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Diários de Uma Carreira


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16 de agosto de 2019

Três dos últimos cinco jogos já foram e quase fizemos a nossa parte. Conseguimos 7 dos 9 pontos em disputa. Começamos essa última parte do campeonato contra o Barra FC, em casa, num jogo muito bom nosso, conseguimos fazer um 4x1, que também serviu para aumentar um pouco nosso saldo. Destaque do jogo vai para o gol de Alan Delon com 40 segundos de partida. Com certeza nos deu tranquilidade pro resto da partida. O próximo jogo foi contra o candidatíssimo ao rebaixamento, Camboriú, fora de casa. Como já era de se esperar, o jogo foi um domínio completo nosso, eles sequer chegaram perto do nosso gol. Os 5x0 ficaram de bom tamanho e conseguimos tirar um pouco da diferença de saldo para os times acima. O jogo do domingo retrasado foi contra o Concórdia, em casa. Um time que antes estava conosco na briga pelo G4, mas que perdeu fôlego nas últimas rodadas. Infelizmente retrospecto não entra em campo e eles começaram o jogo melhor, abrindo 2x0 no placar. Com muito suor, conseguimos empatar com dois gols de Márcio Júnior, aos 37 e aos 46 do segundo tempo. Tarde demais para uma virada, mas minimizado o estrago com um empate em 2x2.

Nas próximas semanas jogaremos nossa classificação contra o Fluminense do Itaum e contra o Guarani de Palhoça. A situação é a seguinte: estamos em 5º, com mesmo nº de pontos do 4º colocado, que agora é a Portuguesa Santista, e a 1 ponto do Guarani de Palhoça, que caiu de rendimento e é o 3º colocado atualmente e será nosso último adversário. Continuamos dependendo apenas de nós, mas o jogo chave agora deve ser contra o Guarani. O time que eu preteri no começo da temporada pode vir para me consagrar na escolha ou me fazer arrepender amargamente. Nosso próximo adversário, o Fluminense de Itaum caiu para a 6ª posição depois desses três jogos.

 

18 de agosto de 2019

Jogamos ontem contra o Fluminense do Itaum, fora de casa. O primeiro tempo foi bem ruim. A partida melhorou no segundo tempo, e tivemos uma bola na trave com Alan Delon aos 12 minutos e eles tiveram um jogador expulso aos 17. Acreditamos que poderíamos sair com os 3 pontos, fomos pra cima e numa desatenção sem cabimento do nosso lateral esquerdo Diego levamos um gol trouxa. Não tem outra definição... quer dizer, o animal foi tentar dominar uma bola que ia sair para a linha de fundo e seria tiro de meta a nosso favor, deixou que o atacante roubasse a bola e servisse seu companheiro de ataque. Após isso nosso time se desconcentrou e não conseguimos criar, terminando o jogo em derrota por 0x1. A situação piorou para o nosso lado, mas ainda podemos nos classificar, porém não dependemos apenas das nossas forças. Precisamos vencer o jogo e torcer para uma derrota do Fluminense do Itaum.

 

1º de setembro de 2019

Acabei de chegar em casa do jogo, amanhã preciso começar a pensar sobre como será o ano que vem, meu contrato expira no final do ano e não tenho garantias de renovação, apesar de achar que mereço a renovação. Mas vamos ao jogo contra o Guarani de Palhoça... na verdade, o jogo começou alguns minutos mais cedo. Explico: Quando fomos ao gramado para fazer nosso aquecimento, fui cumprimentar a comissão técnica do Guarani. Tudo correu bem, até que fui cumprimentar Janílton Gentil, o presidente do clube, que estava conversando com um de seus assessores:

- Boa tarde, Janílton. Bem-vindo aqui ao 16 de abril, bom jogo pra nós. – Disse eu.

- Ah, André, aquele que era bom demais para o Guarani, mas não pro Operariozinho... – Disse ele, me olhando de cima a baixo. – Não acha que é um sinal do universo ter te colocado diante do clube que você rejeitou? E ainda vê-los se classificando, na sua casa, enquanto você vai ficar mais um ano na 5ª divisão?

- Vamos ver, não sabia que o jogo já tinha acabado. E não se esqueça que ainda temos chance. Enfim, boa sorte. – Disse eu, saindo em seguida para que a última palavra da conversa fosse a minha.

 Fui até o vestiário e dei a palestra mais inflamada de minha curta carreira de míseros 24 jogos oficiais como treinador até o momento. Os jogadores compraram a ideia, mas mal sabia eu que isso seria meu pior erro nesta tarde. Logo aos 4 minutos, nosso zagueiro Alefe resolveu dar um carrinho com os dois pés no centroavante adversário NO MEIO CAMPO, com o jogador adversário de costas e foi expulso. Minha vontade era jogar a garrafa de água nele, mas essa fui eu que comprei. Para minha surpresa, logo na sequência, aos 6 minutos, tivemos uma grande chance quando, após cobrança de falta na área, Diego cabeceou na trave. Quase que o lateral sai de vilão em um jogo, para herói em outro. Quase. Aos 26 minutos, o lateral pelo outro lado, Dinardi, ao tentar afastar um chutão na nossa área, deu uma assistência ao centroavante adversário, William, que guardou, abrindo o placar. Aos 11 da segunda etapa, boa jogada deles e mais um de William, completando um cruzamento rasteiro. Depois do 2º gol deles mandei o time pra cima, mesmo com um a menos. Perdido por 2, perdido 5, pra nós não faria diferença. Tivemos uma boa chance aos 22 minutos ao pressionar na marcação alta e eles quase fazerem um gol contra recuando pro goleiro. Aos 35, conseguimos descontar com Kaio Felipe, num chute cruzado após lançamento da defesa. Infelizmente depois disso não chegamos mais e o resultado ficou assim, 1x2 para o adversário.

Nosso jogo terminou um pouco mais cedo que os demais, logo ao apito final pude ver o time adversário comemorando o resultado em nossa casa e o sorriso estampado na cara de Janilton, que olhava rindo na minha direção. Por enquanto, o Guarani se classificava para a próxima fase em razão dos critérios de desempate, já que em nº de pontos, de vitórias e inclusive no saldo de gols, estava empatado com o Fluminense do Itaum, que no momento ganhava por 5x1 do Panambi. Porém, algo chamado karma cobra, e cobra caro. Ao apagar das luzes no jogo do Fluminense, o rádio anuncia o gol de Léo Maringá, o 6º dos tricolores, que selava a desclassificação do Guarani. Eu ainda não havia saído do gramado quando saiu o gol e pude ver o sorriso se desfazer na cara do dirigente. Sorri, acenei a cabeça em sua direção e disse:

- Nos vemos ano que vem! – Falei isso mesmo sem saber se de fato estaria no Operário em 2020, mas sabendo que, se estivesse, teria que fazer melhor para não ter isso jogado na minha cara.

No final das contas, acho que foi um bom campeonato, excedendo um pouco a previsão e terminando uma posição acima do esperado pelos especialistas e bem melhor que esperado pela presidente. Vamos ver o que nos aguarda até o final do ano.

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Classificação Final - Brasileirão Série Regional 2019 - Grupo O

 

02 de setembro de 2019

Única coisa relevante de hoje foi minha conversa com a presidente, questionei ela se deveria começar a procurar um trabalho para o ano que vem ou se meu contrato seria renovado. Sim, direto mesmo, creio que já devo ter conquistado a confiança dela pra isso. Ela disse que está vendo esta questão e devo ter uma resposta dentro do próximo mês. Ela disse que está atarefada em um outro departamento e tentando colocar um de seus sonhos para o clube em movimento. Questionei qual seria esse sonho, mas ela não quis me dizer. Só espero que não seja um técnico medalhão para o meu lugar. E já que estava falando com a presidente, resolvi tirar uma dúvida que há algum tempo pairava na minha cabeça.

- Luciana, antes de eu sair, gostaria de tirar uma dúvida contigo.

- Não, eu não vou deixar o Edmar por ti, tá ok?

- O que???

- Tô brincando, pode falar.

- O-Ok... – disse tentando recuperar minha compostura, brincadeira estranha essa dela. Alguns até diriam que seria assédio isso aí. – Lembra no início do ano que tu me comentou sobre jogarmos a Copa Catarinense? Então... por que não fomos chamados para jogar a competição?

- Ah, nossa senhora, esqueci completamente de te avisar. Mil perdões, mas a competição tem um limite de 12 clubes e a federação optou por convidar clubes maiores.

- Quando que chegou essa informação?

- Ah, faz um tempo.

- Tipo...

- Tipo um tempo, ok? Agora pode ir fazer o que o treinador tem que fazer, tenho bastante papelada pra analisar ainda hoje.

- Tá bem...

Após a patada, aproveitei o dia de folga dos jogadores e, mesmo com a incerteza a respeito de minha permanência aqui, fiz uma profunda análise do nosso elenco, já que todos os contratos acabam ao final deste ano.

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Relatório do Elenco – Operário de Mafra – 2019

No gol não tivemos muitos problemas, Richard deu conta do recado e não cometeu erros grosseiros. Os outros goleiros quase não atuaram, embora João Pedro tenha uma grande procura, pelo seu potencial. Como não temos time reserva ou sub-20, se um dos goleiros sair, temos que ir ao mercado. Não é uma prioridade.

Nas laterais, apesar dos erros graves nos últimos jogos, Diego e Gustavo Dinardi são titulares absolutos, embora na lateral direita tenha tido uma maior rotação em razão de Tiago Baiano ser um bom reserva. Todavia, acredito que talvez seja hora de um passo mais ousado e buscar jogadores mais qualificados, principalmente na esquerda, pois Hurick e Parisoto definitivamente não deram conta do recado.

Na zaga, Douglas e Alefe fazem uma dupla muito consistente, que ajudou o time a passar mais da metade do ano sem levar gol. Os dois com mais de 1,90m tiram tudo pelo alto, embora não tenham feito muitos gols (acho que preciso trabalhar mais as bolas paradas na próxima temporada). Os reservas novamente não me agradaram, lentos, devem ser liberados apesar de terem potencial.

Os volantes devem ser praticamente extintos do time. Não me agrada jogar com um jogador tão recuado no meio-campo, em especial sem a qualidade pra sair jogando entre os zagueiros. Devo manter apenas um para casos de necessidade de um esquema mais defensivo. Minha escolha ficará entre Léo Taivã e Guaxi.

Na meia-central só temos dois jogadores que podem jogar nesta posição com qualidade e deve ser a posição que será uma prioridade para o próximo ano. A princípio, vamos manter tanto Luan Brás e Renan Paschoalino.

O meia-atacante foi uma posição de bastante oscilação durante a temporada, outra prioridade para o ano que vem. Rafael Mello começou o ano incrivelmente bem, 4 gols nos 2 primeiros jogos, mas ficou nisso. Se lesionou logo em seguida e jamais retomou o futebol do início do ano. Allan Delon jogou praticamente o restante da temporada, mas já tinha me dito que se aposentaria, finalmente, ao final da temporada. Gustavo Ganem não me agradou e será liberado.

Já nas pontas, tivemos boas atuações e não devemos ver muitas mudanças para o próximo ano, embora o reserva Mazinho tenha bastante procura e esteja falando para os colegas que quer sair. Neste caso, precisaremos reforçar o grupo.

Por fim, os atacantes não me convenceram de maneira nenhuma. Muitos gols perdidos, jogos que poderiam ser ganhos com um toque melhor na bola para o fundo da rede. Um dos dois deve sair do clube, ainda não me decidi, mas um jogador para titularidade absoluta tem que chegar.

Vamos começar a trabalhar as renovações dos jogadores aprovados e buscar observar jogadores para suprir as dispensas.

 

24 de outubro de 2019

Poxa, sem jogos neste final de ano, até me esqueço de escrever aqui, embora muitas coisas tenham acontecido nas últimas semanas. Por onde começo?

Fomos bem ativos no mercado de transferências, em especial no que se refere à vendas e liberações por cláusula de revendas.

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Transferências de Final de Temporada – Operário de Mafra – 2019

Contratamos apenas um jogador, o centroavante Jadson, que chega naquela minha ideia de ter um centroavante de qualidade. Ele não foi tããão bem nos treinos de finalização, mas mostrou outras qualidades, como velocidade, impulsão, força e drible que podem suprir essa deficiência.

Ainda nesses meses consegui concluir o curso da Licença Nacional B. Acreditando que tinha crédito com a direção, pedi pra bancarem meu curso para Licença Nacional A, que foi sumariamente negado pela desculpa que eu faltaria a treinos. Não levei fé na desculpa, mas não quis ficar apertando, pois ainda não tinha renovado o contrato.

Falando nisso, no final de setembro a Luciana me chamou para a sala dela pra discutir minha renovação:

- Olha André, você superou bastante as nossas expectativas este ano e seria um contrassenso não te propor uma renovação contratual. – Ela disse assim que me sentei à sua frente. – Você tem interesse em permanecer como nosso treinador mais uma temporada?

- Agradeço a oportunidade. Seria uma honra permanecer neste clube, tenho certeza que ano que vem será ainda melhor.

- Gosto de ver sua confiança. Vamos estabelecer algumas coisas antes que façamos a redação do contrato. Estamos dispostos a manter seu salário, lhe dar um bônus em caso de promoção à Série D, e disponibilizar o mesmo orçamento de salários e transferências. Em contrapartida, se o clube cair no nacional, nos reservamos no direito de reduzir o seu salário.

- Acho justo, não vejo problemas. Cair não está nos meus planos. Porém tenho algumas ressalvas.

- Diga.

- Acho que mereço uma valorização salarial, como tu mesmo disse, superei as expectativas do clube, acredito que uma valorização seja merecida.

- Aham...

- Ainda, preciso de um orçamento salarial maior pra trabalhar, este ano só 3 equipes não tinham jogadores mais bem pagos que os nossos. E sabemos que quanto melhor o jogador, mais precisaremos pagar a ele.

- Faz sentido, acredito que você tenha feito por merecer. Vamos redigir o contrato e logo mais te chamamos para assinar.

Assim, tinha a garantia de que teria um orçamento maior para o próximo ano. Passadas umas horas, volto à sala da Luciana e assino a renovação contratual, consegui cerca de 10% de valorização, não é o ideal, mas já é alguma coisa.

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Renovação Contratual

 

20 de dezembro de 2019

E lá se está indo mais um ano. Parto pra Gramado amanhã e vamos ficar lá até dia 1º. Vai ser bom poder curtir as férias perto de conhecidos de longa data. Pro Edu também vai ser bom poder reencontrar os primos e tal.

Espero que 2020 seja ainda melhor que 2019, quem diria que um ano que começou com muitas dúvidas, terminaria com uma promoção no campeonato estadual e uma campanha digníssima no nacional. Pro Edu, o ano ainda foi um tanto conturbado com a mudança, a escola e meu trabalho exigindo tantos deslocamentos e tempo fora. Vou tentar melhorar isso para o ano que vem e passar mais tempo com ele. Quem sabe quando ele for mais velho pode até nos acompanhar em algumas viagens.

No final do ano o clube fez uma pesquisa com os torcedores:

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Melhores do Ano – Operário de Mafra – 2019

Achei bem interessante algumas escolhas dos torcedores: O jogador do ano, supreendentemente foi um zagueiro, Douglas, que levou o prêmio de jovem do ano também. O time do ano é basicamente nosso time titular. O que me estranha é que a contratação da temporada é um jogador que não entrou na seleção da temporada e era reserva. Além disso, o jogador eleito como melhor jogador do ano, que também foi contratado nesta temporada, não foi eleito como a melhor contratação. Vai entender o torcedor!

Esses dias pedi pro médico do clube me enviar um relatório de lesões na temporada e mostra exatamente o que eu achava, Rafael Mello ficou quase 40% da temporada fora por conta de lesões, não sei se fiz certo em renovar com ele.

Falando e renovações e dispensas, além dos jogadores que conseguimos negociar, dispensei outros 5 jogadores. Além deles, Márcio Júnior deixa o clube amanhã.

Esses dias estava conversando com a Ingrid do financeiro e ela me falou que o ano não foi muito lucrativo para o clube, apesar de ainda estar no azul. Se permanecer assim, logo logo o time ficará com dívidas.

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Finanças Operário de Mafra – Dez/2019

Infelizmente não há muito que eu possa fazer, vender jogadores não vai render tanto dinheiro e não posso sacrificar a montagem do time. Temos objetivos para esta temporada.

Por falar em objetivos (incrível como as coisas se conectam, não é mesmo?)... Luciana finalmente compartilhou seu sonho com o público (e, consequentemente, comigo). Ela quer levar o clube de volta à Mafra com a construção de um novo estádio. Ainda falta achar um investidor, mas gosto de ver o clube pensando grande. Só espero que isso não atrapalhe o campo e bola.

Em resumo, foi uma boa temporada, apesar de terminar com leve gosto amargo na boca. Mas creio que evolui bastante como treinador e devemos esperar coisas boas para o Operário no próximo ano.

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Pra quem começou o ano tão desacreditado, a temporada do Operário foi bem positiva e já conseguiu brigar em cima dentro do Regional. Depois de uma analise tão bem detalhada e esse tempo sem jogos para a preparação, tenho certeza que a temporada que vem será ainda melhor e até, quem sabe, disputar mais efetivamente um acesso.

A lamentar, claro, os erros individuais que custaram os pontos nos últimos jogos. Tem vezes que o erro é tão bobo que não acontece por acaso, ele sempre antecede o gol dos caras, assim como lances de expulsão gratuitos são mesmo revoltantes.

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Em 23/08/2020 em 18:36, Peepe disse:

Pra quem começou o ano tão desacreditado, a temporada do Operário foi bem positiva e já conseguiu brigar em cima dentro do Regional. Depois de uma analise tão bem detalhada e esse tempo sem jogos para a preparação, tenho certeza que a temporada que vem será ainda melhor e até, quem sabe, disputar mais efetivamente um acesso.

A lamentar, claro, os erros individuais que custaram os pontos nos últimos jogos. Tem vezes que o erro é tão bobo que não acontece por acaso, ele sempre antecede o gol dos caras, assim como lances de expulsão gratuitos são mesmo revoltantes.

Pois é, acho que essa temporada foi além das expectativas e a meta é daqui pra cima pra próxima. Acredito que com contratações certeiras, conseguiremos dar um passo a mais no regional.

Esses erros nos últimos jogos me quebraram a cara, especialmente o do jogo contra o Fluminense e a expulsão cedo, mas, salvo engano, não chegaram a mudar nosso destino diretamente.

