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🇫🇷🇵🇹🇳🇱🇹🇷🇺🇦🇷🇺...

Tópico destinado à discussão e bate-papo sobre os campeonatos europeus que não possuem tópico específico na área, como o camp. Francês e o Português (entre outros).

  • Diretor Geral
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Pra abrir os trabalhos aqui neste tópico, uma coluna mt boa sobre o Futebol Turco:

 

O Eldorado Turco e o cenário escuso que o ronda

Galatasaray anuncia Osimhen, ex-Napoli, com "baile de máscaras"; veja

 

Por Leandro Stein

O Campeonato Turco possui um histórico de estrelas internacionais em seus principais clubes que se fortaleceu sobretudo no fim dos anos 1980. Neste século, a Süper Lig se consolidou como uma competição “pré-aposentadoria”, na qual muitos veteranos passaram a mirar no final de suas carreiras em busca de contratos vantajosos. O que se nota nas temporadas mais recentes, porém, é um perfil distinto de reforços: atletas abaixo dos 30 anos, que ainda seguem no auge e teriam mercado em ligas mais fortes. A Turquia se tornou um destino mais visado, com um cenário mais interessante, mas se valendo também das facilidades fiscais oferecidas aos atletas e de uma realidade de clientelismo político dentro de um governo autoritário.

A capacidade dos clubes turcos na contratação de medalhões, desde sempre, foi explicada pelos impostos mais baixos pagos pelos futebolistas no país. As equipes locais são mais competitivas no mercado de transferências porque podem oferecer salários mais polpudos. Enquanto os times das principais ligas da Europa pagam taxas que costumam variar de 40% a 60%, os participantes da Süper Lig desembolsam apenas 20% em impostos – e isso porque a fatia aumentou nos últimos anos, já que era de 15% até 2019.

Segundo estudo da KPMG ainda em 2017, um salário de €1 milhão na Turquia significava gastos totais de €1,2 milhões do clube, com impostos acrescidos. Na Espanha, na Alemanha e na Itália, as equipes gastariam o equivalente a €1,9 milhões, enquanto esse valor chegaria a €2,1 milhões na Inglaterra e €3,2 milhões na França, relativos também a outros direitos trabalhistas, não apenas às taxas. Atletas abaixo da primeira divisão na Turquia possuem impostos ainda menores, de 5% a 10%. E isso porque o poder público concede ainda isenções especiais àqueles que participam de competições internacionais ou mesmo que “contribuem a iniciativas esportivas das comunidades locais”. Para o restante da população, os impostos chegam até a 40%.

Assim, a Süper Lig sempre teve um trunfo para atrair estrelas em fim de carreira, como Didier Drogba ou Robin van Persie. O Campeonato Turco historicamente nunca gastou valores tão suntuosos em transferências. A isca sempre se centrou em garantir salários maiores a jogadores em fim de contrato, livres no mercado e com um maior poder de barganha no momento em que os próprios futebolistas poderiam decidir seu destino. Contudo, nos últimos anos, nota-se uma abertura maior e a redução da faixa etária desses reforços.

Parte considerável das maiores contratações da Süper Lig em temporadas recentes foi, a princípio, de jogadores emprestados. Atletas que estavam sem espaço em equipes da elite econômica europeia, e portanto tinham mais poder de barganha pela necessidade de desincharem seus elencos, ou então outros que vinham com algum tipo de litígio em seus times e forçaram a saída. Uma vez estabelecidos temporariamente na Turquia, esses jogadores passaram a desfrutar das vantagens do futebol local e a criar raízes, para assinar posteriormente contratos mais longos. A contratação de Mauro Icardi, de certa maneira, é um marco neste novo momento do Campeonato Turco. O centroavante chegou inicialmente emprestado ao Galatasaray, com um passado de entraves pessoais e sem mais espaço no Paris Saint-Germain. Estourou nos Leões, virou ídolo e ficou de vez.

O mercado de transferências da Süper Lig ainda abarca jogadores de idade mais elevada, mas gente cada vez mais jovem chega em busca de salários mais vantajosos e também se beneficia desses empréstimos iniciais. Tal mecanismo ajuda os clubes turcos, que diluem e postergam o pagamento de suas transferências. A janela para o Campeonato Turco de 2025/26 é provavelmente a mais badalada da história do país. Em diferentes circunstâncias, muita gente aproveitou a oportunidade de assinar acordos pessoais mais gordos.

A chegada de Leroy Sané ao Galatasaray é um velho exemplo de estrela que, ao final do seu contrato, conseguiu barganhar um acordo mais robusto para si – o salário na Turquia será substancialmente maior que a oferta para renovar com o Bayern. Há aqueles que aproveitaram a porta aberta ao saírem em litígio de seus clubes, inicialmente emprestados, como Jhon Durán (Fenerbahçe) e Orkun Kökçü (Besiktas), enquanto distintas perspectivas em seus times de origem também facilitaram os empréstimos de Tammy Abraham (Besiktas) e Eldur Shomurodov (Istambul Basaksehir). Alguns antes emprestados ficarão de vez, como nas compras de Milan Skriniar e Sofyan Amrabat pelo Fenerbahçe, ou de João Mario pelo Besiktas. Mas, neste tipo de caso, nenhum jogador chama mais atenção que Victor Osimhen. É mais uma história que pode estabelecer um antes e um depois à Süper Lig.

