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[FM08] Un Hombre Frontal


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4 de março de 2020

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Juventus e Arsenal têm encontro marcado

Destino põe os dois últimos finalistas da competição cara-a-cara novamente

Para se cruzarem na Liga dos Campeões Arsenal e Juventus tiveram trabalho com seus adversários nas oitavas, respectivamente Ajax e Valencia. O Arsenal fez 1 a 0 sobre os holandeses na capital Amsterdan e quase sofreu um revés dentro de casa, e teve trabalho para reverter um placar adverso. Mas no fim tudo deu certo para os Gunners que venceram por 2 a 1 no Emirates Stadium.

A Juventus teve o seu momento épico no torneio. Após perder por 2 a 0 em Valencia mesmo jogando melhor e criando mais oportunidades a Juventus recebeu o clube espanhol em Turim e conseguiu reverter o placar.

Com um gol no primeiro tempo e outro de pênalti no segundo a Juventus conseguiu igualar o resultado a favor do Valencia conquistado na Espanha e levar o jogo para a prorrogação. A melhor campanha da Juve beneficiou no sentido de poder decidir dentro de casa a vaga para as quartas. E não deu outra, como no primeiro e no segundo tempo do tempo normal a Velha Senhora dominou e pressionou os espanhóis com sucesso. Acapandié de cabeça fez o terceiro gol da Juventus, que selou a sua classificação para a fase seguinte.

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Além de Juventus e Arsenal teremos mais três jogos para fazer um país parar: Lazio e Man Utd, Milan e Inter, e Barcelona e Sevilla. Novamente o futebol italiano é predominate. São quatro os clubes da bota contra dois ingleses e dois espanhóis.

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Napoli 1 x 2 Juventus - Sergienko / Acapandié e E. Ferreira

San Paolo, Nápoles

UEFA Champions League

Valencia 2 x 0 Juventus - Mata e Balotelli

Nuevo Mestalla, Valência

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Siena 1 x 1 Juventus - Santos / Criscito

Artemio Francchi Montepaschi, Siena

Juventus 3 x 0 Udinese - Acapandié, Torrico e E. Ferreira

Delle Alpi, Turim

Brescia 2 x 3 Juventus - Fágner(contra) e Reid / Cociancich, Daniel e Acapandié

Mario Rigamonti, Brescia

UEFA Champions League

Juventus 3 x 0 Valencia - Torrico, Criscito e Acapandié

Delle Alpi, Turim

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4 Italianos nas quartas. o Futebol da Itália está em alta heim. Boa Sorte contra o Arsenal, irá precisar!

;D

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4 Italianos nas quartas. o Futebol da Itália está em alta heim. Boa Sorte contra o Arsenal, irá precisar!

;D

Desde quando eu cheguei na Itália as coisas estão assim. Se formos contra eles como fomos na final ano passado será bom. O grande problema é se não marcar fora de casa, como ocorreu contra o Valencia.

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SAVE ENCERRADO

Queria terminar aqui com mais um título. Queria a UCL ou o Italiano mas nenhum deles veio. Eu ia fazer o último post contando o título de um dos dois ou até os dois, porém como o Milan estragou todas as minhas pretensões fiquei só na vontade.

O último jogo que eu fiz foi esse, que me tirou da final da Liga dos Campeões:

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Uma pena ter que encerrar assim, mas o FM 2009 me chama e eu não posso mais resistir a ele.

Obrigado a todos que agüentaram Alvarado durante esses últimos 5 meses. Valeu, gurizada, quem sabe ainda hoje venho para dar um pontapé no meu próximo save. Essa semana que vem chegando eu vou passar na praia portanto sem aparecer por aqui.

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É por isso que eu gosto do FM: um hondurenho e um equatoriano. :lol:

Que eliminatória será Juve e Arsenal. Não quero nem ver.

Na Série A conseguiu uma vantagenzinha. Já é alguma coisa.

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É por isso que eu gosto do FM: um hondurenho e um equatoriano. :lol:

Que eliminatória será Juve e Arsenal. Não quero nem ver.

Na Série A conseguiu uma vantagenzinha. Já é alguma coisa.

:D

A vantagenzinha na Serie A caiu por terra. Perdi em casa para a Lazio e vi eles abriram uma vantagem grande. Faltando três rodadas para o fim a Juventus estava seis pontos atrás do Milan que só pegaria timinhos. Então resolvi cortar os naipes deles. Assim ninguém é campeão de nada.

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Opa,Hopnduras então tem futuro hsuahsuahu

Pena que terminou mas ao mesmo tempo que bom que foi ter acompanhado este save, parabéns, gq!

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Foi um grande save, parabéns!

De um Liverpool que sempre perdia para o Peñarol para uma Juventus que perde pro Milan :heh:

Uma pena a eliminação na UCL, ainda mais com goleada!

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Opa,Hopnduras então tem futuro hsuahsuahu

Pena que terminou mas ao mesmo tempo que bom que foi ter acompanhado este save, parabéns, gq!

:heh: Tem muito futuro.

