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Netflix divulga seu TOP10+ filmes originais mais assistidos


Leho.

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  • Diretor Geral
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A Netflix divulgou pela primeira vez a lista de quais foram os seus dez filmes originais mais assistidos. De acordo com os dados divulgados pelo serviço de streaming, que considera como audiência todos os usuários que assistiram ao menos dois minutos do filme, “Resgate“, ação estrelado por Chris Hemsworth, ficou em primeiro lugar.

Um dos maiores sucessos na época do lançamento, “Bird Box“, thriller pós-apocalíptico estrelado por Sandra Bullock, ficou em segundo lugar. Em seguida vieram “Troco em Dobro“, com Mark Wahlberg e “Esquadrão 6“, com Ryan Reynolds. A comédia estrelada por Adam Sandler e Jennifer Aniston, “Mistério no Mediterrâneo”, ficou na quinta posição. O sexto lugar foi ocupado por “O Irlândes“, drama do diretor Martin Scorsese e que teve dez indicações ao Oscar. “O Poço”, filme espanhol dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia, ficou na nona posição.

Veja a lista completa:

  1. “Resgate” – 99 milhões
  2. “Bird Box” – 89 milhões
  3. “Troco em Dobro” – 85 milhões
  4. “Esquadrão 6” – 83 milhões
  5. “Mistério no Mediterrâneo” – 83 milhões
  6. “O Irlandês” – 64 milhões
  7. “Operação Fronteira” – 63 milhões
  8. “A Missy Errada” – 59 milhões
  9. “O Poço” – 56 milhões
  10. “O Date Perfeito” – 55 milhões

Todos os dez filmes foram lançados nos últimos três anos, sendo a maioria nos últimos doze meses. Considerando que a Netflix conseguiu 43,6 milhões de novos clientes desde o início de 2019, a expectativa é de que os novos lançamentos consigam cada vez mais público. Scott Stuber, chefe da divisão de filmes da Netflix, declarou:

“Queremos um filme impactante a cada duas semanas. Para uma pessoa, isso significa ‘Resgate’. Para outra, ‘A Missy Errada’.”

@Cinema com Rapadura

 

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  • Vice-Presidente

A maioria é filme bosta, diz muito sobre o que a monopolização de um meio de transmissão gera para a própria companhia.

Num cinema, jamais chegariam a essa quantidade de pessoas consumindo.

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Como assim Beasts of No Nation não está nessa lista? É por isso que o mundo está desse jeito.

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8 hours ago, Henrique M. said:

A maioria é filme bosta, diz muito sobre o que a monopolização de um meio de transmissão gera para a própria companhia.

Num cinema, jamais chegariam a essa quantidade de pessoas consumindo.

Vc fala como se a Netflix impedisse a existência de outros concorrentes. Ela é a maior porque o público quer que ela seja. Se ela faz conteúdo medíocre e é consumida, é porque o povo infelizmente quer ver esse conteúdo medíocre. Se ela não agradasse as pessoas, alguém já teria ultrapassado eles ou o site já teria morrido.

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  • Diretor Geral

Eu não vejo esse crescimento da Netflix como algo ruim, como mt gente coloca e critica a empresa e tals... eu sigo assinando o plano, e acho que continua tendo coisas interessantes dentro dela que fazem valer a pena essa assinatura. Óbvio, como bem disse o @Ariel', num serviço dessa abrangência aí, o público médio é quem acaba ditando o que fica mais em evidência, e assim ditando também onde a empresa investirá mais em suas produções.

Se o público médio quer ver comédia romântica e ação, tome-lhe comédia e ação oras. Não dá pra querer que seu gosto de nicho seja o norte da empresa, a conta não vai bater no final. E essa lista traduz bem isso: mt filme considerado "bosta" pra muitos aqui, mas que geram a atenção da maioria dos assinantes. A Netflix não investe nesse estilo porque quer, mas sim porque tem retorno.

Daria pra colocar vários outros filmes originais deles que são infinitamente melhores do que os listados, mas aí é o nosso nicho falando mais alto.

 

 

4 hours ago, Banton said:

Como assim Beasts of No Nation não está nessa lista? É por isso que o mundo está desse jeito.

Baita filme, e é um desses que eu falei que daria pra colocar ali.