O desembarque de Osimhen no Galatasaray, durante a temporada passada, foi totalmente circunstancial. O centroavante tinha sido protagonista do Napoli no Scudetto em 2022/23, mas entrou em rota de colisão com a diretoria após um péssimo tratamento interno e até caso de racismo. Passou a buscar sua transferência e, sem clima interno, não havia outra solução para os napolitanos a não ser encontrar um novo destino. A grande questão é que andava difícil achar um clube, ao menos nas principais ligas, que pagasse a fortuna pedida pelo Napoli pela transação e o salário alto exigido por Osimhen em seu contrato pessoal. Diante das possibilidades escassas, o empréstimo ao Galatasaray virou solução. O centroavante não ficaria na Itália, ganharia bem e os celestes poderiam reaver seu prejuízo no futuro próximo, com uma venda.

Osimhen manteve seu alto nível no Galatasaray, mesmo fora de uma das principais ligas da Europa. O nigeriano ajudou os Leões a conquistarem a dobradinha nacional, com Süper Lig e Copa da Turquia. Anotou 37 gols e serviu oito assistências em 41 partidas, números assombrosos. E pareceu desfrutar do ambiente, o que facilitou sua decisão por permanecer em Istambul. Contribuiu para escolha, é claro, o salário muito acima das ofertas que tenderia a receber de clubes maiores da Europa. O acordo salarial é estimado em €15 milhões líquidos por ano, além de €1 milhão em bônus de fidelidade a cada temporada dos quatro anos de contrato que cumprir e mais €5 milhões em direitos de imagem. O que surpreende mais ainda são os €75 milhões desembolsados pelo Galatasaray para a transferência, referentes à cláusula de rescisão exigida pelo Napoli para clubes de fora da Itália.

Que existam benefícios fiscais dentro da Turquia aos clubes e aos jogadores de futebol, o salário pago pelo Galatasaray a Osimhen já se coloca bem acima dos padrões locais. Figurões contratados nos últimos anos chegaram com ganhos bem menores, entre €4 e €6 milhões anuais – entre eles Mauro Icardi, Anderson Talisca, Ciro Immobile, Rafa Silva, Sofyan Amrabat, Edin Dzeko, Dusan Tadic, Milan Skriniar e Fred. O próprio Osimhen não fugia dessa faixa, até que o interesse do futebol saudita ajudasse a inflacionar os valores na contratação em definitivo.

Mas o que foge bem mais dos padrões locais são os €75 milhões da transferência. Até então, nunca um clube turco tinha gasto mais de €20 milhões numa compra. Youssef En-Nesyri (€19,5 milhões) e Gabriel Sara (€18 milhões) tinham sido as cifras mais próximas, trazidos respectivamente por Fenerbahçe e Galatasaray em 2024/25. Antes da temporada passada, o maior negócio do futebol turco ainda era a compra de Jardel pelo Galatasaray em 2000/01, por €17 milhões.

A decisão de Osimhen não deixa de ser legítima em si. Além da questão financeira, há argumentos favoráveis também do ponto de vista esportivo. Que a Süper Lig não seja tão competitiva quanto a Serie A ou a Premier League, o centroavante desfruta de um bom nível sem perder a visibilidade da Champions League e das demais copas europeias. Possui o ambiente de alguns dos melhores estádios do mundo e o fanatismo da torcida. E isso sem precisar recorrer a mercados mais isolados, como a Arábia Saudita ou o Catar. O ponto mais questionável mesmo é o financiamento dos negócios no futebol turco. Um assunto que dependerá de um olhar mais cuidadoso das autoridades de controle financeiro, sobretudo pelo contexto político no país.

Em teoria, a contratação de Osimhen pelo Galatasaray é autossustentável. O clube oferece garantias através de contratos de patrocínio. Os Leões possuem uma abrangência de mercado considerável, não apenas dentro da Turquia, mas também em economias maiores nas quais há um contingente importante de imigrantes e descendentes turcos que mantêm ligações com o clube – sobretudo na Alemanha. O Gala também conta com um estádio moderno, com médias de público acima dos 40 mil, que geram renda contínua. Além disso, o clube recentemente mudou o seu centro de treinamentos. A negociação do antigo terreno e de outros patrimônios imobiliários são fontes de renda extras. Nem sempre com transparência.

O futebol, afinal, é um dos setores da sociedade turca mais beneficiados pela rede de poder associada ao governo autoritário de Recep Tayyip Erdogan e o seu partido central, o AKP. Sobretudo nas últimas duas décadas, a aceleração da economia turca se baseou na privatização de serviços públicos, como a educação e a saúde, bem como de espaços públicos. Muitos dos beneficiários de contratos em setores como a construção civil são, também, apoiadores de Erdogan. O futebol virou um campo fértil para o clientelismo, onde as relações com os clubes garantem reputação política e outros caminhos para destinar investimentos – inclusive um com benefícios fiscais.

Segundo o artigo "Presidente dos presidentes: o capitalismo de compadrio centrado em Erdogan e a governança do futebol na Turquia", assinado por Daghan Irak e Esra Erturan-Ogüt, há diferentes tipos de relação entre o futebol e o poder na Süper Lig. O caso mais escancarado é o do Istambul Basaksehir, clube impulsionado pelo próprio AKP, sediado na base política do partido e visto como um contraponto ao trio de ferro do país. Contudo, ainda que tenha chegado ao titulo nacional, o Basaksehir não conseguiu atrair um grande número de torcedores às suas arquibancadas. Assim, o trio de ferro continua sendo importante na estrutura de clientelismo – e dependente da relação com o governo. Já em equipes espalhadas pelo interior, em especial o Trabzonspor, os patrocínios se misturam com o arraigamento do poder local.

