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Diego Fortunatto

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Olá pessoal, sou novo no fórum.

Ainda não explorei todos os tópicos e locais, também não conheço todas as regras. Mas vamos lá.
Participo já de alguns fóruns... Em uns a gente pode trocar materiais, em outros começa o mimimi sobre pirataria.  

Aqui nós podemos trocar materiais, pdf's, ebooks, livros e etc... via download?

Pergunto porque já faz algum tempo que procuro aprender mais sobre futebol, do ponto de vista técnico e tático. 

Lendo a entrevista do novo executivo de futebol do Grêmio hoje Odorico Roman, ele falou sobre alguns dos livros que ele lê sobre futebol.

Aqui a fala: "Eu leio bastante sobre futebol. Leio alguns livros, matérias da internet. "Os Números do Jogo" é um livro bem interessante sobre estatísticas. Aliás, a partir dessa leitura, começou a crescer em mim a vontade de ter um banco de dados mais efetivo. O nome da Opta (empresa que fornece dados sobre futebol) está no livro e é quem nos fornece dados. Tem o "Soccernomics", e "A Pirâmide Invertida", entre outros livros."
 
http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/2016/12/da-paixao-pela-estatistica-ao-futebol-do-gremio-ideias-de-odorico-roman.html

 

Eu baixei hoje: "Os números do jogo" e já estou quase terminando de devorar o livro! :D  E ele realmente é sensacional!
Eu já tinha lido: "A bola não entra por acaso" do Ferran Soriano ex-executivo do Barça.

 

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Alguém mais aí tem livros "profissionais" de futebol, com táticas, treinamentos e etc... Para indicar e trocar?

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  • Diretor Geral
2 horas atrás, Diego Fortunatto disse:

[...] Aqui nós podemos trocar materiais, pdf's, ebooks, livros e etc ... via download? [...]

Olá amigo, seja bem vindo ao nosso fórum.

É o seguinte: se os materiais que você estiver querendo compartilhar tiverem licença ou liberação para tal, tudo ok, você pode trazer o conteúdo pra cá sem problema. Agora, se o conteúdo for protegido pelos direitos autorais e tudo mais, aí consideramos pirataria, e essa prática não é bem vinda por aqui.

Logo, peço cuidado pra você quanto a este tópico.

 

No mais, seja bem-vindo novamente!

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1 minuto atrás, Leho. disse:

Olá amigo, seja bem vindo ao nosso fórum.

É o seguinte: se os materiais que você estiver querendo compartilhar tiverem licença ou liberação para tal, tudo ok, você pode trazer o conteúdo pra cá sem problema. Agora, se o conteúdo for protegido pelos direitos autorais e tudo mais, aí consideramos pirataria, e essa prática não é bem vinda por aqui.

Logo, peço cuidado pra você quanto a este tópico.

 

No mais, seja bem-vindo novamente!

Obrigado pelo aviso. Vamos apenas trocar sugestões de livros então :)

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  • Diretor Geral
1 minuto atrás, Diego Fortunatto disse:

Obrigado pelo aviso. Vamos apenas trocar sugestões de livros então :)

Muito bom, amigo!
A propósito, eu movi seu tópico pra área correta também, fique atento da próxima vez!

=-=

Já li o "A Bola Não Entra Por Acaso", do Ferran Soriano e o livro é ótimo. Achei um pouco didático demais em alguns momentos, e meio que voltado ao meio administrativo maaaaas, ainda assim é excelente.

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Essa semana li o "Tite", da Camila Mattoso.

Esperava mais do livro, sinceramente. Bem legal pra conhecer o Tite, sua filosofia e a persona que ele é, mas por não ser em ordem cronológica e os fatos se repetirem na narrativa que ela construiu, acabou ficando um pouco chato. Dei 3 estrelas no skoob.

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Bem-vindo ao fórum!

- The Nowhere Man (Michael Calvin)

- Stillness and Speed (Dennis Bergkamp)

- Defesa à zona no futebol (Nuno Amieiro)

- Arsene Wenger (John Cross) ou The Professor: Arsène Wenger (Myles Palmer)

- El Efecto Simeone: La motivación como estrategia (Diego Pablo Simeone)

- Futbol (Johan Cruyff)

- Paradigma Guardiola (Matías Manna)

- Modelo de Jogo do FC Bayern de Munique (Pedro Mendonça)

- Futebol - Um Saber Sobre o Saber Fazer (Carlos Carvalhal)

- Mi Árbol de Navidad (Carlo Ancelotti)

- Futbol sin trampa: En conversaciones con Angel Cappa (César Luis Menotti)

- Jorge Sampaoli: nada es imposible (Pablo Esquivel)

- Medo? Só de Deus! (Rita Ferreira) ou Mourinho, um génio do outro mundo (Sandro Modeo) ou Mourinho: a descoberta guiada (Luís Lourenço)

Agora meus favoritos:

1. Marcelo Bielsa. Los 11 caminos al gol (Eduardo Rojas Rojas)

2. Lo suficientemente loco. Una biografía de Marcelo Bielsa (Ariel Senosiain)

3. Não Sou Eça de Queiroz - O mundo de Jorge Jesus (Luís Garcia)

4. Mourinho versus Guardiola. Dos métodos para un mismo objetivo (Juan Carlos Cubeiro/Leonor Gallardo)

5. Herr Pep (Martí Perarnau) - não lembro como se chama no Brasil, mas ficou bem famoso uns tempos atrás, é fácil de achar

Não são de futebol mas ensinam muita coisa bacana:

- Moneyball (Michael Lewis)

- Onze Anéis: a alma do sucesso (Phil Jackson)

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O melhor que já li sobre tática, que explica um pouco da origem e dos antigos sistemas é: "Futebol: dos alicerces ao telhado", do saudoso Paulo Emílio.