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  • Vice-Presidente
7 hours ago, Ariel' said:

Vc fala como se a Netflix impedisse a existência de outros concorrentes. Ela é a maior porque o público quer que ela seja. Se ela faz conteúdo medíocre e é consumida, é porque o povo infelizmente quer ver esse conteúdo medíocre. Se ela não agradasse as pessoas, alguém já teria ultrapassado eles ou o site já teria morrido.

Sim, amigo, era exatamente esse meu ponto.

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  • 3 semanas depois...
Em 20/07/2020 em 06:15, Ariel' disse:

Vc fala como se a Netflix impedisse a existência de outros concorrentes. Ela é a maior porque o público quer que ela seja. Se ela faz conteúdo medíocre e é consumida, é porque o povo infelizmente quer ver esse conteúdo medíocre. Se ela não agradasse as pessoas, alguém já teria ultrapassado eles ou o site já teria morrido.

Não necessariamente. A vantagem de largar na frente não é desprezível, pelo contrário. Depois têm vários outros fatores além desse idealismo de que o mercado vai dar espaço pra toda concorrência e que se houver demanda esse concorrente vai sempre poder abocanhar seu espaço. A demanda é limitada já que as horas livres de cada pessoa são finitas, então não é qualquer conteúdo que vai conseguir se espremer no meio de coisas mais chamativas, principalmente sem campanha de marketing.

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  • 2 semanas depois...
On 8/4/2020 at 6:00 PM, Douglas. said:

Não necessariamente. A vantagem de largar na frente não é desprezível, pelo contrário. Depois têm vários outros fatores além desse idealismo de que o mercado vai dar espaço pra toda concorrência e que se houver demanda esse concorrente vai sempre poder abocanhar seu espaço. A demanda é limitada já que as horas livres de cada pessoa são finitas, então não é qualquer conteúdo que vai conseguir se espremer no meio de coisas mais chamativas, principalmente sem campanha de marketing.

Concordo, afinal as coisas não são excludentes.

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tem algum problema em se colocar filmes clássicos no catalógo deles, ou eles sequer se dão ao trabalho pois o retorno financeiro seria pequeno?

Vi que possuem um pouco mais de 3k em filmes. Tem bastante coisa boa por lá. Apesar que dos últimos 10 filmes que assisti, quase nenhum tem lá.

Digamos assim, se quisessem acrescentar uns 500 filmes antigos (inclusive os que já são de domínio público, como Casablanca ou Nosferatu, enfim, coisa antiga mesmo) ou filmes que foram indicados ao Oscar ou outra premiação. Já seria uma boa.

Uma outra coisa que nunca entendi é porque não fazem uma lista por gêneros ou por ano. Ficaria tão mais simples pra se pesquisar. 

E sobre essa lista aí, achei bem comum. Nada contra os filmes de agora, pois sei que tem coisa boa (só que com menos orçamento) sendo lançada hoje em dia. Só que dão pouco espaço no catalógo deles.

 

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  • Diretor Geral
8 hours ago, felipevalle said:

tem algum problema em se colocar filmes clássicos no catálogo deles, ou eles sequer se dão ao trabalho pois o retorno financeiro seria pequeno? [...]

Imagino que seja pelo retorno financeiro mesmo, mas deve passar também pelo trabalho de curadoria e escolha desses filmes, e aí acho que entra também um determinado perfil a ser seguido. Netflix surgiu pra ser o companheiro perfeito do telespectador no sentido do "ENTRETENIMENTO", e não necessariamente pra promover a cultura.

Mas é fato e concordo contigo: eles poderiam ter uma seção melhor trabalhada com esse tipo de filme sim, até pra contemplar outros nichos.

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Quanto à organização do catálogo, realmente... os caras poderiam mt bem separar aquilo lá de outra forma. É tudo mt bagunçado, tá louco.