 

Valeu pelo comentário, Peepe.

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02 de janeiro de 2020

Cheguei de Gramado hoje pela manhã, amanhã dou o primeiro treino do ano e no dia seguinte já começamos os amistosos para preparar a equipe. Lá em Gramado estava dando uma volta pela cidade e encontrei o Fumaça na praça tomando chimarrão. Sim, aquele Fumaça, que era o presidente do Brasil de Farroupilha, que me demitiu ao final do ano passado. Sem ressentimentos, fui conversar com ele. É bom encontrar velhos conhecidos... às vezes.

- E aí Fumaça, tudo bem? – Disse eu, quando vi ele sentado com a esposa no banco da praça.

- Fala André! Há quanto tempo! Aquele ali é o Edu? Nossa como ele tá grande. – Disse ele, olhando para o Edu, que brincava nos brinquedos da praça.

- É, o que um ano não faz na vida das crianças.

- Verdade. Então André, o que tu vem fazendo? Sabe que se eu pudesse eu realmente teria te mantido né?

- Sei, sei... mas até acho que aquilo foi para o melhor, sabe?

- É? Como assim?

- Bom, eu estava sem emprego e tava precisando me virar, então resolvi dar uma guinada na carreira e me tornei treinador.

- QUÊ?

- É isso mesmo, deixei a preparação física de lado e resolvi investir numa carreira de treinador. – Disse eu, esperando uma resposta de incentivo do meu antigo chefe.

- Ah, André... tu sabes que a carreira de treinador é muito instável, não? Por que se aventurar numa carreira que não tens experiência nenhuma? Falo pelo meu conhecimento como presidente de clube, a pressão da torcida é grande e às vezes quem acaba pagando a conta é o treinador. Sabe, é mais fácil demitir um, do que demitir 30. – Disse ele, enquanto eu pensava que se ele realmente achasse isso, eu ainda estaria no clube, mas sem ressentimentos. - Os preparadores têm uma carreira muito mais estável e garantida, não acho que comandar um time seja algo que deverias investir nesse momento na tua vida, pensa no Edu, precisas dar segurança pra ele. Vai querer mesmo ficar mudando de cidade no final de cada ano com uma criança de, que... oito, nove anos?

- Seis. – Respondi automaticamente, ainda perplexo pela resposta dele.

- Seis? Meu Deus, André! Olha, até foi bom te encontrar aqui. Estamos com uma vaga aberta na preparação para o ano que vem lá no Brasil. Quem sabe tu não voltas pra lá, será mais garantido para ti e para o Edu, consigo te garantir as mesmas condições de antes, que tal?

- Olha, Fumaça, eu estou bem no cargo que estou ocupando, tenho tido sucesso no clube, os torcedores me adoram, acabei de renovar meu contrato para o ano que vem e recebo muito mais do que recebia trabalhando no Brasil, não tem possibilidade nenhuma de eu voltar pra preparação. E digo mais, me surpreende muito a tua reação, realmente achei que, de todas as pessoas, pelo menos de ti eu receberia um tipo de suporte, mas vejo que não é esse o caso.

- Tô vendo apenas o que é melhor pra ti e pra tua família, André. Esse “sucesso” que tu mencionas é passageiro, logo mais vem a fase a ruim, e com a fase ruim vem a demissão e será difícil achar outro clube que vá apostar num treinador sem experiência.

- Não, não acho que seja isso, tu é com inveja que eu consegui me virar e sair por cima depois da rasteira que o clube me deu ano passado. – Olho pro relógio, sem sequer ver o horário. – Bom, de qualquer modo tenho que ir. Passar bem, Fumaça. Espero que reveja alguns dos teus conceitos. – Falei, saindo em direção ao Edu.

Realmente a conversa mexeu comigo, passei os últimos dias pensando no que o Fumaça me falou e se algo do que ele disse era verdade.

 

10 de janeiro de 2020

Hoje tivemos uma reunião de expectativas para a temporada, numa tentativa da Luciana de fazer o clube ser (ou parecer ser) mais profissional, e, rapaz, pegou fogo. Cheguei logo cedo ao estádio, como faço todos os dias, e fui aproveitar as horas antes da reunião para prosseguir nossas negociações de reforços, tudo dava a crer que além dos quatro já contratados, contaríamos com mais bons nomes para o início do campeonato, faltavam só finalizar alguns detalhes. Conversei, negociei (e Deus sabe quanto eu negociei), consegui bons negócios por jogadores que poderiam agregar bastante ao time e, com tudo encaminhado, parti para a reunião, que estava marcada para as 10:00.

Cheguei, percebendo logo de cara que teríamos até um projetor e apresentação em Power Point. Sentei na cadeira na diagonal à presidente, e, em pouco tempo, começou a reunião:

- Bom gente, todos sabem que essa reunião foi agendada para que a gente possa definir nossas metas para o ano que começa, além disso, precisamos alinhar nossos pensamentos para que possamos trabalhar de forma coesa em prol do clube. – Disse Luciana, parecendo ter visitado alguma espécie de coach durante a virada do ano. – Primeiro, aos números. Ingrid, por favor. – Completou, enquanto se sentava, esperando a responsável pelo financeiro.

- Ah, sim. – Disse a Ingrid, enquanto ainda tentava se acostumar com as novas formalidades do clube. – No ano passado apresentamos um déficit de cerca de R$ 600.000,00, tendo apenas R$ 200.000,00 em caixa, aproximadamente. – Falou, seguindo depois para detalhes sobre as receitas e despesas, etc., etc., etc.

- Muito obrigado, Ingrid, foi de grande ajuda. – Disse Luciana, se levantando novamente. – Agora que todos sabem como estão nossas finanças, temos algumas exigências para o decorrer do ano. – Algo em meu estômago começou a gelar quando ouvi isso. E estava certo. – Vamos precisar reduzir nossos custos, até que nosso novo estádio fique pronto, nós não vamos conseguir muito dinheiro de bilheteria nessa cidade de 20 mil habitantes, menos da metade da população de Mafra. Com isso, vamos ter que reduzir a folha salarial do elenco para R$ 145.000,00. – Meu medo se tornou realidade, não apenas a promessa do ano anterior foi descumprida, como teria menos dinheiro do que 2019, quando gastávamos cerca de R$ 170.000,00. Me levantei e pedi a palavra.

- Desculpa Luciana, acho que tem alguma coisa errada, há menos de três meses tu me prometeu que nosso orçamento seria de R$ 187.000,00, é impossível que tenha mudado a situação tão drasticamente de lá pra cá, pra cortar mais de 20% do orçamento. – Disse eu, tentando esconder minha raiva.

- Pois é, mas mudaram, o estádio vai consumir bastante esforço e não é como se a gente tivesse bastante dinheiro entrando mesmo.

- Isso é inaceitável! Como vamos jogar os campeonatos que temos pela frente com um orçamento menor que o ano passado? E os jogadores contratados e que só faltam assinar?

- As expectativas são o próximo tópico, senhor Bittencourt. – Disse o estagiário que controlava o projetor. Até estagiário tinha agora. Olhei pra ele, e pela minha cara ele entendeu que era para se calar.

- André, eu também gostaria de poder te dar um orçamento maior, mas não temos como, não podemos colocar o clube na pindaíba só pra subir de divisão, sempre fomos um clube que ficou nessa faixa de competições, a torcida está acostumada.

- E o que aconteceu com o “projeto” que tu tinhas pro clube?

- No momento o estádio é a nossa prioridade, desculpe, minha decisão é final, você terá que se virar com esse orçamento.

- Tu tá me deixando sem alternativas, não posso tolerar essa falta de ambição. – Disse eu, preparando uma cartada final.

- Já falei, não tenho como atender a tua demanda. Vai querer pedir a rescisão? Vá lá, mas não esqueça de pagar a sua multa rescisória. – Disse ela, prevendo meu movimento.

Fiquei pensativo por um momento, olhei para Ingrid e fiz um gesto de ombros para perguntar qual valor dessa multa. Ela tirou o celular do bolso, fez um cálculo rápido e cochichou no meu ouvido:

- É R$ 165.000,00 a multa, senhor.

- O orçamento está maravilhoso, vou cancelar todos os contatos e começar tudo do zero. – Disse eu, fazendo um sorriso irônico, enquanto sabia que não poderia arcar com a multa, nem pensar.

- Era o que eu pensava. – Disse Luciana. – Prosseguindo, como o Enzo já adiantou, nosso próximo tópico são as expectativas para a temporada. André.

- Quê? – Respondi, ainda perguntando como poderia ter que dar tanto dinheiro ao clube se resolvesse sair.

- As expectativas, quero ouvir a visão do treinador primeiro.

- Ah, vamos ser campeões estaduais e semifinal no brasileiro. – Respondi, displicente e sem a formalidade de me levantar pra falar, quase que jogado na cadeira.

- Sem brincadeiras, André, não temos o dia todo, as 11:00 eu tenho reunião com um possível investidor pro estádio.

- Não estou brincando, acredito na equipe que estou montando. - Apesar de tudo, ainda tinha alguns nomes que poderiam se encaixar no nosso orçamento.

- Vamos ser realistas, então, já que nosso treinador acha que está no Figueirense. Vamos terminar na parte superior da tabela no estadual, brigar para não cair no brasileiro e ganhar a Copa Santa Catarina, que tal?

- Vamos jogar a Copa esse ano?

- Claro. Você não leu o meu e-mail?

- Deve ter ido pra caixa de spam. Então tá, parte de cima no estadual, parte de baixo no nacional, mas sem cair, e ganhar uma Copa. Acho que consigo fazer. – Disse eu, ainda displicente.

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Expectativas do Operário de Mafra para 2020

- Perfeito. Ainda tínhamos mais algumas coisas pra fazer, mas não posso me atrasar, então vamos ter que terminar por aqui. – Disse ela, encerrando a reunião.

Saí da reunião em um misto de sentimentos, frustrado, irritado e desafiado. Mais irritado porque agora teria que renegociar os contratos já praticamente fechados. Quando me dirigia pra minha sala, me deparo com Calixto, meu auxiliar:

- E, aí, André? Como foi? Deu pra ouvir que vocês estavam discutindo.

- É, Calixto, esse ano não vai ser fácil.

- Por que?

- A Luciana me enganou, Calixto.

- Tá meio estranho isso aí, explica melhor.

- Me fez uma promessa e descumpriu. Ela me prometeu um orçamento maior pra esse ano, mas a verdade foi exatamente o contrário. Cortou o orçamento previsto em 20%.

- Mas e os jogadores que a gente acertou?

- Vamos cancelar tudo, vamos fechar só com os mais baratos e procurar outras alternativas no mercado, mas não temos muito tempo. Menos mal que teve uma debandada no final do ano passado que abriu um espaço na folha. – O desabafo prosseguiu até o horário do almoço. De tarde já comecei a estudar possibilidades pra contornar esse contratempo.

 

20 de janeiro de 2020

Nossa temporada começa daqui dois dias, estreamos justamente contra o Metropolitano, uma das equipes que nos derrotou no nacional ano passado. Não apenas isso, mas é a equipe do nosso grupo que chegou mais longe no nacional no último ano, chegando à semifinal. E logo na 3ª rodada, mais uma partida difícil, no nosso reencontro contra o Guarani de Palhoça. Essa eu tenho que ganhar, não posso quebrar a cara depois do último jogo ano passado.

Apesar de termos um início complicado, acredito que consegui montar uma boa equipe pra esse ano. Primeiro, Márcio Júnior saiu do clube, concluindo uma transferência fechada no último ano. Começamos 2020 apresentando dois jovens que vem integrar o sub-20.

Ah sim, esqueci registrar aqui, mas consegui convencer a “presida” a reativar as categorias de base do clube, ano passado alguns jovens vieram fazer teste aqui, mas a maioria dava até dó de ver, acabamos fechando contrato apenas com alguns deles, mas apenas dois haviam se destacado. O meia Antônio Manoel e o zagueiro Jean, talvez em alguns anos o clube possa fazer uso deles. Para acompanha-los no sub-20, como disse, contratamos dois jogadores: Allan e Lucas Freitas, o primeiro joga na ponta direita e o segundo como zagueiro. Lucas possivelmente ganhe algumas chances esse ano, pelo menos para compor o banco.

Para o time principal contratamos 11 jogadores, dos quais 5 chegam por empréstimo. Os torcedores não ficaram muito contentes com essa política. Claro que entendo o lado deles e também não gostaria de ter tantos jogadores de outros clubes aqui, mas se eles soubessem sobre o corte do orçamento e como foi difícil convencer jogadores de um nível aceitável a virem pro clube num salário miserável, entenderiam.

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Resumo de Transferências – Operário de Mafra – Começo de 2020

Contratamos um goleiro, Jean. Não enche os olhos, mas precisamos de mais alguém lá. Contratamos ainda dois zagueiros, Raphael e Rodolfo (poderiam formar uma bela dupla sertaneja, ainda mais se o Rodolfo fosse com “ph”), eles chegam para disputar posição. Acredito que tenhamos 4 jogadores em níveis similares na zaga, o que é bastante positivo. Contratamos ainda um lateral-esquerdo, apostando num jogador com experiência na elite do futebol brasileiro. Ávine chega para disputar posição com Diego, só tenho medo que ele seja uma substituição certa quando começar jogando, pareceu-me se cansar muito rápido nos treinos e sua velocidade também não encantou, mas pode passar uma experiência pro nosso jovem elenco. Para a lateral direita, conseguimos Léo Ribeiro por empréstimo junto ao Avaí. Confesso que estava muito difícil encontrar um jogador decente por um salário razoável, assim tive que recorrer ao clube da capital para ter um reserva sem precisar pagar seu salário. A posição de meia-central foi reforçada por dois jogadores: Arthur, que chega em definitivo, e Renzo, que chega por empréstimo junto ao Athlético-PR, o primeiro dos 3 emprestados do clube que foi rebaixado à série B ano passado. Renzo chega para ser titular absoluto, Arthur terá que buscar seu lugar no time. Para meia-atacante, 3 jogadores chegaram. Talvez tenha sido um exagero, mas precisávamos dar profundidade ao meio-campo e alguns até podem jogar mais recuados e/ou adiantados, se preciso. Em definitivo chegou Alexandre Alves, por empréstimo, chegaram Alexsander, do Athlético-PR e Netto, do Náutico, o último chega para assumir a titularidade e ser o nome das bolas paradas. Para as pontas apenas uma aquisição, o último por empréstimo junto ao Furacão, Demethryus, que pode jogar em todas as posições da frente. É um grande jogador, pena que o nome é difícil de pronunciar no meio do jogo. Já avisei que o chamarei de Dimitri daqui pra frente.

Assim, nosso time base terá uma pequena alteração tática, deixaremos de jogar com um volante e jogaremos com 2 meias centrais, um mais defensivo. Preparei o time para três cenários este ano: Jogo padrão, onde vamos fazer nosso jogo normalmente; Esquema defensivo, quando precisamos segurar o resultado ou jogaremos contra uma equipe mais forte; e um mais ofensivo, quando precisamos buscar um resultado a todo custo (esta tática ainda precisa de uma maior experimentação, pois não sei se a falta de meio-campistas não vai mais atrapalhar que ajudar).

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Tática Padrão para a temporada 2020

Com base no nosso elenco, o time que iniciará a temporada como titular será composto por Jean (Richard), Gustavo Dinardi, Alefe, Douglas, Diego, Renzo, Renan Paschoalino, Dimitri, Netto, Filipe Renan e Jadson.

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Elenco do Operário de Mafra para 2020

Apesar dos pesares, acho que estamos preparados, eu realmente achava que com as peças certas poderíamos ganhar o estadual e subir com facilidade no nacional. Agora já não tenho certeza, embora ainda esteja com um pouco de confiança que possamos terminar no G2.

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Clubes do Campeonato Catarinense Série B

 

22 de fevereiro de 2020

 

O primeiro turno do estadual correu basicamente como o planejado, os jogos mais difíceis realmente eram os primeiros e depois conseguimos engatar uma sequência boa no campeonato pra recuperar do mau começo.

Começamos a peleja contra o Metropolitano fora de casa. Busquei jogar com a estratégia mais defensiva, porém em dois gols de bola parada eles conseguiram uma boa vantagem. O primeiro foi numa falta que o goleiro espalma para o meio da área e o adversário completa e no outro uma falta no segundo pau que o adversário chega inteiro pra cabecear pro gol. Nosso gol saiu aos 45 do 1º tempo, em uma arrancada de Dimitri pela direita, cruzamento no 2º pau e Jadson empurrou pro gol. No 2º tempo eles tiveram um expulso aos 10 minutos, mas não conseguimos empatar. Conseguimos fazer um confronto equivalente, mas o resultado infelizmente não veio. 1x2 para eles. Entre os dois enfrentamentos mais complicados do início do campeonato pegamos o Barra em casa: Boa vitória por 4x2, mais uma vez a dupla Dimitri-Jadson funcionou e abrimos o placar. Porém, numa falha bisonha do nosso goleiro, eles empataram (chutaram uma bola cruzada em cima do Jean e ele aceitou). Conseguimos ainda mais três gols, e eles fizeram mais um em outra falha espantosa de Jean, uma falta cobrada no meio do gol. Começava a me preocupar com esta contratação. Uma contratação que não me preocupa é Jadson, em dois jogos fez 4 gols. Depois da atuação pavorosa de Jean nos últimos jogos, chá de banco pra ele. Não podia arriscar botá-lo pra jogar justamente contra o Guarani de Palhoça fora de casa. Além de retomar Richard no gol, retomei à tática defensiva, na tentativa de segurar o time da casa. Eles saíram na frente após perda de posse de Jadson no meio-campo (mas esse tem crédito). Se redimindo de seu erro, o matador pressiona o goleiro adversário, que vai dar um balão, acerta Jadson e a bola entra. Na sequência o Guarani volta à marcar e, aos 30 da segunda etapa, Jadson dá uma casquinha, a bola sobra e Felipe Renan empata para dar números definitivos à partida, 2x2. Destaque para Janílton, que nem deu as caras no gramado. Em casa contra o Próspera dominamos e abrimos 4x0, acabamos tendo um problema de displicência e o time deixou o adversário descontar, mas sem chegar perto de empatar. Final de jogo. 4x2 com tranquilidade.