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  • Conteúdo Similar

    • bstrelow
      Por bstrelow
      Eu sei o que você está pensando. Faz 10 anos que eu ouço isso.
      “O que aconteceu com o Pato?”
      “Por que o Pato não ganhou a Bola de Ouro?”
      “Por que o Pato estava sempre machucado?”
      Bah. Eu deveria ter respondido a essas perguntas há muito tempo, cara. Teve muita especulação, principalmente quando eu estava na Itália. Que eu exagerei na balada. Que eu não tinha ambição. Que eu vivia no mundo da fantasia. Mas quando eu queria falar, eu era instruído a “focar no futebol”. Eu era muito jovem para discordar.
      Cara, eu era uma criança.
      Então, acho que chegou a hora de fazer alguns esclarecimentos. Estou com 32 anos. Sou feliz. Estou em forma. Não tenho rancor de nada nem de ninguém. Se você quiser acreditar nas mentiras, não estou aqui para tentar te convencer.
      Mas se você quiser saber o que realmente aconteceu, então preste atenção, cara.
      O primeiro ponto que você precisa entender é que eu saí de casa cedo. Provavelmente muito cedo. Quando você tem 10 anos, você não está pronto para o mundo. Você sai em busca do seu sonho, mas você está sozinho e é muito fácil para se perder no caminho.
      Deus me deu um dom, isso é claro. Eu não joguei futebol de campo até fazer 10 anos, porque o futsal era mais divertido. E eu ainda tinha uma bolsa para estudar em uma escola particular. Um dia eu disputei um torneio interno, e um olheiro do Internacional perguntou ao meu pai: “Você já pensou em testar o seu filho no campo?”.
      O meu pai falou: “Hmmmmm, talvez você tenha razão”.
      Consegui um teste no Inter. E foi assim que eu fui parar em um motel.
      Hahaha. Vou explicar. Nós não tínhamos muito dinheiro, né? A minha mãe não podia trabalhar por causa de um problema na coluna, então o meu pai era o responsável por me bancar, a minha irmã e o meu irmão mais velho. Ele passava o dia inteiro construindo estradas. Tínhamos comida na mesa, mas eu não conseguia pagar os livros da escola particular. O máximo que eu conseguia era o xerox das páginas. Estou falando sério.
      O meu pai tinha um fusquinha. Ninguém chegava na escola num fusquinha. Eu pedia para ele me deixar a algumas ruas antes do portão.
      “Por que, filho?”, ele perguntava.
      A minha resposta era: “Hm, os meus amiguinhos estão aqui”. Não tinha ninguém.
      Uma vez eu estava chegando na entrada, e uma menina disse: “Então você tem um fusquinha?! Hahahahahahahahaha”.
      Caraca, que saco.
      De qualquer jeito, o meu pai teve de usar a criatividade algumas vezes. Quando chegou o grande dia do teste no Inter, oportunidade de uma vida, foram nove horas de viagem de Pato Branco a Porto Alegre. Na chegada à cidade, o meu pai percebeu que não teria condições de pagar um quarto de hotel.
      O que ele fez? Escolheu um motel.
      “Filho, esse é o único lugar que conseguimos pagar.”
      A minha reação foi: “Tudo bem, pai.”
      HAHAHAHAH. Cara, eu não tinha ideia. Eu era muito novo para entender o que era aquele lugar. Nosso quarto tinha uma cama pequena e só. O motel ficava na frente do Beira-Rio, então as pessoas podiam transar olhando para o estádio.
      Até hoje eu ainda brinco com o meu pai sobre essa história. Se isso acontecesse hoje ele provavelmente iria para a cadeia.
      Depois, estávamos andando em volta do estádio para conhecer. Uau, maravilhoso! De repente chega um diretor do clube. “Você não deveria estar treinando?” Caraca! Nós confundimos os horários. Pior ainda, a minha chuteira tinha ficado no motel. O meu pai saiu correndo para buscar. Quando ele voltou, adivinha o que tinha dentro da sacola?
      Um pé com trava de borracha, e outro com trava de ferro.
      “Pai, você só pode estar de brincadeira! Como vou jogar desse jeito???”
      Por sorte, havia um menino que era sensação na base, chamado Cocão, que tinha patrocínio de chuteira. Então ele me emprestou a dele. Novinha! Uhuul! Vamo pra cima!
      Graças a Deus eu fui aprovado no Inter. Mas juro para você, eu não estava pensando em me tornar jogador profissional. Na verdade, eu me sentia abençoado só por estar jogando com os garotos. Talvez você tenha ouvido falar sobre essa história...
      Mais ou menos um ano antes, eu tropecei em uma corrente de estacionamento e caí em cima do meu braço esquerdo. Eles engessaram metade do meu corpo, e eu estava parecendo uma múmia. Eu até joguei um campeonato com o braço ainda engessado. Após tirar o gesso, eu e meu amigo estávamos brincando de um jogo que quem ficasse de pé o outro poderia dar um chute, a não ser que você conseguisse escapar. Estava divertido até eu sentar em cima do braço esquerdo. O susto foi tão grande que até as minhas pernas começaram a doer.
      O médico fez um Raio-X e encontrou um tumor grande no meu braço.
      “Ou ele faz uma cirurgia agora, ou teremos de amputar.”
      Eu estava em choque. Em 24 horas eu poderia estar sem o meu braço esquerdo.
      Mas você acha que os meus pais tinham dinheiro para pagar a operação? Pffff.
      O que vamos fazer agora???
      Meu pai teve de ser criativo mais uma vez. Ele filmava todos os meus jogos, então ele pegou as fitas e as levou para o hospital, fez uma oração, entrou no consultório médico e colocou aquelas imagens chuviscadas de uma criança correndo na quadra de futsal.