Os principais estádios da Turquia foram construídos ao longo deste século ou passaram por reformas substanciais. Enquanto muitas das empreiteiras responsáveis estavam relacionadas ao AKP, Galatasaray e Besiktas se beneficiaram de acordos com o setor governamental de habitação. Os maiores clubes da Turquia também contraíram empréstimos junto ao Ziraat, banco público nacional, para financiar os seus investimentos. O dinheiro foi concedido apesar do histórico financeiro desfavorável das agremiações e as dívidas se arrastaram durante os últimos anos. E isso tudo num contexto de desvalorização da moeda turca em relação ao euro, o que chama mais atenção para a atuação dos times turcos no mercado de transferências.

Conforme relatórios da própria Uefa em 2024, os quatro maiores times da Turquia estavam no Top 10 de maiores desequilíbrios financeiros da Europa em 2022/23. O Besiktas ocupava a quarta colocação da lista (€151 milhões negativos). Trabzonspor (€110 milhões), Galatasaray (€109 milhões) e Fenerbahçe (€82 milhões) apareciam logo na sequência. Além disso, a Süper Lig como um todo tinha o maior valor de prejuízo acumulado entre as 54 ligas filiadas à confederação continental, com €814 milhões em perdas. O Campeonato Turco também é o quarto com maiores dívidas bancárias, superando €1 bilhão.

De acordo com a Agência Anadolu (a agência de notícias estatal), em fevereiro de 2025, o débito acumulado do trio de ferro da Turquia com os bancos locais se aproximava dos €200 milhões. Já as dívidas com outras instituições, somando também o Trabzonspor, se aproximavam de €1 bilhão – Galatasaray (€293,9 milhões), Fenerbahçe (€255,5 milhões), Besiktas (€209,3 milhões) e Trabzonspor (€184,6 milhões). Não são valores que geram banimentos relativos ao Fair Play Financeiro neste momento, mas acendem um grande sinal de alerta e provocam diversos questionamentos sobre a gestão interna.

Para compensar a balança comercial, não é que a Süper Lig faça vendas tão expressivas de jogadores para outras ligas. Em toda a história do Campeonato Turco, só oito jogadores foram vendidos por mais de €20 milhões - o recorde pertence a Ferdi Kadioglu e Sacha Boey, ambos negociados por €30 milhões. Outras fontes de renda são necessárias. E parte dos patrocínios do futebol vem de empresas pertencentes a membros do AKP. Da mesma forma, há envolvimento de companhias públicas como a Türk Telekom, ou mesmo de governos aliados, como a estatal petrolífera azeri Socar.

Relações mais amplas incluem a presença da Bein Sports, pertencente ao governo do Catar, no financiamento das transmissões esportivas, ou mesmo a realização da Supercopa da Turquia na Arábia Saudita, outro país de olho em estreitar laços através do futebol – inclusive com conversas para comprar clubes turcos. Além disso, o controle sobre os setores de apostas esportivas e vendas de ingressos no país possuem monopólios ligados ao governo autoritário de Erdogan. As apostas estão nas mãos de Yildirim Demirören, ex-presidente do Besiktas e da federação de futebol, que também é dono de um dos maiores grupos de mídia apoiadores do regime. Enquanto isso, o Passolig, sistema de venda de ingressos online, pertence à família do genro de Erdogan.

É importante dizer que, apesar da dependência dos grandes clubes em relação ao governo da Turquia, isso não impede atritos e questionamentos. O principal exemplo vem do Fenerbahçe, clube do coração de Erdogan, mas que possui idas e vindas na relação com o presidente desde a última década. O atual mandatário do Fener, Ali Koç, faz parte da família mais rica do país e chegou a apoiar os manifestantes que se contrapunham a Erdogan nos protestos da Praça Taksim em 2013. Quando Koç se elegeu presidente, Erdogan apoiava justamente seu opositor, Aziz Yildirim, que chegou a ser sentenciado por manipulação de resultados e posteriormente perdoado pelo governo. Koç costuma ser um opositor vocal à “falta de credibilidade do futebol turco”, com acusações sistemáticas sobre a corrupção no esporte local, que teria como consequência o jejum do Fener na Süper Lig há mais de uma década. Todavia, uma trégua recente permitiu o encontro entre Koç e Erdogan em abril.

Vale dizer também que, nas torcidas, a contraposição a Erdogan costuma ser muito mais presente do que na administração dos clubes. Os torcedores do trio de ferro, sobretudo do Besiktas, lideraram os protestos contra o governo em 2013 – criaram o chamado “Istambul United”. Além disso, as torcidas de Fenerbahçe e Galatasaray costumam se posicionar em prol do secularismo do estado turco e da imagem de seu fundador, Mustafa Kemal Atatürk, enquanto Erdogan e o AKP caminharam para uma presença bem maior do islamismo dentro dos gabinetes.

As arquibancadas, entretanto, foram um dos primeiros setores do futebol nos quais o governo de Erdogan passou a exercer seu controle. Desde a década passada, a Süper Lig aplica um sistema de identificação muito estrito para adquirir ingressos. O que surge como discurso “contra a violência” também soou como ferramenta para monitorar possíveis opositores, sobretudo após os protestos na Praça Taksim. A média de público nos estádios chegou a cair em decorrência do processo, apesar da recuperação nos últimos anos. Ainda assim, com um impacto na famosa atmosfera dos estádios e um silenciamento dos possíveis protestos nas tribunas.