Foi um save longo, vai ser difícil fazer um repeteco. Obrogado, Jiri.

Foi um grande save, parabéns!

De um Liverpool que sempre perdia para o Peñarol para uma Juventus que perde pro Milan :heh:

Uma pena a eliminação na UCL, ainda mais com goleada!

Valeu, Kiko.

Engraçado porque não são os teus times. :D Cada vez ia ficando mais difícil achar os jogadores ideais. O jogo minado de newgens.

Foram dois 5 a 1 sofridos pelo Milan nessa última temporada.

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Parabens pelo save, ate hoje o melhor que vi aqui e sempre votei nele para o save do mes

na reta final nao tive como acompanhar como vinha acompanhando antes, mas cheguei para ver o final. Bom que vai começar a jogar o FM09, tenho certeza que será um save tao bom quanto esse

parabens :D

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Parabens pelo save, ate hoje o melhor que vi aqui e sempre votei nele para o save do mes

na reta final nao tive como acompanhar como vinha acompanhando antes, mas cheguei para ver o final. Bom que vai começar a jogar o FM09, tenho certeza que será um save tao bom quanto esse

parabens :D

Muito obrigado pelos elogios ao save, ARAVI. Foi o mais prazeroso que eu já fiz.

Ainda estou esperando a luz(idéia) para o próximo save.

:)

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Falando sério, seu save foi um dos melhores que segui, mas acho que ele merece um final melhor. Você também merece isso. Se eu fosse você, faria as últimas atualizações dessa temporada para o save fechar bem bonito. Mas o save é seu. Você faz o que achar melhor.

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Falando sério, seu save foi um dos melhores que segui, mas acho que ele merece um final melhor. Você também merece isso. Se eu fosse você, faria as últimas atualizações dessa temporada para o save fechar bem bonito. Mas o save é seu. Você faz o que achar melhor.

Gílson, tens razão, o save merecia um final melhor. Mas eu perdi totalmente o tesão e não conseguiria fazer um desfecho para essa história de uma forma legal. A minha única alternatica seria usar o cronista que escreveu dois textos: um na despedida de Alvarado do Liverpool e outro ao conquistar o Mundial. E eu sei que quase ninguém lê de verdade um post, as vezes até eu por preguiça, imagina agora eu sem aquela vontade de escrever sabendo que é difícil o pessoal ler todo um texto, ia ficar difícil.

Deixo assim. Muito obrigado pelo elogio e a dica.

Um belo save mesmo

Meus parabéns!

Valeu! :)

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Os saves são mesmo assim, devem ser jogados enquanto dão gozo, não mais que isso. Por incrível que pareça, li tudo, e acho que é dos melhores saves que já li. Estás de parabens peça qualidade e pela longevidade. Muito bom mesmo!

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  • 2 meses depois...

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O verdadeiro Gabriel Heliodoro Alvarado

Apresentação do romance O Senhor Embaixador

Washington, EUA. Aproveitando-se da rigorosa censura que vigora em seu país, membros da Embaixada da República de Sacramento misturam impunemente os negócios de Estado com suas contas bancárias particulares. Contrabandistas e estelionatários, representantes do governo sacramentenho declaram-se patriotas e cristãos praticantes e devotos, inimigos dos comunistas e dos democratas — a oposição política que vem sendo sistematicamente aniquilada pela repressão policial em seu país.

O embaixador sacramentenho, amigavelmente recebido pelo presidente dos EUA, é uma figura de prestígio. O governo de seu país favorece os interesses do capital norte-americano, em troca de ajuda estratégica que lhe garante estabilidade. E, enquanto a República de Sacramento vive tempos de miséria, prisões, torturas e assassinatos políticos, seu corpo diplomático nos EUA desfruta o american way of life.

Mas uma rebelião popular na República de Sacramento irá pôr fim a essa situação. A ditadura será exumada e seus crimes denunciados em tribunais populares. Autoridades do antigo regime passam a ser consideradas criminosas e irão tombar na mira dos pelotões de fuzilamento. 0 destino da revolução é, entretanto, incerto: o imperialismo soviético ameaça tornar o país um satélite igualmente oprimido por outra esfera ideológica, também interessada em suas riquezas e na manutenção de uma elite de burocratas que domine o povo, em troca de privilégios.

A política e o cotidiano de homens e mulheres em carne e osso se confundem neste livro crítico e contundente, alternando-se como pano de fundo ou como foco central da ação — que segue o modelo da técnica cinematográfica (cortes bruscos, enredos paralelos etc).

Hoje considerado um dos grandes romances da moderna literatura brasileira, O Senhor Embaixador escandalizou muita gente. Houve quem o tachasse de obsceno, por abordar temas como adultério, homossexualismo e descrever a intimidade sexual dos personagens. O próprio Érico Veríssimo (1905-1975) se defende: "Quero contribuir para que o problema do sexo seja examinado com mais coragem, honestidade, espírito adulto e. . . saúde. Fico alarmado em pensar que, relativamente falando, um leitor sinta menos indignação ao (. . .) saber que mais de dois terços da população do Brasil vivem numa miséria infame —- do que quando lê num romance uma cena erótica descrita com clara franqueza. (...) Os mocambos de Recife, as favelas do Rio e de centenas de outras cidades compõem as mais indecentes e repulsivas páginas e cenas da vida brasileira".