        O meu pai disse: “Doutor, esse é o meu filho. Eu não sei como pagar por isso, mas eu só não quero vê-lo parar de jogar”. Para o que aconteceu depois eu não tenho explicação. Talvez o médico viu talento em mim. Ou ele escutou a voz de Deus.
      “Não se preocupe, eu faço de graça para o seu filho.”
      Foi um milagre.
      Nunca vou esquecer o nome dele: Paulo Roberto Mussi. Ele me deu uma nova vida.
      Mas a recuperação foi muito dolorosa, cara. O banco de ossos não tinha o osso que o meu braço precisava, então eles tiveram de retirar um osso do meu quadril. Eu ainda tinha de voltar para Pato Branco a cada seis meses para monitoramento. Uma vez o meu braço ficou VERDE. Eu estava gritando. MAIS INJEÇÃO, POR FAVOR!!
      Apesar de tudo, pude voltar a jogar e, na sequência, fui aceito no Inter.
      Mas isso gerou mais sofrimento quando eu tive de sair da casa dos meus pais. Eles não tinham condições de morar em Porto Alegre, então me disseram “VAI!”, mas foi muito duro pra eles. Mesmo depois que me mudei, a minha mãe continuou colocando o meu lugar na mesa como se eu fosse jantar com eles. Ela arrumava o meu quarto na espera que chegasse a qualquer momento.
      Ainda havia muitas lições para eles me ensinarem. Como jogador, eu estava pronto para o mundo. Como pessoa, eu estava muito longe disso.
      Definitivamente eu não estava pronto para a base do Inter. Os garotos mais novos tinham de fazer tudo para os mais velhos: lavar cueca, limpar chuteira, comprar salgadinho no posto. Tinha a brincadeira de “Marcar o gado”. O que era isso? Eles falavam para colocarmos a perna em cima da cama, eles pegavam uma ripa de madeira e PAU! Era um terror.
      Chorei muito. Me escondi no quarto. Mas eu não podia contar para a minha mãe, senão no dia seguinte ela estaria lá para me buscar. Por isso, eu falava: “Mãe, está tudo ótimo, tudo tranquilo”.
      O futebol? Era pura diversão.
      Eu fui do time sub-15 para o profissional num piscar de olhos. Aos 17 anos, eu estava no Mundial de Clubes fazendo gol na semifinal e enfrentando o Barcelona na decisão. E encontrei o Ronaldinho.
      Cara, precisamos de uma palavra nova para descrever esse cara. Ele é mágico. Ele não parece uma pessoa de verdade. Naquele dia eu não era um adversário, eu era um fã. No túnel eu falei para ele: “Guarda a sua camisa para mim!”. Quando o jogo acabou, eu pensei: “Cadê ele? Cadê ele?”. Todo mundo correu para trocar camisa com ele, mas ele honrou a palavra. Guardou para o garoto. Esse é o Ronnie.
      Como você deve saber, o Mundial é algo GIGANTE no Brasil. A vitória por 1 a 0 na final foi o auge para os Colorados. Depois, fizemos uma carreata em Canoas em um carro de bombeiros, eu estava segurando o troféu, e as pessoas gritavam o meu nome.
      Sete anos antes eu nunca havia jogado futebol de campo.
      Agora eu era campeão do mundo.
      Em seguida, eu poderia ter ido para o Barcelona, Ajax, Real Madrid. Por que o Milan? Olha, vou te fazer uma pergunta.
      Você já jogou com aquele Milan no PlayStation?
      Aquele time era incrível!! Kaká, Seedorf, Pirlo, Maldini, Nesta, Gattuso, Shevchenko... O Sheva era demais! Ronaldo Fenômeno! Eu tinha de jogar com esse cara. Que escalação, cara. Eles tinham acabado de ganhar a Champions League. O Milan era o time do momento. Meu pensamento era: quando é o próximo voo?
      Quando cheguei em Milão, passei por um teste de visão como parte da bateria de exames. Cara, eu pressionei demais a palma da minha mão no olho esquerdo e quando eu abri eu não enxergava nada. O médico pingou um colírio dilatador, e quando eu saí da sala eu não via nada. Adivinha quem apareceu? O grande Ancelotti.
      “Tutto bene?” 
      “Tudo bem.” Mas eu não conseguia vê-lo. Tiramos uma foto e os meus olhos estavam quase fechados hahahaha.
      Carlo me levou ao refeitório. “Esse é o Pato, o nosso novo atacante.” TODO MUNDO se levou para me cumprimentar. Todo. Mundo. Ronaldo, Kaká, Seedorf... UAU!
      Esse foi o meu primeiro dia no Milan. Eu tinha entrado no videogame.

      Luca Bruno/AP Photo
       
      Infelizmente eu completei 18 anos depois do prazo, em agosto, para a inscrição no Mundial. Nasci em 2 de setembro. Se eu tivesse vindo ao mundo alguns dias antes, eu seria bicampeão do mundo. Mas só de treinar com aquelas lendas já era algo muito especial. Os brasileiros me receberam de braços abertos: Ronaldo, Cafu, Emerson, Dida, Kaká... E, não, eu não morei na casa do Cafu! Mas estávamos sempre juntos, porque eu tinha quase a mesma idade dos filhos dele. E o Cafu é um cara muito família, então quando ele saía para jantar, precisava de uma van porque ao menos 10 pessoas o acompanhavam.
      Os brasileiros me protegiam até no treino. Essa história é boa: no grupo tínhamos o Kakha Kaladze, capitão da Geórgia, enorme. Teve uma vez que ele me deu um carrinho e me levantou. VAP!
      Caraca, que cara é esse?
      Falei com os brasileiros, e a resposta deles foi: “Seja forte. Pega ele também, pô!”.
      Eu???
      Eles falaram: “Claro! Qualquer coisa estaremos lá para te proteger”.
      Quando o Kaladze dominou a bola, a primeira coisa que eu fiz foi correr e acertar um carrinho nele. VAP! Com ele no chão, meu pensamento foi P***, agora vai dar briga! Ele se levantou e veio na minha direção. Eu já estava pensando na pancada que eu ia levar, mas ele levantou a mão eeeeee....
      ...fez o sinal de positivo.
      “Buon lavoro!”, disse. Bom trabalho. 
      Essa era a mentalidade que eles esperavam no Milan.
      Ancelotti se transformou em uma figura paterna para mim. Ele até deu o nome de Pato para o cachorro dele. Você viu as imagens dele comemorando em Madri há algumas semanas, de óculos de sol e fumando charuto? Olha, no Milan às vezes ele chegava de helicóptero. Ele morava em Parma, e a sua esposa sabia pilotar. Desembarcava ao estilo James Bond. Se alguém sabe viver com estilo, esse é o Carlo.
      Aprendi muito com todas aquelas lendas. Eu sentava ao lado do Ronaldinho no vestiário. Após os treinamentos, o Ancelotti pedia para o Seedorf e o Pirlo treinarem lançamentos comigo para eu entender os movimentos na hora de correr. O Pirlo só falava: “Apenas corra, porque a bola vai chegar”. E sempre chegava.
      Na minha segunda temporada, teve um dia que fomos treinar cobranças de falta. Quem estava lá para bater?
      Pirlo.
      Seedorf.
      Ronaldinho. 
      Beckham. 
      Quer saber? Hoje vou só assistir.
      Claro que todos sabíamos quem comandava o clube. Silvio Berlusconi me ligou certa vez. Era um ótimo chefe, gostava de contar piadas. Eu namorava a filha dele, Barbara. Dito isso, eu adorava driblar todo mundo pelas pontas. Zoooooooom. Silvio, então, me disse: “Por que você fica driblando desse jeito?”. Ele queria que eu jogasse mais perto da área, centralizado. De repente o Ancelotti e o Leonardo começaram a me falar o mesmo.
      Foi por aí que eu marquei aquele gol no Camp Nou. Eu estava no meio de campo e vi um buraco na minha frente. Dei um toque para frente e corri. Vi o Valdés saindo do gol e pensei: “Caraca, o que eu faço? Eu driblo? Toco por cima?”. A minha intenção era finalizar no canto direito, mas a bola passa no meio das pernas dele. Uau, golaço. Mas contei com a sorte também.
      Acho que até Deus queria que a jogada terminasse em gol.
      No fundo, o meu pensamento era: Será que o Guardiola viu o lance inteiro? Eu tenho uma enorme admiração por ele. Depois ele falou que nem o Bolt seria capaz de parar aquele menino. Foi, sem dúvidas, o gol mais bonito que eu já marquei. As narrações do lance são sensacionais.
      As pessoas ainda vêm falar comigo: “Vinte e quatro segundos! Venti quattro secondi!”
      Cara… noites como aquela me faziam acreditar que eu chegaria no topo.
      As expectativas sobre mim eram enormes, né? Eu era o menino prodígio. Estava na Seleção. A imprensa me elogiava, os torcedores falavam sobre mim, até os outros jogadores me colocavam lá em cima.