No atual estágio de grandes transferências, o futebol não deixa de servir como uma cortina de fumaça para o governo da Turquia. Traz grandes estrelas e garante sua dose de “circo”, enquanto tenta varrer para debaixo do tapete limitações em relação à democracia no país. De uma forma ou de outra, os clubes sustentam seus gastos mesmo com as dívidas exorbitantes, respaldados por um apadrinhamento político que facilita patrocínios e empréstimos. Resta saber se essa bolha se sustentará por muito tempo e quais serão as consequências se um dia ela estourar.

Fonte: newsletter ◐ Meiocampo

 

=-=-=

 

É uma leitura grande mas garanto que vale a pena. Não sabia dessa relação nebulosa dos grandes clubes de lá com o governo, sempre achei bem estranho na verdade a forma ($$) como eles se reforçavam e tals. Agora dá pra imaginar como funciona. Sobre o Istambul Basaksehir eu já conhecia a história...

  • Diretor Geral
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Os torcedores do Porto e do CSKA estão felizões com as doações que receberam nessa janela do Julio Casares, incompetente mor que preside o SPFC.

Deve ser mt bom receber doação de talento assim.

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22 horas atrás, Leho. disse:

Os torcedores do Porto e do CSKA estão felizões com as doações que receberam nessa janela do Julio Casares, incompetente mor que preside o SPFC.

Deve ser mt bom receber doação de talento assim.

Enquanto isso o SPFC acaba de tomar transferban, pqp.

  • Diretor Geral
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7 horas atrás, ZMB disse:

Enquanto isso o SPFC acaba de tomar transferban, pqp.

Pois é, Casares & sua turminha aprontando novamente né, pra deixar os são-paulinos sempre contentes e felizes. Nada de novo.

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Em 24/08/2025 em 15:13, Leho. disse:

Os torcedores do Porto e do CSKA estão felizões com as doações que receberam nessa janela do Julio Casares, incompetente mor que preside o SPFC.

Deve ser mt bom receber doação de talento assim.

Logo mais será o Shakhtar hahaha

  • Diretor Geral
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5 horas atrás, Masca disse:

Logo mais será o Shakhtar hahaha

Exatamente... 🤡

  • Diretor Geral
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Outro gol de placa do Willian Gomes, dessa vez decidindo o clássico contra o Sporting fora-de-casa.

Mas pro Zubeldía não servia como ponta, não tava pronto. 🤡

Mas pro nosso presidente tá ok vender por qualquer mixaria. 🤡

Dai-me paciência...

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Em 30/08/2025 em 20:56, Leho. disse:

Outro gol de placa do Willian Gomes, dessa vez decidindo o clássico contra o Sporting fora-de-casa.

Mas pro Zubeldía não servia como ponta, não tava pronto. 🤡

Mas pro nosso presidente tá ok vender por qualquer mixaria. 🤡

Dai-me paciência...

10M de euros foi foda hahaha

  • Diretor Geral
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7 horas atrás, Masca disse:

10M de euros foi foda hahaha

Na verdade foram €12M + 20% dos direitos. Ainda assim, uma mixaria pelo tamanho do potencial desse moleque.

"— Ah mas não dava pra prever de que ele seria isso tudo!" 

Então toma isso:

No Sub-17 o moleque já era mt diferente. Obrigado, Casadas. 🤡

  • 3 semanas atrás...
  • Diretor Geral
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Imagina se a moda pega? Hahahaha... e parece que o PSG tá estruturando um local especial pra isso inclusive. O que acham?

Pra mim é inegável que a visão de cima é um tanto mais privilegiada (taticamente falando) do que a da beirada do campo, mas e o comando do time nesse 1T como fica? Sei lá, mas não deixa de ser interessante a ideia.

Postado
1 hora atrás, Leho. disse:

Imagina se a moda pega? Hahahaha... e parece que o PSG tá estruturando um local especial pra isso inclusive. O que acham?

Pra mim é inegável que a visão de cima é um tanto mais privilegiada (taticamente falando) do que a da beirada do campo, mas e o comando do time nesse 1T como fica? Sei lá, mas não deixa de ser interessante a ideia.

Eu acho que faz sentido em parte, porque ajuste tático não é feito na beira do campo se não foi treinado antes, ali são ajustes pontuais e olhe lá, ainda depende muito do jogador saber assimilar no calor do jogo. 

A conversa no vestiário, por outro lado, pode surtir muito mais efeito, então ter uma visão melhor talvez ajude a analisar o quadro mais completo.

E essa mudança depende também de como é o dia-a-dia da comissão técnica. Nas que o treinador já conversa menos individualmente, isso vai ter peso menor. Não faria muita diferença se o Ramon Diaz fizesse isso, por exemplo, já que o Emiliano que conversa mais com os jogadores de todo modo...

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Em 20/09/2025 em 07:33, Leho. disse:

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Imagina se a moda pega? Hahahaha... e parece que o PSG tá estruturando um local especial pra isso inclusive. O que acham?

Pra mim é inegável que a visão de cima é um tanto mais privilegiada (taticamente falando) do que a da beirada do campo, mas e o comando do time nesse 1T como fica? Sei lá, mas não deixa de ser interessante a ideia.

