançado em 1994. Segundo Bessanger, em meados de 1989, o primo Rodolfo, na época com idade entre 15 e 16 anos reclamava recorrentemente da falta de namoradas. Compadecido da situação, ele conta que resolveu dar um empurrãozinho na vida amorosa do adolescente em uma das viagens que a família de Rodolfo fazia periodicamente para João Pessoa.

“Estávamos em uma chopperia em Tambaú, quando eu e Augusto avisamos a Manoel [pai de Rodolfo] que levaríamos Dudu para passear. Ele não sabia de nada, estava completamente perdido. Eu já era frequentador do Roda Viva, sabia que lá era o local indicado para levá-lo. Quando voltamos para o bar, cerca de duas horas depois, avisei aos pais dele sobre a aventura. Manoel riu bastante, mas Jaciara [mãe de Rodolfo] me deu uma bronca daquelas”, relatou o primo.

"No início, jamais imaginei que uma música da tal ‘banda de garagem’ de Dudu fosse me proporcionar essa fama"
Bessanger Abrantes

A citação dos responsáveis pela aventura erótica do recém-adolescente da família rendeu o status de lenda para os primos. Bessanger Abrantes comentou que seu perfil em uma rede social ficou congestionado com diversas mensagens após ser descoberto por uma comunidade do Raimundos na internet. “Todos queriam conversar, saber se a história era verdadeira, outros me pediam para que eu levasse eles também, me chamaram até de lenda! No início, jamais imaginei que uma música da tal ‘banda de garagem’ de Dudu fosse me proporcionar essa fama”, comentou o engenheiro.

Depois do episódio contado na música, Bessanger passou a ser tratado como o responsável pelo rito de passagem. Ele conta que irmãos e sobrinhos o questionam sobre a possibilidade da aventura se repetir com outros membros do clã. A fama se espalhou de tal forma que Bruno Abrantes, irmão de Rodolfo, ficou muito chateado com o primo mais velho porque também não passou pelo ritual. “A história se tornou uma tradição de família”, explicou.

Casado justamente há 20 anos, Bessanger garante que os dias de Roda Viva ficaram no passado. Há cerca de um ano o engenheiro mecânico retornou de Brasília para João Pessoa ao lado da esposa e de sua filha. Na capital federal ficou o outro primo cantado na música, o 'muito justo' Augusto Abrantes citado na canção, que trabalha como professor universitário de Direito.

Duas décadas depois, pouco do que foi cantado no primeiro single do Raimundos remanesceu. O Roda Viva foi transformado em motel, o forró não toca mais no local e os primos largaram as aventuras amorosas e os rituais de passagem, mas a história de como um adolescente descobriu como 'a vida é boa' em João Pessoa resistiu ao tempo.

Herança sertaneja na música

Rodolfo Abrantes é brasiliense, mas seus pais são paraibanos e sertanejos. Bessanger, primo legítimo do pai de Rodolfo, comenta que toda família cresceu sob uma forte cultura sertaneja, essencialmente patriarcal e machista. “A cultura sertaneja prega essa coisa de se afirmar como ‘cabra macho’, então era comum levar o seu filho, irmão ou primo que chegava à adolescência para iniciar sua vida amorosa. Assim como fui criado, o pai de Rodolfo também foi, então ele teria que passar por esse ritual de passagem”, comentou.

http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2014/05/relato-fiel-diz-primo-de-rodolfo-nos-20-anos-de-puteiro-em-joao-pessoa.html

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