      Simon Bruty/Sports Illustrated via Getty Images

      PATO SERÁ O MELHOR DO MUNDO.
      PATO VAI GANHAR A BALLON D’OR. 
      Eu amava essa atenção. Eu queria ser o centro das atenções. Mas sabe o que aconteceu?
      Sonhei demais. Por mais que eu me dedicasse no dia a dia, a minha imaginação me levou a vários lugares. Na minha cabeça eu já estava segurando a Bola de Ouro. É inevitável, cara. É muito difícil não se deixar levar. Sofri muito para chegar lá. Por que eu não deveria aproveitar o momento?
      Quando eu venci o Golden Boy como o Melhor Jogador Jovem da Europa, em 2009, eu não estava pensando na Bola de Ouro. Eu estava apenas curtindo o meu futebol e... OPA! Um prêmio.
      Eu era imparável quando estava vivendo o presente.
      Mas a minha mente foi parar no futuro.
      Em 2010 eu comecei a ter muitas lesões. Perdi confiança no meu próprio corpo. Tinha medo do que as pessoas falariam sobre mim. Estava indo treinar com a minha cabeça pensando: Eu não posso me machucar. Se eu me lesionasse, não contava pra ninguém. Uma vez eu estava me recuperando de um problema muscular, torci o tornozelo e continuei jogando. O meu pé parecia uma bola de tão inchado, mas eu não queria decepcionar os meus companheiros. Eu queria agradar a todos — e esse foi um dos meus erros.
      As pessoas esperavam que eu marcasse 30 gols por temporada, mas eu mal conseguia estar em campo. Até dava para administrar a dúvida dos outros sobre mim. Mas e quando a insegurança vem de dentro? É outra coisa.
      Então sabe o que acontece? Você descobre quem te ama de verdade. Muitas pessoas ao meu redor começaram com aquele pensamento: Hmmmmmm, talvez ele não vai chegar lá, afinal.
      Eu me senti sozinho. No Inter eu tinha sido sempre superprotegido. Faziam tudo para mim. Eu não entendia sobre lesões, preparação física ou dietas — porque eu não precisava. Tudo o que tinha de fazer era jogar.
      Então, quando eu tive dificuldades no Milan, eu não tinha ideia do que fazer.
      Hoje em dia todo jogador tem uma equipe em volta dele, né? Médico, fisioterapeuta, preparador físico. Naquela época apenas o Ronaldo tinha isso. Não havia nenhum parente perto de mim, porque a minha família permaneceu no Brasil. Eu tinha empresário, mas ele não cuidava de tudo como os agentes fazem atualmente. Claro que o Milan tinha um departamento médico, mas eles cuidavam de 25, 30 jogadores. Não tinha como estarem comigo todo o tempo.
      Um dia eu joguei contra o Barcelona depois de viajar aos Estados Unidos para fazer uma consulta com um médico em Atlanta. Viajei 10 horas e tive um treino antes da partida. Adivinha? Acabei me lesionando. O Nesta ficou maluco. “Ele não deveria ter jogado, vocês estão loucos??”
      Mas eu simplesmente não entendia. O meu pensamento era: Vamos tentar de novo.
      Sendo honesto, eu não tinha o conhecimento dos bastidores, sabe? No Inter eu nem ligava para contrato. Só quero renovar para poder continuar jogando. Essa parte política eu não entendia. O futebol é como teatro. Você tem que demonstrar ser de um jeito para conseguir aquilo que você quer. Mas eu só via como um simples jogo.
      Quando a imprensa escrevia mentiras sobre mim, eu não tinha um assessor pessoal. Eu deveria ter esclarecido tudo isso há muito tempo, mas eu não compreendia a importância de se comunicar bem e ter bons relacionamentos fora de campo. O que eu ouvia era que o que acontecia dentro das quatro linhas seria o suficiente. Mas essa está longe de ser a verdade.
      Se eu curti muito a noite? Não tanto quanto te fizeram acreditar.
      Faltou ambição para mim? Falavam isso por causa do meu jeito de correr. Mas quem realmente sabe isso? Deus me fez correr dessa maneira. Não consigo mudar.
      Queriam que desse carrinho. Queriam sangue, suor e lágrimas.
      As lágrimas eles acertaram. Paguei um preço alto.
      Eu deveria ter contado a verdade para todo mundo. Você se lembra da história do PSG? Galliani estava na Inglaterra para assinar com o Tévez, e o PSG me fez uma proposta maravilhosa. Eu queria ir — o Ancelotti estava lá. Mas o Berlusconi pediu para eu permanecer no Milan. Como eu estava machucado, os torcedores falaram: “Oooh, o Pato não quis ir! Com o Tévez nós seríamos campeões!”. A imprensa também ficou louca. Mas, o quê? Eu queria ter ido!
      Perdi a Copa do Mundo de 2010. A história do PSG aconteceu em janeiro de 2012. Eu mal estava jogando. A minha parte psicológica estava horrível. Era considerado uma decepção ganhando um salário alto. A torcida queria a minha saída.
      Cara, você sabe o quanto eu tentei voltar a jogar?
      Viajei o mundo atrás de uma solução. Eu me consultei com todos os médicos possíveis — e mais alguns. Em Atlanta me colocaram de cabeça para baixo e me fizeram girar. O diagnóstico? Os meus reflexos não estavam alinhados com os meus músculos. Na Alemanha, um médico me deu injeções nas costas inteiras — no dia seguinte eu estava andando no aeroporto de Munique todo curvado por causa de dores. Tinha outro que colocava 20 agulhas de manhã, antes do treino, e mais 20 antes de dormir. Eu poderia continuar para sempre com essas histórias.
      Eu visitei o sexto médico, depois o sétimo, oitavo... cada um deles falava algo diferente. Caraca, o que eu tenho???
      Eu chorei, chorei, chorei. Tive medo de nunca mais jogar futebol.
      Por isso que eu fui para o Corinthians, em janeiro de 2013. Sim, eu queria estar na Copa de 2014. Mas eu também tinha o desejo de trabalhar com o Bruno Mazziotti, o fisioterapeuta do Ronaldo. Quando eu cheguei lá, eles removeram um músculo do meu braço para fazer uma biópsia. Eu tremia na maca. Depois de 20 dias eles chegaram à conclusão de que alguns dos meus músculos tinham encurtado por causa das lesões. A parte posterior da minha perna estava mais fraca do que a região da frente, então existia uma descompensação.
      Graças a Deus, o Bruno me colocou em forma de novo. Desde 2013, acho que tive apenas três lesões musculares.
      Foi uma pena como tudo terminou no Corinthians.
      Cheguei como um astro do futebol europeu, com um salário alto, o que já cria uma distância em um país tão desigual como o Brasil. Então a exigência da torcida era gigantesca. Quando eu perdi o pênalti contra o Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil, fui o único culpado. Sim, eu cometi um erro, mas não é verdade que colegas de elenco tentaram me bater. Ninguém fez nada. Mas os torcedores queriam me bater e me matar. Eu passei a andar de carro blindado em São Paulo, com seguranças armados e bombas de gás lacrimogênio. Os torcedores invadiram o CT com pedaços de pau e facas. Isso é uma loucura, algo assustador. Isso não deve ter lugar no futebol de jeito nenhum.
      Sabe por que eu joguei muito melhor no São Paulo? Porque eles cuidaram de mim. Lá eu só precisava jogar. Mas quando o Chelsea se interessou por mim, eu ainda sonhava em voltar para a Europa.
      Infelizmente, mais uma vez eu paguei o preço por ser superprotegido.
      Eu ainda não entendia os bastidores. Pensei que fossem me levar por empréstimo por seis meses e depois eu assinaria um contrato por mais três anos. Eu não sabia que eles poderiam dizer não depois do empréstimo. E se eu soubesse? Teria ido para outro clube. Foi uma pena, porque eu estava treinando muito bem, mas o técnico me colocou para jogar em apenas dois jogos. Nunca entendi direito o porquê.
      Depois tive de me reapresentar ao Corinthians, onde algumas pessoas queriam me ver pelas costas. Como eu queria permanecer na Europa, decidi fazer algo inédito na minha carreira. Liguei para o Bonera, com quem eu havia jogado no Milan e que estava no Villarreal. “Bony, você acha que eles teriam o interesse?”
      Bom, o Marcelino, então treinador, me ligou, ofereceu as condições e poucos dias depois eu estava a caminho da Espanha. OPA! Eu mesmo resolvi a minha transferência.
      Contatos. Relacionamentos. É assim que o futebol funciona.
      Esse foi um ponto de virada para mim. Todos aqueles anos eu me comportei como se eu ainda fosse um garoto no Inter. Aos 27 anos, eu percebi que precisava mudar. Tive de assumir o comando da minha carreira.
      Assumi a responsabilidade do meu destino.
      Infelizmente, a minha passagem do Villarreal não durou tanto, mas o Tianjin Tianhai foi uma grata surpresa. Quando eu fui para a China, eu estava solteiro e mudei com um amigo. Por quê? Para me conectar com o meu interior. Eu nunca tinha parado para ter um panorama geral da minha vida. Do que eu gosto? O que é importante para mim?

