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Como seria uma guerra entre EUA e Irã

JANUARY 03, 2020

Irã

Nada de III Guerra Mundial. Uma possível guerra entre Estados Unidos e Irã pode adotar muitas formas, inclusive uma variação agravada do conflito atual, de escaladas eventuais de violência, mas dificilmente tomaria a proporção de uma guerra global, como ocorreu em 1939.

O temor de uma guerra entre Estados Unidos e o Irã ganhou força com a execução de o general Qassim Suleimani, chefe da Força Quds do Irã, nesta quinta-feira (2), em um bombardeio americano ao aeroporto de Bagdá, no Iraque.

Os Estados Unidos acusavam Suleimani de estar por trás das "manifestações" violentas contra a embaixada americana em Bagdá. Os Estados Unidos estão certos de não tolerar ações como essas contra suas representações diplomáticas. É preciso lembrar da crise dos reféns na embaixada americana em Teerã, entre 1979 e 1981, e o assassinato do embaixador dos Estados Unidos na Líbia, J. Christopher Stevens, durante ataque ao consulado do país na cidade de Bengazi.

A eliminação de Suleimani ocorre depois de uma série de fatos que elevaram as tensões entre Irã e Estados Unidos. Nos últimos meses, o Irã foi acusado de estar por trás dos ataques que danificaram dois navios petroleiros no Estreito de Ormuz e de bombardear duas instalações de petróleo na Arábia Saudita.

O aiatolá Ali Khamenei prometeu vingar a morte de Suleimani. O país tem meios para isso, alguns dos quais estão descritos abaixo, dentro do que se pode considerar um cenário moderadamente pessimista — e o mais provável — para a escalada do conflito, em que ele se alastraria por todo o Oriente Médio.

O cenário otimista, em que o conflito se restringiria a pequenos episódios de retaliações contra alvos militares e embarcações comerciais no Golfo Pérsico, tem baixa probabilidade de acontecer pela natureza explosiva da região. Se há alguma chance de algo dar muito errado na geopolítica do Oriente Médio, pode apostar que é o que vai ocorrer. O cenário mais pessimista, e menos provável, seria o envolvimento direto de outras potências, como a China e a Rússia, do lado iraniano no conflito — o que poderia ganhar contornos de uma III Guerra Mundial.

O cenário moderadamente pessimista, portanto, teria as seguintes consequências:

  • O Irã inicia uma campanha de ataques e sabotagens no Golfo Pérsico com o objetivo de obstruir a estreita passagem para o Oceano Índico por onde é transportado um quinto da produção de petróleo do mundo. Isso faz o preço dos combustíveis fósseis disparar, desestabilizando a economia mundial e provocando recessão tanto em nações industrializadas quanto em países em desenvolvimento, como o Brasil;
  • O Irã regionaliza o conflito, abrindo frentes de batalha contra aliados dos Estados Unidos em todo o Oriente Médio. O grupo xiita libanês Hezbollah começa a lançar foguetes contra Israel, usando como base tanto o território do Líbano como o da Síria (ambos os países fazem fronteira com Israel). Apoiadas militarmente e financeiramente pelo Irã, as milícias hutis do Iêmen, país que vive uma guerra civil desde 2015, intensificam os ataques com mísseis e drones contra alvos da Arábia Saudita, como aeroportos e estações petrolíferas. No Iraque, as milícias xiitas, que possuem forte influência do Irã e têm grande experiência em combates, os mais recentes deles na expulsão do grupo terrorista sunita Estado Islâmico, iniciam uma campanha de ataques e sabotagem contra alvos americanos (os Estados Unidos ainda têm 5.200 militares no Iraque) — como de fato já vem ocorrendo e é um dos motivos para a decisão dos Estados Unidos de eliminar Suleimani;
  • Israel reage ao Hezbollah não apenas bombardeando o Líbano e a Síria, mas também alvos estratégicos no Irã— o governo de Benjamin Netanyahu está há tempos em busca de uma justificativa para destruir a infraestrutura nuclear iraniana, para acabar com as chances de o país construir uma bomba atômica. O Irã revidaria lançando mísseis de médio alcance contra as cidades israelenses;
  • A Arábia Saudita reage aos ataques hutis e ao fechamento do Estreito de Ormuz enviando tropas e sua Força Aérea para auxiliar os Estados Unidos em uma invasão primeiro por ar, depois por terra, do Irã. É a guerra mais letal do século até agora: se a Guerra do Iraque, país com 38 milhões de habitantes, matou 460.000 pessoas, pode-se estimar que a do Irã, com uma população de 82 milhões e um contingente militar que é o dobro do iraquiano, tem potencial para alcançar a marca de 1 milhão de vidas perdidas;
  • Conforme o conflito vai ganhando contornos étnicos e religiosos, ao confirmar um confronto há muito anunciado entre a Arábia Saudita (árabe e sunita) e o Irã (persa e xiita), atentados terroristas começam a pipocar pela região e além dela, ora provocando vítimas civis entre os sunitas, ora entre os xiitas;
  • Mesmo sem envolvimento militar direto, a Rússia e a China veem o conflito como uma ameaça aos seus interesses na região e decidem colocar-se em uma posição contrária aos Estados Unidos, dando apoio político, econômico e militar (por meio da venda de armas) ao aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do Irã;
  • Uma nova onda de refugiados de guerra bate às portas da Europa, que desta vez não consegue contê-la por meios minimamente humanos. A Turquia, que aproveita o conflito regional para esmagar a minoria curda dentro e fora de suas fronteiras, suspende seu acordo com os europeus para usar seu território como uma barreira para os emigrantes, que em números cada vez maiores são barrados na Grécia e nos Balcãs. Grandes campos de refugiados são construídos nesses lugares. O espaço Schengen, a área de livre circulação de pessoas na Europa, é suspenso;
  • Ao fim da guerra, Rússia e China são os maiores beneficiados, em detrimento da Europa, inundada por refugiados, e dos Estados Unidos, que, mesmo vitoriosos, saem enfraquecidos por anos de uma guerra custosa, tanto financeiramente (para se ter uma ideia, a Guerra do Iraque custou 2 trilhões de dólares) quanto internamente (na campanha eleitoral, Trump havia prometido encerrar os envolvimentos militares do país no Oriente Médio) e externamente (os Estados Unidos passam a ser vistos pela comunidade global como um país que não consegue conter as pressões para colocar em uso seu poderio militar). A guerra no Irã, portanto, acelera o declínio americano e dá impulso às ambições da China de se tornar a próxima superpotência mundial.