Prosseguindo o campeonato, tivemos o jogo contra o Blumenau fora de casa. Um gol cedo definiu o 1x0 no placar. Um bom resultado considerando que rotacionei o time pois os reservas estavam precisando de ritmo de jogo. Numa inversão de papéis, Kaio Felipe, centroavante, caiu pela ponta e cruzou para Bruno, ponta, aparecer na área e fuzilar. O jogo serviu também de estreia do recém-contratado Tiago Couto, goleiro que vem pra corrigir nosso maior erro na janela de transferências. Na sequência, minha maior vitória na carreira até o momento. Pegamos o Juventus Jaraguá, em casa. No final do primeiro tempo o jogo já estava 5x0, conseguimos mais dois no segundo, placar final de 7x0. Dois hat-tricks na partida, um de Gllawcyo e o outro é óbvio, né? Jádson. Um macho-alfa, diria Rômulo Mendonça. Se o jogo contra o Juventus foi marcado pela minha maior vitória, o jogo seguinte contra o Hercílio Luz em casa marcou minha pior derrota. 1x4 para os visitantes, sem muita coisa que meu time conseguisse fazer, foi uma grande pressão deles, apesar de parecer ter sido um jogo parelho. Para nos recuperarmos do baque, nada melhor que pegar um dos piores times do campeonato. O grupo foi mordido pro jogo contra o Concórdia no 16 de abril e só no 1º tempo fizeram 7 gols. Ainda tinha espaço pra mais 2 no segundo tempo. Kaio Felipe parece que não quer deixar Jadson ficar confortável na titularidade e fez nada menos que 5 gols. Final, 9x0 e recorde pessoal batido. Me pergunto se algum dia conseguirei superar essa marca. Pra fechar o 1º turno, pegamos o Fluminense do Itaum, um dos times do nosso grupo que subiu à Série D ano passado. Apesar de considerá-los um adversário complicado, nada de retranca hoje. Fui jogar como jogamos normalmente e fomos premiados logo cedo. Aos 10 minutos de jogo, Jadson, sempre ele (é bom esse Jadson heinhô), aproveitando cochilo da defesa, interceptando um recuo pro goleiro, abriu o placar. Acreditei que o jogo se desenrolaria a nosso favor. Ledo engano. Apesar do nosso domínio no primeiro tempo, não conseguimos ampliar e no início do segundo tempo, num chute fora da área que desvia na zaga, eles empatam. Seguimos martelando no segundo tempo, mas nada do gol sair. 1x1 com gosto de derrota pra terminar um razoável, não mais que isso, 1º turno.

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Resultados 1º Turno da 1ª Fase – Campeonato Catarinense Série B 2020

Como disse, tivemos alguns tropeços, mas estamos praticamente dentro do script conforme as expectativas. O que me preocupa é que fizemos apenas 2 pontos contra times do Top-5. Do resto passamos o rodo.

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Classificação Final da 1º Fase – Campeonato Catarinense Série B 2020

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  • Vice-Presidente

Perder esses confrontos diretos pode ser a diferença entre subir ou não, apesar de estar cumprindo as expectativas da diretoria. Boa sorte no restante da campanha.

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Em 25/08/2020 em 18:43, Henrique M. disse:

Perder esses confrontos diretos pode ser a diferença entre subir ou não, apesar de estar cumprindo as expectativas da diretoria. Boa sorte no restante da campanha.

Pois é, o time não se saiu muito bem nesses confrontos, pior que eu só percebi quando estava escrevendo para postar aqui haha.

Valeu e valeu por acompanhar também.

 

 

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25 de abril de 2020

Finalizada a 1ª fase do Campeonato Catarinense, olha, quem diria hein?

O começo do returno foi contra o Metropolitano em casa. Precisávamos vencer esta partida por várias razões: para entrar na briga pela classificação, para afastar o fantasma do Metropolitano, já tendo perdido duas vezes para eles e para nos recuperar do gosto amargo do empate na última rodada. Porém, eu sabia que a melhor chance de ganhar, seria, primeiro, defendendo bem. Por isso, novamente fomos para defender em primeiro lugar. Levamos o jogo em banho-maria até metade do primeiro tempo, depois o time conseguiu acelerar jogadas e em mais uma jogada Dimitri-Jadson, mais um gol do camisa 23 (a 9 já era de Kaio Felipe). Ainda no primeiro tempo conseguimos ampliar. Tínhamos a faca e o queijo na mão para garantir a vitória no segundo tempo. Voltamos melhor, mas o goleiro deles fez grandes defesas. Aos 30 da segunda etapa, eles descontaram e começaram a fazer uma pressão para empatar. Conseguimos segurar e garantimos os 3 pontos. 2x1 ganhando do time com 100% de aproveitamento até então. O jogo contra o Barra, fora de casa, foi um jogo cheio de emoções e um placar que representa isso. Começamos o jogo com tudo e em menos de 25 minutos fizemos 4 gols e o jogo parecia garantido. Ainda no primeiro eles descontaram, mas até aí não ofereciam muito perigo, aos 2 da segunda etapa fazem o segundo e aos 15 do segundo tempo, o terceiro. Aí, confesso, me preocupei. Parece que depois do 3º gol nosso time acordou e não tivemos mais sustos até o final, inclusive conseguimos ampliar e fechar o marcador por 5x3. Na sequência, mais um enfrentamento contra o Guarani de Palhoça, sabendo que eles vinham com 3 atacantes, montei o time no nosso 4-1-4-1 com pontas avançados, nossa tática mais defensiva. O jogo foi um jogo bem insosso durante grande parte do tempo, mas aos 38 do segundo a estrela de Dimitri brilhou e ele marcou o primeiro gol dele na partida. Ao final, ainda teve tempo de anotar outro. 2x0 e um começo muito bom no 2º turno. Agora estamos apenas a 2 pontos da zona de classificação. Depois, enfrentamos a Juventus de Jaraguá, fora de casa. Jogamos com muita tranquilidade depois dos bons resultados nos últimos jogos e isso transpareceu no time. 5x0 ao natural, sem sustos e preservando alguns jogadores. O 5º jogo do returno foi contra o Próspera, também fora de casa. Fizemos uma pressão enorme no 1º tempo, conseguimos fazer 2 gols, poderíamos ter feito mais. Demos uma vacilada em um contra-ataque, mas arretamos o placar no final. 3x1 e a 5ª vitória seguida.

A nossa 6ª vitória seguida veio com uma pitada de sorte. Pegamos o Blumenau, em casa, e logo aos 8 minutos de jogo, abrimos o placar com um gol contra do adversário. Bate-rebate na área no escanteio e a bola bate no zagueiro e calmamente entra no canto do goleiro. Até poderíamos ter ampliado, mas só esse gol bastou para os 3 pontos. 1x0 a mais na conta. E o melhor de tudo, assumimos a 2ª posição. Depois de assumir a vice colocação do campeonato, voltaríamos a enfrentar o time que nos aplicou 1x4 no turno, o Hercílio Luz, desta vez fora de casa. Não gosto de me vitimizar, mas o placar não condiz com a partida. Um atropelo, do início ao fim. Em uma vacilada da zaga no início do jogo cometemos um pênalti que foi convertido. Chutamos, criamos, fizemos de tudo que era possível e imaginável pra marcar, mas nada feito. Quando tudo parecia perdido, aos 46 do segundo tempo, o lateral Gustavo Dinardi aparece na entrada da área pra soltar uma bomba e igualar. Se o empate ficou injusto, pelo menos não foi tão injusto quanto seria uma derrota. 1x1 que quebrou uma sequência de vitórias. Mantivemos a 2ª posição, porém o Guarani de Palhoça chegou perto. Contra o Concórdia, fora de casa, fizemos um jogo tranquilo, sereno, na paz... 5x0 pra fechar 14 gols contra o lanterna do campeonato. Mantivemos nossa diferença contra o 3º e o 4º colocados e agora decidiremos nosso destino enfrentando um time que em duas partidas até hoje não conseguimos vencer. Este ano acredito que tenhamos um time em nível de igualdade com o Fluminense do Itaum ou, quem sabe, até ligeiramente mais forte. E isso se refletiu em campo, fomos melhores e ganhamos por 3x0 justamente, placar consolidado no 1º tempo.

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Resultados 2º Turno da 1ª Fase – Campeonato Catarinense Série B 2020

Finalizada a 1ª fase, terminamos na 2ª posição e garantimos a vaga para a final contra o Metropolitano e, melhor de tudo, subimos de divisão. Os torcedores estão nos chamando de Meteoro de Mafra, não tenho certeza se a física concordaria com essa afirmação, mas não vou reclamar.

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Classificação Final da 1º Fase – Campeonato Catarinense Série B 2020

Nossa parte está feita, mas queremos o título. Caso as finais tivessem sido os jogos da fase de grupos, o campeão teria sido decidido nos pênaltis. Ou seja, o jogo é jogado.

 

03 de maio de 2020

Hoje temos o primeiro jogo da final e ele começou antes da bola rolar. Eu e Marcelo Mabília, treinador do Metropolitano, trocamos farpas na imprensa. Novamente o treinador de uma equipe adversário reclama do nosso gramado. E como eu não sou de deixar essas coisas pra lá, fui lá e respondi a mesma coisa que respondi pro técnico do Panambi ano passado: Se o gramado é ruim, é ruim pros dois. Após isso, o Mabília voltou a fazer os joguinhos dele e disse que sabia me vencer. Ora, vê se pode... só jogamos três vezes até hoje, e não é como se ele tivesse ganhado todas. Vamos ver quem leva a melhor no jogo então.

 

04 de maio de 2020

Precisei dar a noite para tentar esfriar a cabeça. Desastre, não tem outra palavra. Parece que o time sentiu a pressão de decidir um título e jogou muito mal. Talvez a pior partida sob o meu comando. O que nos quebrou foi perder um jogador com 15 minutos, quando Léo Ribeiro deu um carrinho no adversário. Logo em seguida, eles abriram o placar. No minuto seguinte, outro carrinho esdrúxulo e desta vez Renan Paschoalino foi pra rua. Sem dois jogadores em campo, ficou muito complicado fazer qualquer coisa, tive que colocar o time pra jogar num 4-3-1. Ao final do primeiro tempo, pênalti pro Metropolitano e 2x0 no placar. Chamei a atenção do time no intervalo e pedi pra eles não perderem a concentração. As instruções parecem ter funcionado e aos 2 minutos Jadson diminui o marcador. 4 minutos depois, pênalti a nosso favor. O artilheiro, craque do time na temporada, com 15 gols no campeonato parte para a cobrança... e o goleiro pega. O pênalti desperdiçado desmotivou o time e vendo a fisionomia dos jogadores, vi que as esperanças começaram a se esvair. Logo em seguida levamos o 3º e não muito tempo depois o 4º. O Metropolitano ainda teve chances de aumentar, mas para minha sorte, falharam. Uma derrota dolorosa por 1x4 e o título escapando de nossas mãos. Vamos precisar ir pra cima no jogo de volta em casa.

 

10 de maio de 2020

É...

Jogamos em casa precisando reverter o resultado adverso da primeira partida, assim fui pra partida tentando um tudo-ou-nada, fomos pra cima, pressionamos no início, mas nada de abrir o placar. O goleiro do Metropolitano fez uma grande partida. Na metade do 1º tempo, quando éramos completamente superiores ele fez uma série de defesas impressionantes. Se abríssemos o placar ali, poderíamos aproveitar o momento e ampliar. Mas "se" não entra em campo e a verdade foi que, mesmo que a vitória viesse, não fizemos por merecer uma vitória por 3 gols e o empate em 0x0, que selou o título do Metropolitano, foi razoavelmente justo ao que se viu em campo.

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Resultados – Finais do Campeonato Catarinense Série B 2020

Com uma derrota e um empate na final, se não ganhamos o título, ao menos a promoção estava garantida.

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Operário sobe de divisão no Campeonato Catarinense

Apesar do acesso à primeira divisão do Estadual, resta um pouco de decepção por chegar tão longe e morrer na praia, praticamente sem chances. Destaque para Jadson, claro, que foi o artilheiro da competição. Não temos muito tempo para lamentações porque a estreia na Série Regional é daqui três dias.

 

11 de maio de 2020

Hoje foi dia de análise do elenco e dos adversários na Série Regional, acredito bastante que podemos conseguir a classificação não só para a fase seguinte, mas como ganhar a primeira eliminatória e conseguir o acesso à Série D. o time vem jogando muito bem, com exceção ao jogo de ida da final e ao jogo contra o Hercílio Luz no primeiro turno, conseguimos grandes resultados, que nos credenciam a um dos favoritos do grupo, afinal, boa parte dos adversários enfrentamos no catarinense e aqueles que tivemos mais dificuldades integram a Série D, ou seja, não os enfrentaremos agora.

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Brasileirão Série Regional 2020 – Grupo O

Estamos cotados como a 17ª força do campeonato, melhor que ano passado, onde éramos a 49ª. Nossos rivais no grupo tem as seguintes posições esperadas, seguidos pela campanha nos estaduais:

Guarani de Palhoça - 9º

FC Cascavel - 15º (D)

Operário de Mafra - 17º

Rio Branco - 41º (D)

Passo Fundo - 44º (D)

Prudentópolis - 48º (D)

Almirante - 57º

União Beltrão - 99º

Batel - 102º (P)

Iraty - 118º

Barra - 145º

Panambi - 157º

Concórdia - 158º

Cascavel - 162º (P)

Independente São-Joeense - 204º

Francisco Beltrão – 220º (P)

A imprensa nos coloca a frente de 3 times que caíram da Série D, o que é um bom sinal e acredito que tenhamos até mais força que o Guarani de Palhoça, afinal, subimos de divisão no estadual e eles não. No quesito salários, vi uma reportagem que nosso custo anual é o 76º maior da divisão e a alguma distância dos maiores do nosso grupo. Eu venho falando desde o início do ano que nosso custo com salário poderia contemplar um valor maior. Mostrei o ranking pra Luciana e ela me disse que confiava nas minhas capacidades. Que respostinha!

Apesar disso, acredito que consegui montar um grupo equilibrado, que consegui rodar bastante no estadual sem perder rendimento. Só tivemos a contratação de Tiago Couto durante o estadual e, com isso, emprestamos João Pedro, outro goleiro, para ganhar experiência.

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Transferências durante o Estadual 2020 – Operário de Mafra

No elenco, o destaque óbvio é Jadson, mas Kaio Felipe merece menção honrosa também que, em oito partidas, fez quase a mesma quantidade de gols que no ano anterior inteiro. A briga tá bonita. Dimitri e Gllawcyo também se destacaram com 6 assistências cada e na defesa, Raphael jogou pouco, mas jogou bem e lidera o time nas notas da imprensa. 4 assistências baseadas em chutões lançamentos para o ataque e desvios na nossa nova jogada de escanteio, garantiram um bom começo pro grandalhão. As decepções ficam por conta de Netto e Renzo. Netto não fez muito, contribuindo diretamente apenas para 4 gols na função de meia-atacante e vê Alexsander e Alexandre correndo pela vaga no time. Renzo é o nosso jogador mais valorizado, mas não vem apresentando grande rendimento, embora seja notável que os quatro principais jogadores para a função não foram bem (Renzo, Renan, Léo Taivã e Arthur). Luan Brás, antigo titular, estava incomodando que queria jogar num clube maior, o coloquei pra treinar com o time de juniores pra ver se aprende a ser mais humilde.

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Estatísticas Operário de Mafra – Campeonato Catarinense Série B 2020

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15 de julho de 2020

Mas tchê, como o tempo passa e a gente nem nota. Quando eu vejo, já faz dois meses que esse diário está guardado, e nem me lembro mais como me expressar aqui. Minha relação com a presidente ainda está distante após o conflito naquela reunião no início do ano, começo a ponderar se me será ofertada uma renovação esse ano (e, olha, esse ano acho que mereço ainda mais que no passado), mas também não sei se será bom ficar aqui por muito tempo. Claro, estou numa zona de conforto, o salário é bom, para a média do trabalhador brasileiro, mas com o que tem se passado fora de campo, talvez no final do ano seja a hora de procurar novos desafios e novos ares. E tenho que pensar no Edu também, será que uma nova mudança de cidade será boa para ele? É, não posso pensar só nas minhas aspirações pessoais, é uma decisão complexa de se tomar, mas acho que essa reflexão fica para um momento futuro, quando for hora de pensar sobre o assunto.

***

Edu, que já estava há horas lendo o diário de seu pai, notou que o sol já havia se posto e que sua barriga implorava por algum alimento. Deixando o diário de lado, Edu se arrumou e resolveu ligar para sua tia Marina, pra ver se descolava uma janta.

- Oi Edu! À que devo a honra de atender sua ligação? – Atendeu a senhora do outro lado da linha.

- Oi tia, então... eu queria saber se eu poderia passar aí daqui a pouco. Queria conversar um pouco com a senhora.

- Claro, claro, pode vir.

- Tá bem, daqui a pouquinho tô aí.

Alguns minutos depois, Edu já estava tocando na campainha da casa da senhorinha. O convite para a janta veio pouco depois, quando Edu já começava a se preocupar se não teria que pedir uma entrega quando retornasse ao hotel. Eles conversaram um pouco sobre amenidades, Marina contou à Edu pela 10ª a mesma história sobre quando ele era pequeno e seu pânico ao achar que tinha abandonado em Torres com ela quando o pai foi fazer uma entrevista de emprego em Santa Catarina.

- Tu demorou algumas horas pra se acalmar, foi tão bonitinho. – Disse ela, com um sorriso no rosto. – Mas enfim, tu disse ao telefone que queria conversar, tinha alguma coisa em especial ou só estava precisando de companhia?

- Sim, sim, tinha algo que eu queria te perguntar... sobre essa época de Torres, mais ou menos.

- Claro.

- Então... – Falou Edu, com uma leve pausa de quem não sabe exatamente como começar uma pergunta. – Como foi aquela época... logo depois de Torres, digo, pro... – Mais uma pausa. – pro pai?

- Ah, sim, me lembro bem dessa época, foi um período difícil. Quero dizer, ele nunca foi uma pessoa de ter muitas relações, não é mesmo?

- A senhora acha? Pra mim ele sempre pareceu bem sociável.

- Quantos amigos de verdade do seu pai você conheceu?

- É... tem o... – Edu ficou pensativo tentando lembrar de algum.

- Pois é, ele nunca teve grandes relações, desde criança. Acho que dá pra dizer que a Carolina foi a primeira pessoa com quem ele realmente teve uma relação de verdade, íntima, sabe?

- Aham.