Aos que denunciaram a obra como anticristã e politicamente subversiva, Veríssimo responde: "Certos homens de negócio que se dizem piedosos conseguiram erguer uma parede de concreto entre suas igrejas e seus escritórios comerciais, de maneira que assim podem (. . .) acariciar ao mesmo tempo com uma das mãos o Cordeiro de Deus e com a outra o Bezerro de Ouro. E quando algum escritor se refere a essa prática hipócrita, a primeira idéia que ocorre a esses donos do poder é denunciar o 'escriba subversivo' à Polícia ('para isso pagamos impostos!')".

Quanto aos críticos de esquerda que também atacaram o romance por sua "indefinição ideológica", o autor comenta: "Não sou maniqueísta. (...) Quando começo a escrever, não pergunto a que grupo ou partido político vou servir. (. . .) Considero-me dentro do campo do humanismo socialista, mas — note-se — voluntariamente e não como prisioneiro"[...]

Quem foi Gabriel Heliodoro Alvarado?

Compadre de um ditador da ficcional Sacramento, na América Central, e velho caudilho, Gabriel Heliodoro é nomeado embaixador da republiqueta no Estados Unidos. Embora fosse amigo do ditador de Sacramento, Gabriel nunca se envolveu em crimes de sangue e, por essa razão, acrescido do carisma pessoal, ele conquista seu secretário, contrário a ditadura de Sacramento. Diante da revolução de esquerda que se instaura em Sacramento, Gabriel volta ao país de origem para defender o compadre ditador. É preso e submetido a um julgamento com decisão formada desde o início. Gabriel é uma espécie de anti-heroí, amigo do ditador, que demonstra uma ambigüidade clássica dos caudilhos: a indefinição ideológica e carisma pessoal.

— Que tipo de homem é ele?

— Fisicamente?...

...Um metro e noventa de altura, mais ou menos... Uma face acobreada cujos traços lembram um pouco certas esculturas maias. Olhos vivos, escuros, dotados duma perigosa força hipnótica. De todos os homens que conheci na cordilheira ao lado de Carrera, a fisionomia que mais fundo me ficou gravada na memória foi a desse Gabriel Heliodoro. O sobrenome que usa é adotado, mas senta-lhe bem.

Orlando Gonzaga apanhou o jornal que estava a seu lado, no banco, e estendeu-o em cima da mesa.

— O News traz hoje uma notícia com retrato sobre a sua "escultura maia". Veja este clichê. . . o salafrário tem mesmo uma cara atraente. A nota biográfica diz que ele nasceu em 1903... de sorte que deve ter hoje 56 anos. Esse retrato deve ser antigo, pois representa um homem de 45 ou 48 anos, no máximo.

Bill tirou os óculos do bolso, ajustou-os no nariz e inclinou-se sobre o jornal.

— Não. A fotografia é recente. Esses índios não mostram a idade na cara.

O COMEÇO DO FIM

Pablo Ortega

Jovem intelectual de origem burguesa, Pablo Ortega trabalha como secretário da embaixada de Sacramento em Washington. Hostil à ditadura do país, ele acaba tornando-se amigo de Gabriel Heliodoro. Quando começa a revolução em Sacramento, Pablo volta ao país para se juntar aos guerrilheiros de esquerda e lutar contra a ditadura. Os guerrilheiros vencem e a tendência comunista começa a se impor. Diante da prisão do amigo Gabriel, Pablo enfrenta os companheiros de guerrilha e tenta defende-lo, pois acha que Gabriel não merece o fuzilamento em um julgamento injusto.

O presidente do Tribunal deu a palavra ao advogado da defesa...

Pablo Ortega ergueu-se, lento. Sua blusa caqui estava já completamente escura de suor. Deu dois passos à frente de sua mesa, fez um cumprimento de cabeça na direção do presidente e de Miguel Barrios, e aproximou-se do microfone. Suas primeiras palavras foram interrompidas por uma vaia na qual — pareceu-me —- todas as pessoas que se encontravam nas arquibancadas participavam. Consegui ouvir gritos como "Cale a boca, traidor!" — "fora com o fascista'." — "Levem esse também para a Praça de Touros!" Os soldados tiveram de intervir novamente para restabelecer a ordem. O presidente do Tribunal fez uma pequena alocução, chamando a atenção do público para o direito que a lei confere a "qualquer" réu de ter um advogado de defesa.

Pablo Ortega esperava, as pernas afastadas na posição militar de descanso, as mãos trançadas às cotas, e eu tive a impressão de que ele estava mais tranqüilo do que eu esperava e de que, no fundo, a atitude façanhuda do público talvez mais o estimulasse que atemorizasse.