O cenário acima descrito, repito, é o moderadamente pessimista. Mesmo que o conflito não ganhe proporções globais, como temem alguns, o mundo todo teria muito a perder no caso de uma guerra entre os dois países.

(Parte desse artigo é uma reprodução de uma análise publicada por este blog em junho de 2019).

 

Fico no aguardo das opiniões dessa comunidade da pesada.

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Caramba! Eu estava ontem de madrugada assistindo Mr. Robot e apareceu o Irã e o Trump e quando vejo o noticiário de manhã sem dormir, vejo que aconteceu isso.

 

Se houver guerra, eu gostaria que além não ser longa, de não envolver muitos países e de não envolver vidas de civis, também não explodam os sítios arqueológicos dos persas.

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Eu acho difícil de ter qualquer conflito entre os dois países. Digamos, muito difícil.

Ocidente pelo jeito não conhece o perfil de Khamenei e ainda por cima as informações veiculadas por determinados veículos de comunicação visam confundir as pessoas.

 

 

 

 

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  • Vice-Presidente

Acho que só o pessoal dos memes que acha que isso aí vai dar em alguma coisa mais séria. No máximo, uma continuação do que já ocorreu com Afeganistão e Iraque.

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https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50983943

Recomendo.

4 horas atrás, Henrique M. disse:

Acho que só o pessoal dos memes que acha que isso aí vai dar em alguma coisa mais séria. No máximo, uma continuação do que já ocorreu com Afeganistão e Iraque.

E aquilo não foi sério? Veja o número de mortos (https://watson.brown.edu/costsofwar/papers/2018/human-cost-post-911-wars-lethality-and-need-transparency), principalmente civis:

 

Mortos.png

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  • Vice-Presidente
2 hours ago, ZaMBiA said:

Séria em termos de escala, tem gente falando que foi o pontapé da III Guerra Mundial. 

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As tropas norte americanas terão que sair do Iraque, o parlamento iraquiano votou a favor da saída das tropas do território iraquiano.No ponto de vista de reeleição do Trump, isto é positivo, mas de fato, é uma grande derrota pro povo iraquiano e pro USA. E não só isto, tbm de acordo com a ultima resolução, que o Iraque faça uma denuncia a ONU, encerre o pedido de apoio a coalizão Internacional e que nenhum país substitua o US.

Triste dia pro Iraque.

 

O Iraque como nação assinou o seu fim com esta medida.

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38 minutos atrás, Aleef disse:

As tropas norte americanas terão que sair do Iraque, o parlamento iraquiano votou a favor da saída das tropas do território iraquiano.No ponto de vista de reeleição do Trump, isto é positivo, mas de fato, é uma grande derrota pro povo iraquiano e pro USA. E não só isto, tbm de acordo com a ultima resolução, que o Iraque faça uma denuncia a ONU, encerre o pedido de apoio a coalizão Internacional e que nenhum país substitua o US.

Triste dia pro Iraque.

 

O Iraque como nação assinou o seu fim com esta medida.

Nova Síria

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E a ameaça do laranjão via Twitter de bombardear 52 alvos no Irã, incluindo locais de "grande importância cultural"? Lembrando que isso seria crime de guerra.

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https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/01/06/filha-de-soleimani-diz-que-ataque-trara-dias-escuros-aos-eua-e-israel.htm

Parece que a Trompa errou em muito os cálculos, por mais que os iranianos estivessem fazendo as coisas erradas deles no Iraque, pelo jeito era com o apoio do país, já que decidiram expulsar foram os estadunidenses e não os iraniano do território deles.