Sinceramente, acho que o Luis Enrique passa do ponto nessas invencionices pra pagar de genial. Essa daí e aquela de jogar a bola pra lateral no pontapé inicial são o fim da picada.

Postado
Em 21/09/2025 em 18:33, JGDuarte disse:

aquela de jogar a bola pra lateral no pontapé inicial são o fim da picada.

não soube dessa

  • 3 semanas atrás...
  • Diretor Geral
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Igor Paixão: a beleza de suas escolhas

por Leandro Stein

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Defender um clube tradicional, conquistar títulos importantes, virar ídolo de uma grande torcida. Diante da evolução na carreira, dar um passo à frente e vestir uma camisa ainda mais pesada, numa liga de maior projeção. Então, numa rodada de grandes atuações individuais na Champions League, ter cacife para se reivindicar como a melhor – e logo na noite em que fez os primeiros gols pelo novo time. O roteiro é de sonho para qualquer jogador, mas não precisa ser necessariamente óbvio nas escolhas de carreira. Com um caminho próprio, Igor Paixão escreve uma história autoral em alto nível no futebol europeu, de xodó do Feyenoord a grande contratação do Olympique de Marseille.

A concentração de dinheiro restringe destinos aos jogadores brasileiros na Europa. O grande sonho é defender o todo-poderoso de uma liga rica: um Big Six da Inglaterra, Barcelona ou Real Madrid, quem sabe Bayern de Munique ou Paris Saint-Germain. Até o trio de ferro da Itália cai em desprestígio. Antes disso, o trampolim mais comum vem sendo as equipes menores da Premier League, de qualquer patamar da tabela, desde que tenham muita grana e deem visibilidade. Uma trajetória que, nos últimos anos, virou base para qualquer grande promessa surgida no Brasil.

Os mais badalados dão um salto direto às potências, o que nem sempre é garantia de emplacarem – vide o que diz o texto acima, sobre Endrick e Estevão. Aqueles que não chegam a tanto buscam um estágio bem sucedido num Wolverhampton ou Nottingham Forest da vida. Como se o futebol não tivesse outras histórias, outros ambientes, outras vivências. Outras maneiras de se engrandecer. Por isso mesmo, é tão bacana notar o impacto de Igor Paixão em sua empreitada.

Quando estourou pelo Coritiba, no acesso conquistado na Série B em 2021, Igor Paixão não era incensado o suficiente para mirar um Chelsea ou um Real Madrid. A porta que se abriu no ano seguinte foi a da Eredivisie, em um país que outrora alavancou lendas do futebol brasileiro. Os Romários e Ronaldos atuais não escolhem mais o futebol holandês, até pelas disparidades escancaradas a partir da Lei Bosman. O patamar do ponta amapaense naturalmente era mais baixo. Mas o Feyenoord não deixou de ser uma escolha interessante para se desenvolver, enquanto também lançava seu nome com uma camisa tradicional.

Igor Paixão ficou três temporadas no Estádio De Kuip. Fez o suficiente para ganhar a gratidão eterna da torcida. No primeiro ano, embora cavando sua vaga como titular na reta final do campeonato, fez a diferença para o título da Eredivisie. O segundo ano serviu para sua confirmação como estrela, ao marcar o gol que valeu a conquista da Copa da Holanda. Já no terceiro ano, mesmo sem novos troféus, Igor teve seus números mais avassaladores na liga nacional e despontou na Champions, com influência clara na caminhada até as oitavas de final. Roterdã estava a seus pés.

A esta altura, a maioria dos jogadores brasileiros daria o passo em busca da Premier League. Igor Paixão tinha essa possibilidade, diante do interesse do recém-promovido Leeds United. Muito melhor foi sua decisão de seguir ao Olympique de Marseille, um clube inegavelmente maior e de mais projeção em seu país. A evolução estava clara, ao sair da Eredivisie para a Ligue 1. E isso sem abdicar de um ambiente caloroso nas arquibancadas, até mais, ao trocar o De Kuip pelo Vélodrome. Isso sem perder o espaço conquistado na Champions.

Durante suas duas primeiras temporadas no Feyenoord, Igor Paixão teve a sorte de ser pupilo de Arne Slot. Pôde receber lições de um dos melhores treinadores da Europa, prestes a dar o salto em sua carreira. Em Marselha, o brasileiro também tem um mestre tão bom quanto. Roberto De Zerbi poderá valorizar o jogo ofensivo do ponta, assim como agregar conceitos relativos ao trabalho coletivo. Aos 25 anos, nota-se uma promessa consolidada, com cada vez mais recursos.

O Olympique de Marseille confiou em Igor Paixão. Num mercado bastante movimentado do clube, o brasileiro foi a contratação mais cara, por €30 milhões – mais que o sêxtuplo dos €4,5 milhões pagos pelo Feyenoord ao Coritiba três anos antes. Acima disso, Igor se tornou o segundo reforço mais caro da história dos marselheses. Elevou o nível na ponta, após a venda de Luis Henrique à Internazionale por €23 milhões. Uma decisão da diretoria que começa a se pagar em campo.

