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Henrique M.
Minha última postagem, descontando os anúncios de final dos meus dois saves, sobre FM ocorreu no dia 14 de setembro. Nesse dia, lancei um guia sobre as diferenças entre o modo ver apenas e as ligas jogáveis. A minha última atualização de história ocorreu no dia 11 de setembro. Ou seja, quase dois meses. É hora de aproveitar o tempo que vai surgir e quebrar esse hiato com o anúncio da minha nova história: Uma Ode à Zemanlândia.
Assim como no Football Manager 2019 decidi fazer algo que havia tempo que não fazia. Como ideia, a última vez que fiz um save carreira foi no FM 2015, entretanto, o save carreira virou um save de clube com o Alessandria. Em 2016, fiz um save com o Concarneau, em 2017, fiz um save com o Shamrock Rovers, em 2018, fiz um save com o Werder Bremen, em 2019, fiz um save com a Caldense. Portanto, em 2020, farei um save carreira. E não é apenas um save carreira, já que gosto de utilizar esse estilo de jogo para homenagear algum treinador e seu estilo.
No Football Manager 2015, a ideia era homenagear Giovanni Trapattoni, um dos grandes técnicos do século XX. Trapattoni era um técnico da tradicional escola italiana, portanto, seu foco era a solidez defensiva e a eficiência ofensiva. E como anda cada vez mais difícil emplacar um time defensivo e vencedor no Football Manager, ele seria um desafio condizente. Entretanto, optei por algo mais belo e interessante: a Zemanlândia. Quem conhece o futebol italiano, já ouvi falar ou viu os times de Zdenek Zeman jogando. O treinador tcheco é adepto da filosofia de "marcar mais gols que seu adversário, custe o que custar".
O Football Manager 2020 está disponível na sua versão beta, e vou aproveitar o tempo que existe entre esse anúncio e a chegada da versão final para me debruçar um pouco sobre quem é Zdenek Zeman e seu estilo de jogo. Portanto, nas próximas semanas, vocês poderão entender melhor as razões que me levaram a escolher o inveterado fumante de 72 anos.
Zdenek Zeman e sua carreira
Zeman nasceu em Praga, no dia 12 de maio de 1947. Filho de um médico e uma dona de casa, teve como sua principal influência seu tio materno, Čestmír Vycpálek, que era treinador e transmitiu o amor pelo esporte ao também futuro treinador. Vycpálek conquistou dois títulos italianos com a Juventus enquanto treinador, mais do que tudo que Zeman conseguiu. Entretanto, Zeman se instalou como um ícone cult para os amantes do futebol italiano, enquanto Vycpálek acabou relegado aos rodapés da história juventina.
Futebolisticamente falando, Zeman não teve carreira como futebol, já que dada a invasão da Checoslováquia pela União Soviética, aproveitou a família que estava na Itália para fugir da guerra. Na Itália, se tornou cidadão do país e formou-se como educador físico em Palermo. Sua carreira começou em 1969, no Cinisi, equipe amadora da região da Sicília. Antes disso, já havia sido treinador de vôlei.
Até 1974 ficou no futebol amador, quando por intervenção de seu tio, já duas vezes campeão italiano, conseguiu uma vaga como treinador nas categorias de base do Palermo. Entre o Cinisi e o Palermo, também comandou os amadores Bacigalupo, Carini, Misilmeri e Esakalsa. Deve sua primeira chance como treinador profissional negada em março de 1981, quando o treinador do Palermo, Fernando Veneranda foi demitido. Zeman fez todo o preparo da equipe na vitória por 3 x 1 sobre o Milan. O boêmio, um de seus apelidos por conta da região de onde veio, não pode estar no banco por estar cumprindo punição por ter exagerado nas reclamações em uma partida da equipe primavera do Palermo.
Ficou mais dois anos no clube rosanero, antes de seguir para o Licata, que estava na Serie C2, o equivalente ao quarto escalão do futebol italiano. Entre 1983 e 1986, foi responsável por levar o Licata de volta para a Serie C1, na sua segunda temporada como treinador. Na temporada seguinte, manteve o clube na terceira divisão e recebeu o primeiro convite para assumir o Foggia, clube onde marcaria história e daria nascimento a Zemanlândia.