Foi com voz firme e clara que começou a defesa do réu. Declarou que nem sequer tentaria contestar as acusações e as provas apresentadas pelo promotor, no que dizia respeito aos atos de desonestidade e à vida sexual de seu constituinte, mas repelia, isso sim!, as acusações de homicídio que o promotor fizera com mais paixão do que lógica, com mais ódio do que provas convincentes. "Não existe — afirmou — sequer uma testemunha ocular de que Gabriel Heliodoro Alvarado tenha sido mandante ou mandatário do assassínio do Dr. Júlio Moreno. Quanto ao Professor Leonardo Gris, como se pode falar em homicídio quando nem sequer se tem a certeza de que morreu? Quem viu seu cadáver?"

Neste ponto, uma senhora morena, gorda e de buço cerrado, que se encontrava sentada na primeira fila, subiu quase a correr os três degraus que separavam a platéia da plataforma e, antes que os soldados dessem pela coisa, acercou-se de Pablo Ortega e escarrou-lhe na cara, sob aplausos quase gerais. Dois soldados a agarraram imediatamente, levando-a para fora do hall, em meio dum novo tumulto. Enquanto isso, Pablo Ortega limpava o rosto, com aparente serenidade, e pela primeira vez, desde que começara o julgamento, percebi uma expressão de revolta na face do réu, que se agitou no seu banco, chegou a fazer menção de levantar-se, no que foi impedido pelos dois soldados que lhe montavam guarda.

Do meio do povo destacou-se uma voz de homem, clara mas trêmula de indignação: "Você é um ingrato! O Dr. Gris foi seu mestre e seu amigo". Notei uma expressão de tristeza no rosto de Pablo Ortega quando ele respondeu, sem rancor: "Eu amava o Dr. Gris como a um pai. Se eu estivesse convencido de que Gabriel Heliodoro Alvarado tivesse a menor responsabilidade pelo seu desaparecimento, eu não estaria aqui para defendê-lo e sim para acusá-lo!" Estas simples palavras provocaram nova explosão verbal agressiva da multidão, cessada a qual Pablo falou durante vários minutos, procurando provar que era um absurdo querer julgar na pessoa de Gabriel Heliodoro os crimes de Carrera, de Ugarte, de Zabala e dos outros bandidos do Governo derrubado. O réu não era um "símbolo" mas um homem, e como tal tinha de ser julgado pelos seus próprios delitos. Não pôde continuar, porque o cantochão sinistro recomeçou: "Plaza de Toros! Plaza de Toros! Plaza de Toros!" Pablo Ortega voltou-se bruscamente para o presidente do Tribunal e exclamou: "Senhor Presidente, proponho que o presente julgamento seja transferido para outro dia e outro local, pois este corpo de jurados não se encontra em condições de dar uma sentença serena, pois está sofrendo uma forte pressão da parte do público, que exige a condenação à morte do réu!"

Valencia ergueu-se e gritou: "Protesto! Não temos tempo a perder com bizantinismos jurídicos. O povo tem o direito de manifestar suas opiniões e emoções, porque agora estamos numa democracia e não mais numa ditadura! E os jurados são homens de coragem e dignidade e portanto capazes de julgar o réu conscienciosamente, à luz das provas irrefutáveis que contra ele a acusação apresentou!"

Novos aplausos e gritos frenéticos. Uma câmara de televisão deslocou-se na direção do advogado de defesa, para apanhar a expressão de seu rosto num primeiro plano. Pablo Ortega encarou Roberto Valencia e vociferou: "Esta Revolução foi feita para estabelecer definitivamente a justiça social e a Justiça pura e simples nesta terra, e não para exercer vinganças pessoais! O senhor promotor e o Comitê Central parecem mais interessados em proporcionar ao povo outro espetáculo sangrento na Praça de Touros do que em realmente fazer justiça. Declaro o meu constituinte culpado duma série de delitos que justificam sua prisão, sua segregação pelo resto da vida, como um elemento perigoso, nocivo à sociedade. Condenem esse homem à prisão perpétua, mas poupem-lhe a vida! Os olhos do mundo estão postos em nós. Esse bárbaro espetáculo de fuzilamento na Gran Plaza de Toros está dando às outras nações uma idéia errada de nossa Revolução!" Meteu a mão no bolso e tirou dele um recorte de jornal. Voltou-se para Miguel Barrios e disse: "Entrevistado anteontem por correspondentes estrangeiros que desejavam saber quantas pessoas mais iam ser fuziladas, o General Barrios respondeu textualmente (e agora vou ler suas próprias palavras): Não se inquietem. Nossa operação de limpeza chega ao fim. Já liquidamos exatamente 499 bandidos. Com o fuzilamento, domingo próximo, de Gabriel Heliodoro Alvarado, um dos maiores criminosos do regime passado, encerraremos as execuções. Se os senhores jornalistas estão interessados em estatísticas, tenho o prazer de informar que Alvarado será o fuzilado n.° 500". Neste ponto Barrios me pareceu perturbado, soergueu-se na cadeira, lançou um olhar na direção de Valencia, como a pedir-lhe socorro. Pablo Ortega voltou-se para o público: "Senhoras e senhores, a declaração que acabo de ler do Chefe da Revolução, esse prejulgamento de Gabriel Heliodoro Alvarado, torna o presente julgamento uma farsa trágica!" Meteu o recorte de jornal no bolso, fez uma inclinação de cabeça na direção da mesa e disse: "Senhor Presidente do Tribunal Revolucionário, nada mais tenho a dizer". E voltou para o seu lugar, abaixo de apupos.