      Sam Robles/The Players' Tribune
       
      Passei a cuidar da minha saúde mental e dos meus relacionamentos. Comecei a fazer terapia. Aprendi a encontrar a felicidade no trabalho duro. Ainda me divertia, mas entendi que o futebol era o meu trabalho, sabe? Passei a ter responsabilidade por todos os aspectos da minha carreira. Em Milão eu passei o primeiro ano inteiro sem ficar fluente no italiano. Na China, aprendi sobre a culinária e a cultura logo de cara. Passei até a cozinhar noodles em casa.
      O garoto amadureceu. Eu estava jogando bem. Entendi que o futebol vai muito além do que acontece no campo, e isso foi muito gratificante.
      Foi como encontrar o verdadeiro propósito da vida.
      Aí eu acabei dando um passo em falso.
      Depois da minha passagem na China, eu ainda estava solteiro, então eu decidi aproveitar a minha liberdade. Fui para Los Angeles. Queria o melhor hotel, o melhor carro, as melhores festas.
      Estava em um lugar e, de repente, uma menina começou a cheirar cocaína do meu lado.
      Caraca, o que eu tô fazendo aqui?
      Peguei as minhas coisas e saí. Não quero isso para a minha vida, esse mundo vazio. Falei com o meu amigo. “Será que vou passar o resto da minha vida sozinho?”.
      Decidi voltar para o Brasil. Mandei uma mensagem para uma até então amiga, a Rebecca. “Quer dar uma volta?”.
      “Vamos tomar um café”, ela respondeu.
      Eu me encontrei com ela e depois de poucos segundos...
      Cara, é isso o que eu quero.
      Chamei ela pra sair de novo.
      Coloquei uma roupa bacana, fiquei todo no estilo. Ela disse:
      “Vamos à igreja.”
      Igreja?
      Cara, que surpresa. A Bíblia tinha todas as respostas que eu estava procurando há anos. Olhei para o céu e falei: “Senhor, não quero mais aquela vida”.
      Naquele dia tudo mudou para sempre.
      Desde então eu passei a viver uma realidade totalmente diferente. Quando eu me transferi para o Orlando e logo machuquei o joelho, eu poderia ter desabado. No dia seguinte eu resolvi voltar mais forte e agora sei tudo de joelho. Tem uma lesão? É só ligar para o médico Alexandre.
      A minha carreira poderia ter tomado um rumo diferente? Claro. Mas é fácil olhar para trás e dizer o que eu deveria ter feito. Quando você está no meio do furacão, você não enxerga o todo. Por isso, não tenho arrependimentos. Olhe para o lado bom, cara. Estou em forma. Minha saúde está ótima. Ainda amo o futebol.
      Por que eu deveria estar amargurado? Só temos uma chance de viver neste mundo.
      Ainda acredito que posso disputar uma Copa. Veja o Thiago Silva e o Dani Alves jogando bem aos 37 e 39 anos.
      Mas essas coisas acontecem no tempo de Deus. Eu vivo o hoje. O resto é com Ele.
      Conforme você envelhece, você entende o que te faz feliz. Quando eu saí de casa, eu pensava que o futebol tinha tudo o que eu queria. Fui para a Itália, Inglaterra, Espanha, China. Sofri, chorei, gritei de dor. Eu estava quase sempre sozinho.

      Andrea Vilchez/SPP/Sipa USA Via AP Images
       
      Sim, eu não me tornei o melhor do mundo. Mas eu vou te falar uma coisa, cara.
      Vejo os meus pais com muito mais frequência — estamos recuperando o tempo perdido.
      Tenho um relacionamento maravilhoso com os meus irmãos.
      Estou em paz comigo mesmo.
      Sou um filho de Deus.
      Amo a Rê, a minha esposa.
      Do meu ponto de vista, eu tenho muitas Bolas de Ouro.
      Se a vida é mesmo um jogo, eu venci.
       