Sua primeira participação no Foggia não foi muito boa, sendo demitido antes do final da sua primeira temporada por lá. Mas serviu para o treinador dar o salto para a Serie B, onde comandou o Parma na temporada seguinte. Colecionou sua segunda demissão consecutiva, mas seu nome já estava se consolidando no mercado. Ganhou a oportunidade de dirigir o Messina na temporada 88/89, onde terminou a temporada em 8º, com o melhor ataque e lançando a carreira de Toto Schillaci.
Em 1989, faz o retorno ao Foggia, no que ficaria conhecido como o "Foggia dei miracoli", na temporada seguinte. Depois de ter subido em 89/90, o Foggia foi campeão na temporada seguinte, com o melhor ataque da competição. Nas próximas três temporadas, se manteve na Serie A e ainda teve o segundo melhor ataque da competição em um dos anos. O trabalho excepcional no pequeno Foggia foi o suficiente para chamar a atenção da Lazio, que levou o treinador para comandar o time da capital na temporada 94/95. Em seu tempo de Foggia, lançou Francesco Baiano, Giuseppe Signori, Roberto Rambaudi, Luigi Di Biagio, Francesco Mancini, Igor Kolyvanon e Igor Salimov.
A sua temporada de estreia em uma grande equipe italiana foi dentro da imagem que o treinador já havia construído nos seus tempos de Foggia e por aquilo que ficaria marcado para sempre. Na estreia com os laziale, o treinador terminou a temporada em segundo lugar e melhor ataque da competição, tendo lutado pelo scudetto em boa parte da temporada e com goleadas e vitórias marcantes como o 8 x 2 contra a Fiorentina e 7 x 1 contra o Foggia. Além disso, goleou os dois times de Milão e aplicou um 3 x 0 na Juventus. Além disso, foi semifinalista da Copa UEFA e da Coppa Italia.
Na temporada seguinte, manteve o melhor ataque da competição, mas terminou em terceiro. A terceira temporada foi o fim da carreira do treinador na Lazio, tendo sido demitido após um péssimo primeiro turno e algumas derrotas que marcaram bem o estilo do treinador nos anos seguintes. Na Lazio, Zeman revelou Pavel Nedved, Alessandro Nesta e Marco Di Vaio.
No ano seguinte, Zeman começou a temporada ainda na capital romana, mas dessa vez, na Roma. Foram duas temporadas de futebol ofensivo e emocionante, onde ficou em 4º na primeira temporada e 5º na temporada seguinte. Como ele não conseguiu a vaga na Champions League, não teve seu contrato renovado. De lá, foi para o Fenerbahce, da Turquia, onde durou apenas três meses, quando pediu demissão.. Marco Delvecchio e Francesco Totti (que virou capitão com o treinador) atingiram um nível notável com Zeman na passagem do tcheco pelos giallorossi.
Depois do falhanço em Istambul, Zeman assumiu o recém-promovido Napoli e no clube napolitano só durou oito rodadas, sendo demitido depois de três empates e cinco derrotas. Depois de dez temporadas treinando equipes do primeiro escalão, Zeman retornou para a Serie B na temporada 01/02, onde assumiu a Salernitana. Ficou em sexto naquele ano e teve o melhor ataque, na temporada seguinte, foi demitido. Depois disso, assumiu o Avellino e teve seu primeiro grande revés na carreira, quando conduziu o time ao rebaixamento, com um aproveitamento de vitórias de 16,33%. Durante esse período, revelou Antonio Nocerino, Vitaly Kutuzov e Matteo Contini.
Entretanto, enquanto o rebaixamento foi triste para o time biancoverdi, Zeman ganhou nova oportunidade na Serie A, assumindo o Lecce. O time havia conquistado a promoção na temporada passada e nas mãos de Zeman, conseguiu se salvar do retorno à Serie B. O treinador lançou Mirko Vucinic, Valery Bozinov e resgatou o futebol de Marco Casseti, que foi o primeiro jogador da história do Lecce a ser convocado. Teve o segundo melhor ataque da competição, mas também a pior defesa, obtendo o glorioso recorde de ser a primeira vez que a pior defesa não foi rebaixada na Serie A.