- Ele sempre teve dificuldades para criar um verdadeiro laço com as pessoas e tinha na Carolina a principal figura disso, seu único laço. Você não deve se lembrar, mas eles se davam muito bem. Quando ela se foi, é como se parte dele tivesse ido junto. Ele ficou mais fechado do que era antes dela e demorou muito tempo para ele conseguir ter uma nova relação íntima com alguém, mesmo que fosse de amizade. Nem comigo, nem com a sua avó ele conseguia se abrir. Nem contigo também, eu acho. O fato de ele não ser muito desenvolto perto de crianças também ajudava nesse sentido. Nosso pai deve ter tido influência nisso, mas isso é história pra outro dia.

- Às vezes me parecia que ele nem tentava criar esse laço.

- Ah, ele tentava. Ele me ligou diversas vezes pra saber como poderia lidar contigo, como melhorar a relação de vocês. – Após isso, Edu ficou reflexivo por um momento e Marina completou – Olha Edu, sei que vocês não tinham a melhor das relações, mas acredite que ele sempre pensou no teu bem antes do dele. Tu não deve se lembrar, mas quando tu era criança, quando vocês moravam naquela cidadezinha em Santa Catarina, como era o nome mesmo? Itapio... não, Itua... também não.

- Itaiópolis, tia.

- Isso. Enfim, quando vocês moravam lá ele tava em dúvida se continuava naquele time, parece que ele não estava se dando muito bem com a presidente (olha o problema de relações dele que eu te falei) e achava que poderia subir de nível na carreira, pelo que me lembro dele me falar ao telefone. E, antes de tomar a decisão, ele te perguntou como as coisas iam na escola, se tu tava gostando da cidade.

- Lembro vagamente disso. Nem me lembro mais o que eu respondi.

- Pois é, mas a tua resposta foi crucial para a decisão dele.

- Por que ele nunca mais tocou nesse assunto?

- Quem sabe ele achou uma má decisão pra carreira dele. – Disse ela, rindo. – Ou, quem sabe, ele nunca se achou no direito de questionar isso.

- Entendo, sabe... encontrei um velho diário dele e venho lendo nos últimos dias e isso que me fez ter essa curiosidade sobre essa época. – Comentou Edu, um tanto cabisbaixo, mas sem conseguir identificar de onde vinha esse sentimento.

- UM DIÁRIO? SEU PAI? – Gritou Marina, enquanto a água que ela tomava no momento se derramava pela boca e pescoço.

- Deixa eu pegar um lenço. – Disse Edu, constrangido, se levantando em busca de um lenço ou um guardanapo. – Mas sim, um diário, ele começou a escrever quando a mãe faleceu.

- Essa eu não imaginava, você conhece uma pessoa a vida toda e, mesmo depois que ela se vai, ela ainda pode te surpreender. Obrigada. – Agradeceu Marina quando Edu lhe alcançou um lenço.

- Mas e o que diz nesse diário?

- Ainda estou no começ... – Começava a dizer Edu quando a campainha tocou.

- Ah, deve ser o Luís, faz tempo que vocês não se veem né? Outro dia você me conta sobre esse diário. Atende a porta ali, por favor. Vou terminar a janta.

Depois uma agradável sopa de capeleti e uma atualização com o primo Luís, Edu voltou para o hotel se sentindo um tanto mais leve, mas curioso. Ele não se lembrava de ter sido decisivo na decisão do pai em permanecer em Itaiópolis e, visto o último registro do diário, ele deve estar próximo de descobrir. Mas isso ficava para outro dia, pois o sono chegou forte demais pra saciar qualquer curiosidade.

Na manhã seguinte, Edu tinha algumas pendências para resolver na rua e agradecia que a chuva tinha parado durante a madrugada. Entre uma ida à imobiliária aqui, uma ida ao cartório ali, Edu conseguiu tirar um tempo para se sentar na praça e aproveitar um pouco da vida do interior. Já morava em São Paulo há muitos anos e uma praça vazia não é algo que se encontra todos os dias. Depois de procurar um pouquinho, Edu finalmente achou um banco seco, sentou-se e tirou o diário do pai da pasta.

Ainda tenho um tempo antes de ter que voltar, acho que dá pra dar uma ‘lidinha’.”, pensou Edu.

***

Continuação de 15 de julho de 2020

Voltando ao futebol... dez rodadas já se passaram no campeonato nacional e o time está voando. Esse ano não tenho dúvidas que chegaremos nas eliminatórias e, com um pouquinho de sorte, nos vejo subindo para a Série D de 2021. Começamos nossa campanha contra o Francisco Beltrão, em casa, um dos times que não enfrentamos ano passado. A imprensa já previa que o time seria forte candidato à saco de pancadas do grupo e, pelo menos contra nós, isso se confirmou. Mesmo que tenha precisado descansar alguns jogadores por conta da final no meio de semana, não tomamos conhecimento do adversário. Com um gol relâmpago de Bruno, num rebote, abrimos o placar aos dois minutos e já tínhamos o jogo praticamente resolvido com 25 minutos, mas decidi que o time não iria tirara o pé porque vimos ano passado como é importante ter saldo. Resultado: um fácil 7x0 na estreia e liderança na primeira rodada.

Antes do jogo contra o Guarani anunciamos mais um reforço, Jeremias, já prevendo duas saídas iminentes que aconteceriam e acabaram se confirmando, o que abriu espaço na folha salarial: Luan Brás, o indigno, deixou o clube de mal comigo e Jean, o desastre, goleiro que levou frangos nos primeiros jogos do ano e nunca mais jogou. Fato curioso sobre essa venda: Estava eu, bem tranquilo e sereno na minha sala, feliz por ter aparecido um interessado no goleiro: uma proposta para levar ele sem pagar nada ao clube já era considerada uma vitória. Puxinha (sim, Puxinha), o diretor de futebol jovem, vem me falar:

- Opa, André, tem um tempinho?

- Claro, entra aí. – Convidei ele pra entrar e fiz um gesto apontando para ele se sentar na cadeira à minha frente. – Que que manda?

- Que?

- Em que posso te ajudar?

- Ah, só queria te avisar que recebemos uma oferta pelo Jean, sem compensação pro clube, porém. Não sei o que tu acha disso, a Luciana disse que tu que tomaria essas decisões.

- Proposta pelo Jean? Pode aceitar, temos que nos livrar dessa naba.

- Tem certeza? Não vai entrar nada nos cofres do clube.

- Absoluta, pode ligar pro clube interessado e dizer que eles podem falar com o jogador.

- Tá ok. – Disse ele, saindo um tanto surpreso da situação.

Eu deveria ter notado que tava muito estranho o diretor de futebol jovem me passar essa informação, mas quem sabe ele poderia ter contato em algum clube e aí falaram direto com ele. Bom, passados uns dias, recebo uma ligação de um tal de Thallyson Júnior, treinador de um time chamado Bolamense. Não me pergunte de onde é esse time que eu não faço ideia.

- Alô? – Atendo a ligação transferida.

- Alô, boa tarde André, meu nome é Thallyson, sou treinador do Bolamense, estou te ligando para agradecer pela rápida negociação do Jean.

- Não, capaz... nós colocamos ele à disposição exatamente para isso.

- Perfeito. E, me diz uma coisa... ele prefere jogar pela esquerda ou pela direita?

- Como? – Fiquei eu me perguntando porque um goleiro jogaria por algum dos lados.

- Sim, na dupla de zaga, ele prefere à direita ou à esquerda.

- Zaga?

- Isso, ele é um grande prospecto, só 17 anos e com um bom potencial, vamos contratá-lo de qualquer jeito, mas queria saber se vou ter que treiná-lo para jogar em algum lado.

Nesse momento eu entendi o que estava acontecendo, porque o diretor de futebol jovem veio falar comigo, porque ele achou estranho aceitarmos a proposta. Era o outro Jean! O guri do sub-20, tinha esquecido completamente dele.

- André? Tá aí? – Falou Thallyson enquanto eu digeria a besteira que tinha feito.

- É... sim, olha Thallyson, eu vou ter que desligar aqui, a presidente mandou me chamar – Inventei. – Outra hora a gente se fala. Tchau. – E desliguei o telefone. Fui direto falar com o Puxinha:

- Porra, Puxinha, porque não me avisou que era o Jean do sub-20?

- De que outro Jean eu estaria falando?

- Do mão de alface.

- Eu sou responsável pelo sub-20, por que me passariam propostas de alguém do time profissional, André?

- Não sei... da próxima vez me avisa de quem estamos falando. E já que a cagada foi sua, liga lá pro Bolamense e diz que o acordo foi cancelado, inventa uma história, diz que a presidente apadrinhou o guri, sei lá. – Falei, sabendo que, no fundo, quem tinha feito besteira tinha sido eu.

- Tá bem, tá bem, não vai se repetir. 

Spoiler

Nota: In-game o que aconteceu foi mais ou menos isso. Eu tava querendo vender o goleiro Jean, pra livrar a folha salarial. Recebi umas propostas por “Jean” e aceitei todas. Quando eu, sem querer, fui no centro de transferências, vi que na verdade uma delas era sobre o garoto do time sub-20. Eu não coloquei apelido neles e não aparecem os sobrenomes deles nas telas do jogo. Assim, tive que esperar a confirmação da transferência pra cancelar ela. Fica o aviso: se vocês tem dois jogadores com o mesmo nome, mesmo que em elencos distintos, deem apelidos pra não vender por engano hahaha

 Seguindo após o devaneio. A segunda partida já era contra o Guarani de Palhoça, na casa deles. Durante o aquecimento do time, eu estava ajudando o nosso preparador, quando Janílton vem falar comigo:

- Então, André, preparado pra perder de novo?

- Que perder de novo o que? Até onde eu me lembre, nós ganhamos o último jogo.

- Uma tacada de sorte, não vai se repetir. Já fez as contas de quanto vai precisar pra não cair?

- Tu bebeu ou fumou alguma coisa? Nós fomos promovidos no catarinense.

- E levaram um vareio na final, lamentável.

- Pelo menos nós estávamos na final. Diferente de outros clubes que quando parece que vai, não vai.

- Ninguém liga pro estadual, o importante é esse campeonato agora, e nesse nós vamos subir e tu vai ficar nessa divisão, que é o teu lugar.

- Tá bom, então. Vem falar comigo depois do campeonato então. – Disse eu, saindo para ele não ter o prazer de me ver perder a paciência.

Dessa vez resolvi não ser tão efusivo na palestra, dado o que aconteceu no último ano. O jogo começou conosco melhor na partida, mas sem marcar. O Guarani entrou no jogo próximo aos 15 minutos e começou a criar cada vez mais chances. Vendo que o foco deles estava sobre nosso lateral direito, mudei as instruções para ele, pedi para ele defender mais e recuei Renzo, o meia-central mais defensivo, deslocando ele pro lado esquerdo para cobrir as subidas do nosso lateral-esquerdo. Funcionou e o Guarani não chegou mais na primeira etapa. No intervalo encorajei os rapazes e com 5 minutos da 2ª etapa já tínhamos feito dois gols de bola parada (o 1º num rebote de uma falta frontal que bateu na barreira e o 2º num escanteio no 1º poste). O Guarani apresentou pouco futebol no resto do 2º tempo, descontando aos 45 com Klinsmann Henrique, ao mesmo tempo em que uma placa de 5 minutos de acréscimo subia e eu não sabia se gritava com meu time por conta do gol no contra-ataque ou com o juiz por conta do tempo de acréscimo. Resolvi gritar com o juiz, dizendo que ele estava louco com esse tempo, nem estávamos fazendo cera. Por conta do gol, os acréscimos foram um sufoco, com eles em cima. Aos 50 minutos, chute no canto e Tiago Couto faz grande defesa, mandando a bola para escanteio, o goleiro deles ameaça ir para a área, mas o juiz ameaçou apitar se demorassem pra cobrar, o cobrador partiu para a bola... e a defesa afastou. Foi no sufoco, mas foi. 2x1 fora de casa contra um adversário direto.

A sequência era contra times teoricamente mais fracos. Contra o Independente São-Joeense, em casa, correu mais ou menos como se esperava, foi um jogo tranquilo que terminou com vitória por 2x0, embora tenhamos criamos o suficiente pra fazer pelo menos mais 2. Contra o Iraty, fora de casa, tivemos dois gols oriundos de cobranças de laterais em menos de 10 minutos de jogo. Pena que no primeiro jogo como titular de Dimitri após a lesão, ele se lesionou de novo. Placar final: 3x1. Contra o União Beltrão, fora de casa, nem tomamos conhecimento do adversário. Num jogo com gol de cobrança de lateral, de falta indireta e de pênalti, só faltou um de escanteio pra fechar a conta. 4x0 e o 1º terço do campeonato passou com bastante tranquilidade e 100% de aproveitamento.

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Classificação 5ª Rodada – Campeonato Brasileiro Série Regional 2020 – Grupo O

O segundo terço do campeonato começou com a partida contra o Panambi, em casa. Foi mais um jogo em que a bola parada foi decisiva. Os dois gols de falta indireta e o outro após cobrança de escanteio, mostram que se eu tivesse prestado mais atenção a isso no último ano, quem sabe poderíamos ter feito aqueles 5 pontos que faltaram. 3x0 foi o placar final, novamente sem grandes sustos. Na sequência, minha primeira experiência no RS como treinador. Fomos à Passo Fundo enfrentar o time de mesmo nome. Nosso primeiro gol saiu mais uma vez após cobrança de lateral. Jadson dominou, atraiu um marcador para a ponta e cruzou para Renan sozinho na área. Detalhe que após Jadson pegar a bola, a defesa adversária simplesmente parou e permitiu a infiltração do meia. Melhor pra nós. O segundo saiu de uma jogada em que Douglas, nosso zagueiro pela direita, tentou afastar e mandar a bola pela linha de lado. Diego, o lateral-esquerdo correu mais que cavalo desencilhado e conseguiu salvar em cima da linha, ele passou para Filipe Renan que, por elevação, achou Jadson atrás da zaga para dar números finais. 2x0. Contra o Prudentópolis, em casa, dizer que o jogo foi tranquilo e sem problemas já tá virando batido, mas nossa fase está tão boa que não há outra maneira de descrever, de mesmo modo que nossas jogadas de bola parada, mais uma vez o gol que abre o marcador sai de uma cobrança de lateral. 3x0 pra manter os 100%. Para a nona rodada, fomos ao Paraná enfrentar o Rio Branco. E dá pra se dizer que quem com bola parada fere, com bola parada será ferido. Foi isso que esse jogo mostrou. Se eu estava falando que as coisas estavam fáceis e que nossa bola parada estava funcionando, bem este jogo veio pra provar o contrário, foi de longe o jogo que mais sofremos na defesa e a bola parada que era o nosso forte, veio para nos assombrar, conosco levando dois gols em cobranças de falta indireta. Sem conseguir uma reação o time caiu depois do 2x1 para perder os 100% de aproveitamento e a invencibilidade. Pra fechar o 2º terço do campeonato, confronto com o vice-líder, Almirante Barroso, em casa. E fomos ao jogo para não deixar o resultado da última rodada influenciar. Fizemos um gol logo cedo, mas na sequência sofremos o empate. Após um pouco de insistência, conseguimos desempatar e ampliar ainda no primeiro tempo. O jogo então se moldou às nossas características, o adversário ficou confuso e pouco chegou, nós ainda fizemos mais dois gols no segundo tempo pra vencer bem um adversário direto. 5x1 na conta e classificação encaminhada.

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Resultados – 10 primeiras rodadas Brasileirão Série Regional 2020

Durante esse caminho, agregamos a contratação do Jeremias e nos desfizemos do Luan Brás e do Jean (acho que já comentei isso) e Lucas Freitas tava reclamando que tava jogando pouco, foi por empréstimo para o Verê.

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Transferências durante o período – Operário de Mafra - 2020

Terminamos as 10 primeiras rodadas com a liderança isolada do grupo, melhor ataque, melhor defesa e 6 pontos para o 5º colocado. Para efeito de comparação, nessa rodada em 2019 tínhamos 22 pontos e estávamos em 5º. No final, terminamos ano passado com 29 pontos e o último classificado com 33. Ou seja, mais 5 pontos garantimos a classificação, se as coisas correrem como em 2019

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Classificação 10ª Rodada – Campeonato Brasileiro Série Regional 2020 – Grupo O

A gordura acumulada até aqui foi muito boa e nos dá tranquilidade pra esse final, porque agora vai começar a Copa Santa Catarina e teremos jogos quarta e domingo a partir de semana que vem.

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Excelente temporada até aqui, um atropelo no Regional e o acesso no Catarinense. Aparentemente o time encaixou mesmo e evoluiu bem rápido. 

Sei que a proposta é um save carreira, mas eu espero que permaneça mais um pouco no Operário, por mais que possa alcançar mais saindo, o time ainda está numa ascendente e fico curioso em ver o que vai arrumar numa primeira divisão estadual tão disputada quanto a do Catarinense.

Quanto a confusão dos Jeans, quem nunca, não é mesmo? Eu costumo ficar atento a cara do jogador e as informações que vem ao lado, justamente para evitar esse problema, mas as vezes jogando rápido, com pressa, isso acaba acontecendo. Que bom que o jogador não reclamou do negocio ter sido cancelado em cima da hora.

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Esse save tem sido bem bacana pra se acompanhar, tanto a parte ficcional quanto a parte "FM" estão muito bem sincronizados e tudo isso torna a leitura muito prazerosa, parabéns!

E alguém anotou a placa do Operário? Tá passando o caminhão legal. Não vejo hipótese alguma de não classificação.

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9 horas atrás, Peepe disse:

Excelente temporada até aqui, um atropelo no Regional e o acesso no Catarinense. Aparentemente o time encaixou mesmo e evoluiu bem rápido. 

Sei que a proposta é um save carreira, mas eu espero que permaneça mais um pouco no Operário, por mais que possa alcançar mais saindo, o time ainda está numa ascendente e fico curioso em ver o que vai arrumar numa primeira divisão estadual tão disputada quanto a do Catarinense.

Quanto a confusão dos Jeans, quem nunca, não é mesmo? Eu costumo ficar atento a cara do jogador e as informações que vem ao lado, justamente para evitar esse problema, mas as vezes jogando rápido, com pressa, isso acaba acontecendo. Que bom que o jogador não reclamou do negocio ter sido cancelado em cima da hora.

E aí, Peepe.

Realmente o time tá jogando bem, vamos esperar que mantenha no final, agora o calendário aperta e saberemos o valor do grupo de jogadores.