Roberto Valencia ergueu-se e pediu a palavra. O presidente fez um sinal afirmativo de cabeça e o promotor aproximou-se do microfone, ergueu ambas as mãos, sorridente, pedindo que cessassem os aplausos, no que foi atendido. Talou durante quase vinte minutos, mas limitou-se a atacar pessoal e frontal-mente Pablo Ortega, dizendo: "Desde que esse moço apareceu no nosso acampamento na Serra da Caveira, para unir-se às nossas forças, compreendi que ele estava mais interessado em resolver seu problema pessoal do que em salvar nosso povo da ditadura e da miséria. Bisneto, neto e filho de latifundiários, Pablo Ortega y Murat é o tipo mais representativo que conheço do intelectual ambivalente, escravo de falaciosas abstrações, desses que querem e ao mesmo tempo não querem a revolução, que desejam e ao mesmo tempo temem a mudança da estrutura sócio-econômica de sua pátria". Pablo escutava as palavras de seu inimigo de cabeça baixa, rabiscando no seu bloco de notas. "Tipos como Pablo Ortega — continuou Valencia — são os germes de infecção que todas as revoluções carregam inevitavelmente no seu organismo, elementos que um dia se transformarão em desertores, sabotadores e contra-revolucionários." Apontou para o meu amigo, que agora o encarava duramente, os braços cruzados, a face retesa, e prosseguiu: "Esse moço de mãos lisas, boas maneiras e bons sentimentos (Risos gerais.), durante vários anos (tomem nota disto), durante vários anos recebeu mais de mil dólares por mês do Governo de Juventino Carrera, primeiro como secretário da Embaixada do Sacramento em Paris e depois em Washington, antes de sentir esses pruridos de consciência que o levaram a subir à Sierra de la Calavera. Enquanto muitos de nós sofriam torturas e durezas nas prisões de Ugarte e Zabala, enquanto nossas mulheres, filhas e irmãs eram seviciadas, violadas e assassinadas pela polícia da ditadura, esse jovem diplomata dirigia seu Thunderbird pelas avenidas da capital dos Estados Unidos, divertindo-se em recepções e jantares, escrevia poemas nas horas vagas. . . que evidentemente deviam ser muitas. . . Pergunto agora: Por que levou ele tanto tempo para se envergonhar de sua situação e procurar redimir-se? É por isso tudo, senhoras e senhores, que eu não dou a Pablo Ortega o direito de criticar nosso Chefe e este Tribunal. Renovo meu apelo aos jurados: Morte ao criminoso Gabriel Heliodoro Alvarado! Não vos deixeis comover por esse delicado poeta que tanto horror tem ao sangue, que agora vê de perto pela primeira vez, tendo participado da responsabilidade no seu derramamento".

Ao terminar estas palavras, Roberto Valencia voltou para seu lugar, sob uma chuva de aplausos e bravos. Pablo Ortega ergueu-se rápido e aproximou-se do microfone. O presidente do Tribunal bateu repetidamente no tímpano e exclamou: "As discussões estão encerradas. O júri vai entrar em recesso para dar sua decisão final".

Ortega voltou-se para o velho juiz e disse: "Senhor Presidente, acabo de ser alvo de graves acusações, tenho portanto o direito de me defender. Peço-lhe que me permita falar apenas por mais dez minutos!"

O juiz inclinou-se para Miguel Barrios, murmurou-lhe algo ao ouvido, e o Chefe sacudiu afirmativamente a cabeça.

— Pois bem — disse em voz alta o magistrado —, o Capitão Pablo Ortega tem dez minutos, nem um segundo mais, para "defender-se", conforme a expressão que usou.

Ortega olhou para Roberto Valencia, que estava no seu lugar, de braços cruzados, um sorriso inefável a dar-lhe ao rosto o aspecto duma escultura arcaica.

"O secretário-geral conseguiu fazer o que há muito desejava. Colocou-me a mim também no banco dos réus. E escolheu uma ocasião admirável em que mais de seis mil pessoas nos vêem e ouvem nesta sala, e centenas de milhares de outros compatriotas nossos nos escutam através de aparelhos de rádio e nos ouvem e vêem em seus televisores."