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    • Douglas.
      Por Douglas.
      A HBO deu andamento à produção da nova série do universo de "Game of Thrones". "A Knight of the Seven Kingdoms: The Hedge Knight" vai adaptar o livro "O Cavaleiro dos Sete Reinos", um prelúdio da saga original de livros que foi publicado no Brasil pela editora Leya.
      O anúncio foi feito durante uma apresentação da Warner Bros. Discovery nesta quarta-feira (12), em que também foi anunciada a fusão dos serviços de streaming HBO Max e Discovery+, que passam a se chamar Max.
      "A Knight of the Seven Kingdoms: The Hedge Knight" pode ser traduzido para "O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Cavaleiro Andante". "The Hedge Knight" é o nome da primeira das três novelas compiladas em "O Cavaleiro dos Sete Reinos" e foi publicada originalmente em 1998 nos Estados Unidos.
      O livro reúne ainda mais duas novelas, "The Sworn Sword", de 2003, e "The Mystery Knight", de 2010. As histórias acompanham as aventuras de Sor Duncan, o Alto, também conhecido como Dunk, e do jovem Aegon V Targaryen, ou Egg — daí o outro nome pelo qual as histórias são conhecidas, que pode ser traduzido para "Contos de Dunk e Egg". Os eventos se passam 90 anos antes dos de "As Crônicas de Gelo e Fogo".
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      https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/04/o-que-se-sabe-sobre-a-knight-of-the-seven-kingdoms-preludio-de-got.shtml
       
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      Moderadamente animado. De todas as histórias, sempre falei que era a mais fácil de adaptar, mas também não sei dizer se tem o mesmo potencial das outras porque não tem dragões nem núcleos mais fixos. Até comentei no tópico de The Last of Us que imagino um desenvolvimento parecido, com muitos personagens secundários que entram e saem de cena e a gente tendo certeza antecipada que os protagonistas sairão vivos, senão ilesos sempre, então o conflito da história vai ter que ser diferente.
      Ainda tem sempre a possibilidade de não sair do papel como foi com outras...
    • grollinho
      Por grollinho
      Finalmente está saindo a sequência do grande filme do James Cameron (o original também demorou mil anos).
      O lançamento é dia 15/12.
       