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      Link para a página original.
      Relato bem legal do Pato sobre a carreira, acho que cabe uma bela discussão sobre isso e como deve ter acontecido com muitos outros.
    • Leho.
      Por Leho.
      As dez maiores surpresas do 1º turno do Brasileirão
      por Rodrigo Coutinho,
      06 Setembro, 2021
      Mesmo que alguns jogos atrasados impeçam de dizer que o 1º turno do Brasileirão 2021 está de fato encerrado, chegamos a basicamente metade da maior competição do Brasil com alguns fatos surpreendentes. Aqueles que, antes da competição começar, quase ninguém imaginaria como cenário atual. Listei dez entre clubes e jogadores, não necessariamente na ordem. Confira!
      Fortaleza

      Jogadores do Fortaleza comemoram gol diante do Palmeiras, pelo Brasileirão. Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF
      Juan Pablo Vojvoda levou o modesto Union La Calera do Chile para a Libertadores da América e chegou ao Brasil com boas expectativas ao ser contratado pelo Fortaleza, mas fez o Leão superar todas elas desde que assumiu em março. Antes da chegada do argentino, o time cearense oscilava, e parecia que entraria em mais um Brasileirão para ser coadjuvante. Hoje está no G4 da Série A. Joga um futebol de ótimo nível com elenco modesto e é candidato a uma das vagas diretas na Libertadores. Venceu Palmeiras e Atlético Mineiro fora de casa.
      Grêmio

      O técnico Felipão durante Grêmio x Corinthians pelo Brasileirão. Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF
      Mesmo que o desempenho não fosse exatamente confiável, o Grêmio iniciou o Brasileirão como campeão gaúcho e classificado para as oitavas de final da Copa Sul-Americana. Poderia não disputar o título nacional, mas era um dos candidatos a brigar por vaga na Libertadores. Tiago Nunes estava invicto em seu início de trabalho no Imortal, mas a equipe caiu muito de produção. Ele acabou demitido. Felipão foi contratado, mas ainda não fez o Tricolor sair da zona de rebaixamento. Deve lutar para não cair até o fim da competição.
      Fernando Miguel

      Fernando Miguel, do Atlético-GO. Imagem: Reprodução / Internet
      É um dos melhores goleiros do Brasileirão até o momento. Disputou algumas Séries A nos últimos anos e jamais alcançou essa regularidade em ótimo nível. Não comprometeu em nenhuma partida do Atlético Goianiense até aqui e levou poucos gols. Foi decisivo em alguns momentos, como na estreia diante do Corinthians. Ainda pertence ao Vasco, onde era muito questionado, mas supera todas as expectativas nesta temporada. É o 2º arqueiro da Série A a fazer mais defesas utilizando a velocidade de reação, 59% são desta forma. Só atrás de Jaílson.
      Marcinho

      Helinho e Marcinho disputam a bola durante Athletico-PR x Bragantino, pela 11ª rodada do Brasileirão. Imagem: Robson Mafra/AGIF
      Surgiu bem no Botafogo em 2018, mas caiu de produção na sequência e passou a ser muito questionado no clube. No final de 2020 atropelou um casal no Rio de Janeiro e responde a processo por homicídio culposo. Mesmo assim o Athletico resolveu apostar em sua recuperação, e não deve estar arrependido. O lateral parece ter deixado o momento difícil de lado e dentro de campo tem dado boas respostas. Faz um Brasileirão seguro na defesa e produtivo no ataque. Já deu três assistências na competição.
      Marcelo Benevenuto

      Benevenuto comemora com Lucas Crispim gol marcado pelo Fortaleza. Imagem: LUCA ERBES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
      Outro jogador revelado pelo Botafogo e que fez uma temporada para esquecer em 2020. Foi um dos personagens de mais um rebaixamento na história do clube, estava sem clima no Glorioso, e foi emprestado ao Fortaleza. No Leão do Pici, recuperou o bom desempenho dos primeiros jogos como profissional do clube carioca, e esbanja vitalidade e segurança no miolo de zaga tricolor. Forma uma trinca entrosada com Tinga e Titi. Fez dois belos gols de cabeça na competição e está entre os dez jogadores que mais vencem duelos aéreos na Série A.
      Lucas Crispim

      Lucas Crispim comemora gol do Fortaleza contra o Santos pelo Brasileirão. Imagem: Pedro Chaves/AGIF
      Escrevi recentemente e de forma mais detalhada sobre ele, mas podemos resumir da seguinte forma. Lucas Crispim era um meia-atacante de pouco destaque no futebol nacional. Buscava o seu espaço na Série B até fazer um bom campeonato com o Guarani no ano passado e ser contratado para integrar o elenco do Fortaleza. Com Vojvoda, passou a jogar como ala-esquerdo e foi o melhor jogador da função no 1º turno. Técnico, confiante, e com liberdade de movimentação. Fez um gol e deu cinco assistências no Brasileirão.
      Éderson

      Éderson, do Fortaleza, tenta passar pela marcação no duelo com o Sport, na Arena Castelão, pelo Brasileiro. Imagem: Pedro Chaves/AGIF
      O terceiro jogador do Fortaleza da lista é mais um potencializado pela organização do time de Vojvoda. Éderson foi uma decepção no Corinthians em 2020. Depois de um bom início, caiu de produção e acabou emprestado ao Leão para a atual temporada. É um dos melhores volantes do Brasileirão 2021 até o momento. Melhorou sua capacidade de construção e mostra-se mais concentrado e intenso no momento defensivo. Segue infiltrando na área e finalizando de média distância. Fez um gol e deu duas assistências no 1º turno.
      Clayson

      Clayson durante o empate contra o Ceará. Imagem: Divulgação/Asscom Dourado
      Emprestado pelo Bahia ao Cuiabá, Clayson é um dos principais jogadores do Dourado. Em muitos momentos foi o atleta com maior capacidade de desequilíbrio do time na Série A, algo que nunca demonstrou com regularidade no próprio clube de Salvador ou no Corinthians. Partindo do lado esquerdo, é o cara dos contra-ataques cuiabanos. Dribla em velocidade e serve os companheiros, além de finalizar também. Participou diretamente de 30% dos gols da equipe até o momento. Está entre os dez atletas que mais acertam dribles na Série A.
      Caio Paulista

      Caio Paulista supera marcação do jogador do Fortaleza em jogo do Fluminense. Imagem: Pedro Chaves/AGIF
      Não é coincidência que o Fluminense tenha caído de produção após a lesão de Caio Paulista. Mesmo com só oito jogos no 1º turno do campeonato, o ponta foi influente para o Tricolor. Dentro da proposta de jogo mais baseada em contra-ataques, tem força e velocidade para descer o campo marcando o lateral-esquerdo adversário e arrancar nas transições pela ponta-direita. Fez dois gols. Melhorou a terminação das jogadas, cresceu tecnicamente, e parecia outro jogador até se lesionar. O Fluminense tenta adquiri-lo em definitivo.
      Paulinho Bóia