Quanto a sair ou não do Operário, é algo que estou ponderando (como retratado na história), mas pode ter certeza que a ideia não é sair pra um time superior, numa Série C, ou até B. A ideia é seguir um fluxo natural quando for a hora de sair e não tenho a intenção de pular divisões, o que significa que a ideia é, se sair, manter num time mais ou menos no mesmo nível que deixei o anterior, brigando pelas mesmas coisas, por exemplo.

Pois essa questão da confusão dos jogadores, acontece que não sei se não apareceu a imagem do jogador ou apareceu e por ser newgen eu confundi com o cara do staff que geralmente traz relatórios e tal. Felizmente ele não deu um pio sobre o assunto, é um dos mais promissores da base (talvez o único hahaha).

Valeu por comentar!

9 horas atrás, marciof89 disse:

Esse save tem sido bem bacana pra se acompanhar, tanto a parte ficcional quanto a parte "FM" estão muito bem sincronizados e tudo isso torna a leitura muito prazerosa, parabéns!

E alguém anotou a placa do Operário? Tá passando o caminhão legal. Não vejo hipótese alguma de não classificação.

E aí, Márcio.

Pô, obrigado pelo feedback, é uma preocupação que tenho na hora de montar a história em não pesar demais a mão com muita ficção e pouco jogo (porque o fórum é sobre o FM, afinal de contas) e não deixar muito jogo pra pouca história (pq a proposta é uma história ficcional). Fico feliz em saber que estou acertando.

O time tá indo muito bem até agora, não imaginei que iria tão bem esse ano. Eu acredito que mais uns 7 ou 8 pontos são suficientes pra classificar e, olhando pra tabela, só falta um adversário do top-5, então acho que a classificação já tá bem encaminhada. Aí nos playoffs a história é outra, podemos ser sorteados contra qualquer time. Menos mal que no FM 2019 basta um sucesso nas eliminatórias pra subir de divisão.

 

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Concluí a leitura do save. Parabéns, a história está muito legal e o principal é que tem conseguido conectar o que acontece no save com a ficção, algo que poucos conseguem fazer. 

No save em si, me diverti com a presença do Alan Delon. Mas o melhor mesmo foi o encontro com o Guarani de Palhoça, que motivou na ficção, o encontro com o presidente do clube e a troca de farpas.

Depois da promoção no 3ª Catarinense, temi pela promoção no Regional, já que a equipe tinha tudo para disputar uma vaga com outras três equipes. Para minha felicidade o Operário não conseguiu a classificação. Vou torcer para você ficar mais um tempinho na Série Regional.

Apesar de minha torcida pela ralação, o Operário nas mãos do falecido técnico André tem sido a sensação. Duas promoções seguidas em divisões estaduais e agora deve avançar para o mata-mata do Reginal. Vou continuar torcendo contra. Adoro histórias dramáticas.😉

Boa sorte na continuação do save.

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19 horas atrás, ggpofm disse:

Concluí a leitura do save. Parabéns, a história está muito legal e o principal é que tem conseguido conectar o que acontece no save com a ficção, algo que poucos conseguem fazer. 

No save em si, me diverti com a presença do Alan Delon. Mas o melhor mesmo foi o encontro com o Guarani de Palhoça, que motivou na ficção, o encontro com o presidente do clube e a troca de farpas.

Depois da promoção no 3ª Catarinense, temi pela promoção no Regional, já que a equipe tinha tudo para disputar uma vaga com outras três equipes. Para minha felicidade o Operário não conseguiu a classificação. Vou torcer para você ficar mais um tempinho na Série Regional.

Apesar de minha torcida pela ralação, o Operário nas mãos do falecido técnico André tem sido a sensação. Duas promoções seguidas em divisões estaduais e agora deve avançar para o mata-mata do Reginal. Vou continuar torcendo contra. Adoro histórias dramáticas.😉

Boa sorte na continuação do save.

E aí, GG.

Obrigado por acompanhar o save e pelos elogios, acredito que o principal para conectar o save com a ficção é pensar na razão por trás das escolhas do jogo, que façam sentido com a história narrada, pelo menos é assim que venho tentando fazer.

Alan Delon foi uma surpresa pra mim quando ele apareceu (não me lembro se em pesquisa de jogadores ou ele se oferecendo para jogar no clube). Como falei em outra oportunidade, inclusive pesquisei para ver se era o mesmo, porque fazia muito tempo que não ouvia falar dele. Quanto ao Guarani de Palhoça, acredito que o Janílton se sentiu traído pela escolha de outro clube hahaha

Na primeira temporada acredito que conquistasse o acesso no nacional, invariavelmente voltaria para o regional na 3ª temporada, mas nessa temporada pelo menos a classificação pros playoffs não tem escapatória.

Pode continuar torcendo contra, não ficarei sentido hahaha

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01 de setembro de 2020

Movimentado esse agosto, e setembro promete ser ainda mais. Mas, como sempre digo, comecemos pelo começo. Na verdade, essa será uma meia-verdade, pois acredito que para organizar melhor estas anotações vou separar por competição (e pensar que esta é minha primeira vez cumulando competições... de um jeito estranho, pode-se dizer por este fato que progredi na carreira) e acho que serei mais sucinto sobre cada jogo, tivemos e teremos muitos jogos até o final do ano, assim espero. Começando, então, pelo campeonato nacional, cuja fase de grupos terminou neste domingo.

Com o time em grande fase, enfrentamos o Barra, fora de casa. Fizemos o 1º aos 16 minutos e o 3º aos 21, praticamente decidindo a partida nestes 5 minutos. Eles até tentaram se engraçar, mas confirmamos os 3 gols de vantagem no final do jogo. 4x1. Contra o Batel, em casa, o placar diz tudo, uma equipe foi melhor, uma equipe mereceu vencer. Vitória nossa por 7x2. Depois, o primeiro jogo em Cascavel, onde voltaríamos a jogar daqui uns dias. Enfrentamos o time com o nome da cidade (na verdade um deles, mas o outro tem um FC na frente). Levamos o primeiro, numa jogada onde Aristóteles foi mais esperto que a nossa zaga (ba-dum-tss), roubou a bola na entrada da área e abriu o placar. Apesar do susto, vitória nossa fazendo três gols na primeira etapa. Mais um 4x1 pra conta, que garantiu a classificação para as eliminatórias. Com a classificação garantida, voltamos para casa e enfrentamos o Concórdia, entre os jogos em Casacavel. Tivemos um jogo sem muitos sustos, podíamos ter feito mais, mas acredito que não chegou a fazer falta, o 2x0 ficou de bom tamanho. Pra fechar, voltamos à Cascavel e enfrentamos o FC Cascavel (bem originais os times da cidade, não?). Com a classificação garantida, ainda precisávamos garantir a melhor campanha do grupo (além de mais um afago no ego dos jogadores, poderíamos enfrentar algum companheiro de grupo mais a frente e é sempre melhor decidir em casa). Um empate bastava, e foi o que conseguimos, saímos duas vezes atrás, mas buscamos duas vezes o empate. 2x2 deu números finais.

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Resultados – Campeonato Brasileiro Série Regional 2020 – 11ª a 15 Rodada

Com isso, como dito, o 1º lugar do grupo foi garantido, embora com o mesmo número de pontos do Guarani de Palhoça, mas isso é o de menos.

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Classificação Final – Campeonato Brasileiro Série Regional 2020 – Grupo O

Passando para a Copa Santa Catarina, acho bom registrar os times de nosso grupo. Caímos no grupo A, enfrentamos, respectivamente, o Hercílio Luz, que enfrentamos no estadual e não temos boas lembranças, o Inter de Lages, que está em divisões acima tanto a nível estadual, quanto nacional, o Blumenau, que ganhamos duas vezes no estadual e, pra fechar, o favorito do grupo e, quiçá, do campeonato, o Criciúma. Achei complicado, mas pelo menos o Metropolitano caiu no outro grupo, quero passar longe deles após os últimos jogos.

Nossa estreia foi em casa, recebemos o Hercílio Luz e o nervosismo parece ter batido nos jogadores, com 4 minutos o adversário abriu o placar. Conseguimos empatar não muito depois, mas no final do 1º tempo eles voltaram a marcar. Parecia que a história se repetiria, mas conseguimos voltar fortes para o 2º tempo, marcamos um gol cedo e aos 40 conseguimos a virada. Grande vitória, iniciando com um 3x2 contra um adversário direto não é nada mal. A sequência foi fora de casa contra o Inter de Lages. Um bom resultado nos colocaria em uma posição bastante confortável para o confronto contra o Blumenau, e foi exatamente isso que aconteceu, conseguimos fazer 4x1 num jogo que foi mais fácil que o esperado. Contra o Blumenau, em casa, chegamos bem para o jogo, um empate praticamente nos classificaria e iríamos sem pressão para o jogo contra o Criciúma. E como era de se esperar, amassamos. Pela 4ª vez nesse período fizemos 4x1 e garantimos a classificação, podendo até ser 1º do grupo em caso de empate, em razão do saldo de gols. E que empate que nada, meu time quer é vencer! Num jogo improvável, mas nada menos que merecido, conseguimos superar o Criciúma, fora de casa. O gol cedo de Jadshow deixou o Criciúma nervoso e nos deu ainda mais tranquilidade pro restante da partida. Eles chegaram a empatar de pênalti no final da 1ª etapa, mas no final do jogo garantimos a vitória. 2x1, um grande resultado.

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Resultados – Copa Santa Catarina 2020 – 1ª Fase

Um inesperado 1º lugar no grupo e um mais inesperado aproveitamento de 100% nos deu a classificação.

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Classificação – Copa Santa Catarina 2020 – Grupo A

Agora temos eliminatórias nos dois torneios, vai ser difícil conciliar, mas acho que dá pra passar nos dois e subir pra Série D e chegar à final da Copa Santa Catarina.

Ah sim, um fato negativo que merece nota é o nosso torcedor. Temos a pior média de público da Série Regional com míseros 73 espectadores médios por partida. Eu imaginava que estaríamos entre os últimos nestes quesitos, afinal, normalmente é possível contar as pessoas presentes, mas não achei que o número seria tão baixo. Uma pena, o time em grande fase, e mesmo assim o torcedor não comparece. Espero que voltando para Mafra o time passe a ter uma maior média de público.

 

16 de setembro de 2020

Terminou agora há pouco o jogo de volta contra o Brusque pelas semifinais da Copa Santa Catarina. Duas semanas muito decisivas na vida dos nossos (poucos) torcedores. E da minha, por que não? Vejamos, vou por partes, primeiro o que se decidiu primeiro: a vaga na Série D 2021. Fomos sorteados para enfrentar o tradicional time paulista, Marília. Graças à boa campanha, conseguimos ter a vantagem de jogar a volta em casa, de modo que o primeiro foi na cidade que dá nome ao time. Minutos antes do jogo, depois da preleção ao time, chamei Jadshow de canto e falei que aqueles eram os jogos que colocariam ele de vez no coração dos torcedores e que eu tinha fé que ele faria por merecer, ele sorriu e acenou com a cabeça. Indo ao gramado, não havia tanto público quanto eu imaginava, porém eram barulhentos. O campo estreito e longo*, dificultou nosso jogo largo e favoreceu o jogo em profundidade deles. Confesso que percebi isso apenas na revisão do jogo, deveria ter percebido durante e baixado as linhas, isso quase custou caro. Saímos na frente com nosso craque, eles empataram em lançamento nas costas da zaga, virando o jogo da mesma maneira logo depois. No apagar das luzes conseguimos empatar. Menos mal que gols fora é critério de desempate. E Jadshow? Um gol e uma assistência, acho que ele assimilou bem o que quis dizer a ele. Resultado final: 2x2 e a vantagem do empate sem gols ou por 1x1 era nossa.

Spoiler

Nota: *2D for life

A volta foi em casa e público ligeiramente acima da média, 86 pessoas que, para nós, era uma multidão. E o que um campo em dimensões normais não faz. Fomos incrivelmente superiores na partida, eles sequer chegaram próximos ao nosso gol e, aos 12 da segunda etapa marcamos num escanteio. O placar poderia ser mais elástico não fosse o goleiro deles, mas deu pro gasto. 1x0 e promoção garantida. Daqui pra frente, foi o que eu disse pros guris no final da partida, o que vier agora é lucro.

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Brasileirão Série Regional 2020 – Equipes Promovidas

Os torcedores, a direção e até mesmo os jogadores ficaram extasiados pelo nosso acesso, o que demonstra o feito desse grupo. Nosso próximo confronto no Brasileirão será contra o CRAC.

Antes e depois dos jogos contra o Marília, tivemos os confrontos contra o Brusque, pela semifinal da Copa Santa Catarina. A Luciana me disse naquela reunião de início de ano que queríamos que ganhássemos essa copa. Na época eu aceitei, pois estava descontente no clube, falava qualquer coisa e, também, porque eu não sabia quem seriam nossos adversários. Se do nosso grupo passamos nós e o Criciúma, do outro grupo passaram Brusque e Metropolitano (viria aí uma reedição da final da Série B do estadual?), surpreendentemente deixando o Joinville de fora. Pela melhor campanha, jogamos o primeiro jogo fora de casa, para decidir no 16 de abril. O jogo de ida foi um jogo que se pode dizer que as estatísticas estão mentido. Pois, por elas, até parece que foi parelho, mas a verdade é que merecemos a vitória conquistada com dois gols no final do 1º tempo. Com o 2x0 no placar final, nos colocamos em boa condição para a volta. Entre estes jogos, tivemos os confrontos contra o Marília, o que fez essa vitória ser ainda mais importante para dar tranquilidade antes do nacional. Quanto ao jogo de volta, o que falar? Ressaca pela promoção? Talvez. Falta de um lateral esquerdo em condições de jogo (Ávine, reserva, iniciou o jogo sem qualquer condição apenas pelo fato de ser o único lateral esquerdo que conseguia andar)? Talvez. O fato é que não fizemos um bom jogo, corremos o risco de ter a decisão decidida nos pênaltis, o que não aconteceu graças a um gol anulado do Brusque. Derrota por 0x1 que, mesmo assim, nos classificou para a final. Do outro lado, não sei se fico triste ou feliz. Não vamos enfrentar o fantasma do Metropolitano, mas pegaremos o tradicional Criciúma, que, todavia, derrotamos recentemente.

 

01 de Outubro de 2020

Novamente voltando a escrever após o final de uma série de jogos, parece que por vezes só tenho vontade de escrever quando se passa algum tempo. Quem sabe isso não muda em seguida. Como esse diário tem me servido como peça de recordação de carreira, além de alguns desabafos tanto profissionais como pessoais, acho que é bom manter-me relatando o que acontece, até como registro histórico.

Bom, de todo modo, no período em que não escrevi aqui, jogamos contra CRAC e Criciúma numa sequência intercalando os jogos contra os times, começando contra os goianos, passando pelo jogo de ida da final, retornando as atenções ao CRAC e terminando a sequência contra o Criciúma em casa, no jogo de volta da Copa. Pelas mesmas razões da última vez, vou separar e registrar uma competição de cada vez. Começando pelo que se decidiu primeiro. A 2ª eliminatória do Brasileirão Série Regional contra o CRAC, começando pelo jogo de ida (obviamente), fora de casa. Se o jogo contra o Marília foi num campo estreito e longo, este foi num campo largo e curto. Logo no início do jogo, eles abriram o marcador de pênalti. Nós, mesmo com muito espaço nas laterais, não conseguimos fazer nosso jogo de lado funcionar. Exceção feita ao lance do gol, que surgiu após Arthur achar Felipe Renan livre na ponta e dali sair o cruzamento pra cabeça de Gllawcyo, que escorou para as redes. Porém, vento que venta lá, venta cá. E no segundo tempo, o CRAC encontrou o mesmo caminho até o nosso gol. 1x2, que fez com que necessitássemos de uma vitória simples. O jogo de volta foi exatamente do jeito que o CRAC queria, ficamos amarrados na marcação e pouco chegamos, com exceção de algumas bolas paradas. Infelizmente não tem muito pra comentar, tentei, coloquei o time pra cima, mas simplesmente não era nosso dia, mesmo com uma expulsão no adversário aos 20 da segunda etapa. Resultado final: 0x0 e Operário eliminado. Uma pena, pois os prêmios em dinheiro eram bastante interessantes e poderiam dar um gás no clube. Além de que cada avanço representaria um pouco mais de sucesso na carreira. Mas não podemos lamentar, fizemos o que eu esperava do time, que era o acesso, e como já tinha dito para eles... o que viesse era lucro. No final, sem lucro, mas sem prejuízo.

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Resultados 1ª e 2ª Eliminatórias – Brasileirão Série Regional 2020

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Operário de Mafra Eliminado do Brasileirão Série Regional 2020

De uma eliminação, direto para um jogo final de copa. Qualquer coisa poderia acontecer, o time poderia entrar nos jogos desconcentrado pelos resultados contra o CRAC, ou querendo se provar em campo. Tentei apelar para que viesse o 2º sentimento. O jogo de ida da final contra o Criciúma foi fora de casa. Desta vez sim posso usar a palavra multidão sem ironias. Mais de 20 mil pessoas foram ao estádio Heriberto Hulse para acompanhar o primeiro jogo. Se era o maior público em um jogo do Operário de Mafra na história, isso eu não sei, mas com certeza era o maior da minha carreira e, possivelmente, de muitos dos jogadores. Tive que colocar diversos reservas pois o confronto de ida contra o CRAC simplesmente esgotou os jogadores. Mas isso não parece ter feito a diferença. Na palestra eu disse que eles estavam ali porque foram destinados a calarem todas aquelas pessoas, que estavam destinados a ouvir um silêncio de 20 mil vozes ecoando no estádio. Isso sim parece ter feito a diferença, o time entrou com sangue nos olhos, mas com a cabeça no lugar. Em menos de 30 minutos de jogo o silêncio e o constrangimento do time casa eram nítidos, estavam perdendo novamente para o fraco Operário de Mafra, que ano passado estava na 3ª divisão do campeonato estadual. Bruno e Kaio Felipe fizeram nossos dois gols. A lamentar apenas pelo gol tardio sofrido (43 da 2ª etapa). Mas o resultado de 2x1 nos dava uma importante vantagem para o jogo em casa.