    • Cesarrock9
      Por Cesarrock9
    • Leho.
      Por Leho.
      Por Pedro Henrique Ribeiro,
      21 de julho de 2021
      Você já fez terapia ou pelo menos se consultou com um psicólogo? Essa é uma prática muito boa que deveria se tornar hábito. Assim como algumas pessoas vão ao dentista duas vezes por ano, todos deveríamos reservar um tempinho para conversar com um psicólogo e organizar a mente. Isso serve para pessoas comuns, mas também para super-heróis. Nos últimos anos, ficou cada vez mais comum vermos super-humanos tentando resolver problemas que tinham dentro da cachola. Para isso, ou eles dão uma passadinha no “divã” da terapia, ou tentam botar a angústia para fora. Por causa disso, estamos perdendo aquela imagem de super-herói perfeito e invulnerável, e os estúdios estão investindo nessas narrativas para dar um ar de profundidade às histórias.
      “Nos primeiros 40 anos dos quadrinhos, uma narrativa mais simplificada dominou o mercado dos quadrinhos. Graças ao Stan Lee e seus quadrinhos da Marvel, o super-herói passou a ter uma vida pessoal, problemas psicológicos e se aproximar mais dos problemas do leitor. Esse modelo fez muito sucesso com as histórias do Homem-Aranha, Quarteto Fantástico e Capitão América, e é reproduzido até hoje pela indústria”, explica o pesquisador do Núcleo de Pesquisas de Histórias em Quadrinhos da USP, Waldomiro de Castro.
      Nas telinhas e telonas vemos vários heróis assumindo a importância de conversar, como o Utópico, em O Legado de Júpiter, e Bucky Barnes, em Falcão e Soldado Invernal”. Em WandaVision vemos a Feiticeira Escarlate cruzar as fases do luto após a morte de seu marido, Visão, em Vingadores: Guerra Infinita”. Em Watchmen – O Filme, o cruel Rorschach se consulta com um psiquiatra após ir para a prisão. Durante os testes – que dão nome ao personagem -, ele consegue identificar os próprios traumas, mas mente para não ser considerado doente.
      Rorschach se consulta com psiquiatra após ser preso em Watchmen. Imagem: Reprodução/Prime Video
      O professor e pesquisador de quadrinhos, Mario Marcello Neto, explica que muitos desses debates encontrados nas HQs fazem parte de um sentimento de dívida dos autores estadunidenses. “Essa geração pós-Guerra do Vietnã está muito imbuída em uma sociedade que tem muitas dívidas a pagar, seja com minorias ou com eles mesmos. Esse aparecimento do ‘divã’ nos contextos mais atuais, reflete um certo avanço no reconhecimento da importância da saúde mental. Porém, uma coisa que dita isso [ter ou não o divã] é o ritmo da história. Eu acho que se houver muito conflito pessoal, as pessoas saem do cinema. Eu não consigo ver uma cena como a consulta do Soldado Invernal acontecendo em um filme dos Vingadores, porque [o filme] é muito frenético”.
      Sam Wilson (Falcão) e Bucky Barnes (Soldado Invernal) cara a cara na terapia. Imagem: Reprodução/Disney Plus
      “E, às vezes, você pode ser um herói ou um vilão dependendo do contexto. Um super-herói é um sujeito que também tem fragilidades, acontece com muitos personagens, não apenas nos seus traumas, mas também na questão da agressão. Isso sem dúvida abre muito campo para explorar novas histórias e narrativas. Eu acho positivo, porque tira a ideia de que há um super-homem em cada um desses heróis. Isso está afinada aos debates atuais”, explica a pesquisadora de história da arte Vanessa Bortulucce.
      À medida em que as décadas avançam, a postura do super-herói se modifica. Em alguns momentos, como na década de 1960, muitos heróis se envolveram no movimento pacifista. Já na década de 1980, vemos personagens com personalidades mais assertivas e mais agressivos. Agressividade essa geralmente associada aos traumas que deram origem ao lado heroico deles, como as mortes dos pais de Bruce Wayne (Batman) e do tio de Peter Parker (Homem-Aranha) e até mesmo o suicídio do pai de Utópico. Com isso, esses personagens apresentam uma postura muito mais agressiva em relação aos criminosos. “Você nunca viu um Batman tão violento como o da década de 1990”, afirma Castro.
      Utópico buscou ajuda psiquiátrica após problemas com a família. Imagem: Reprodução/Netflix
      Ascensão em meio ao desastre
      A Crise de 1929, também conhecida como “A Grande Depressão”, marcou um dos momentos mais caóticos do capitalismo na era moderna. Ela teve origem nos Estados Unidos, que na época já tinha se consolidado como a maior economia do mundo. Com a crise, muitas empresas quebraram e o desemprego saltou de 4% para 27%. Foi um verdadeiro caos econômico que em pouco tempo trouxe sérias consequências para a sociedade. Esse tsunami de problemas que sucedeu a crise foi crucial para a revolução das comics. 
      Para Vanessa Bortulucce, a principal relação entre a Grande Depressão e as HQs é a mudança do cenário das histórias. “Como a Crise de 29 envolveu o mercado de ações, os bancos e etc, você tem as cidades como um lugar marcado por desastres e más notícias. Então, os quadrinhos sofrem um certo refluxo nesse ambiente”, explica ela. Fora do ambiente das cidades, novos cenários começaram a ganhar força, como o espaço sideral de Flash Gordon e Brick Bradford. 
      Essa fragilização acabou criando o conceito do “herói extraordinário”, aquele que resolve problemas com facilidade, sem quebrar a cabeça, e assim entrega uma aventura fantástica que restaura a esperança do leitor, que não tem muita paciência para novos problemas. 