Fez uma pausa curta, tornou a olhar para o secretário-geral e vociferou: "Pois eu quero aproveitar a oportunidade para acusá-lo publicamente de estar deturpando as finalidades de nossa Revolução! Ainda não conseguimos fazer o cálculo exato do número total de sacramentenhos que perderam a vida ou foram feridos ou mutilados na luta contra a ditadura de Carrera. Seja como for, nós somos hoje os fiadores de todos esses heróis e mártires. Temos a obrigação de destruir pela raiz o sistema oligarquico semifeudal que nos tem infelicitado por tantos anos. A justiça social será um dia definitivamente estabelecida nesta ilha. Nosso povo deve ser realmente amparado, resgatado da miséria, da doença, do analfabetismo, da mais infamante das alienações e trazido para um nível de felicidade, prosperidade e dignidade. É uma vergonha, um absurdo que qualquer país possa ser governado discricionariamente por um grupo de famílias privilegiadas e por duas companhias estrangeiras!"

Enquanto Pablo falava, produzira-se no hall um inesperado silêncio. Durante as pausas que fazia, era possível ouvir-se o zumbido duma mosca. Lancei um olhar para meu relógio. Uma e quinze da tarde. A fome começava a me verrumar o estômago.

"Entre os males da ditadura que combatemos, um dos que mais indignavam os homens de pensamento era a falta de liberdade de expressão, do livre câmbio de idéias." Pablo Ortega de novo estendeu o braço na direção do secretário-geral e alteando a voz e escandindo as sílabas, disse: "Eu acuso o Coronel Roberto Valencia de estar já engendrando para o nosso novo regime leis e dispositivos políticos tendentes a eliminar o diálogo!"

Valencia solevou-se em sua cadeira e eu tive a impressão perfeita de que ele ia tirar o revólver do coldre e alvejar Ortega com um tiro. Voltou, porém, à posição anterior e ao sorriso inefável que assumira desde que o outro começara a falar.

"Sim — prosseguiu Ortega —, Roberto Valencia está organizando as bases dum Estado Totalitário em que todos nós correremos o risco de deixar de ser criaturas humanas para nos tornarmos elementos estatísticos e burocráticos, abstrações, em suma!"

Valencia não se conteve e exclamou:

— Cale a boca, idiota!

Pablo Ortega sorriu e replicou imediatamente, com o rosto voltado para o público:

"É bem como afirmei. O secretário-geral prefere o insulto ao diálogo".

O presidente bateu no tímpano. Ortega voltou-se para ele, olhou para o próprio relógio de pulso e disse:

"Excelência, tenho ainda sete minutos".

Valencia ergueu-se e gritou:

"Se o Capitão Ortega quer mesmo o diálogo, vou dar-lhe já a resposta que ele merece. Uma revolução não se faz com poetas, artistas e literatos que têm horror ao sangue e à violência. Um país não se constrói com inocentes sonhadores, mas sim com homens que, quando necessário, atiram primeiro e fazem as perguntas depois. Temos pela frente um inimigo formidável, amparado por uma das nações imperialistas mais poderosas da terra. Se de alguma coisa posso ser 'acusado', ê de saber exatamente o que quero, e de estar amparado numa ideologia".

Disse isso e tornou a sentar-se. Romperam aplausos em toda a sala.

"Ideologia! — repetiu Ortega. — Foi bom que o bravo coronel tivesse usado essa palavra. . . Na minha opinião, 'ideologia' é um vocábulo de sentido elástico, que se pode espichar ou encolher de acordo com as necessidades do realismo político, comunista, fascista e mesmo da nossa famosa democracia liberal. Se uma ideologia não for rigorosamente mantida dentro de certos limites de moralidade e ética, acabará por se desumanizar, e a tirania se estabelecerá em nome dela. O Coronel Valencia diz que uma revolução se faz com homens que atiram primeiro e fazem as perguntas depois. Eu tenho um nome para esse tipo de gente: 'Fanático'. Tenho visto em minha vida fanáticos dentro duma sotaina negra, dum dólmã de comissário. . . ou em mangas de camisa, numa praça de touros, exigindo aos berros o sangue do touro, do toureiro ou de ambos!"

Uma assuada tremenda irrompeu nesse momento. Pablo limitou-se a olhar para seu relógio e marcar-lhe a duração. Quando o silêncio se restabeleceu, ele continuou:

"Para terminar, quero avisar não só ao Coronel Valencia, mas a todos os que me escutam, que não pretendo desertar, nem fazer atos de sabotagem e muito menos tomar parte numa contra-revolução. Porque esta Revolução nos pertence a todos. Ela não é de Washington mas também não é de Moscou. É nossa, de nosso povo". — Tornou a voltar-se para o secretário-geral. — "Depois de tudo quanto eu disse aqui hoje, não sei que planos terá, com relação à minha pessoa física e jurídica, o Comitê Central Revolucionário. Mas, sejam quais forem, quero que minhas últimas palavras sejam uma advertência. Se acharmos que para os alicerces do novo Sacramento que vamos edificar a melhor argamassa é a carne e o sangue de nossos inimigos, ou daqueles que discordam de nós, estaremos correndo o grave perigo de repetir a triste, trágica balada das ditaduras latino-americanas. Porque, se na base desse grande e belo edifício que deverá ser a pátria de amanhã, além do nosso trabalho, da nossa inteligência, da nossa honestidade, da nossa incansável vigilância não houver também um elemento de tolerância e de amor, teremos então construído nossa casa sobre a areia!"

