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A Sociedade do Cansaço


Aleef

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Por que vivemos na sociedade do cansaço, segundo este filósofo

Para o coreano Byung-chul Han, a contemporaneidade é marcada por um excesso de positividade que culmina nas mais diversas patologias psicológicas
 

Em 2013, uma pesquisa realizada pelo Ibope demonstrou que 98% dos brasileiros se sentem cansados mental e fisicamente. Os jovens de 20 a 29 anos representam a maior fatia dos exaustos. A tendência aparece em outros lugares. De acordo com o Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos de 2015, 43% dos trabalhadores do país dormem menos do que o período recomendado pela Fundação Nacional do Sono, ONG americana que promove a conscientização pública da importância do sono e dos distúrbios decorrentes da falta dele. O filósofo sul-coreano Byung-chul Han se debruçou sobre o tema da exaustão e produziu o ensaio “Sociedade do cansaço”, publicado no Brasil em formato de livro pela editora Vozes. No texto, Han argumenta que cada época possui epidemias próprias, como as doenças bacteriológicas e virais que marcaram o século 20. Para ele, as patologias neurais definem o século 21 – e todas elas surgem a partir de um denominador comum: o excesso de positividade.

A positividade e a sociedade do desempenho

Para Han, os males da alma surgem de um excesso de positividade presente em todas as esferas da sociedade contemporânea. Nesses discursos, predominam as mensagens de ação produtiva e as ideias de que todas as metas são alcançáveis. O autor simboliza esse fenômeno a partir do slogan da campanha presidencial de Barack Obama em 2008: “Yes, we can” (“Sim, nós podemos”, em tradução livre) e do slogan da Nike, “just do it” (“simplesmente faça”). De acordo com o filósofo, o excesso de positividade presente na contemporaneidade culmina na criação de uma “sociedade do desempenho”, um cenário em que a produtividade se torna um norte para os indivíduos. Han afirma que a sociedade do desempenho seria um contraponto à sociedade disciplinar postulada pelo filósofo francês Michel Foucault no século 20. Na sociedade disciplinar de Foucault, o indivíduo é vigiado constantemente, estando sujeito às normas locais e às punições decorrentes de qualquer tipo de desvio de conduta.

Mesmo parecendo contraditórias, Han acredita que as duas premissas se complementam de certa forma. Para ele, o sujeito do desempenho é mais rápido e produtivo do que o indivíduo obediente, mas o poder se transforma em uma espécie de dever. “O poder eleva o nível de produtividade que é intencionado através da técnica disciplinar, o imperativo do dever”, afirma. Han usa o trabalho do sociólogo francês Alain Ehrenberg para determinar como surge a depressão no contexto da sociedade do desempenho. No livro “La fatigue d'être soi: dépression et société” (“O cansaço de ser você mesmo: depressão e sociedade”, em tradução livre), Ehrenberg argumenta que a depressão surge do cansaço proveniente do esforço do indivíduo de ter de ser ele mesmo. O cansaço de ser si mesmo, para Ehrenberg, surge da pressão por sempre ser autêntico e produtivo, bem como da ideia difundida nos mais diversos ambientes de que nada é impossível e tudo só depende da força de vontade individual. Para Han, o cansaço de si mesmo de Ehrenberg culmina numa autoexploração do indivíduo, que se entrega ao excesso de trabalho munido de um sentimento de liberdade.

A falta de tédio e os multitarefas

Em “Sociedade do cansaço”, Byung-chul Han também argumenta que o excesso de positividade que causa a fadiga geral se manifesta a partir de um excesso de estímulos. O multitasking, a habilidade de realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo, é uma das formas do excesso de estímulos. A principal consequência disso para o autor é a perda do aprofundamento contemplativo do ser humano, com os indivíduos desenvolvendo “uma atenção ampla, mas rasa, que se assemelha à atenção de um animal selvagem”. A inquietação decorrente do excesso de estímulos gera uma aversão ao tédio na sociedade, criando um cenário em que as atividades são buscadas constantemente. Para Han, o ócio criativo é fundamental para a evolução intelectual da humanidade, nos mais diversos campos