      Paulinho Boia durante o empate contra o Fortaleza. Imagem: Fernando Alves/EC Juventude
      O atacante de 23 anos foi um dos destaques da base do São Paulo entre 2015 e 2017, mas depois que subiu aos profissionais não conseguiu ter sequência. É o seu terceiro empréstimo. Antes jogou no São Bento e no Portimonense, mas no Juventude se firmou. Seja pelo lado direito ou mais frequentemente no lado esquerdo, mostra velocidade e agressividade, sempre buscando a área. Se aproximou mais do protagonismo no clube jaconeiro após a saída de Matheus Peixoto. Está entre os 20 jogadores que mais driblam na Série A.
      https://www.uol.com.br/esporte/colunas/rodrigo-coutinho/2021/09/06/coutinho-as-dez-maiores-supresas-do-1-turno-do-brasileirao.htm

       
      E aí, concordam? Faltou alguém ou algum outro clube?
      Dissertem.
    • pesquisaKULeuven
      Por pesquisaKULeuven
      Olá,
      Sou uma pesquisadora brasileira da Universidade Católica de Leuven (KU Leuven), na Bélgica, e estou conduzindo um estudo sobre a opinião dos torcedores relacionadas a presença de jogadores de futebol homossexual em times de futebol masculino.
      Recentemente, o mundo do futebol tem presenciado atletas assumindo sua homossexualidade, bem como diversas intituições tem organizando campanhas no mundo todo para combater a homofobia no esporte, como foi o caso da revista de futebol alemã 11Freunde (11 Amigos), que reuniu centenas de jogadores de futebol em apoio a colegas LGBTQ+ e se posicionar contra a homofobia no esporte.
      Link para a notícia: https://p.dw.com/p/3pYDX (publicado em 18 de Fevereiro de 2021)
      No entanto, muitos jogadores não se sentem a vontade ainda para revelar sua orientação sexual publicamente, por temerem uma pressão de sua torcida, colegas e da imprensa. Algumas pessoas afirmam que o futebol brasileiro não está pronto para abraçar esta causa. Gostaria de avaliar como os torcedores de futebol no Brasil se sentem em relação a este tópico. Caso tenha interesse, por gentileza deixe seu comentário abaixo. Agradeço desde já pelo seu tempo e informação disponibilizados.
    • Lowko é Powko
      Por Lowko é Powko
      Será que times que lutam contra o rebaixamento têm melhor desempenho? Será que times que não têm mais nada a conquistar tiram o pé? Se sim, com qual intensidade esses comportamento acontecem?
      Fiz uma breve pesquisa comparando o desempenho dos clubes nas últimas 6 rodadas nas Séries A e B, desde 2009, e cheguei a algumas conclusões interessantes, embasadas ao menos um pouco nos fatos. Como os critério utilizados foram mais ou menos arbitrários, críticas e novas ideias seriam bem vindas.
      Quais os critérios?
      Na Série A, considerei que times 6 pontos atrás do 16º e 4 pontos à frente do 17º lutam contra o rebaixamento. Abaixo deles ficam os times desenganados. Times até 4 pontos atrás da última vaga para a Libertadores e 4 pontos à frente do primeiro time fora da zona de classificação, lutam pela(s) vaga(s). Acima deles, ficam os times já garantidos na Libertadores. Entre as duas faixas ficam os times sem grandes perspectivas no campeonato.
      Os critérios utilizados para a Série B são muito parecidos, com as seguintes diferenças: a luta contra o rebaixamento inclui os times até 5 pontos à frente do 17º, e a luta pela promoção inclui os times até 5 pontos atrás do 4º colocado.
      Por exemplo, 2019. Em azul lutam pela vaga na Libertadores, em verde estão sem perspectiva e em vermelho estão na luta contra o rebaixamento.
      1   Flamengo 77 2   Palmeiras 67 3   Santos 64 4   Grêmio 56 5   São Paulo 52 6   Athletico Paranaense 50 7   Internacional 49 8   Corinthians 49 9   Bahia 43 10   Goiás 42 11   Vasco 42 12   Atlético Mineiro 40 13   Fortaleza 39 14   Botafogo 36 15   Ceará 36 16   Cruzeiro 35 17   Fluminense 34 18   CSA 29 19   Chapecoense 22 20   Avaí 17  
      Na primeira fileira, a média das diferenças entre a média de pontos até a 32ª rodada e a média das 6 rodadas finais. Nesse exemplo, os times que lutaram contra o rebaixamento fizeram, em média, 0,20 pontos a menos nas rodadas finais. A segunda fileira é o desvio-padrão (menos relevante aqui) e a terceira é a quantidade de times em cada categoria.
      liberta 0,10 0,51 4 meio 0,21 0,54 5 luta -0,20 0,34 5 rebaixados 0,47 0,33 2  
      Eu tinha partido mais ou menos desses números, mas eles são resultado de alguns ajustes que fiz a medida que analisava os números. Por exemplo, se muitos (relativamente) times 5 pontos à frente da zona acabam caindo, talvez seja melhor considerar 5 pontos, e não 4. Esse é o motivo das divergências de critérios entre as duas divisões.
      A conclusão mais importante é que os desempenhos variam muito menos do que me parece que as pessoas supõem. Isso significa que, ao menos em comparação com os comentários que eu ouço, lutar contra o rebaixamento ou por uma vaga na Libertadores, por exemplo, faz pouca diferença em relação ao desempenho prévio.
      Pois bem, quais são os números finais, de 2009 a 2019?
      Para a Série A, são esses:
      liberta -0,02 0,35 48 meio 0,00 0,34 59 luta 0,13 0,37 62 rebaixados 0,31 0,53 11 Para a Série B, são esses:
      promoção -0,02 0,37 46 meio -0,12 0,38 72 luta 0,27 0,36 63 rebaixados -0,13 0,45 13  
      Ou seja, os times que lutam contra o rebaixamento consistentemente têm desempenhos melhores do que os outros na reta final, proporcionalmente. Isso fica ainda mais evidente na segunda divisão, onde a melhora é dobrada, dado o mesmo desvio padrão. Entretanto, uma melhora média de 0,13 e 0,27 pontos representam uma melhora de por volta de 11% e 25%, respectivamente, nessa faixa de pontuação. Pouco mais ou pouco menos, a depender da pontuação do clube. No fim, a diferença entre enfrentar um clube de meio de tabela e um clube que luta contra o rebaixamento quase não existe, principalmente na primeira divisão. Isso pode ser um "efeito sulamericana", não considerado. Ou pode ser que os clubes da Série B, sendo mais nivelados, estejam expostos a uma variação de resultado melhor simplesmente pela entrega dos que estão para cair.
      Achei interessante, também, o desempenho dos clubes já rebaixados. Aliás, foi um post no quora ou no reddit sobre isso, em relação ao Campeonato Inglês, que me fez ir atrás e fazer as contas para o Brasil. No nosso caso, na Série A, os clubes virtualmente rebaixados têm um desempenho consideravelmente melhor após a 32ª rodada, o que pode indicar uma aposta (na média, acertada) de testar outros jogadores, dar chance aos jovens, entre outros. Entretanto, em ambas as divisões os números são insuficientes (11 e 13), e na Série B o desempenho piora.
      Outras conclusões podemos tirar aqui no tópico, já que eu deixei algumas possibilidades de fora. Agradeço a todos por lerem e qualquer dúvida, só perguntar.
    • Aleef
      Por Aleef
      Neymar y la sociología del odio
       