E o jogo decisivo chegou, e que jogo. A cidade finalmente despertou, talvez por ser uma final, talvez por ser o último jogo do ano. Talvez por isso e muito mais, tivemos quase casa cheia para receber o Criciúma. Desde o rolar inicial da bola, foram emoções a todo lado. Primeiro, vimos o boi sair com as cordas aos 7 minutos, ao cometermos um pênalti, convertido pelo Criciúma. Mas logo depois conseguimos recuperar o boi... e as cordas: 12 minutos depois de levar o gol, conseguimos a virada e pouco depois quase fizemos o 3º em uma cabeçada na trave de Dimitri. Falando na trave, ela agiu novamente em chute de Jadshow aos 30 minutos. O momento do jogo era todo nosso, mas numa desatenção do zagueiro Raphael, que deu condição ao adversário, sofremos o empate. Fechei a casinha no segundo tempo e nada de interessante aconteceu, o Criciúma parecia perdido. Melhor pra nós, já que o empate em 2x2 NOS DEU O TÍTULO DA COPA SANTA CATARINA 2020!

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Resultados – Fases Finais – Copa Santa Catarina

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Operário de Mafra Campeão da Copa Santa Catarina 2020

Com a eliminação para o CRAC, este foi o último jogo de 2020. Teremos três meses até a virada do ano. A partir de amanhã (me dei alguns dias de folga, devidamente autorizados pela presidente), começo a pensar no próximo ano. Já defini meu futuro, esses dias de folga também serviram pra isso. Mas creio que já escrevi demais por hoje, outra hora registro aqui minha decisão.

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Olha, não esperava tanto. Apesar de certa decepção contra o Metropolitano no estadual, e CRAC no regional, foram ótimas campanhas, com acesso. 

E mais que a taça, a primeira né(?), e conseguir atingir os objetivos da Presidente, vitórias sobre Brusque e Criciúma impressionaram.

E Edu já perdeu a marra!

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Em 05/09/2020 em 21:54, Andreh68 disse:

Olha, não esperava tanto. Apesar de certa decepção contra o Metropolitano no estadual, e CRAC no regional, foram ótimas campanhas, com acesso. 

E mais que a taça, a primeira né(?), e conseguir atingir os objetivos da Presidente, vitórias sobre Brusque e Criciúma impressionaram.

E Edu já perdeu a marra!

E aí, Andreh

Pra ser sincero, nem eu esperava uma temporada dessa, com exceção do Regional que, pela campanha do último ano eu esperava, no mínimo, classificar para as eliminatórias (aí nas eliminatórias depende muito do adversário).

Na verdade foi a 2ª taça, a primeira foi na Série C do campeonato catarinense. As vitórias sobre o Criciúma me pegaram de surpresa, em especial a 1ª, fui até no elenco deles pra ver se não era o time reserva hahaha

Eu diria que o Edu tá começando a entender algumas coisas.

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04 de outubro de 2020

Não me aguento, tenho que externar esse pensamento. A decisão está tomada e foi tomada com a ajuda do meu pequeno assistente. Ponderei muitas coisas, se teremos time para brigar por algo além de não voltar para onde estávamos, e, depois disso, continuaria pro 4º ano no Operário de Mafra? O time que eu montei nesses dois anos, e, sim, digo que eu montei pois a grande maioria dos jogadores foram indicações minhas, tem qualidades, mas os orçamentos do clube são apertados e fica difícil competir num nível mais alto, não será sempre que jogaremos como jogamos contra o Criciúma. Ter em média 60, 70 pessoas no estádio também não é um grande motivador, o clube não é de Itaiópolis e a cidade parece não ter abraçado o Operário. Em pontos positivos, o ambiente aqui é muito bom, a torcida me adora e poderia dar continuidade ao trabalho, algo raro no Brasil.

Contudo, todavia, entretanto... não posso pensar apenas em mim, tenho que pensar no Edu. E nada melhor do que saber dele o que ele pensa. Sim, eu sei que ele apenas tem 7 anos, mas as crianças hoje em dia crescem bastante rápido. Além disso, não é como se eu fosse perguntar diretamente pra ele. Há outras maneiras de descobrir, e hoje posso dizer que consegui. O levei para passear pela cidade, ele de bicicleta e eu seguindo logo atrás (ah, o interior). E durante o caminho, enquanto ele se distraía fui perguntando algumas coisas para saber o que ele pensava sobre a cidade, principalmente:

- Edu... Edu! Agora vamos juntos, não vai muito rápido. – Começo a trotear do lado dele. – Calma, guri, o pai não corre tão rápido assim. – Realmente, mandar os outros correr é mais fácil. Edu começa a seguir o meu ritmo na bicicletinha. – Edu, como tá a escola?

- Tá boa, pai.

- É? E tu já tem bastante amiguinho?

- Ah, tem o Enzo que brinca comigo no recreio.

Percebi que ele ainda não havia se enturmado muito no colégio.

- E os professores, são bons?

- São legais, a tia Heloísa pega no meu pé às vezes.

- Por quê?

- Não sei. – Respondeu ele, claramente tentando esconder algo.

- Hum... Sem motivo nenhum?

- Isso.

- Tem certeza?

- Sim.

- Tá bem. – Não ia conseguir tirar muito mais dele sobre porque a professora pega no pé dele, então resolvi mudar de assunto. – E tu gosta... – comecei, já ofegante - de morar aqui, filho?

- Mais ou menos.

- Mais pra mais ou mais pra menos?

- Mais pra menos. – Disse ele, baixando a cabeça.

- Aham, o que tu não gosta aqui.

- Não tem muito o que fazer. E a internet não é muito boa.

- A inte...? Ok. – Comecei a notar que meu fôlego rapidamente já tinha se ido. – Filho, filho! Vamos voltar..

Então, nessa conversa consegui captar que Edu não tem tantos amigos, não gosta muito dos professores e não gosta de viver numa cidade tão pequena. Acho que ele não vai sentir tanto uma mudança, portanto. Decisão tomada, não ficarei no Operário de Mafra para a próxima temporada. Não vou colocar toda a decisão nas costas do guri, pois também é o meu desejo, mas é bom saber que ele também deve se adaptar melhor em um centro maior. Amanhã falarei com a Luciana sobre minha decisão, acredito que quanto antes acertarmos isso, melhor.

 

05 de outubro de 2020

Hoje fui ao estádio comunicar minha decisão para Luciana. As coisas terminaram de uma maneira, digamos... meio tensa.

- Luciana, tem um minutinho? – Falei, ao bater na porta de sua sala.

- No máximo dois, já estou de saída.

- Então serei breve: Não tenho intenção de renovar meu contrato ao final do ano.

- Como assim, André? Acabamos de conquistar uma taça e nos classificamos para a Série D do ano que vem! O que mais você espera?

- Concordo contigo que tivemos um grande ano em questão futebolística, mas algumas coisas não podem deixar de serem notadas. As ambições do clube sempre me incomodaram, o clube sempre espera, no máximo, manter seu status quo, nunca ambiciona melhorar. A questão dos orçamentos de salário no início do ano também me deixou abalado sobre ficar no clube.

- De novo isso? Conseguimos o acesso com o orçamento que eu te propus, o que significa que não precisávamos gastar tanto para subir.

- Eu queria ser campeão.

- Você foi! Da copa, mas foi!

- Eu sei, mas não deixo de pensar que o título a nível nacional seria melhor para o clube.

- Para o seu currículo, você quer dizer.

- Também, mas não somente para meu currículo. O clube seria notado nacionalmente.

- Olha só, eu já queria mesmo falar contigo sobre os salários... nós iremos aumentar o orçamento para o ano que vem, o teto da folha passará a ser R$ 238 mil mensais.

- Bom, o mínimo para ter uma disputa minimamente decente era o aumento na folha. Mas temo que minha decisão seja final. – Quando falo isso, Edimar, ex-treinador do Operário e marido da presidente, bate à porta.

- Luciana, vamos? Ah, olá André. Não vi que estavam conversando. – Disse ele.

- Não tem problema, acho que já acabamos. – Disse ela. – Pode ir, André. Aproveite os últimos dias de folga, ainda dá tempo para rever suas decisões.

- Não vou mudar de opinião, mas obrigado de qualquer forma. – Falei me retirando da sala. Após sair da sala dela, fui em direção ao gramado para voltar pra casa (o caminho mais rápido é atravessando o campo de jogo e saindo pelo portão leste), quando ouço alguém me chamar:

- ANDRÉ! O GAROTO, ESPERA AÍ!

Me viro e vejo que é Edimar, esbaforido, correndo em minha direção.

- Edimar?

- É... que... histó... histó...

- Calma, respira. – Após uns segundos para recuperar o fôlego ele completa:

- Que história é essa de não renovar o contrato?

- Já expliquei minhas razões para a Luciana. – Falei, voltando a andar ao perceber qual assunto ele queria comentar.

- Falta de ambição? Orçamento baixo? Tu sabe o que esse clube passou nos últimos anos até você chegar?

- Deixa eu recapitular, tiveram um treinador que nunca conseguiu tirar o time da última divisão do estadual, fecharam a base, compraram vaga pra ser rebaixado. Devo continuar?

- Tá se achando a última bolachinha do pacote mesmo, moleque arrogante, chegou ontem e se acha melhor que o clube. – Disse ele, aumentando consideravelmente o tom de voz.

- E quem colocou o clube onde ele está? E quem ganhou os dois primeiros títulos da história desse time? – Falei, também aumentando o tom de voz.

Nesse momento, ao perceberem um princípio de confusão, Calixto e Puxinha, meu auxiliar e o diretor de futebol jovem do clube, vem na nossa direção com mais alguns funcionários administrativos do clube.

- Tu tá é com medo! Isso sim! Tá com medo de ver essa “brilhante” carreira desabar na primeira divisão. – Retrucou ele. Fiquei sem palavras pois não sabia se ele estava ofendendo a mim, ao clube ou aos jogadores.

- Medo de ficar no limbo que nem tu? – Nesse momento, a turma do “deixa disso” chegou e separou nós dois. Calixto me puxou de lado, enquanto o resto segurava o Edimar, que gritava:

- TENS MEDO! NÃO QUER UM DESAFIO DE VERDADE!

Calixto, com cara de confuso, me perguntou, enquanto me soltava e me acompanhava:

- Sobre o que é isso, André?

- Eu falei pra Luciana que não tenho interesse de permanecer aqui ano que vem.

- Mas por quê? Estamos bem, subimos com méritos nas duas competições e fomos campeões da outra.

- Sinto que não pertenço à essa cidade, a esse clube. Digo, ganhei coisas que ninguém jamais pensou aqui e. ainda assim, a cidade venera um ex-treinador que nunca ganhou nada.

- Ele deu a vida pelo clube, André. Você está aqui há nem dois anos, dê tempo a eles e será uma lenda.

- Aí que está, não sinto que conseguirei fazer muito mais aqui, minha missão aqui está cumprida. Devo procurar novos ares, novos locais que me proporcionem possibilidade de crescimento.

- Entendo o seu sentimento. Espero que mude de ideia, mas se não mudar, apoio sua decisão.

- Obrigado, Calixto.

Não vou mudar de opinião, mas é bom saber que pelo menos uma pessoa me apoia.

 

07 de outubro de 2020

Embora eu me despeça do clube ao final do ano e do desentendimento com o Edimar, ainda sou funcionário do clube e devo cumprir minhas funções até o final do ano, trabalhando em prol do time. Pensando nisso, já elaborei uma lista de necessidades e dispensas para o próximo ano.

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Estatísticas – Operário de Mafra - 2020

Vou trabalhar nas renovações, mas a princípio devo aconselhar a presidente a renovar com grande parte do elenco, diferentemente do ano passado e buscar reforços que de fato agreguem qualidade.

Falando sobre o elenco, no gol, temos um bom goleiro e um bom reserva e, diferente do ano passado, onde falei que não precisaria contratar e me afobei contratando um goleiro que não estava no nosso nível, desta vez realmente deverão contratar se estiverem 100% confiantes. Nossa Zaga é composta por jogadores jovens e que ainda não chegaram ao seu pico, devem continuar com os mesmos jogadores, todos terão propostas de renovação. Na lateral-direita, Léo Ribeiro está emprestado, mas o Avaí ainda não renovou seu contrato, quem sabe, se ficar livre, não conseguimos trazê-lo em definitivo, tem bastante potencial. Devido à dificuldade em trazer laterais este ano, Dinardi deve seguir aqui, embora eu tenha dúvidas quanto sua capacidade em um nível maior. Na lateral-esquerda, Ávine é mais lento que minha vó de bengala, pra uma função que deve estar em todo o campo, apenas a qualidade técnica talvez não seja suficiente. E Diego não me agrada tanto também. Talvez mais de um reforço seja necessário. Para as funções de volante e meia-central, temos alguns jogadores que podem fazer tanto estas funções como jogar mais à frente. Vou tratar especificamente daqueles que costumaram a jogar nas funções mais atrás: Renzo, Renan Paschoalino, Arthur e Léo Taivã. Renzo, emprestado, é o melhor disparado, embora tenha feito uma temporada abaixo, se houver a possibilidade, acho interessante mantê-lo para o próximo ano. Léo Taivã não me agrada tanto, acredito que devem negociá-lo se houver algum interessado. Os demais são bons prospectos e terão seus contratos renovados.

Para as funções ofensivas, comecemos pelo meia-atacante. Muitos jogadores para uma única função, mas quase todos tiveram um bom número de partidas. Netto e Alexsander estão emprestados, e, apesar de serem os que mais jogaram, não devemos fazer força para mantê-los, Netto é um bom cobrador de bolas paradas, não muito mais que isso, acho que é possível encontrar outro jogador para a tarefa. Sobram Jeremias, Alexandre Alves e Rafael Mello. O primeiro deve assumir a titularidade, inclusive tendo feito gol importante na final contra o Criciúma, enquanto Alexandre é um prospecto para o futuro. Um reforço deve ser necessário, de preferência um jogador versátil. Para as pontas, gostaria de não mudar. Bruno e Felipe foram muito bem na esquerda, enquanto Gllawcyo e Dimitri foram igualmente bem na direita. Dimitri está emprestado e será aquele que mais me esforçarei para manter nesse clube, se for necessário gastar algo na sua contratação, que seja. Por fim, para o ataque, sem mudanças, apenas torcer para que o craque Jadshow renove, 36 gols e 13 assistências em 37 jogos é algo sem explicação. Kaio também deu conta do recado quando precisou e tem uma boa média de gols. Sem contratações necessárias.

Assim, resumindo, se renovar com quem indiquei, o time precisa de 1 lateral-direito, 2 laterais-esquerdos, 1 ou 2 meias-centrais e 1 meia-atacante, podendo ser incluso mais 1 lateral direito, 1 meia-central e 1 ponta direita se não conseguir renovar os empréstimos ou contratar em definitivo Léo Ribeiro, Renzo e Dimitri.

 

12 de novembro de 2020

Passado mais de mês do desentendimento com Edimar, Luciana pediu para me chamar à sala dela. Ela tentou me oferecer um salário maior, na casa dos R$ 20 mil, tentando me convencer a ficar, pedi, em contraproposta, maior orçamento para salário de jogadores, ela negou e encerramos as tratativas, não vejo isso indo para frente. Dei minha palavra que ficarei até o final do contrato, mas a verdade é que sairei de férias no período do natal e só voltarei à cidade para fazer minha mudança para uma nova, quando conseguir um clube novo. Nesse meio tempo, o clube fez novamente uma pesquisa com os torcedores para saber o jogador do ano, jovem do ano, contratação etc.

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Prêmios 2020 – Operário de Mafra

Além desses prêmios, os torcedores escolheram o melhor time possível das duas últimas temporadas. Tivemos várias caras novas, como Tiago Couto, Léo Ribeiro, Dimitri, Netto e Jadson, que não integravam o elenco na temporada passada.

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Melhor time – Operário de Mafra – 2019-2020

 

10 de dezembro de 2020

Maldita promessa que eu fiz para a presidente. Por quê diabos eu resolvi dizer que ficaria até o final do contrato, não importasse o que acontecesse e nem falaria com outros times? Já perdi duas oportunidades de começar o ano empregado. Primeiro o América do Rio, depois o Ypiranga de Erechim. Pelo menos é um bom sinal, meu nome está sendo falado em equipes que disputarão a Série D e que terão mais chances de brigar por algo do que aqui no Operário.

Essa semana saiu o balancete financeiro do clube, não que isso vá importar muito para o prosseguimento da minha carreira, mas é bom ver que o clube se manteve estável em 2020.

Falando em dinheiro e no time de Mafra, que não está em Mafra, mas quer voltar à Mafra, Luciana fez um anúncio público sobre o novo estádio, que será construído em Mafra. Terá capacidade para 312 pessoas (considerando que a média de público é de 70 pessoas, acho que está de bom tamanho). O que surpreendeu a todos foi o custo do projeto. R$ 1.250,00. Sim, Mil reais, mil pilas, mil dinheiros brasileiros. Só!

34-Est-dio.png

Operário de Mafra detalha projeto do estádio

Que porra de estádio ela pretende construir com mil reais? Nem um estádio de LEGO ela constrói com esse dinheiro. Tem algo cheirando muito mal. Ainda bem que tô saindo daqui antes de começarem a construir, não duvido nada que apareçam nas páginas policiais desse jeito. Nem disfarçar eles tão fazendo, fazer a famosa obra superfaturada. Deve ser um jeito novo de roubar ou algo do tipo.

 

19 de dezembro de 2020

Saio hoje para o recesso de final de ano. Já me despedi de todos no clube, agradeci à Luciana pela oportunidade de começar minha carreira e disse à ela que nos separávamos agora, mas que sempre estarei na torcida pelo clube e que esperava vê-los nas fases finais da Série D, estando eu ou não nesta divisão.

Sei que saio com uma bela história no clube. Mais que o dobro de vitórias do que empates e derrotas somados, um time que faz quase 3 gols para levar 1, dois canecos (Catarinense Série C e Copa Santa Catarina), três promoções (Catarinense Série C, Catarinense Série B e Brasileirão Série Regional), em suma, uma grande passagem no clube.

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Dados da Carreira – André Bittencourt – Dez. 2020

Aprendi bastante no clube também. Desenvolvi minhas habilidades à beira do campo e fora dele também, como negociar com jogadores, por exemplo. Sei que estou pronto para alçar maiores voos. Ao final do ano muitos clubes devem ficar sem treinador e vamos ver para onde eu vou.

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Como era esperado, conseguiu a promoção na Série Regional depois do aprendizado do ano anterior. Mas além disso conquistou, de forma inesperada, a Copa SC sobre um grande do estado, o Criciúma.