A Sociedade do Cansaço

A sociedade do cansaço surge da união de todos esses fatores em algo que Han apelida de “infarto da alma”. Nesse cenário, o cansaço se manifesta coletivamente, mas de maneira solitária em cada indivíduo. O autor cita o escritor austríaco Peter Handke, que no livro “Ensaio sobre o cansaço” apresenta a ideia de uma fadiga extrema dividida entre as pessoas, cada uma com o seu próprio grau de esgotamento. Han define esse cansaço como um “cansaço da potência positiva, que incapacita de fazer qualquer coisa”. É uma fadiga surgida do excesso de desempenho e produtividade que, por sua vez, tira do indivíduo a capacidade de fazer novas coisas.

O excesso do desempenho do trabalho

Em um dos capítulos de "Sociedade do Cansaço", Han usa o conto "Bartleby, o escrivão", de Herman Melville, para demonstrar como o excesso de positividade pode levar ao excesso de trabalho. No conto de Melville, o escrivão Bartleby passa muito tempo produzindo grandes quantidades de trabalho de qualidade, até que, um dia, passa a recusar todas as demandas que chegam até ele e demonstra uma profunda desilusão com a vida. Escrito por Vicki Robin e Joe Dominguez, o livro “Dinheiro e Vida” argumenta que nunca se trabalhou tanto na história humana, e que a vida profissional se tornou uma nova espécie de religião. “Nossos empregos agora exercem a função que tradicionalmente pertencia à religião”, escrevem os autores. “Eles são o lugar onde buscamos respostas para questões fundamentais como ‘quem sou eu?’, ‘por que estou aqui?’ e ‘qual o sentido disso tudo?’. Os empregos também exercem a função de família, respondendo questões como ‘quem são os meus?’ e ‘onde eu me encaixo?’”. Estudos documentam as consequências do excesso de trabalho. Uma pesquisa de professores da Universidade de Angers, na França, publicada em junho de 2019, apontou que trabalhar mais de 10 horas diárias, por pelo menos 50 dias ao ano, é um fator de risco para a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral nos trabalhadores. Uma pesquisa de 2003, publicada pelo Instituto de Estudos do Emprego do Reino Unido, indicou uma relação entre longas jornadas de trabalho e o desenvolvimento de tabagismo, problemas relacionados ao sono, doenças cardiovasculares e retardamento no crescimento fetal em trabalhadoras grávidas. Além dos efeitos na saúde, a pesquisa do instituto britânico demonstrou que mais horas de trabalho estão relacionadas a uma queda de produtividade nos trabalhadores, decorrente do cansaço físico e mental.

Link para a matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/08/27/Por-que-vivemos-na-sociedade-do-cansaço-segundo-este-filósofo

© 2019 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.

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  • Respostas 51
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Como diz um advogado; " O tempo é o nosso maior ativo".

Acho que esta quantidade de informação vem cansando demais mesmo. Esses dias me peguei pensando nisto e vem tbm um fator de "preciso ler aquilo" "preciso ver o vídeo e tal". O favoritos tende a aumentar consideravelmente.

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Este parece que vai ser um longo e trabalhoso século. O cansaço é inerente. Minha dúvida é se as sociedades mais civilizadas tem mais ócio criativo. Aqui no Brasil por exemplo, tem muito vagabundo à toa e nem por isso faz de nós mais desenvolvidos.

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Recomendo a leitura do livro também, é bem curto. Apesar da reportagem já condensar muito bem os argumentos dele, o livro sempre dá uma expandida né. No Kindle tá barato e a edição física (pasmem) mais ainda, na Amazon.

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Somos a todo o tempo bombardeados de cobranças indiretas. No trabalho, na faculdade e nas milhares de publicidades onlines que nos cobram de ser mais produtivos, ricos e felizes. Nunca parecemos estar completos, seja profissional ou emocionalmente. Nunca somos ricos ou felizes o suficiente e isso mexe com o nosso psicológico de forma agressiva e até covarde. 

Parece que hoje existe um padrão de sucesso e querem nos fazer engolir isso forçadamente. 

E é tão louco e bagunça tanto a nossa cabeça que nós tomamos isso como verdade absoluta e acabamos nos tornando o nosso próprio demônio.