Por conta de uma lesão muscular, Igor Paixão se ausentou nos primeiros jogos do Olympique na Ligue 1, mas aos poucos ganha espaço como titular. Diante do Real Madrid, na estreia da Champions, saiu do banco no segundo tempo. Seu primeiro jogo no 11 inicial pela competição foi nesta semana, dentro do Vélodrome. Quis o destino que diante do Ajax, um velho conhecido recorrentemente maltratado na Eredivisie. Igor fez de novo. Marcou dois gols, dando doses de sua velocidade e da qualidade no chute de fora da área. Também serviu um lindo passe para Pierre-Emerick Aubameyang fechar o placar em 4 a 0. Ofereceu motivos para sair de campo ovacionado, mesmo só inaugurando sua contagem com a camisa alviceleste. “Só“, mas com dois gols e uma assistência.

Igor Paixão tem talento para brigar por uma vaga na Copa do Mundo, embora ocupe uma das posições mais concorridas da Seleção. Não é exagero dizer que já merecia um teste bem antes, com sua única convocação limitada a um amistoso com o time olímpico em 2023. O ponta esquerda não possui o glamour da Premier League a seu favor, mas rendeu sob os olhares de duas das torcidas mais fervorosas da Europa. E quando os holofotes da Champions se concentraram nele, o amapaense não titubeou.

Tende a ser tarde para o Mundial. Mas, aos 25 anos, ter esse cartaz em Feyenoord e Olympique já mostra como as escolhas de Igor Paixão se pagaram. Era o tipo de carreira que, se fosse um jogador com nível de Seleção, eu gostaria de ter – mais do que brigar pelo meio de tabela na Premier League ou por um título de Copa da Liga. A idolatria de uma torcida de massa soa mais bonita.

Fonte: newsletter ◑ Meiocampo

 

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E aí, concordam com o colunista? Mais vale ser idolatrado em clubes intermediários europeus mas que possuem grandes torcidas, do que optar pelo meio de tabela da PL?

Eu gosto dessa opção do Igor, mas acho que tudo é relativo também e depende do potencial de cada um. Fato é que estudar e planejar os passos na carreira se tornou extremamente importante pro jogador, tanto na questão da lapidação do seu talento quanto na possibilidade dele atingir o seu máximo também.

  • 1 mês depois...
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Mjällby faz história e conquista campeonato sueco com três rodadas de antecedência

A equipe fica localizada em uma pequena vila de pescadores que fica há mais de 300 quilômetros da capital Estocolmo

Citar

A equipe fica sediada na pequena cidade Hällevik, uma pequena vila de pescadores que tem apenas 1,5 mil habitantes e fica localizada a 555 quilômetros da capital Estocolmo. Por conta disso, fica mais perto da ponte Öresund, que divide a Dinamarca à Suécia.

A casa do Mjällby, o estádio Strandvallen, tem capacidade para receber seis mil e 500 torcedores e tem uma média de público de cinco mil espectadores, o que é mais que o triplo da população da cidade.

 

Acho essas histórias massa demais. A porra da cidade tem 1.500 pessoas e o time foi campeão nacional hahahaha

  • Diretor Geral
Postado
30 minutos atrás, Masca disse:

Acho essas histórias massa demais. A porra da cidade tem 1.500 pessoas e o time foi campeão nacional hahahaha

Legal demais mesmo! Eu fiquei sabendo dessa campanha deles (ainda não tinham confirmado o título) pela newsletter do Meiocampo, e que contava um pouco mais da trajetória do clube. Completamente azarão, hahahahah!

Se bobear é algo mais grandioso até do que o Léster em 2016 na PL.

  • 2 semanas atrás...
  • Diretor Geral
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As cinco grandes ligas da Europa nunca tiveram tão poucos brasileiros neste século – e isso também é um sinal positivo

Por Leandro Stein

Ao longo das últimas temporadas, o número de jogadores brasileiros caiu em algumas das principais ligas nacionais da Europa. É comum ver reportagens discutindo a redução de atletas do Brasil em certos campeonatos, como La Liga e Bundesliga, onde o cenário é mais evidente. De fato, o processo ocorre por lá e é ainda mais profundo: baixas significativas também aconteceram na Serie A e na Ligue 1. Ampliando um pouco mais o escopo, até o Campeonato Português, maior reduto da comunidade de futebolistas brasileiros expatriados, vive sua maior baixa no século. No entanto, é interessante perceber que o declínio reflete aspectos positivos, sobretudo olhando para o futebol brasileiro.

O fluxo de transferências no futebol internacional depende de uma série de variáveis. Influencia o momento da economia do país vendedor e do país comprador; a estrutura financeira dos clubes e campeonatos envolvidos; o surgimento de fenômenos específicos que expandem o interesse de uma certa liga pelos jogadores vindos de determinado país. Tudo isso causa impacto nos movimentos dos futebolistas brasileiros. Neste momento, a corda pende mais para dentro do Brasileirão do que para fora.

Somando as cinco grandes ligas europeias, atualmente 78 jogadores brasileiros defendem clubes de Premier League, La Liga, Serie A, Bundesliga e Ligue 1. Segundo dados do site Transfermarkt, este é o menor número desde 2000/01 – num momento de fortalecimento econômico do continente europeu, através da criação da zona do euro. O ano não parece mero acaso, vide que na atual temporada do Campeonato Português atuam 89 brasileiros, também a menor quantidade desde 2000/01.