Porém, vale o registro de como André terá que aprender a trabalhar melhor em campos diferentes do tamanho padrão.

Gostei da saída do Mafra. Um clube muito pequeno para qualquer um. Construir um "estádio" para 312 pessoas é pegar um campo colocar uma cerca e fazer uma escadaria de cimento para parte dessas pessoas se acomodarem, enquanto outros se espalham pela grade que cerca o campo. Deu.

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Tinha me esquecido dos feitos da primeira temporada. Apesar da decisão acertada para a carreira é família, André pareceu um pouco pistola demais. Natural o espanto de Luciana é Edimar, que tô am o clube como o boteco da família a 3 gerações. Vejamos o próximo destino.

 

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  • Vice-Presidente

Eu entendo a ideia que está querendo dar, mas, sair de um clube da mesma divisão onde já tem uma certa reputação para continuar na Série D, não vejo como um movimento para frente, a não ser que seja um clube recém-rebaixada da C.

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Fez uma escolha arriscada ao sair, concordo com o Henrique, mas também te dou razão no sentido da competitividade: um clube maior e mais tradicional tende a oferecer melhores condições e jogadores para disputar lá em cima, ao invés de se manter feliz por não cair, como fatalmente seria o Operário. Ademais, em save carreira bate uma certa angústia quando o tempo passa e estamos no mesmo clube, ou pelo menos me senti assim algumas vezes dentro da história que conto.

Parabéns pelo título e pelo acesso, que seja só o início de uma grande carreira!

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Em 07/09/2020 em 07:56, ggpofm disse:

Como era esperado, conseguiu a promoção na Série Regional depois do aprendizado do ano anterior. Mas além disso conquistou, de forma inesperada, a Copa SC sobre um grande do estado, o Criciúma.

Porém, vale o registro de como André terá que aprender a trabalhar melhor em campos diferentes do tamanho padrão.

Gostei da saída do Mafra. Um clube muito pequeno para qualquer um. Construir um "estádio" para 312 pessoas é pegar um campo colocar uma cerca e fazer uma escadaria de cimento para parte dessas pessoas se acomodarem, enquanto outros se espalham pela grade que cerca o campo. Deu.

E aí, GG.

Dava pra dizer que a classificação pra Série D estava encaminhada, só precisávamos escapar de um confronto com algum time mais forte (o que não era tão difícil, considerando a quantidade de clubes que se classificam pra 1ª eliminatória). As vitórias sobre o Criciúma deram uma boa moral pro grupo e pro treinador (hehe).

Realmente, tá na hora de começar a se adaptar melhor aos diferentes gramados. Nas maiores divisões (onde joguei meu último save) não é tão comum, mas imagino que na Série D será uma realidade.

A média de público me assombrou e foi um dos fatores determinantes pra saída do clube, difícil fazer sucesso com 70/80 pessoas olhando o jogo hahaha. E o tamanho do estádio nem me surpreendeu, o que surpreendeu foi o custo (claro que o FM tem dessas, mas gera situações bizarras se pensadas na realidade). Com R$ 1.500,00 não corta nem a grama, mas quem sabe o Edimar não se encarrega disso haha

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Em 07/09/2020 em 10:40, Andreh68 disse:

Tinha me esquecido dos feitos da primeira temporada. Apesar da decisão acertada para a carreira é família, André pareceu um pouco pistola demais. Natural o espanto de Luciana é Edimar, que tô am o clube como o boteco da família a 3 gerações. Vejamos o próximo destino.

 

E aí, Andreh

O André (fictício) já começou o ano pensando em sair, quando chegou no final, era iminente. Quem sabe Edimar não tem um retorno triunfal aos gramados? (Ele é um treinador no jogo, a última vez que vi estava desempregado, tá aí uma oportunidade) Já assumi o novo clube, ainda hoje devemos ter uma atualização sobre o novo desafio.

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23 horas atrás, Henrique M. disse:

Eu entendo a ideia que está querendo dar, mas, sair de um clube da mesma divisão onde já tem uma certa reputação para continuar na Série D, não vejo como um movimento para frente, a não ser que seja um clube recém-rebaixada da C.

E aí, Henrique.

Acho bastante relativa essa questão de avançar na carreira ao trocar de clube, pra ser sincero. Dependendo do time que se assuma pode significar uma manutenção no estatuto, uma baixa ou um aumento, independente de divisão. Por exemplo, um treinador que saia do Atlético Goianiense pra ir para a Chapecoense pode considerar um avanço por ter um time que está mais habituado à Série A atualmente, mesmo estando em uma divisão inferior no momento. Dito isso, entendo que sair de um clube onde já se estruturou pode ser reputado como "começar do zero" em outro, mas creio que uma hora ou outra o passo tem que ser dado, sob pena de se ficar em um loop eterno no mesmo clube, o que não é a ideia do save, especialmente nesse início. Mais pra frente quem sabe não assuma um time de série B e o leve à libertadores, tudo pode acontecer.

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20 horas atrás, Peepe disse:

Fez uma escolha arriscada ao sair, concordo com o Henrique, mas também te dou razão no sentido da competitividade: um clube maior e mais tradicional tende a oferecer melhores condições e jogadores para disputar lá em cima, ao invés de se manter feliz por não cair, como fatalmente seria o Operário. Ademais, em save carreira bate uma certa angústia quando o tempo passa e estamos no mesmo clube, ou pelo menos me senti assim algumas vezes dentro da história que conto.

Parabéns pelo título e pelo acesso, que seja só o início de uma grande carreira!

E aí, Peepe.

Como falei acima pro Henrique, é bastante relativa essa questão e tem o perigo de se ficar nesse loop ao não trocar de time (por que, convenhamos, é muito difícil o FM demitir o treinador, certa vez eu tinha 16 pontos em 20 rodadas e os caras não me demitiam haha), então imaginei que o melhor era trocar agora. Poderia ficar e tentar estabilizar o time de Mafra na Série D antes de sair, mas isso dificilmente representaria um avanço para o treinador e para a história. Quanto às expectativas, isso também conta, talvez nem tanto as da diretoria (que contam para a história, mas para o save só servem pra basear o que não se deve permitir), mas as expectativas sobre o elenco e sobre a estrutura do clube. E sim, dá uma coceira pra ficar em movimento e não confundir o save de carreira com um de clube, mas como disse acima, quem sabe no futuro não teremos André por um bom tempo em um mesmo clube. Por ora, não vejo isso acontecendo.

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2 hours ago, div said:

A média de público me assombrou e foi um dos fatores determinantes pra saída do clube, difícil fazer sucesso com 70/80 pessoas olhando o jogo hahaha. E o tamanho do estádio nem me surpreendeu, o que surpreendeu foi o custo (claro que o FM tem dessas, mas gera situações bizarras se pensadas na realidade). Com R$ 1.500,00 não corta nem a grama, mas quem sabe o Edimar não se encarrega disso haha

É importante pegar um clube com média de público maior, já que é uma das maneiras de trazer dinheiro para o clube. Sem contar que com 70 pessoas de média da a sensação que estamos jogando para ninguém, não é mesmo? 

O FM tem dessas coisas mesmo, basta ver o salário do André.  Como também tem problemas na hora de construir estádios para grandes equipes, muito abaixo da realidade.  Você achou muito barato, mas o Operário conseguiu umas permutas e muita coisa vai ser feita assim e por isso não entrou nas contas. Fora o caixa 2 dos políticos da região e daqueles empresários que irão colocar alguns jogadores na equipe entre de cimento e ferro para a construção.😉

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1 hora atrás, ggpofm disse:

É importante pegar um clube com média de público maior, já que é uma das maneiras de trazer dinheiro para o clube. Sem contar que com 70 pessoas de média da a sensação que estamos jogando para ninguém, não é mesmo? 

O FM tem dessas coisas mesmo, basta ver o salário do André.  Como também tem problemas na hora de construir estádios para grandes equipes, muito abaixo da realidade.  Você achou muito barato, mas o Operário conseguiu umas permutas e muita coisa vai ser feita assim e por isso não entrou nas contas. Fora o caixa 2 dos políticos da região e daqueles empresários que irão colocar alguns jogadores na equipe entre de cimento e ferro para a construção.😉

Sim, e essa média talvez seja o FM levando em conta que o clube não é natural da cidade (o próprio FM informa que o clube não é de Itaiópolis, por isso não descarto ter relação entre as duas coisas). Eu fico imaginando que as vezes campeonato de colégio tem mais de 70 pessoas nas arquibancadas hahaha

Quanto aos estádios para equipes grandes, confesso que nunca reparei, nunca levei muito adiante um save de clube, de modo que não fazia muito sentido no início pedir por um novo estádio. Uma coisa que a gente nunca pode subestimar é a criatividade na hora de passar a mão, sempre há um jeito novo, mas duvido que o FM tenha levado isso na conta. Se levou, retiro tudo que penso sobre o jogo não ser voltado para o Brasil hahaha

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01 de janeiro de 2021

Ano novo, vida nova. Pelo menos é isso que as pessoas costumam dizer. Acredito que possa ser o caso este ano. Ontem minha ligação com o Operário de Mafra oficialmente chegou ao seu fim.

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André Bittencourt sai do Operário de Mafra

Spoiler

Nota: Por alguma razão (não sei se é do update ou do jogo), passa o dia 1º, o dia 2º (quando o jogo recarrega e oficialmente começa a nova temporada no Brasil, pelo update) e fui até o início do estadual, dia 13/01, se não me engano, e nada de eu aparecer como desempregado. Assim, tive que recarregar o save (que felizmente estava salvo no dia 31/12) e pedir demissão. Mas, para fins de história, consideremos que foi uma saída ao final do contrato por desejo do treinador em não renovar.

Com o término da relação com o clube de Mafra, posso, finalmente, começar a procurar por outro emprego. Claro que poderia ter feito isso antes, mas não acho que seria certo estando sob contrato, mesmo que não fosse o renovar. Posso ficar sem dinheiro, mas não fico sem o meu caráter.

Com o dinheiro que eu consegui guardar dos dois anos trabalhando no Operário, dá pra nos sustentar por um bom tempo, se preciso for, mas minha ideia é que não precise chegar neste ponto. Inclusive porque parte das reservas estou gastando nesta viagem. Quem diria que viajar de última hora à Natal na virada do ano fosse tão caro (se bem que achar um hotel com vagas foi mais difícil que enfrentar o Criciúma). A cidade é maravilhosa, só não aguento mais responder à pergunta: “Com emoção ou sem emoção?”. O Edu quer tudo com emoção, como criança que é, mas quanto às bebidas é melhor que a emoção fique só comigo mesmo. Como maneira de agradecer o que já fizeram por nós, trouxe Marina e sua família conosco. Hoje mais tarde devo começar a procurar clubes sem treinadores e fico me perguntando se não está na hora de contratar um agente pra fazer essas coisas. Mas também não tenho tanto dinheiro assim, melhor deixar essa ideia de lado por um momento.

 

05 de janeiro de 2021

Começaram a aparecer propostas de entrevistas. Hoje pela manhã fiz uma, à noite faço outra e amanhã tenho uma terceira. Dois times disputam a Série D e um disputa a Série Regional. Confesso que tenho um favorito.

 

10 de janeiro de 2021

Por enquanto, só o Rio Grande (RS) me respondeu. Eles me queriam, mas não chegamos num acordo salarial. Eles queriam me oferecer R$ 8.500,00. Isso era menos que o meu primeiro contrato com o Operário, não tinha como aceitar, tentei aumentar, mas eles não se propuseram a pagar mais. Tenho ainda duas cartas na manga. Seria legal treinar o clube de futebol mais antigo do Brasil (os paulistas dizem que é a Ponte Preta, mas os historiadores contam o Rio Grande como sendo o primeiro clube de futebol do país) e seria bom trabalhar no RS, fazer meu nome no campeonato gaúcho, mas era capaz de terem menos dinheiro ainda que o Operário e isso é algo que não posso dar pra trás, se quero avançar na carreira, preciso de um clube que tenha melhores expectativas.

 

12 de janeiro de 2021

Mais uma resposta, desta vez, do Nova Iguaçu (RJ), eles eram meus favoritos, mas, infelizmente, a recíproca não era verdadeira e eles decidiram contratar outro treinador. Rio de Janeiro seria um ótimo lugar para criar o tal do networking que esse pessoal que se acha empreendedor fala. Mas, águas passadas, me resta uma última cartada. Isso, ou procurar uma 4ª opção.

 

15 de janeiro de 2021

Aconteceu tudo tão rápido que eu nem tive tempo de escrever aqui. Mas, enfim, há dois dias recebi a resposta positiva do último clube que faltava. Com isso, passamos a discutir valores e, Deus do Céu, se não foi uma melhora! A proposta inicial deles já me assombrou. Sorte que a internet do hotel tava uma desgraça e falamos através de ligação telefônica, senão teriam visto o meu espanto.

- Boa tarde, André. Aqui é Cleomar, do Democrata, como vai?

- Opa, tudo bem e contigo?

- Tudo ótimo! Olha, André, analisamos a sua candidatura e achamos que o Sr. se enquadra no nosso perfil. Gostaríamos de contratar você para ser nosso treinador esse ano.

- Que ótima notícia.

- Para não perder tempo, afinal, o campeonato mineiro já começou, queria já acertar valores e tempo de contrato, pode ser por telefone mesmo?

- Claro, claro.

- Assim, nossa proposta é de R$ 32 mil mensais até o final de 2021, o que parece para você?

- É... – engoli meu espanto e me recompus. – R$ 32 mil... – Disse tentando demonstrar que estava abaixo do que eu queria, embora fosse muito mais do que poderia imaginar.

A conversa prosseguiu e consegui um acordo de incríveis R$ 42 mil mensais! Além disso, pela primeira vez eu teria um orçamento de transferência e teria um grande aumento no orçamento de salários comparado com a proposta do Operário. A espera valeu a pena e duvido que o time carioca proporia algo melhor. Comprei passagem e vim para Governador Valadares ontem. Cheguei no começo da madrugada, fui para um hotel e hoje cedinho já fui pro estádio, não queria dar tempo para que mudassem de ideia. Não mudaram, e o contrato foi assinado logo em seguida.

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André assina pelo Democrata GV

Após isso, o presidente me mostrou o estádio. Com capacidade pra pouco menos de 6.000 pessoas, o “Mamudão” é um estádio relativamente maior do que o utilizado pelo Operário. A trajetória do Democrata em 2020, contudo, foi bastante parecida com a do Operário. Eles subiram do módulo II do campeonato mineiro (a 2ª divisão) para a elite do estadual e subiram também da Série Regional para a Série D. Porém, foram campeões estaduais da segunda divisão e chegaram mais longe no nacional, indo até as oitavas de final sendo eliminados exatamente pelo mesmo time que nós. Trajetórias parecidas, que agora se convergem. Desta vez não tive muito tempo para pesquisar sobre a história do clube, então foi bem interessante quando o presidente começou a me contar alguns detalhes. Começou com os títulos: o Democrata venceu 3 vezes o módulo II e 1 vez a Taça Minas Gerais. Ele comentou que o time foi criado antes mesmo da cidade se chamar Governador Valadares, não entendi direito essa história. Ele fala meio rápido, mas consegui pegar que teve uma emancipação de cidades que deu origem à Governador Valadares e, em algum lugar li no meio, tinha um Flamengo e um outro time, que, no final das contas acabou virando o Democrata, em 1932 (a cidade é de 1938). Ele falou que as estrelas no escudo representam o título da taça de Minas Gerais de 1981, um título de juniores de 2005 e o título do Módulo II do estadual do mesmo ano. No fim ele disse que não poderíamos perder muito tempo com apresentações, daqui dois dias já tínhamos jogo pela 3ª rodada do campeonato mineiro e me entregou um jornal de dois anos atrás com mais informações sobre o time.

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História Democrata GV

Claro que eu já tinha procurado a situação do clube no campeonato mineiro e me parecia que chegava num momento que poderia ser complicado (se visse pelo lado ruim), mas que poderia, ao mesmo tempo, ser um bom indicativo (vendo pelo lado bom). Explico: A tabela foi cruel com o Democrata, enfrentando os 3 principais times de Minas Gerais nas 3 primeiras rodadas. Isso é ruim, pois eram praticamente certas 3 derrotas nos primeiros 3 jogos, mas significa que eu vou ter um calendário mais tranquilo, enfrentando apenas 1 desses 3 times e, depois, 5 jogos em casa e 3 fora.

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Calendário 1ª Fase Campeonato Mineiro 2021 – Democrata GV

No financeiro, o presidente me perguntou se eu queria ter uma noção da situação e achei por bem dizer que sim. Ele me encaminhou um balanço e, apesar das contas estarem no azul, estão em declínio. Mas os orçamentos são os prometidos na entrevista. E um outro detalhe que o presidente me falou é que antes procurar reforços, talvez fosse bom ver com o nosso clube mãe, o SPAL da Itália. Bom saber, embora não seja esse o foco da parceria.

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Finanças Democrata GV

Por fim, antes de ir ao gramado conhecer os jogadores, o presidente me apresentou a comissão técnica. Um pouco mais curta do que eu esperava, apenas um assistente, um olheiro e um médico. O assistente já me deixou um relatório do elenco. Isso que é eficiência!

Depois da parte burocrática, estava na hora de conhecer os jogadores. Logo na chegada ao gramado, percebo que está em boas condições e logo me vem à mente o pessoal reclamando do gramado em Itaiópolis. Aqui não terão essa desculpa. Vejo os jogadores no gramado e logo de cara reconheço um dos rostos: Márcio Júnior, atacante que jogou comigo no meu primeiro ano no Operário. Tinha até esquecido que ele tinha sido negociado com o Democrata. O elenco tinha 18 nomes e era o que eu via no gramado, o presidente ainda disse que tinham mais uns jogadores que a antiga comissão não entendia como úteis que estão treinando em separado. Pelo o que pude apurar do relatório, tem mais de uma peça em quase todas as posições, o que é bom. Agora preciso ver quem terá chances e quem não fará parte do elenco.

3-Elenco.png

Elenco Democrata GV – jan/2021

Saindo do gramado, o presidente me falou suas expectativas para a temporada. Basicamente não cair no mineiro e na série D e não liga para a taça de Minas Gerais. Ainda brincou dizendo “quem liga pra essas copas estaduais, não é mesmo?”, pensei em responder que os campeões ligam e que eu sabia disso por experiência, mas achei melhor não o contradizer tão no início do meu contrato.