Por isso que invejo cada vez mais o Evaristo Costa. O maluco mandou todo mundo tomar no cu, deu um pé na bunda de tudo e foi viver férias eternas.

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10 horas atrás, Raimundos disse:

Por isso que invejo cada vez mais o Evaristo Costa. O maluco mandou todo mundo tomar no cu, deu um pé na bunda de tudo e foi viver férias eternas.

Ele tava pra ir pra CNN Brasil, não? Esse cara deve ter feito algum rolo estranho pra juntar dinheiro e tirar essas férias, que nem o sucessor dele que já foi afastado...

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Em 11/09/2019 em 09:58, Raimundos disse:

Somos a todo o tempo bombardeados de cobranças indiretas. No trabalho, na faculdade e nas milhares de publicidades onlines que nos cobram de ser mais produtivos, ricos e felizes. Nunca parecemos estar completos, seja profissional ou emocionalmente. Nunca somos ricos ou felizes o suficiente e isso mexe com o nosso psicológico de forma agressiva e até covarde. 

Parece que hoje existe um padrão de sucesso e querem nos fazer engolir isso forçadamente. 

E é tão louco e bagunça tanto a nossa cabeça que nós tomamos isso como verdade absoluta e acabamos nos tornando o nosso próprio demônio.

Por isso que invejo cada vez mais o Evaristo Costa. O maluco mandou todo mundo tomar no cu, deu um pé na bunda de tudo e foi viver férias eternas.

É o famoso Yes We can ou aqueles livros infanto juvenis de Seja foda.

 

 

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Eu vejo que isso é bem incentivado pela competitividade da sociedade. Ainda mais que as exigências para determinadas áreas hoje são maiores que as de vinte anos atrás... pro cara poder conseguir algo ele precisa batalhar mais do que há alguns anos.

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9 horas atrás, VitorSouza disse:

Eu vejo que isso é bem incentivado pela competitividade da sociedade. Ainda mais que as exigências para determinadas áreas hoje são maiores que as de vinte anos atrás... pro cara poder conseguir algo ele precisa batalhar mais do que há alguns anos.

Maquinas tomaram postos de trabalho e as vagas restantes se tornaram mais competidas pelo trabalhador

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Sempre me causa um incômodo de ler essas críticas como se tivesse algo muito melhor além disso. Como se estivéssemos perdendo o paraíso na Terra, onde haveria contemplação, alegria, cumplicidade, amor, filosofia, amizade e a porra toda. Acho que por volta de 2015 eu adoraria comprar o livro desse cara, hoje em dia já tá bem claro que a vida é isso aí mesmo cara, vai ficar cansado, vai ter problema mental, vai ter problema de relacionamento, de vez em quando vai ter umas coisas boas, descanso, risada, relaxamento e é isso. Daqui a pouco os oitentinha batem na porta e você vaza. E ninguém se importa. Já foi o tempo de achar que tem muito mais além disso e que a nossa sociedade malvadona está impedindo você de brilhar e ser 100% feliz, saudável e autossuficiente.

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  • Diretor Geral

O texto é bacana, joga uma luz num tema nem tão novo assim, mas que é legal da gente debater sobre. Agora, eu não acredito tanto nessa correlação entre "sociedade positivista x sociedade do cansaço". Pra falar a real pra mim ela tá equivocada.

Pra mim não é o "positivismo" quem nos deixa exausto. Nosso estilo de vida "moderno", hoje forjado praticamente em cima da tecnologia, trouxe uma caralhada de "demandas" pessoais que, sendo positivista ou não, é fisiologicamente impossível dar conta de tudo. Não é o positivismo, é a rotina cheia de compromissos, e o número de relatórios impossíveis de se entregar até às 18h, são os boletos, são as prestações do apto. e do carro, tem a previdência, tem a viagem que a tua mulher quer fazer, tem o planejamento de ter filhos (ou os catarrentinhos já prontos pra cuidar), enfim.

Não é questão de ser positivista, mas sim de ser bombardeado por todos os lados hoje em dia. Você pode ser pessimista, mas suas obrigações continuarão a aparecer nas notificações do teu celular, te chamando "pro fight" diário. Essa é a sociedade do cansaço, sociedade completamente dependente da tecnologia hoje, e subserviente à ela também.