Pablo Ortega, cuja face as luxes dos holofotes tornavam Vivida, dando-lhe aos lábios um matiz arroxeado, voltou para seu lugar. O presidente do Tribunal anunciou que o Conselho de Sentença ia entrar em recesso para julgar o caso.

Valencia continuou de braços cruzados. O sorriso arcaico lhe desapareceu da face.

Segundo o cronista político de Revolución, a execução de Gabriel Heliodoro Alvarado naquela manhã de domingo, 15 de novembro de 1959...

...constituiria "um espetáculo inesquecível pelo seu sentido simbólico e histórico". O serviço meteorológico federal informara, na véspera, que o tempo se manteria bom nas próximas vinte e quatro horas: a temperatura oscilaria entre 23 e 28 graus Centígrados, a umidade relativa do ar não subiria além de 60%, e os ventos soprariam do quadrante leste, brandos e frescos.

Era voz geral que nunca, em toda a sua história, a Gran Plaza de Toros abrigaria um público tão numerosos, a não ser talvez durante certa memorável corrida, num domingo de 1943, em que ali se exibira Manolete, o famoso matador espanhol.

O céu daquele domingo era dum azul inocente e límpido, e um rútilo sol, que de tão claro lembrava mais a prata que o ouro, iluminava os veludosos verdes do cerro, dos parques, bem como os telhados da velha capital do Sacramento.

Centenas de pessoas, temerosas de não encontrarem lugares, apesar de possuírem bilhetes de entrada — pois só havia cadeiras numeradas para as autoridades e para os representantes da imprensa —, começaram a chegar à Plaza de Toros às sete da manhã.

Cerca das nove horas, vendo que a plaza estava já completamente lotada, as autoridades mandaram fechar todos os portões. A polícia de choque foi obrigada a entrar em ação várias vezes, e em duas oportunidades teve de usar bombas de gases lacrimogêneos para conter a multidão que cercava o circo e investia contra a barreira de policiais ou contra os portões, protestando seu direito de assistir o espetáculo.

Escreveu o cronista de Revolución: Era um gosto ver-se o povo, gente de todas as camadas sociais (menos, ê evidente, os membros de nossa decadente oligarquia e os representantes das chamadas "classes superiores"), sentado nas arquibancadas da Gran Plaza, na mais comovedora das confraternizações, a cantar e a dançar ao som de paso dobles, boleros e marchas tocadas pela excelente Banda de Música do brioso Corpo de Bombeiros. Quando o observador olhava para as arquibancadas, principalmente para as que ficavam do lado do sol, aquele incessante movimento de camisas, bandeiras, lenços, rebozos e vestidos nas mais ricas e variegadas cores dava a impressão dum gigantesco calidoscópio em constantes e ricas mutações. O sol emprestava à arena cambiantes de cobre. . .

Quando o General Miguel Barrios, presidente do Comitê Central Revolucionário, entrou no camarote de honra, acompanhado de outros membros de seu Governo, a multidão, calculada em mais de trinta mil pessoas, ergueu-se como um só homem, prorrompendo numa ovação ao Chefe que durou mais de dez minutos. Cantou-se em seguida o Hino Nacional.

O produtor do programa de televisão que ia transmitir o espetáculo ao vivo prometia desde a véspera uma "cobertura dramática e realista da execução". Ia dar aos senhores telespectadores a oportunidade de ver, na mesma tela dividida ao meio, as imagens de duas câmaras. Uma delas mostraria em long shot o pelotão de fuzilamento no instante preciso de disparar seus fuzis e a outra, graças a uma lente telescópica, daria um primeiro plano da cara do condenado no momento exato em que as balas lhe penetrassem o corpo!

Doze minutos depois das dez da manhã, Gabriel Heliodoro Alvarado entrou na arena, cercado de soldados armados. Manquejava, movia-se com dificuldade, a ferida da perna latejava e doía com tal intensidade que ele tinha de morder os lábios para não gritar. Caminhava, porém, tão teso quanto lhe era possível, e de cabeça erguida.

Ao vê-lo, a multidão rompeu em assobios e gritos, mas sem a ferocidade manifestada durante o julgamento no Palácio dos Esportes. Afinal de contas, o dia estava radioso, várias centenas de espectadores haviam ido à missa das oito horas, e aquela festa popular com músicas alegres tinha quase o caráter duma competição esportiva.

O Padre Sender, que caminhava ao lado do condenado, conseguira que as autoridades não lhe amarrassem as mãos nem lhe vendassem os olhos no momento de la verdad.

Gabriel Heliodoro mantinha a face erguida para o sol, os olhos ofuscados. Isso o impedia de ver a multidão. Um frio suor escorria-lhe pelo corpo surrado pela febre. Ele não via mas tinha consciência de que marchava a seu lado o vulto negro do padre, que apertava contra o estômago um crucifixo negro com um Cristo de cobre.