      Em 1938, quando foi lançada a primeira HQ do Superman, o herói absorveu muitas características da época, especialmente nas edições lançadas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O kryptoniano era invencível, imparável, como se estivesse passando uma mensagem. O mesmo pôde ser vista nas revistas da Capitã Marvel. Assim surgiram os primeiros aspectos para se discutir o mito do herói nas comics.
      Mito do herói no traço e na tela
      Contar sobre a vida dos personagens humanizou os super-humanos e até mesmo os alienígenas como Clark Kent. Isso reforçou a ideia de que um herói pode ser qualquer pessoa, como um fazendeiro do Kansas, um jovem franzino do Brooklyn ou um nerd do Queens.
      “O Super-Homem é um alienígena, mas o leitor olha para o Clark Kent, que é um homem comum. Ao se mostrar como um homem comum, ele estabelece um reconhecimento, e o leitor pensa em um Super-Man que estaria, simbolicamente, dentro dele. Com os heróis da Marvel, Stan Lee tem uma importância vital nesse sentido, porque ele inverte a lógica do Super-Homem: você não tem um herói que se passa por um homem comum, mas um homem –  ou mulher – comum que pode se mostrar como herói”, diz Bortulucce.
      Pensando sobre essa afirmação da pesquisadora, alguns nomes do MCU vêm em mente, como Viúva Negra, Falcão, Gavião Arqueiro, Homem de Ferro, Homem-Formiga, Vespa e muitos outros. Esses heróis sem poderes “mágicos ou alienígenas” usam tecnologia e habilidades de combate para derrotar os vilões. Porém, diferentemente dos heróis do século 20, os personagens da Marvel nos cinemas não carregam consigo um senso inabalável de justiça e têm em comum traumas que precisam ser tratados seriamente.
      Heróis enlatados
      Todo esse roteiro de heróis traumatizados e órfãos é bem conveniente para os enredos, como vimos até aqui. Por isso essa jornada entre perda e poder foi reproduzida em larga escalada para as dezenas de heróis que surgiram nas décadas seguintes aos anos 1960. Esses heróis chamados de enlatados basicamente mudam de nome, o lugar de origem, mas a essência segue sendo a mesma. Essa zona de conforto permitiu que grandes estúdios e produzissem vários heróis sem perder o trunfo de uma história dividida entre vida civil e vida com uniforme, como explica Mario Marcello Neto.
      “Algumas coisas se repetiriam, como a ideia da orfandade como característica para ser super-herói. Nisso a gente tem desde Shazam até o Batman. Parece até que o critério para ser herói é não ter os pais e mães [biológicos]. Na década de 1940 era pior e os heróis que sobreviveram daquela época para cá são muito poucos. Naqueles anos a gente via heróis que eram plágios. O próprio Shazam se envolveu em um processo de plágio por causa das semelhanças com o Superman”. 
      Heróis e política
      Entre as influências que as histórias de super-heróis podem ter na sociedade está a política. Assim como foi o caso do governo de Reagan nos anos 1980, as políticas e as HQs fazem essa troca de signos. Além de exercer uma influência natural com seus enredos, as histórias em quadrinhos também podem ser utilizadas como ferramenta política, como explica Bortulucce. “Muitos personagens surgem por causa da Segunda Guerra Mundial, como o Capitão América. Guerra do Vietnã? Homem de Ferro. Corrida espacial? Quarteto Fantástico. O medo e a maravilha do poder atômico? Hulk e Homem-Aranha. Minorias e lutas sociais? Pantera Negra e X-Men. Os quadrinhos são uma grande ferramenta política”. 
      Um bom e recente exemplo aconteceu durante as manifestações de 2013 contra o então governo de Dilma Roussef (PT). Muitos manifestantes foram às ruas com camisas da CBF e máscara do personagem V, de V de Vingança. A intenção era mostrar que “o povo” estava disposto a ir longe, como V foi. Na história em quadrinhos, o personagem adota um tom professoral e filosófico em seus discursos, e tem todo o tipo de ideia para derrubar um governo fascista que governava a Inglaterra. Entre as ações de V está a explosão do Parlamento Britânico.
      Essa ideia de que todo mundo pode ser um herói se mostra nesses tipos de situação. Na época, Alan Moore, o autor da HQ, chegou a comentar sobre o caso em entrevista ao site UOL. “Há 30 anos eu estava apenas respondendo à situação da Inglaterra da minha perspectiva. Não eram premonições do que aconteceria no futuro”, disse ele sobre a produção de V de Vingança. “Acho que não tenho muito a dizer a respeito [do uso das máscaras], porque eu sou apenas o criador da história. E eu não tenho uma cópia de ‘V’ em casa, isso foi tirado de mim por grandes corporações”, completou.
      Esse uso do V por manifestantes em 2013 é apenas um exemplo da relação entre quadrinhos e política. “As histórias em quadrinho influenciam em termos de filosofia de vida. Os leitores acabam se influenciando pelas ideias e propostas, acabam acreditando na visão de mundo daqueles heróis. Mas eu não acredito que uma pessoa normal seja influenciada aponto de vestir uma máscara ou uma roupa e sair por aí batendo nas pessoas resolvem os problemas do mundo”, diz Castro.
      Então, da próxima vez que você assistir a uma série, filme ou ler uma HQ e se perguntar: isso não está realista demais? Lembre-se de que a resposta é sim! Tudo vai ficar cada vez mais real enquanto continuaremos a ver homens voadores atirando raio laser pelos olhos.
      @Bitniks
    • David R.
      Por David R.
      Parece bem interessante e com um preço muito atrativo, não cheguei a olhar os catálogos mais a fundo... mas chega pra concorrer forte com Netflix e Spotify/Deezer ao mesmo tempo. Isso tudo além de uma versão mais enxuta do Kindle Unlimited e com frete grátis em várias compras. Vamos ver qual será a reação das concorrentes.
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