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Isso sempre existiu, e não é de hoje, mas é sempre bom ver que continua a ser discutido e coisas bem escritas sobre isso.

“Nossos empregos agora exercem a função que tradicionalmente pertencia à religião”, escrevem os autores. “Eles são o lugar onde buscamos respostas para questões fundamentais como ‘quem sou eu?’, ‘por que estou aqui?’ e ‘qual o sentido disso tudo?’. Os empregos também exercem a função de família, respondendo questões como ‘quem são os meus?’ e ‘onde eu me encaixo?’”

No Clube da Luta, aquele filmaço, já em 99 já dava pra ter a sensação dessas coisas (que provavelmente existiam antes também) e que poderiam piorar.

 

Você não é o que faz para viver. Você não é a sua família e não é quem pensa que é. Você não é o seu nome. Você não é os seus problemas. Você não é a idade que tem. Você não é suas esperanças.

Vejo todo esse potencial, e vejo ele desperdiçado. Que droga, uma geração inteira enchendo tanques de gasolina, servindo mesas, ou escravos do colarinho branco. Os anúncios nos fazem comprar carros e roupas, trabalhar em empregos que odiamos para comprar as porcarias que nao precisamos. Somos uma geração sem peso na história, cara. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Grande Guerra. Nem uma Grande Depressão. Nossa Grande Guerra é a guerra espiritual... nossa Grande Depressão é nossas vidas. Todos nós fomos criados vendo televisão para acreditar que um dia seríamos milionários, e deuses do cinema, e estrelas do rock. Mas nós não somos. Aos poucos vamos tomando consciência disso. E estamos muito, muito revoltados.

As coisas que você possui acabam possuindo você.

Trabalhamos em empregos que odiamos para comprar porcarias de que não precisamos.

Por que será que vivemos trabalhando para produzir o que não consumimos e, em troca disso, consumimos o que não nos é útil e temos o que não utilizamos, e, por fim, nunca estamos satisfeitos?

Deixe o trabalho. Comece a lutar. Mostre que está vivo. Se você não reivindica a sua humanidade, você se transforma em estatística.

Você lê o que falam para você ler? Pensa em tudo que falam para pensar? Compra tudo o que falam que você precisa?

 

Tudo isso tem grande influência do American Dream, e o filme American Beauty, também de 99, explora muito bem isso também (embora focando em outras temas).

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1 hora atrás, Lanko disse:

Você não é o que faz para viver. Você não é a sua família e não é quem pensa que é. Você não é o seu nome. Você não é os seus problemas. Você não é a idade que tem. Você não é suas esperanças.

Vejo todo esse potencial, e vejo ele desperdiçado. Que droga, uma geração inteira enchendo tanques de gasolina, servindo mesas, ou escravos do colarinho branco. Os anúncios nos fazem comprar carros e roupas, trabalhar em empregos que odiamos para comprar as porcarias que nao precisamos. Somos uma geração sem peso na história, cara. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Grande Guerra. Nem uma Grande Depressão. Nossa Grande Guerra é a guerra espiritual... nossa Grande Depressão é nossas vidas. Todos nós fomos criados vendo televisão para acreditar que um dia seríamos milionários, e deuses do cinema, e estrelas do rock. Mas nós não somos. Aos poucos vamos tomando consciência disso. E estamos muito, muito revoltados.

As coisas que você possui acabam possuindo você.

Trabalhamos em empregos que odiamos para comprar porcarias de que não precisamos.

Por que será que vivemos trabalhando para produzir o que não consumimos e, em troca disso, consumimos o que não nos é útil e temos o que não utilizamos, e, por fim, nunca estamos satisfeitos?

Deixe o trabalho. Comece a lutar. Mostre que está vivo. Se você não reivindica a sua humanidade, você se transforma em estatística.

Você lê o que falam para você ler? Pensa em tudo que falam para pensar? Compra tudo o que falam que você precisa?