 

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O vai-e-vem de jogadores brasileiros rumo à Europa possui marcos específicos. Em idos tempos, dependia da abertura pontual de campeonatos aos jogadores estrangeiros – como ocorreu na Serie A durante as décadas de 1930 e 1980, ou então em La Liga na virada dos anos 1950 para os 1960. A partir de 1995, entretanto, criou-se um cenário comum para aumentar as contratações de jogadores do Brasil pelos clubes da Europa, com a Lei Bosman. Além de derrubar as barreiras de trabalho dentro da comunidade europeia, o novo marco na legislação expandiu a contratação de atletas extracomunitários – e isso num momento de pleno fortalecimento financeiro das ligas europeias nos anos 1990, através do dinheiro que passou a jorrar dos novos contratos de direitos de transmissão.

Se em 1995/96 apenas 30 jogadores brasileiros atuavam nas cinco grandes ligas europeias, esse número se multiplicou nas temporadas seguintes, chegando a 80 futebolistas em 2000/01. La Liga liderou este movimento ao abrir seus clubes, numa iniciativa que refletia tanto a facilidade de adaptação dos brasileiros quanto o sucesso que alguns futebolistas do país já faziam na Espanha desde o início dos anos 1990. A Serie A logo aumentou seus investimentos em brasileiros, o que ocorreu pouco depois na Bundesliga e na Ligue 1. Somente a Premier League permanecia relativamente fechada.

A década de 2000 possui novos impulsos, como a consolidação do euro e também o enfraquecimento do real como moeda. Some a isso alguns baques que grandes clubes brasileiros sofreram na virada do século, após um período de bonança com investimentos estrangeiros que não se sustentaram por tanto tempo. Não havia condições de segurar os melhores jogadores (assim como os não tão melhores) e a debandada se tornou mais evidente do que nunca. Com a Seleção em alta pelo pentacampeonato mundial e os sucessos nos Mundiais de base, o interesse no pé-de-obra brasileiro se catapultou.

 

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Em 2002/03, pela primeira vez, mais de 100 brasileiros jogavam nas cinco grandes ligas da Europa. O recorde viria com os 157 atletas de 2007/08, também a temporada em que ocorreu um salto na Inglaterra. Àquela altura, eram 15 brasileiros na Premier League, 29 em La Liga, 43 na Serie A, 33 na Ligue 1 e 37 na Bundesliga. É o recorde de futebolistas do Brasil na primeira divisão da França; na Espanha, o recorde tinha vindo na temporada anterior; na Alemanha, viria na seguinte; também foi a terceira maior marca na Itália neste século.

Embora os números nunca tenham sido tão altos de novo, não se reduziram tanto ao longo da década seguinte. Ficaram sempre entre 110 e 153 brasileiros nas cinco grandes ligas, com altas e baixas que acompanhavam crises econômicas (algumas globais), enquanto as finanças do futebol de uma maneira geral se fortaleceram tanto na Europa quanto no Brasil. Na atual década de 2020, contudo, se nota um movimento de queda mais abrupto, com contextos mais amplos e realidades específicas.

A Premier League é a única das cinco grandes ligas que ampliou o número de brasileiros nos últimos cinco anos. Passou dos 20 pela primeira vez em 2019/20 e chegou ao ápice com os 36 de 2022/23. Embora o recorde não tenha sido batido desde então, sempre foram mais de 30 brasileiros em atividade no campeonato, com os atuais 31 de 2025/26. De resto, apenas quedas nos vizinhos poderosos:

  • La Liga está na maior baixa desde o advento da Lei Bosman, em 1995/96, com 12 brasileiros na atual temporada. Houve um decréscimo paulatino desde os 28 atletas de 2022/23.

  • A Serie A, com 16 brasileiros, está em seu menor número desde 1998 e nota sua queda acentuada desde os 39 de 2019/20.

  • A Bundesliga chegou ao menor número desde 1998 um pouco antes, em 2022/23, com cinco brasileiros, uma pequena parcela dos 17 que atuavam na elite alemã em 2016/17.

  • Já na Ligue 1, os 11 brasileiros atuais são a menor comunidade desde 1999/00, para um campeonato que reunia 27 atletas do Brasil até 2021/22.

  • Analisando também Portugal, é a menor quantidade desde 2000/01, com 89 brasileiros, quase metade dos 173 que povoavam a liga no recorde de 173 futebolistas visto em 2018/19.

O necessário olhar de fora para dentro

Um diagnóstico raso e sensacionalista sobre o tema poderia bradar o “enfraquecimento do talento brasileiro no futebol internacional”. Uma balela que pode ser contraposta com os números da Premier League, afinal, onde a liga mais competitiva do mundo amplia seus olhares para os jogadores do Brasil – e em diferentes estratos da tabela de classificação. As teorias sobre “as dificuldades do jogador brasileiro em se adaptar a esse ou aquele país” também não devem ser tratadas como 100% de verdade, apesar de casos específicos. O decréscimo se nota mesmo em Portugal, onde o idioma não é um empecilho e os brasileiros historicamente sempre se deram bem. A economia da bola traz razões mais convincentes.

O principal marco desta década no futebol, em termos de organização dos clubes, é a pandemia. Num primeiro momento, houve uma clara redução de investimentos, em especial nas transferências. A recuperação aconteceu em estágios distintos em diferentes países. A força financeira dos clubes da Inglaterra se tornou ainda mais notável. Times das outras grandes ligas precisaram adotar medidas mais racionais e contidas. Competir pelo talento brasileiro no mercado se tornou uma tarefa dura, sobretudo quando times da metade inferior da tabela na Inglaterra têm mais grana e se tornam mais atrativos que clubes de outras ligas que figuram até na Champions.