      Haciendo un juego semiótico podemos suponer que el sujeto del brevísimo cuento de Monterroso es Neymar Jr y el dinosaurio, el Odio. Se pueden dibujar en el contorno convulso de Neymar todos nuestros vicios como sociedad. Nuestros miedos, nuestras envidias, producto de un destilamiento de la frustración que nos sirve como bálsamo a la vez que como excusa. El Odio es nuestra droga. Odiar es alejarse de uno mismo para concentrar toda la energía en otro y esto es mucho más sencillo.
      El nombre del brasileño es un arma de doble filo, usada por el gremio periodístico de forma indistinta dependiendo de los intereses que se esconden detrás. A un lado, el grupo mayoritario. Aquellos que usan el nombre de Neymar como reprimenda a un fútbol que no les gusta -aunque esto sea mentira, porque lo que no les gusta es el fútbol, en genérico-, blandiendo esas seis letras con autoridad moral recordando la vileza en cada gesta extrafutbolística de Neymar. Así se logra que, una vez se habla de él, la muletilla de “el cumpleaños de su hermana” lo acompañe siempre. Neymar es, para este grupo, el estandarte de algo que les causa cierta repulsión. Neymar “atenta contra el fútbol”, dicen. Lo irónico es que no hay futbolista más lúdico que él. Su juego provoca en el espectador el Síndrome de Stendhal, un fútbol barroco, lleno de ornamentos que en realidad no esconden nada más que una intencionalidad venenosa. Neymar es la verdad. Es fútbol.
      Para el otro grupo, más reducido, Neymar es aquello que nos obliga a seguir pellizcándonos, a tiritar cuando el brasileño tiene el día. Creer en Neymar es como leer un samizdat peligroso. Su nombre lleva implícito cierto rechazo social. El Odio, en toda su complejidad, se entiende si uno posa su mirada sobre la figura del liviano delantero del -también odiado- PSG.
      Quien odia, no necesita argumentos para justificar su odio. Le basta con percibir la realidad como algo que le ataca constantemente. Neymar, al parecer, molesta a mucha gente. Y ahí entra en juego el relato. La narratología lleva décadas tratando de explicar cómo se construyen estos relatos que dominan todas y cada una de las esferas de nuestras vidas. El caso del brasileño no es distinto. A su llegada al Barcelona, al foco mediático, las luces empezaron a apuntar y fortalecer un discurso extrafutbolístico que casaba con el brasileño estereotipado: fiestero, provocador, amante de los salseos, piscinero reincidente. Una serie de características preconcebidas, y es que el fútbol es el terreno fértil del prejuicio. En ningún sitio circula tanto como en el del balompié. Ahí, el relato amarró.
      Su nombre lleva implícito cierto rechazo social. El Odio, en toda su complejidad, se entiende si uno posa su mirada sobre la figura del liviano delantero del PSG
      Poco importó todo lo demás, que es el fútbol, que lo es todo. Porque ahí va una realidad que duele y agrieta el relato. El fútbol no importa, es prescindible. Hablar de fútbol sin fútbol, como comer sopa sin caldo o macarrones sin tomate. Ha quedado como un objeto vacío de contenido, porque todo el marro se ha ido a los bordes, habitados por toda clase de polémicas y discursos incendiarios que alejan cada vez más y más el juego del centro del debate. El Odio lo colapsa todo, vertebrando un debate que no es tal en tanto que no existe bidireccionalidad, sino que solo funciona en una misma dirección. Y mientras discutimos, Neymar se nos apaga, se acaba su fútbol que hace no tanto parecía infinito. Nos estamos perdiendo los mejores días del jugador más divertido del planeta y nadie dice nada. Nadie llora.
      La gente no ve fútbol. Eso no es un problema, claro. La cosa se pone chunga cuando la gente no ve fútbol y opina categóricamente como si cada fin de semana estuviera delante de la tele viendo el Rennes-PSG de turno. “Es que en la Ligue 1 no tiene mérito”, repiten, obcecados por un odio carente de sentido. Y es que la Ligue 1 es la excusa, el blanco fácil. El prejuicio. De poco sirve cuando, en la pasada Champions, Neymar se coronó con dos partidos mayúsculos antes de la final. Una final perdida cuenta por todas las victorias de tu vida, ese es el peaje que pagar si quieres ganar.
      En Neymar jamás importó la victoria, pues en el reverso de su figura hay miles de flechas clavadas que dejan a la vista un esqueleto debilitado por el relato perverso que rodea la figura de uno de los mejores futbolistas del siglo XXI. Neymar es ya bastante mejor futbolista de lo que lo fue Ronaldinho, más completo, con más trayectoria y con mayor determinación. Más goles, más asistencias, más longevidad. Pero menos relato. Puede que hasta dentro de 20 o 30 años no se le reconozca tal realidad a Neymar porque el Odio es hereditario, a veces patológico, se traslada como en los viejos tiempos, a través del cuento contado al lado de la hoguera. Luchar contra esto es un reto casi imposible.
      Neymar se durmió. Como el personaje de Monterroso. Se durmió cuando se marchó del Barça porque los ojos ávidos de seguirle se apagaron. Nadie le miró allí. Lo olvidaron. Solo les llegaba la noticia de su lesión cada mes de febrero, noticia que asociaban con cumpleaños y carnavales. La victoria del relato es esta. Creernos que un ganador como Neymar no quiere ganar. Creer lo imposible. Se durmió y, cuando despertó, lejos del foco mediático obsesivo y tóxico del Barça, lejos de todo ruido de fondo que alejara el juego del centro, el Dinosaurio todavía estaba allí. El Odio, descubrió Neymar, no tiene fronteras. Su lenguaje es universal.
      Cuando Neymar despertó, el Odio todavía estaba allí.
       
       
      Fonte: Panenka
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