Tyler é um ser sagrado dos cinemas

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  • Vice-Presidente

Mais um texto que achei que era uma coisa pelo título, mas era outra pelo conteúdo.

Concordo que o excesso de estímulo, demandas e as novas pressões da sociedade, assim como a ausência de qualidade de sono são grandes fatores na crescente quantidade de patologias psicológicas e neurais.

E sobre o positivismo, não acredito que ele se referia ao fato de sermos otimistas ou pessimistas com relação à vida, @Leho.. Acho que ele se referia ao positivismo ao nosso redor. Coisas como seja feliz, faça aquilo que te dá prazer, viaje, compre, etc, etc, etc.

E isso tudo foi exponencializado com a presença das redes sociais, acentuando-se ainda mais depois que o Instagram se firmou como a rede social da auto-promoção e felicidade constante. Ao vermos o mundo com as lentes das redes sociais e observarmos que todo mundo ao nosso redor parece estar levando uma vida completa e feliz, porque é isso que as redes sociais nos dizem, começamos a nos sentir mal porque não estamos felizes e completos como as outras pessoas.

E quando tudo e todo mundo ao nosso redor nos diz para ser feliz, e observamos que não estamos, fica mais difícil se livrar dos impactos que isso causa no psicológico. E com a crescente dificuldade do ser humano em aceitar que é normal passarmos por momentos de tristeza, insatisfação, e até mesmo um estado depressivo aqui ou acolá, fica mais complicado escapar e não sucumbir as mazelas psicológicas e neurais.

Pessoalmente, eu me beneficiei de passar a ver a vida com olhos mais positivos, ainda reclamo, ainda fico insatisfeito, mas quando vejo ou acontece algo, prefiro pensar pelo lado positivo, ao invés do negativo. Melhora o humor, o ânimo, a vontade de seguir adiante quando as coisas não estão dando certo e a vida pareceu ficar mais fácil depois disso. Mas, não acho que ser positivo ou negativo afetou o rumo da vida, só afetou a forma como a encaro.

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  • Diretor Geral
On 9/13/2019 at 4:01 PM, Lanko said:

[...] No Clube da Luta, aquele filmaço, já em 99 já dava pra ter a sensação dessas coisas (que provavelmente existiam antes também) e que poderiam piorar. [...]

Recomendo fortemente o livro, se é que você já não leu.

3 minutes ago, Henrique M. said:

[...] E sobre o positivismo, não acredito que ele se referia ao fato de sermos otimistas ou pessimistas com relação à vida, @Leho.. Acho que ele se referia ao positivismo ao nosso redor. Coisas como seja feliz, faça aquilo que te dá prazer, viaje, compre, etc, etc, etc. [...]

Sim sim, compreendo isso, mas mesmo se não tivéssemos esse modus operandi do positivismo aí, tenho certeza de que continuaríamos sendo a "sociedade do cansaço" da mesma maneira, entende? Foi isso que quis colocar lá no outro post, mas não sei se ficou claro.

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Just now, Leho. said:

Recomendo fortemente o livro, se é que você já não leu.

Li sim. É outra grande obra que quase todo mundo viu primeiro o filme e muitos ficam chocados quando eu digo que tem um livro haha.

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  • Vice-Presidente
11 minutes ago, Leho. said:

Sim sim, compreendo isso, mas mesmo se não tivéssemos esse modus operandi do positivismo aí, tenho certeza de que continuaríamos sendo a "sociedade do cansaço" da mesma maneira, entende? Foi isso que quis colocar lá no outro post, mas não sei se ficou claro.

Sim, eu entendi. Entretanto, discordo. Se o foco fosse o bem-estar, ao invés do que temos hoje, creio que as coisas seriam diferentes.

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  • 3 semanas depois...
On 9/6/2019 at 4:16 PM, Dr.Thales said:

Engraçado, este tem sido o foco das minhas reflexões nos últimos tempos.