 

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Os clubes da Bundesliga, que não fazem transferências tão exorbitantes, deixaram de ser um destino recorrente aos jogadores do Brasil. Melhor investir em centros menos visados. A Serie A teve dificuldades para se reorganizar financeiramente além da pandemia, diante do modelo de seus clubes, o que também impactou. La Liga perdeu relevância e não só fechou as torneiras para as contratações de brasileiros, como o número de estrangeiros no campeonato caiu substancialmente sob suas duras regras de Fair Play Financeiro – de 288 para 215 só entre a temporada passada e a atual. A Ligue 1 absorveu perdas significativas em relação aos seus contratos televisivos, enquanto seus clubes se caracterizam mais como formadores do que como compradores. Já Portugal diversificou mais os países de origem de seus atletas, com os brasileiros indo de 43% para 26% no total de estrangeiros presentes na primeira divisão durante os últimos anos. Ficou mais difícil até de buscar talentos em times menores do Brasil.

Paralelamente, outros destinos surgiram. Não é só a Premier League que se tornou atrativa aos jogadores do Brasil, mas a própria Championship virou um caminho mais comum, ainda que sem uma comunidade tão ampla na segunda divisão inglesa. Países como os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos ampliaram o número de atletas brasileiros, em especial os mais jovens, recém-saídos das categorias de base, com ofertas mais robustas em termos de qualidade de vida e/ou realidade financeira. Destinos mais recorrentes há uma ou duas décadas voltaram a ficar em alta, a exemplo de Rússia e Ucrânia, com os jogadores brasileiros menos restritivos em relação à guerra entre os países – especialmente quando são recompensados em seus altos salários. Já a Arábia Saudita, que até teve um boom maior de brasileiros na virada da década e sofreu uma queda nos números mais recentes, em compensação virou um país mais visado pelo “pé-de-obra qualificado” e atraiu futebolistas que, em outros momentos, prefeririam a Europa.

Ainda assim, com tantas ponderações e explicações paralelas, o motivo mais forte para entender a queda de jogadores brasileiros nas cinco grandes ligas europeias está no próprio Campeonato Brasileiro. A força econômica de vários clubes da Série A do Brasileirão reduziu as distâncias financeiras em relação a La Liga, Bundesliga, Serie A italiana e Ligue 1 – principalmente quando não se fala das forças dominantes destes países, onde o talento brasileiro é mais abundante. As condições também se tornaram melhores para times menores do Brasil, em comparação com os antigos destinos de Portugal.

Este não é o momento mais reluzente da economia do Brasil nos últimos 30 anos, assim como a distância do real para outras moedas continua considerável. O que mudou, sobretudo desde a última década, são as finanças internas dos clubes brasileiros. As receitas cresceram a partir da construção de novos estádios e das mudanças nos acordos televisivos, mesmo com os temas trazendo consigo um leque de debates. Também houve uma expansão de acordos comerciais e novas possibilidades de patrocínios. E, ainda que nem todos os gigantes do país tenham condições estáveis em suas contas, os balanços são bem menos problemáticos do que os de décadas atrás. Há um saneamento que impulsionou vários clubes.

Se por um tempo o reflexo mais evidente da força econômica do Brasileirão era o aumento de jogadores estrangeiros nos clubes do país, primeiro com vizinhos latinos e depois com as nacionalidades mais diversas, a diminuição de jogadores brasileiros nas principais ligas europeias talvez demarque uma nova etapa. Há uma repatriação cada vez mais ampla e intensa, que não se restringe a atletas que se encaminham para o final da carreira. Muitos futebolistas no auge da forma vêm preferindo o Brasileirão, especialmente quando os clubes do país têm condições de pagar bons salários e serem até mais competitivos que os europeus no mercado de transferências. Não são muitos europeus com condições de desembolsar o que o Palmeiras gastou em Vítor Roque ou o que o Flamengo pagou em Samuel Lino – menos fora da Premier League, menos ainda fora da Champions.

É claro que o futebol europeu conta com outros trunfos para atrair os melhores jogadores do Brasil, como o próprio glamour e o status financeiro dos principais clubes do continente. A Série A não deixará de ser uma liga formadora, até porque o dinheiro da venda de atletas é importante dentro da estrutura financeira dos clubes e viabiliza outros investimentos. Todavia, as promessas surgidas aqui precisam sair por um dinheiro cada vez maior, diante do fortalecimento da situação econômica. E os times do Brasileirão têm condições mais favoráveis para trazer parte daqueles que desejam voltar, mesmo que sigam com mercado na Europa. Que a redução de brasileiros nas cinco grandes ligas seja evidente, ela não se centra apenas em si. Ela também indica como este é provavelmente o momento mais forte do futebol do Brasil desde a virada do século, quando a gangorra do mercado de transferências realmente começou a pender para a Europa.

Fonte: newsletter ◐ Meiocampo

 

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Li esse texto umas semanas atrás e achei interessante pra quem gosta de fut. europeu e também do nosso futebol. Fica aí o registro pra quem quiser dar uma lida e se inteirar mais sobre os brazucas lá do Velho Continente.

  • 2 semanas atrás...
Postado (editado)

Oh droga, postei no lugar errado, jurava que tinha lido LaLiga KKKKKKKK

Editado por EduFernandes
Postado
36 minutos atrás, EduFernandes disse:

Oh droga, postei no lugar errado, jurava que tinha lido LaLiga KKKKKKKK

BAGGIO!!!

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