16-Expectativas.png

Expectativas para o Democrata GV em 2021

Eu vou ter bastante trabalho pra fazer nesses dias. Felizmente depois do jogo contra o Cruzeiro teremos um tempo livre e poderei focar nessas questões. Por enquanto, durante o período em que tratarei dessas questões e ainda conseguirei um local pra morar aqui, o Edu vai ficar com a Marina. Eles voltam de Natal daqui uns dias e ele ficará em Gramado com ela até tudo estar resolvido aqui.

 

18 de janeiro de 2021

Agora depois de uns treinos e um jogo complicadíssimo, pude ver quem é quem no elenco e é pior do que eu imaginava. Felizmente alguns jogadores já devem desembarcar hoje mesmo, porque, ao contrário do que havia me parecido num primeiro momento, a falta de opções tá terrível. No gol¸ nenhum dos dois goleiros me agradou, um titular deve chegar hoje. Na lateral-direita tínhamos apenas um jogador, ainda insuficiente, e um que estava afastado foi reintegrado, mas também carece de qualidade, sendo necessário reforçar a posição. Na lateral-esquerda, temos dois jogadores, mas um deles não conhece o conceito de cruzamento, é impressionante como é ruim. Na zaga, temos 4 jogadores de nível médio, um já longe do auge e outro de apenas 16 anos. Vou tentar trazer alguns reforços pra posição. Para jogadores de meio-campo defensivo, temos bastante gente hábil para jogar nas posições, acho até que dá pra nos desfazermos de alguns pra liberar espaço na folha pra reforços. Já para jogadores de meio-campo ofensivo, definitivamente precisamos de reforços, temos apenas dois jogadores, e apenas um em nível aceitável. Como aconteceu com o Operário no início, quase não temos opções para pontas. Faço questão de jogar com dois jogadores em cada lado, de modo que pelo menos dois jogadores para direita e um para a esquerda serão necessários. Para o ataque, além dos dois pontas pela esquerda, que podem jogar pelo ataque, temos 3 jogadores naturais da posição. Márcio Júnior é o melhor deles, o que não quer dizer grande coisa, já que ele não tinha nível de titularidade no Operário. Pelo menos um atacante deve ser prioridade. Infelizmente, Jadshow me traiu e não aceitou negociar com o Democrata. Liguei pessoalmente para ele para tentar convencê-lo a vir comigo para Minas Gerais, mas o centroavante disse que me respeitava, mas que o Democrata não estava no nível dele. Aposto que a Luciana tá pagando um por fora pra ele pra ele negar a vir pra cá, só pode.

Ainda, com carta semibranca do presidente, montei um staff um pouco mais qualificado. Não dispensei ninguém que estava aqui, no entanto.

Ontem estreei no Campeonato Mineiro contra o Cruzeiro, fora de casa. Era o pior jogo do campeonato mineiro, sendo o único mineiro na Série A (lembrando que América e Atlético-MG estão na Série B). A primeira fase do campeonato é composta por 12 clubes, que se enfrentam uma única vez. Os dois piores são rebaixados e os OITO melhores se classificam para as quarta-de-final. Assim, são 11 rodadas para definir os rebaixados e qualificados, é um campeonato mais enxuto que o catarinense Série B que disputei ano passado. Quanto ao jogo de ontem, pelo fato de ser contra um gigante do estado, o placar de 0x3 não foi de todo ruim, considerando ainda que dos 18 jogadores, 2 estavam suspensos e 1 lesionado. Tentei colocar o time para defender o máximo possível, o Cruzeiro pressionou o jogo todo e conseguiu 2 dos 3 gols em lances de bola parada.

Com esse jogo fora do caminho, era de se esperar que chegássemos nessa rodada na lanterna. Mas, pelo lado positivo, só resta enfrentar o Boa Esporte entre os times das 2 primeiras divisões. Pelo o que pude perceber de anos anteriores, 10 pontos devem ser suficientes para escapar do rebaixamento.

1-Rodada-3.png

Campeonato Mineiro 2021 – Classificação 3ª rodada

 

21 de março de 2021

O time parece aquele meme “tava bom, mas aí melhorou, só que tava ruim e agora parece que ficou pior”, tamanha a inconstância nesse campeonato. Mas vamos lá, do início.

Contratei e vendi uma série de jogadores. É bom ter um pouquinho de dinheiro, conseguir contratar alguns jogadores efetivamente pagando aos outros clubes. No Operário o máximo que paguei foi R$ 2 mil para contratar Jadson (valeu a pena, diga-se). Até agora chegaram o goleiro Luiz, os zagueiros Luan e Roger Deniro (pergunto-me se seria primo do Robert), o lateral Maílton, os meias Pedro Wagner, Isaque e Fabrício, os pontas Matheus Braz, Biro Biro e Alex Santiago e o atacante Emerson Carioca. Ainda não estou contente com a profundidade do elenco e pretendo mais um atacante, um lateral esquerdo e um meia central. Nas despedidas, nos livramos de alguns jogadores que recebiam bastante e não jogariam. Destaque para a despedida de Márcio Júnior. Quando ficou sabendo que estava sendo negociado ele veio falar comigo:

- Professor, o Sr. não vai com a minha cara né?

- Como assim, Márcio?

- Ué, é a segunda vez, pelo segundo clube, que o Sr. me negocia.

- Não é que não vou com a sua cara, Márcio. É que seu estilo de jogo não casa com o estilo de ataque que eu gosto de montar, apenas isso. – Tentando não dizer para ele que o considerava aquém do nível que precisávamos.

- Mas eu fiz um “revitri” esse ano já.

- Um o que?

- Três gols no mesmo jogo, até pedi música no Fantástico. - Confesso que não sabia que eles permitiam isso durante os estaduais, deve ser algo novo.

- Ah sim, mas e fora esse jogo, em quantos tu marcou? – Após um pequeno silêncio, complementei. – Isso não tem nada a ver com sua capacidade ou eu não gostar de ti, é simplesmente que nossos estilos não batem, é melhor pra ti e é melhor pro clube.

- Não sei se acredito nisso, mas sei quando não sou bem-vindo. Por favor, só não vá treinar o São Luiz.

01-At-Final-do-Estadual.png

Transferências Democrata GV até 21/03/2021

No campo, montei a equipe bem parecida com o que jogava no Operário de Mafra, num 4-2-3-1, mudando pouca coisa em razão do estilo dos jogadores.

18-T-tica-Padr-o.png

Tática padrão Democrata GV e 11 ideal

Depois do jogo contra o Cruzeiro, enfrentamos o URT, quando fizemos outro jogo ruim, dessa vez contra um adversário menos complicado, mas atribuo isso à falta de familiaridade entre os jogadores e deles com a tática e meu estilo de jogo. Tendo isso em mente e vendo a partida, apesar de lamentarmos por termos saído na frente e por Márcio Júnior ter tido a oportunidade de abrir o placar no 1º tempo cara a cara com o goleiro, o empate em 1x1 não é de todo ruim. Depois disso recebemos a Caldense. Já deu pra ver a evolução do time em termos ofensivos, embora ainda peque muito no defensivo. Márcio Júnior marcou seus únicos 3 gols no campeonato nesse jogo, com menos de 30 minutos de jogo. Apesar do resultado de 3x2, foi um massacre deles e, felizmente, o goleiro Luiz catou quase tudo e nos deu a possibilidade de uma importantíssima vitória. Na 6ª rodada visitamos o lanterna Araxá. Uma vitória era importante para somar pontos e afundar um dos concorrentes diretos. Apesar de novamente sofrer um pouco na defesa, melhoramos novamente e não levamos gols. Fizemos 3 e o placar de 3x0 nos livrou da zona da degola e, em razão de serem 8 classificados entre 12 times, já nos colocou na zona de classificação.

E esse trânsito entre zona de rebaixamento e de classificação permaneceu até o final do campeonato. Na rodada seguinte, novamente fora de casa, enfrentamos a surpresa Tupi (companheiro nosso na Série D) e não demos nem pro cheiro. Sequer acertamos um chute no gol e até que duramos bastante tempo sem levar, sofrendo gol apenas no 2º tempo. Derrota por 0x2. Esse jogo liga um alerta para o nacional (olhei aqui e felizmente não estamos no mesmo grupo). Depois do Tupi, a Tombense, mais um companheiro de Série D (novamente não está no nosso grupo). Fizemos um jogo melhor que contra o Tupi, mas não conseguimos converter isso em gols. os dois gols de centroavante de Getúlio deram números finais à partida: 0x2 para os visitantes. Estávamos sentindo falta de um matador. Emerson, que foi contratado para isso, já chegou lesionado e até hoje não estreou. Jogamos um segundo jogo em sequência em casa, desta vez contra o Vila Nova (MG). Eles abriram o placar logo cedo e parecia que íamos sofrer a 3ª derrota seguida. Mas consegui puxar a orelha dos jogadores no intervalo e com 13 minutos já tínhamos virado o jogo. 2x1 num resultado importantíssimo que nos tirou novamente da zona de rebaixamento de novo. Depois desse jogo, visitamos o Boa Esporte, o 3º time mineiro na Série B. Apesar do receio de enfrentar uma equipe superior, não quis ir retrancado, principalmente pois não treinamos assim, então melhor ir com o que está treinado. E não poderia dar mais certo. Fizemos um jogo de igual para igual, Luiz foi decisivo atrás e conseguimos converter em 3 chegadas no ataque. 3x0 num ótimo resultado que nos livrou matematicamente do rebaixamento. O trabalho estava feito, mas como já estávamos em 8º, seria bom jogar as eliminatórias.

Dito isso, a torcida diz que eu fracassei em fracassar. Explicando: houve muito burburinho antes do jogo pelo fato de a escalação ser anunciada com muitos jogadores reservas no jogo em casa contra o Coimbra na última rodada. Especularam que eu estava com medo dos playoffs e queria ficar no "limbo" dos que nem caem, nem se classificam. A verdade não poderia passar mais longe. Apenas queria dar ritmo de jogo aos jogadores que costumeiramente não jogam, afinal, podemos ter problemas de lesões e temos que ter os jogadores preparados. Em razão de jogar com um time completamente desfigurado, sofremos no início do jogo. O adversário jogou desesperado para se livrar do rebaixamento e aos 4 minutos já abriram o placar. O resultado permaneceu até os 36 minutos da segunda etapa, quando Nonato tentou desviar uma bola e mandou contra. O empate em 1x1 nos classificou em 7º lugar para as quartas de finais, em jogo único, contra o Cruzeiro. Enfrentaria meu 1º adversário novamente.

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Campeonato Mineiro 2021 – Classificação Final 1ª Fase

Com a semana inteira livre, trabalhei em uma tática mais defensiva (não tanto quanto a do meu 1º jogo) para o enfrentamento contra o Cruzeiro pelas quartas de final. É difícil admitir isso, mas a ideia era apenas não passar vergonha. Talvez houvesse um pouco de receio dos playoffs em mim mesmo. Talvez eu deva fazer uma ligação para a Drª. Lourdes pra ver isso aí. Mas de qualquer forma, quanto ao jogo, foi melhor que o esperado. Quero dizer, dentro das possibilidades, obviamente. Eles vieram pra cima e abriram o placar logo cedo, aos 7 minutos. A partir de então, sentia que não estávamos conseguindo segurá-los, ao passo que não oferecíamos muito perigo na frente. Voltei à tática habitual e o time se comportou melhor. Talvez surpreendendo o adversário com uma mudança tática, empatamos na sequência, num contra-ataque finalizado por Isaque aparecendo na área. Eles voltaram a ficar na frente ainda no 1º tempo, ampliando no começo da 2ª metade. Descontamos aos 17 da segunda etapa, mas não foi suficiente para levar a decisão para os pênaltis. Fizemos um grande jogo, muito além do que eu esperava em termos de resultado. Derrota por 2x3, eliminação, mas cabeça erguida.

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Resultados – Democrata GV – Campeonato Mineiro 2020

A partir de amanhã começo a pensar na Série D. Ainda quero buscar, pelo menos, 03 reforços: um lateral-esquerdo, um meia-central e um atacante. Diferente do que fazia no Operário, esse ano vou ficar atento em oportunidades de negócios a todo momento, então talvez reforce o time além dessas posições.

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      \Documents\Sports Interactive\Football Manager 2020 
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    • Nei of
      Por Nei of
      “Depois de maio de 1940, os bons tempos se acabaram: primeiro a guerra a capitulação, seguida da chegada dos alemães. Foi então que, realmente, principiaram os sofrimentos dos judeus. Decretos anti-semitas surgiam, uns após os outros, em rápida sucessão. Os judeus tinham de usar, bem à vista, uma estrela amarela; os judeus tinham de entregar suas bicicletas; os judeus não podiam andar de bonde; os judeus não podiam dirigir automóveis. Só lhes era permitido fazer compras das três as cinco e, mesmo assim, apenas em lojas que tivessem uma placa com os dizeres: LOSA ISRAELIA. Os judeus eram obrigados a se recolher a suas casas às oito da noite, e, depois dessa hora, não podiam sentar-se nem mesmo em seus próprios jardins. Os judeus não podiam frequentar teatros, cinemas e outros locais de diversão. Os judeus não podiam praticar esportes publicamente. Piscinas, quadras de tênis, campos de hóquei e outros locais para a prática de esportes eram-lhes terminantemente proibidos. Os judeus não podiam visitar os cristãos. Só podiam frequentar escolas judias, sofrendo ainda uma série de restrições semelhantes.
      Assim, não podíamos fazer isto e estávamos proibidos de fazer aquilo. Mas a vida continuava, apesar de tudo Jopie costumava dizer-me: _ A gente tem medo de fazer qualquer coisa porque pode estar proibido. _ Nossa liberdade era tremendamente limitada, mas ainda assim as coisas eram suportáveis.” Diário de Anne Frank, págs. 11 e 12.
       
      Não possuo qualquer ligação com a comunidade judaica, nem ascendência ou apreço maior por algum clube com tal relação. Por outro lado, os absurdos cometidos pelos nazistas foram muito bem documentados para não deixar ninguém incauto. Nada obstante, a idiotice humana aparece com mais força em tempos e situações de escassez (econômica, política, cultural...), portanto não me surpreendem que manifestações preconceituosas se reciclem em nossa história.
      A não ser que cheguemos em um tempo de disponibilidade total de recursos (o que considero improvável), entendo que o preconceito sempre existirá, transmutando-se em mentes fracas e com medo. Sim, o preconceito é a voz do medo e faz do ódio seu fio condutor. Por isso, não consigo ver muito sentido na frase comum: “não acredito que em 2019 alguém ainda pense assim”. Pois pensamos absurdos todo santo dia e o melhor que podemos fazer é explorar nossas opiniões, amadurecê-las e buscar evoluir – a expressão preconceituosa é imatura, fechada em si mesma e irracional.
      Apesar de não ser judeu, meu nome – para quem ainda não sabe – é Israel (tambores de revelação). O livro da Anne Frank chegou agora em minha vida e a genialidade, sensibilidade e capacidade de transmitir a crueldade e dor de um período com a sutileza do olhar de uma criança de 13 anos, me tocou demais.
      Pensei, portanto, em fazer uma jornada entre Alemanha e Holanda, lugares por onde Anne passou. Mas como ficaria um tanto limitado, decidi que vou começar de baixo, trabalhando em clubes com ligações à comunidade judaica, especialmente em Alemanha, Holanda e Israel, eventualmente jogando em algum clube dos EUA. O objetivo é chegar ao topo da carreira treinando Ajax e/ou Tottenham.
      A princípio começaria em Frankfurt, mas não consegui encontrar na base de dados (German System Football League - dica muito boa do @Johann Duwe) que estou utilizando o FC Gudesding Frankfurt, um clube criado por amigos judeus em Frankfurt an Main, cidade de nascimento de Anne. Enquanto procurava, me chamou atenção o TuS Makkabi Berlin e é por lá que vamos começar. Ou melhor, por onde Pedro Van Pels vai começar sua carreira.
       
      Makkabi Berlin
      Fundado em 1898, o clube antecessor Bar Kochba Berlin era uma das maiores organizações judaicas do mundo em 1930, com mais de 40.000 membros de 24 países, parte do movimento geral de Bar-Kochba destinado a promover a educação física e a herança judaica. O clube organizou equipes em vários esportes, incluindo um time de futebol que competiu nas ligas da cidade entre 1911 e 1929. Em 1924, Lilli Henoch, recordista mundial de eventos de discus, arremesso de peso e revezamento de 4 × 100 metros, treinou as mulheres. (Henoch foi assassinada pelos nazistas em um gueto próximo a Riga, Letônia, em 1942).
      Em 1929, o Bar Kochba fundiu-se com o Hakoah Berlin para formar o clube esportivo Bar Kochba-Hakoah . O lado Hakoah teve um sucesso cada vez maior, conquistando três campeonatos consecutivos na divisão inferior entre 1925 e 1927. Eles eram promovidos a cada vez até que, em 1928, jogavam futebol de primeira linha. O lado recém-combinado continuou a competir como Hakoah depois de 1929.
      A ascensão ao poder dos nazistas no início dos anos 30 levou à discriminação contra judeus e, em 1933, as equipes judias foram excluídas da competição geral e limitadas a jogar em ligas ou torneios separados. Em 1938, as equipes judaicas foram banidas imediatamente, quando a discriminação se transformou em perseguição.
      Em 26 de novembro de 1970, o TuS Makkabi Berlin foi formado a partir da fusão da Bar-Kochba Berlin (ginástica e atletismo), Hakoah Berlin (futebol, restabelecido em 1945) e Makkabi Berlin (boxe).
      Aparentemente não possui quaisquer títulos, mas poderei descobrir mais sobre o clube no decorrer.
      O clube joga a Berlin Liga, que faz parte do sexto nível do futebol alemão, tendo o seguinte caminho de ascensão:

       
      Índice:
      Histórico:
      Ligas selecionadas:
       

       
    • Danilo10
      Por Danilo10
      ola amigos voltei a jogar o FM apos mto tempo porem so consigo rodar o FM 2019 no meu PC alguem por acaso poderia disponibilizar o update do Brasil mundi up 2019 por favor
       
    • samuelzeeraa
      Por samuelzeeraa
      Gentileza, meu computador infelizmente não roda Football Manager superior a 2019. Alguém tem download de Update para FM 2019 o recente ou o último? Obrigado. Espero ajuda de vocês. 
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