Caiu como uma luva aqui

Aguardo ansiosamente você discorrer sobre o assunto porque meu pensamento vai na exata linha do @Roman: quero saber que mundo é esse onde podemos ficar 100% relax, tranquilão e férias eternas. Obviamente esse é o objetivo de todo mundo, mas se não é a sua realidade atual, infelizmente você vai ter que fazer igual aos seus antecessores e preparar a vida para a próxima geração. Imagino que a maioria dos frequentadores aqui do fórum tenham uma história mais ou menos parecida com essa, que é a média brasileira:

  • Avós: moravam no interior/periferia e tinham um emprego que só dava pra colocar comida na boca da família (dezenas de filhos), coisa que eles muitas vezes não tiveram. Pouquíssimo estudo, se sabem ler, é pouco;
  • Pais: moram na cidade, totalmente alfabetizados. Se forem o "lado bom" da família, foram pra faculdade e terminaram. Se forem o "lado ruim", largaram no meio do EM ou pararam por aí porque era "melhor trabalhar", ou simplesmente porque precisavam (um filho aos 23, talvez?). Hoje o emprego é medíocre. Casa financiada, um ou dois carros, pequenos prazeres (ir pra europa, talvez, mas é provável que viajem para o parque de diversão local ou a cidade que todo mundo vai nas férias);
  • Nosotros: não nos preocupamos com trabalhar cedo. Todo o tempo do mundo para estudar, fazer a faculdade que queríamos (um pouco de pressão para fazer algo tradicional como direito, medicina ou engenharia), afinal tivemos educação boa, colégio particular, os melhores até intercâmbio e cursinho. A primeira geração que realmente consegue fazer poupança e fazer um patrimônio considerável, montar aquele prédio pra alugar, viajar com frequência, viver experiências.
  • Os próximos: estudar fora do país, podemos financiar os sonhos deles, já nascem com uma poupança considerável, herança (casa, empresa, fazenda)... talvez até se dar ao luxo de ter um filho cedo, pois o dinheiro não é um problema e não precisam se matar de trabalhar, vai depender do desejo deles.
     

Enquanto não formos "Os próximos", infelizmente ou não, é baixar a cabeça e trabalhar pra garantir o próprio futuro e o dos filhos, se não vamos acabar perpetuando a mediocridade dos familiares.

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6 horas atrás, Ariel' disse:

Aguardo ansiosamente você discorrer sobre o assunto porque meu pensamento vai na exata linha do @Roman: quero saber que mundo é esse onde podemos ficar 100% relax, tranquilão e férias eternas. Obviamente esse é o objetivo de todo mundo, mas se não é a sua realidade atual, infelizmente você vai ter que fazer igual aos seus antecessores e preparar a vida para a próxima geração. Imagino que a maioria dos frequentadores aqui do fórum tenham uma história mais ou menos parecida com essa, que é a média brasileira:

  • Avós: moravam no interior/periferia e tinham um emprego que só dava pra colocar comida na boca da família (dezenas de filhos), coisa que eles muitas vezes não tiveram. Pouquíssimo estudo, se sabem ler, é pouco;
  • Pais: moram na cidade, totalmente alfabetizados. Se forem o "lado bom" da família, foram pra faculdade e terminaram. Se forem o "lado ruim", largaram no meio do EM ou pararam por aí porque era "melhor trabalhar", ou simplesmente porque precisavam (um filho aos 23, talvez?). Hoje o emprego é medíocre. Casa financiada, um ou dois carros, pequenos prazeres (ir pra europa, talvez, mas é provável que viajem para o parque de diversão local ou a cidade que todo mundo vai nas férias);
  • Nosotros: não nos preocupamos com trabalhar cedo. Todo o tempo do mundo para estudar, fazer a faculdade que queríamos (um pouco de pressão para fazer algo tradicional como direito, medicina ou engenharia), afinal tivemos educação boa, colégio particular, os melhores até intercâmbio e cursinho. A primeira geração que realmente consegue fazer poupança e fazer um patrimônio considerável, montar aquele prédio pra alugar, viajar com frequência, viver experiências.
  • Os próximos: estudar fora do país, podemos financiar os sonhos deles, já nascem com uma poupança considerável, herança (casa, empresa, fazenda)... talvez até se dar ao luxo de ter um filho cedo, pois o dinheiro não é um problema e não precisam se matar de trabalhar, vai depender do desejo deles.
     