— Alto! — gritou o tenente que comandava o pelotão de fuzilamento, o qual já se encontrava formado no centro da arena.

Gabriel Heliodoro não ouviu a ordem, deu ainda dois ou três passos, mas o Padre Catalino puxou-o pela manga da camisa, fazendo-o estacar. Dois soldados seguraram o condenado pelos braços e o colocaram contra uma alta e larga chapa de ferro erguida à frente do portão por onde, nas tardes de corrida, costumavam surdir os touros.

Saída dum alto-falante, uma voz grave e imensa, que parecia vir do céu, como a própria voz de Deus a anunciar o Juízo Final, leu em tom lento e dramático a sentença que condenava à morte Gabriel Heliodoro Alvarado. O público escutou em silêncio a enumeração de todos os crimes cometidos por aquele inimigo da pátria. Por fim calou-se a voz apocalíptica.

O tenente que ia dar a ordem de fogo ao pelotão aproximou-se do camarote de Barrios, estacou, bateu os calcanhares e fez uma continência. O Chefe ergueu-se e inclinou a cabeça num sinal afirmativo. Começaram a rufar os tambores.

O Padre Catalino Sender aproximou-se do condenado e, como um espião de Deus, murmurou-lhe ao ouvido: "Coragem, meu filho. Dentro de alguns minutos estarás nos braços do Pai". Aproximou o crucifixo dos lábios de Gabriel Heliodoro, que beijou a imagem de Cristo. E depois, tomando nos dedos a medalha com a efígie da Virgem da Soledade, sua Mãe, apertou-a contra os lábios, longamente, e preparou-se para morrer.

Mas uma súbita fúria ferveu-lhe no peito. O comandante do pelotão de fuzilamento tinha gritado: "Preparar!" Dez homens armados contra um homem desarmado! Ele estava sozinho! Tinham-lhe tirado tudo, tudo! Só lhe restava o corpo dolorido e doente, a sua febre, o seu fedor, a perna que apodrecia. . . E os covardes iam crivá-lo de balas. "Apontar!" — gritou o tenente, no luminoso silêncio da manhã.

Gabriel Heliodoro olhou em torno da praça, meteu uma das mãos entre as próprias pernas, e reunindo as forças que lhe restavam, berrou, rouco, para toda aquela gente que ia gozar sua morte:

— Lego os meus cojones ao Museu Nacional!

E como lhe parecesse haver uma hesitação da parte do tenente que comandava o pelotão, tornou a gritar, petulante, quase feliz:

— Atirem duma vez, filhos duma. . .

A descarga cortou-lhe a frase. Crivado de balas e esguichando sangue, seu corpo como que rodopiou e tombou na arena. A banda de música rompeu num dobrado. E a multidão começou a gritar: Olé! Olé! Olé!

O tenente tirou o revólver do coldre e, a cara tensa, aproximou-se do corpo ainda estrebuchante de Gabriel Heliodoro Alvarado e meteu-lhe uma bala no crânio como quem pinga o ponto final numa história.

Fonte: O Senhor Embaixador e ClicRBS

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Hoje eu reparei sua sign,achei que tinha começado algo novo rsrs.

Grande Érico Veríssimo!Foi legal vc ter explicado quem era realmente o personagem.O homônimo do Fm teve mais sorte e mais sucesso.

Grande save que foi este ,gq, em pensar que vc já tinha desistido de seus saves anteriores que acabou escondendo seu potencial para contar hsitóriaEste realmente te consolidou como um dos novos grandes talentos da seção.Parabéns pelo belo save, espero que volte à seção o mais breve possível .Grande abraço,gq!

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  • 2 meses depois...
Hoje eu reparei sua sign,achei que tinha começado algo novo rsrs.

Grande Érico Veríssimo!Foi legal vc ter explicado quem era realmente o personagem.O homônimo do Fm teve mais sorte e mais sucesso.

Grande save que foi este ,gq, em pensar que vc já tinha desistido de seus saves anteriores que acabou escondendo seu potencial para contar hsitóriaEste realmente te consolidou como um dos novos grandes talentos da seção.Parabéns pelo belo save, espero que volte à seção o mais breve possível .Grande abraço,gq!

Jiri, fiquei contente com as palavras de apoio mas esqueci de responder (preguiçoso, mentiroso :heh:).

Erico Verissimo é o meu romancista preferido porque além de sermos do mesmo estado foi ele que me fez voltar os olhos para muitas coisas que não era capaz de ver sozinho. E esse é o grande poder dos livros. Eles mudam a gente.

Gabriel Heliodoro Alvarado realmente foi um grande personagem e me marcou, o do livro e o da minha hitória no Fórum. O primeiro porque era muito autêncio, por mais que participasse de maracutais políticas (quem se escapa?) e o segundo porque me foi essencial nessa caminhada aqui na seção.

Abração, Jiri, mas duvido que tu leu tudo aquilo ali. :heh::heh:

QUE SAVE DO CARAL***

Obrigado pelas palavras. :heh:

Valeu, Goten!

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  • 14 anos depois...

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