É uma pena que essa região de povos milenares seja tão conturbado. Mesmo que sejam anteriores à essa religião que assola as mentes iludidas deles, é uma pena que sejam tão confusos e complicados até entre eles mesmos.

Os judeus são tão antigos quanto as religiões pré-islâmicas que foram evacuadas/exiladas por volta do século VIII a X.

 

No momento, assistimos a um teatro de fantoches em que parece esconder um interesse em comum: recursos naturais, petróleo.

Não há lado 100% certo. Não há quem defender.

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Dentro de 36 horas poderemos ver informações novas bombasticas. Ontem foram avistados dois aviões de Israel voando pela região em formação de ataque. Desligaram o transponder quando estiveram próximo do Irã. E a China em uma reunião com o Iraque anunciou que caso USA saia do país, a China pode oferecer os serviços de militarização no local. Chineses interessados tbm na possibilidade de ver o funcionamento eletrônico dos navios norte americanos que ficam próximo dali.

 

 

 

 

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Em 05/01/2020 em 12:32, Aleef disse:

As tropas norte americanas terão que sair do Iraque, o parlamento iraquiano votou a favor da saída das tropas do território iraquiano.No ponto de vista de reeleição do Trump, isto é positivo, mas de fato, é uma grande derrota pro povo iraquiano e pro USA. E não só isto, tbm de acordo com a ultima resolução, que o Iraque faça uma denuncia a ONU, encerre o pedido de apoio a coalizão Internacional e que nenhum país substitua o US.

Triste dia pro Iraque.

 

O Iraque como nação assinou o seu fim com esta medida.

Me explica? Eu realmente não sei. Por que os EUA é o grande salvador do Iraque mesmo?

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3 horas atrás, vulgoDon disse:

Me explica? Eu realmente não sei. Por que os EUA é o grande salvador do Iraque mesmo?

Porque ele segurava e freiava o avanço do Irã no território iraquiano.

Soleimani fazia engenharia social nas cidades que fazem divisa com o Irã. Quem não segue o que o Irã fazia, ele por meio de sua força mandava matar. Soleimani tbm tinha papel crucial dentro do parlamento iraquiano aonde ele controlava alguns parlamentares iraquianos e tbm tentava convencer parlamentares iraquianos que eram fechado com o Iraque e tbm com o USA para estarem fechados com o Irã. Com a saída do USA, a influência iraniana dentro do Iraque será cada vez maior e quem não for de acordo é morto. É o que acontece hoje no Irã principalmente para pessoas que não seguem o islã.

USA não é santo.  Se aproveitaram demais da situação do Iraque, porém sem eles lá, a situação não só do Iraque, como da Arábia Saudita e Israel seria mais difícil. Segurar o exército americano lá permite que o regime totalitário do Irã diminua e não tente estender as garrinhas para formar um grande califado.

 

Em tempos,  a frota norte americana está com movimentos anormais.

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Há quem diga que foi um movimento planejado pra poder retirar as tropas americanas com justificativa, conforme prometeu Trump nas eleições. Vamos acompanhar.

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On 1/7/2020 at 8:56 AM, vulgoDon said:

Me explica? Eu realmente não sei. Por que os EUA é o grande salvador do Iraque mesmo?

Isso aqui é legal pra entender um pouco mais sobre o conflito ali.

 

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Em 12/01/2020 em 14:50, Ariel' disse:

Isso aqui é legal pra entender um pouco mais sobre o conflito ali.

 

Só a curtida não é suficiente. Preciso dar um reply, pq informação desta qualidade raramente aparece por aqui.

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E aparentemente a crise já mudou de lugar, o foco agora é a Líbia que está na beira de uma guerra civil total e de se tornar a nova Síria. Muitos países interessados em crescer a influência na região, em especial a Turquia.

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29 minutos atrás, David Reis disse:

E aparentemente a crise já mudou de lugar, o foco agora é a Líbia que está na beira de uma guerra civil total e de se tornar a nova Síria. Muitos países interessados em crescer a influência na região, em especial a Turquia.

Só uma dúvida: O que faz um país estar prestes a se tornar uma "nova Síria"? Tem um governo provisório na Líbia instaurado após a morte do Gadafi em 2011, é uma situação completamente diferente da Síria, que é governada faz 20 anos pelo filho do presidente anterior. Ambos países estão instáveis desde 2011, afinal o que tornou a Síria visível foram os acontecimentos pós primavera árabe, inclusive o aparecimento do estado isl.mico por lá.

Líbia e Síria são nações irmãs de problemas políticos que se desenvolveram durante a última década. A diferença é que na Líbia derrubaram o Gadafi lá no começo e na Síria eles não conseguiram derrubar o clã al-Assad.

Com relação à "crise no oriente médio": não é de hoje e não é da última década. Eu ainda não sei de um momento na história dos últimos milênios que aquele lugar deixou de ser uma região conturbada, "em crise", afinal as pessoas de diferentes etnias e religiões declaradamente tem dificuldade de conviver junto, colocando por baixo os ideais iluministas de tolerância religiosa e estado laico.

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