No ano seguinte, começou sem emprego, mas assumiu o Brescia para a reta final da Serie B com promessas grandes de playoff e promoção, acabou com duas vitórias, dois empates e sete derrotas, deixando o time em 10º. Voltou ao Lecce, que sem o tcheco havia retornado para a Serie B. Entretanto, a magia não voltou a se repetir e o treinador foi demitido antes da temporada acabar. Pablo Osvaldo e Giuseppe Vives foram os atletas revelados nessa nova passagem pelo Lecce.
Depois de passar um ano sabático na temporada 07/08, o treinador tcheco assumiu o Estrela Vermelha, da Sérvia. E não durou muito, rescindido amigavelmente depois depois de cinco jogos e uma não classificação para a fase de grupos da Copa UEFA. Passou mais um ano parado, até retornar pela terceira vez para o Foggia, que estava na Serie C italiana. Não obteve sucesso, terminando em 6º com o melhor ataque e a pior defesa da competição, falhando em ir para os playoffs de promoção. Nessa passagem, teve jogadores como Lorenzo Insigne e Marco Sau e lançou Vasco Regini e Moussa Koné.
Na temporada 11/12, assumiu o Pescara e mostrou que talvez o velho Zeman estivesse encontrando seu lugar num futebol que havia mudado. Foi campeão da Serie B e levou o Pescara de volta à elite depois de 19 anos. Lançou Ciro Immobile, Lorenzo Insigne (novamente seu jogador) e Marco Verrati. Essa campanha o credenciou aos grandes clubes italianos novamente, com a Roma estendendo um convite para um retorno.
De relevante em sua passagem pelo time romano, apenas o fato de ter lançado Florenzi e Marquinhos para o futebol profissional e ter vencido a Inter, em Milão. O treinador foi demitido na 26ª rodada, com a Roma acumulando diversas romadas, algo tradicional para o clube, mas agravado pelo estilo do seu treinador.
Teve mais um ano sabático e assumiu o Cagliari para a temporada 14/15. Sua passagem foi um turbilhão de emoções, com o treinador sendo demitido, recontratado e pedindo demissão ao longo da mesma temporada. Depois disso, foi para a Suíça, onde assumiu o Lugano. Ele evitou o rebaixamento da equipe recém-promovida e foi finalista da Copa da Suíça. Por divergências com a diretoria, optou não renovar seu contrato.
Ao final da temporada 16/17, retornou ao Pescara, que estava novamente na Serie A. Dessa vez, o objetivo era tentar salvar o clube da queda, objetivo que não foi alcançado. Na temporada seguinte, foi demitido apos 28 rodada da Serie B. Desde então, o treinador está desempregado.
Taticamente, o treinador ficou marcado pelo 4-3-3 de intensa movimentação e com uma linha defensiva extremamente alta, que tenta encaixar o máximo de pessoas possíveis no terço ofensivo. Debateremos suas táticas mais a fundo posteriormente. Além disso, é um treinador conhecido pelo seu nível de exigência e treinamentos de alto desgaste para seus atletas. O futebol ofensivo é a marca registrada do treinador, enquanto a imagem do tcheco fumando na beira do gramado é aquela que solidificou no imaginário futebolístico italiano.
Treinador
Jindřich Nedbálek, um jovem de 28 anos, nascido em Teplice, sonha em ser treinador. Ele acabou de retirar a primeira licença de treinador, enquanto nunca chegou a atuar profissionalmente. Com experiência nas divisões inferiores do futebol tcheco, espera surgir uma oportunidade na segunda divisão nacional para atingir voos mais altos. Nedbálek é um fã confesso de Zdenek Zeman e quer reviver a Zemanlândia.
Filosofia do save
Como esperado, é uma homenagem ao estilo de futebol praticado pelo treinador, já que títulos são poucos. Dessa forma, vamos tentar recriar um sucessor espiritual da Zemanlândia, mas que alie o futebol ofensivo com títulos.
Ser um treinador que tem o futebol ofensivo como base, montando táticas onde a mentalidade mínima é Positiva.
Objetivos do save
Ser campeão tcheco com uma equipe que nunca conquistou a competição;
Assumir o comando do Teplice, seu time do coração;
Assumir um time italiano que não esteja na Serie A;
Ser campeão italiano com o melhor ataque;
Ser o maior treinador tcheco da história (ranking do FM servirá como critério);
Ultrapassar a marca de 1000 jogos como treinador (Zeman também tem essa marca);
Conquistar a Champions League com o melhor ataque da competição;
Histórico