Enquanto não formos "Os próximos", infelizmente ou não, é baixar a cabeça e trabalhar pra garantir o próprio futuro e o dos filhos, se não vamos acabar perpetuando a mediocridade dos familiares.

Reflito muito sobre esse assunto também... qual a sua opinião em relação  a alguém talvez não querer a responsabilidade de perpetuar uma família ?? Apenas viver do combo "o que produz" com "o que os antepassados construíram". Sem a preocupação de ter que deixar um legado.

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9 hours ago, Lewiks said:

Reflito muito sobre esse assunto também... qual a sua opinião em relação  a alguém talvez não querer a responsabilidade de perpetuar uma família ?? Apenas viver do combo "o que produz" com "o que os antepassados construíram". Sem a preocupação de ter que deixar um legado.

Acho tranquilo, é uma questão de opção mesmo. Eu tento acumular e passar pra alguém porque sei que eu, provavelmente, não vou ter tempo de curtir o que eu juntei. E porque outras coisas já perdi o timing, afinal não tenho como voltar e fazer o ensino médio nos Estados Unidos, por exemplo.

 

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  • Vice-Presidente
3 minutes ago, Ariel' said:

Acho tranquilo, é uma questão de opção mesmo. Eu tento acumular e passar pra alguém porque sei que eu, provavelmente, não vou ter tempo de curtir o que eu juntei. E porque outras coisas já perdi o timing, afinal não tenho como voltar e fazer o ensino médio nos Estados Unidos, por exemplo.

 

E como você reagiria se seu filho(s) não quisesse(m) ter essa experiência? 

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      Até havia pensado em outra obra mais leve para compartilhar com vocês, mas parece-me que uma de análise se torna mais importante. Ainda mais pelo fato de discutirmos inúmeras questões aqui a que ela faz referência. Principalmente quando o assunto for de trabalho, política, entre outros nevrálgicos que tanto mexem e dividem com as opiniões dos forumeiros. 
      Ok. Explicação dada, vamos a ela:

      SINOPSE
      O espírito imortal não nasce, não cresce, não morre e não renasce; matricula-se temporariamente na escola da Terra, onde o currículo proposto para estimular sua evolução consciencial é composto de umas seqüências de problemas.
      Os entraves da vida humana e suas equações esclarecedoras, é, portanto, o foco desta obra de Ramatís. E mais, no âmbito familiar ele aborda: o processo de reencarnação, a infância, a educação dos filhos sob a perspectiva espiritual, a adoção e o binômio afeto-disciplina. Compõem os “cursos básicos” e as “especializações” da escola terrestre temas como: problemas da saúde, da alimentação, do trabalho, da religião, dos governos, e até mesmo os problemas adquiridos quando se pretende fugir dos problemas: o alcoolismo, o tabagismo etc.
      Em seu estilo de peculiar clareza e profundidade, que nada deixa por examinar e nada teme analisar, Ramatís esboça a geometria transcendental que soluciona, pelos instrumentos da ótica espiritual, a arquitetura do edifício secular da vida humana.
      *** *** ***
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      Boa leitura ✌
    • Leho.
      Por Leho.
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      Por Gustavohdcarioca
      Pessoal é o seguinte , venho tentando entender a ME desse FM e me paro com muitas duvidas . Uma deles como desenvolver uma táctica para contra atacar ? Q liberdade criativa é mais interessante ? Gosto muito de usar 4-2-3-1 e 4-1-2-3 abertos , mas quando vou fazer tácticas para contra atacar não consigo me sair bem . Coloco os jogadores mais adiantados para marcar pressão e com pressão apertada ? ou diminuo a pressão e dou espaço ao time adversário para roubar a bola no campo final de jogo e ai sim sair em contra ataque ? li q o gegenspring não esta funcionando no FM e não consigo dar um contra ataque q preste . Outra duvida como fazer com q nessas táticas a combinação ponta e segundo atacante funcione com laterais ofensivos ou são  incompatíveis  ? Mais uma duvida  , é interessante pedir os jogadores para usar apenas um lado ou centro como foco em uma tática ? Não fica fácil de marcar ? Tento entender mas são muitas coisas q não consigo fazer darem certo no game , tenho muitas ideias mas não consigo
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